Sangramentos Da Gestação Flashcards

1
Q

Quais são as principais causas de sangramento na 1ª metade da gestação (< 20 semanas)?

A
  • Abortamento (até que se prove o contrário é um abortamento!!!).
  • Gestação ectópica.
  • Doença trofoblástica gestacional.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Mulher de 22 anos com atraso menstrual de 8 semanas vem ao PS com queixas de dor e sangramento vaginal. Ao exame, colo aberto com saída de material amorfo. Qual o diagnóstico?

A

Abortamento.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

O que é abortamento?

A

Interrupção da gestação < 20 semanas, com o feto < 500g ou 28cm.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Qual a principal causa de abortamento?

A

Anomalias cromossômicas (principalmente trissomia do 16).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual a classificação do aborto quanto à idade gestacional?

A
  • Precoce (até 12 semanas).
  • Tardio (> 12 semanas).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Qual a classificação do aborto quanto à periodicidade?

A
  • Esporádico (< 3 episódios).
  • Habitual (> ou = a 3 episódios).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais os tipos de aborto que ocorrem com o colo do útero aberto?

A
  • Inevitável.
  • Incompleto.
  • Infectado.

OBS.: são os que comessam com a letra I.

OBS.2: basta 1 POLPA DIGITAL para o colo já ser considerado aberto!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quais os tipos de aborto que ocorrem com o colo do útero fechado?

A
  • Ameaça de aborto.
  • Completo.
  • Retido.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Qual a característica da ameaça de aborto?

A
  • Sangramento discreto.
  • USG: feto vivo (embrião + BCF).
  • Cólicas leves ou ausentes.
  • AFU compatível com a IG.
  • Colo fechado.

OBS.: hematomas subcoriônicos > 40% aumentam as chances de aborto.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Qual a característica do aborto inevitável?

A
  • Sangramento intenso.
  • USG: feto vivo (embrião + BCF).
  • Cólicas fortes.
  • AFU compatível com a IG.
  • Colo aberto.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual a característica do aborto incompleto?

A
  • Sangramento variável.
  • USG: restos ovulares (endométrio heterogênio > 15mm).
  • Cólicas fortes.
  • AFU menor para a IG.
  • Colo aberto com eliminação de material amorfo.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Qual a característica do aborto completo?

A
  • Sangramento escarso (já eliminou).
  • USG: ausência de embrião (endométrio < 15mm).
  • Cólicas discretas ou ausentes.
  • AFU menor para a IG.
  • Colo fechado.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Qual a característica do aborto infectado?

A
  • Sangramento variável.
  • Comum pós-abortos clandestinos.
  • Febre!!!
  • Útero amolecido e doroso à palpação.
  • Colo aberto com secreção purulenta e fétida.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Qual a característica do aborto retido?

A
  • Ausência de sangramento.
  • USG: feto morto (ausência de BCF).
  • Ausência de dor.
  • AFU menor ou igual para a IG.
  • Colo fechado.

OBS.: se IG < 7 semanas, repetir o exame com 15 dias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quais os achados esperados na USG ao longo do 1º trimestre?

A
  • 4 semanas: saco gestacional.
  • 5 semanas: vesícula vitelínica.
  • 6/7 semanas: embrião + BCF.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

O que é gestação anembrionada?

A

Ausência de embrião em saco gestacional > 20-25mm.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Qual a conduta nos tipos de aborto?

A
  • Ameaça: suporte (repouso, antiespasmódicos).
  • Inevitável: esvaziamento uterino (mesmo se feto vivo.
  • Incompleto: esvaziamento uterino.
  • Completo: suporte + segmento com hCG.
  • Infectado: ATB (gentamicina + clindamicina) + esvaziamento (mesmo se feto vivo).
  • Retido: esvaziamento.

OBS.: exceto na ameaça de aborto, deve-se sempre fazer profilaxia de aloimunização (imunoglobulina anti-D).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Quais os tipos de esvaziamento uterino?

A
  • Até 12 semanas: AMIU (escolha), curetagem.
  • > 12 semanas: misoprostol (escolha) ou ocitocina + curetagem.

OBS.: não fazer misoprostol se histerotomia prévia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Qual a conduta se, durante a curetagem, suspeitar-se de ruptura uterina?

A
  • Paciente estável: suspender procedimento, infundir ocitocina e observar (se persistência de material intrauterino, laparoscopia).
  • Paciente instável: laparotomia.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Quais são as principais causas de abortamento habitual?

A
  • Precoce: anomalias cromossômicas (trissomia do 16), síndrome do anticorpo antifosfolipídio e malformações uterinas (útero septado e didelfo).
  • Tardio: incompetência instmocervical e síndrome do anticorpo antifosfolipídio.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Quais as características da insuficiência de corpo lúteo?

A
  • Abortos devido a falta de progesterona no início da gestação.
  • Colo sem alterações.
  • Tratado com progesterona VO até a 12ª semana.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

O que é incompetência instmocervical?

A

Falência do sistema que mantém o colo uterino fechado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Como é feito o diagnóstico de incompetência instmocervical?

A
  • USG: colo uterino < 2,5-3,0cm no 2º trimestre de gestação.
  • Abortamentos de repetição com pouca dor e rápida expulsão fetal com feto vivo.
  • Prolapso de membranas amnióticas.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Qual o tratamento da incompetência instmocervical?

A

Cerclagem a McDonald entre 12-16 semanas.

OBS.: se dilatação < 4cm no momento do diagnóstico, cerclagem de emergência.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Quais as contraindicações da cerclagem de McDonald na incompetência instmocervical?

A
  • Dilataçãp do colo > 4cm.
  • IG > 24 semanas.
  • RPMO.
  • Membranas protusas.
  • Anomalias fetais incompatíveis com a vida.
  • Infecção.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

O que é síndrome do anticorpo antifosfolipídio (SAF)?

A

Trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas.

pode apresentar as seguintes manifestações: AIT, livedo reticular, vegetação de Libman-Sacks(endocardite)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Quais os critérios clínicos da SAF?

A
  • 1 ou mais episódios de trombose.
  • 1 ou mais partos prematuros com < 34 semanas e associados a pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária.
  • 1 ou mais mortes intrauterinas > 10 semanas com feto normal.
  • 3 ou mais abortos espontâneos < 10 semanas.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Quais os critérios laboratoriais de SAF?

A

Anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico e antibeta-2-glicoproteína em altos títulos em duas ou mais ocasiões com intervalo de 12 semanas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Qual o tratamento da SAF?

A
  • Apenas anticorpos elevados: AAS.
  • SAF, mas nunca teve trombose: AAS + heparina em dose profilática.
  • SAF com trombose: AAS + heparina em dose terapêutica (HNF ou HBPM).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Quais as indicações legais de interrupção da gestação?

A
  • Estupro: NÃO precisa de BO ou laudo.
  • Risco a vida da mãe (abortamento terapêutico).
  • Anencefalia: USG a partir de 12 semanas, laudada por 2 médicos, podendo efetuar o aborto em qualquer momento da gestação.

OBS.: em todos esses casos, não é necessário autorização judicial.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Paciente vem ao PS com dor intensa em hipogastro. Alega estar com a menstruação atrasada há 9 semanas. hCG de 3.000 e USG com útero vazio. Qual o diagnóstico?

A

Gestação ectópica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

O que é gestação ectópica?

A

Qualquer implantação do ovo fora da cavidade endometrial.

OBS.: gestação tópica + ectópica = heterotópica!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Quais os principais sítios de gestação ectópica?

A

Ampola (principal) e ístimo da tuba uterina.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Quais oa fatores de risco da gestação ectópica?

A
  • DIP (principal).
  • Alterações anatômicas da trompa (ex.: pós-salpingite).
  • Gestação ectópica anterior.
  • Cirurgia tubária.
  • DIU (relativo).
  • Tabagismo.
  • Anticoncepção de emergência com levanogestrel.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Qual a clínica da gestação ectópica?

A
  • Dor abdominal.
  • Sangramento discreto.
  • AFU menor que a IG.
  • Massa anexial.
  • Defesa abdominal.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Quais sinais clínicos podem ser encontrados na gestação ectópica?

A
  • Sinal de Proust: dor no fundo de saco.
  • Sinal de Laffon: dor no ombro (irritação do n. frênico).
  • Sinal de Blumberg: descompressão dolorosa do abdome.
  • Sinal de Cullen (raro): equimose periumbilical.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Quais os achados ultrassonográficos da gestação ectópica?

A
  • Massa cística com halo espesso em região anexial (sinal do halo).
  • Cavidade uterina vazia.
  • Reação de Arias-Stella (hipertrofia e espessamento das glândulas endometriais).
  • Aumento do fluxo da a. tubária.
  • Sangue no fundo de saco.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Quais valores de beta-hCG deveriam indicar presença de saco gestacional?

A
  • 1.500 mUI/ml.
  • Se dúvidas, repetir em 48h (ao contrário das gestações tópicas, o hCG não se eleva em 66% / dobra a cada 48h).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Como é feito o diagnóstico de gestação ectópica?

A

Clínica + hCG > 1.500 (1º exame) + USG transvaginal com cavidade uterina vazia (2º exame).

OBS.: o padrão-ouro é a laparoscopia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Qual o tratamento da gestação ectópica quando há estabilidade clínica?

A
  • Expectante: se hCG < 1000 e caindo, com saco < 3,5-4,0cm.
  • Medicamentosa (metotrexate): hCG < 5000 (melhor parâmetro), saco < 3,5-4,0cm e BCF ausentes.
  • Salpingostomia (laparoscopia): trompa íntegra, saco < 5cm e desejo reprodutivo.
  • Salpingectomia (laparoscopia): trompa rota.

OBS.: usar o metotrexato 50mg/m2 e repetir hCG no 4º e 7º dia. Se não houver queda de 15% no intervalo, repetir dose.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Qual o tratamento da gestação ectópica quando há instabilidade clínica?

A

Laparotomia exploradora + salpingectomia.

OBS.: em todos os casos, fazer profilaxia de aloimunização (imunoglobulina anti-D).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
42
Q

Paciente vem ao PS devido a dor e sangramento vaginal. Alega amenorréia de 8 semanas. Ao exame, PA = 160x110, proteinúria, útero palpável 2cm abaixo da cicatriz umbilical e saída de vesículas da vagina. Qual o diagnóstico?

A

Doença trofoblástica gestacional.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
43
Q

O que é doença trofoblástica gestacional?

A

Tumor trofblástico produtor de hCG que surge da degeneração hidrópica do sinciciotrofoblasto.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
44
Q

Qual a classificação da doença trofoblástica gestacional?

A
  • Benigna: mola completa e incompleta.
  • Maligna (neoplasia trofoblástica gestacional): mola invasora, coriocarcinoma e tumor trofoblástico do sítio placentário.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
45
Q

Quais os fatores de risco para doença trofoblástica gestacional?

A
  • Idade > 40 anos.
  • Mola anterior.
  • Uso de ACO.

OBS.: filho anterior normal protege!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
46
Q

Qual o quadro clínico da doença trofoblástica gestacional?

A
  • Sangramento vaginal intenso.
  • Útero amolecido, indolor e maior para a IG.
  • Útero em sanfona (sobe e desce).
  • Eliminação de vesículas (cachos de uva).
  • Hiperêmese (semelhança do hCG com TSH).
  • Pré-eclâmpsia precoce.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
47
Q

Quais os achados ultrassonográficos da doença trofoblástica gestacional?

A
  • Tempestade ou flocos de neve.
  • Cistos tecaluteínicos bilaterais.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
48
Q

Quais os achados laboratoriais da doença trofoblástica gestacional?

A
  • hCG > 200.000.
  • Proteinúria.
49
Q

Quais as características da mola completa?

A
  • Diplóide (46 XX).
  • Ausência de feto (01 óvulo vazio + 01 ou 02 espermatozóides).
  • Eliminação de vesículas.
  • Hipertireoidismo.
  • Cistos tecaluteínicos.
  • hCG muito elevado.
  • USG: flocos de neve.
  • Malignização de 10-30%.
50
Q

Quais as características da mola incompleta?

A
  • Triplóide (69 XXY).
  • Presença do feto (01 óvulo normal + 02 espermatozóides).
  • Sem elimimação de vesículas.
  • Sem hipotireoidismo.
  • Raros cistos tecaluteínicos.
  • hCG geralmente normal.
  • USG: cistos placentários + feto.
  • Malignização de 5-10%.
51
Q

Qual o tratamento da doença trofoblástica gestacional?

A
  • Vacuoaspiração (escolha) ou curetagem SEM o uso de misoprostol para preparo do colo (riso de sangramentos e embolia).
  • Histerectomia se prole completa, > 40 anos ou sangramento incontrolável.
  • Profilaxia para aloimunização (imunoglobulina anti-D) se mola incompleta (mola completa não tem tecido fetal).
  • Cistos tecaluteínicos: espectante.
  • Anticoncepção hormonal (não pode DIU).

OBS.: histerectomia não anula o risco de neoplasia!

52
Q

Como é feito o acompanhamento após o tratamento da doença trofoblástica gestacional?

A
  • Dosagem semanal (USP = quinzenal) de hCG até 3 resultados negativos.
  • Depois, mensal até 6 meses.
53
Q

Quais os sinais de neoplasia trofoblástica gestacional?

A
  • Elevação em 3 dosagens consecutivas (2 semanas) de hCG.
  • Platô em 4 dosagens (3 semanas) seguidas.
  • Ausência de negativação do hCG após 6 meses.
  • Metástases.
  • Sangramento persistente após o esvaziamento uterino.
54
Q

Quais as característica dos tumores trofoblásticos?

A
  • Mola invasora: é a mais comum.
  • Coriocarcinoma: 50% dos casos ocorrem após gestações normais (é o de pior prognóstico)!!!
  • Tumor trofoblástico do sítio placentário: pode ocorrer em partos normais ou abortos. Envia raras metástases e não aumenta muito o hCG (e sim lactogênio placentário).
55
Q

Qual o tratamento da neoplasia trofoblástica?

A

Quimioterapia (começar com 1 droga → metrotrexato).

56
Q

Quais as principais causas de hemorragina da 2ª metade da gestação (> 20 semanas)?

A
  • Placenta prévia.
  • Descolamento prematuro de placenta.
  • Rupturas (uterina, vasa prévia e seio marginal).
57
Q

Gestante de 32 semanas vem ao PS devido a sangramento vaginal indolor. Refere sangramentos prévios. Ao exame: útero normotenso, sangramento vermelho vivo e em moderada quantidade. Qual o diagnóstico?

A

Placenta prévia (inserção viciosa de placenta).

58
Q

O que é placenta prévia?

A

Implantação da placenta no segmento inferior do útero após 28 semanas.

59
Q

Temos como fechar o diagnóstico de placenta prévia antes de 28 semanas?

A

Não, pois a placenta pode sofrer migração para o corpo uterino (antes disso é apenas inserção baixa da placenta)!

60
Q

Qual a classificação da placenta prévia?

A
  • Lateral/inserção baixa: placenta no segmebto inferior, mas não alcança o óstio interno.
  • Marginal: tangencia a borda do orifício interno.
  • Parcial: recobre parte do orificio interno.
  • Total: recobre todo o orificio interno.
61
Q

Quais os fatores de risco para placenta prévia?

A
  • Cesareana prévia (principal).
  • Intervenções uterinas anteriores (miomectomia, curetagem).
  • Multiparidade.
  • Idade > 35 anos.
  • Sobredistensão uterina (gemelaridade, polidramnio).
  • Tabagismo.
  • Placenta sucenturiada.
62
Q

Qual o quadro clínico da placenta prévia?

A
  • Sangramento indolor, expontânea e de coloração vermelho rutilante.
  • Autolimitado, mas recidivante.
  • Aumento progressivo na intensidade.
63
Q

Quais os achados do exame físico na placenta prévia?

A
  • Apresentações fetais anômalas (oblíquas e transversas).
  • Tônus uterino normal.
  • AUSÊNCIA de sofrimento fetal agudo.
  • NUNCA realizar toque vaginal!
64
Q

Qual o exame padrão-ouro na placenta prévia?

A

USG transvaginal.

65
Q

Qual a conduta na placenta prévia com sangramento leve a moderado?

A
  • Pré-termo: expectante (considerar corticóide).
  • Termo: interrupção da gestação.
66
Q

Qual a conduta na placenta prévia com sangramento intenso?

A

Interrupção da gestação.

67
Q

Qual a via de parto na placenta prévia

A
  • Marginal: vaginal + amniotomia.
  • Parcial: geralmente cesárea.
  • Total: cesárea (indicação absoluta).
68
Q

Quais as complicações da placenta prévia?

A
  • Acretismo placentário.
  • Parto pré-termo.
  • Apresentações anômalas.
69
Q

O que é acretismo placentário?

A

Implantação placentária com aderência anormalmente firme na parede uterina.

70
Q

Qual a classificação do acretismo placentário?

A
  • Acreta: fixação na camada esponjosa do endométrio.
  • Increta: fixação no miométrio.
  • Percreta: fixação na serosa (podendo penetrar em outros órgãos).

OBS.: a Increta é Intermediária, e a Percreta Perfura o útero!

71
Q

Qual o fator de risco para acretismo placentário?

A
  • Cesareana prévia (pricipal).
  • Placenta prévia.
  • Multiparidade (principalmente > 6).
72
Q

Como é feito o diagnóstico de acretismo placentário?

A
  • Doppler USG: perda do espaço claro retroplacentário, aumento da vascularização na parede vaginal, etc.
  • RNM (padrão-ouro): se dúvidas.
  • Não saida da placenta na hora do parto.
73
Q

Qual o tratamento do acretismo placentário?

A
  • Placenta acreta: retirada manual da placenta.
  • Placenta increta e percreta: cesarea-histerectomia entre 34-37 semanas (o trabalho de parto poderia aumentar as chances de cirurgia de emergência e morbidades).
74
Q

Gestante de 28 semanas vem ao PS devido a fortes dores uterinas iniciadas a 2h. Ao exame: PA = 150x 100, útero lenhoso e sangramento escuro discreto uterino. Qual o diagnóstico?

A

Descolamento prematuro de placenta.

75
Q

O que é descolamento prematuro de placenta?

A

Separação intempestiva da placenta antes da expulsão fetal.

76
Q

Qual a classificação do descolamento prematuro de placenta?

A
  • Grau 0: assintomático.
  • Grau 1 (leve): sangramento indolor.
  • Grau 2 (moderado): sangramento doloroso, hipertonia uterina.
  • Grau 3 (grave): morte fetal sem (A) ou com (B) coagulopatia instalada.
77
Q

Quais os fatores de risco para o descolamento prematuro de placenta?

A
  • Hipertensão arterial (principal).
  • Traumatismo abdominal.
  • Idade > 35 anos.
  • Tabagismo e cocaína.
  • Trombofilias.
  • Anomalias uterinas.
78
Q

Qual a fisiopatologia do descolamento prematuro de placenta?

A

Hemorragia decidual → hematoma retroplacentário → formação de crateras e hipertonia uterina → aumento do descolamento e sangramento → discrasia sanguínea (CIVD).

79
Q

Qual o quadro clínico do descolamento prematuro de placenta?

A
  • Dor abdominal.
  • Hipertonia uterina.
  • Taquissistolia.
  • Sangramento escuro discreto (20% é oculto).
  • Hemoâmnio.
  • Sofrimento fetal agudo.
  • Pulso paradoxal de Boero: pulso de amplitude e frequência normais nos estágios iniciais (raro).
80
Q

Como é o diagnóstico do descolamento prematuro de placenta?

A

Clínico! USG não ajuda!

81
Q

Qual a primeira conduta após o diagnóstico de descolamento prematuro de placenta?

A

Amniotomia!

OBS.: a amniotomia reduz a velocidade de descolamento e melhora a hipertonia uterina.

82
Q

Após amniotomia, qual a conduta no descolamento prematuro de placenta?

A
  • Feto vivo: cesareana de urgência (exceto se parto imininte → vaginal + fórcipes).
  • Feto morto: parto vaginal.
83
Q

Quais as complicações do descolamento prematuro de placenta?

A
  • Útero de Couvelaire(apoplexia útero-placentária)
  • CIVD.
  • Síndrome de Sheehan.

OBS.: devido à CIVD, recomenda-se SEMPRE solicitar coagulograma na suspeita de DPP!

84
Q

O que é o útero de Couvelaire?

A

Infiltração do útero por sangue, reduzindo a sua contratilidade e levando a atonia uterina.

85
Q

Qual a conduta no útero de Couvelaire?

A
  • Massagem no fundo uterino + ocitocina/misoprostol.
  • Sutura de B-Lynch.
  • Ligadura de a. uterina/a. hipogástrica.
  • Histerectomia.
86
Q

Paciente vem ao hospital em trabalho de parto. Durante as contrações, a paciente refere dor intensa que cessou bruscamente. Ao exame: PA 70x30, ausência de contrações uterinas, subida da apresentação e fácil palpação das partes fetais. Qual o diagnóstico?

A

Rotura uterina.

87
Q

Quais os fatores de risco para rotura uterina?

A
  • Cesareana.
  • Cirurgias uterinas.
  • Indução do parto com ocitocina ou misoprostol.
  • Parto obstruido (desproporção cefalopélvica).
  • Malformação congênita uterina.

- Multiparidade.

88
Q

Quais as contraindicações absolutas de indução do parto?

A
  • Cesareana com incisão corporal (normalmente é arciforme).
  • Ausência de dados aobre a vitalidade fetal.
  • Apresentações anômalas.
  • Desproporção cefalopélvica.
  • Placenta prévia.
89
Q

Quais as contraindicações relativas de indução do parto?

A
  • Mais de uma cesárea prévia.
  • Hipertensão e pré-eclâmpsia.
  • Crescimento intrauterino restrito.
90
Q

Qual a classificação da rotura uterina?

A
  • Parcial: preserva a serosa.
  • Total: rompimento total da parede uterina (incluindo serosa).
91
Q

Qual o quadro clínico de rotura uterina?

A
  • Dor aguda e intensa.
  • Parada súbita da contratilidade uterina.
  • Sangramento.
92
Q

Quais os sinais clínicos de iminência de rotura uterina?

A
  • Sinal de Bandl: distensão do segmento inferior, formando uma depressão em faixa (útero em ampulheta).
  • Sinal de Frommel: estiramento dos ligamentos redondos.
93
Q

Quais os sinais clínicos de rotura uterina consumada?

A
  • Sinal de Clark: enfisema subcutâneo.
  • Sinal de Reasens: subida da apresentação (feto cai na cavidade abdominal).
  • Interrupção das metrossístoles.
  • Sofrimento fetal grave.
94
Q

Qual a conduta na rotura uterina?

A
  • Iminência: cesareana se urgência.
  • Consumada: histerorrafia ou histerectomia.
95
Q

Paciente vem ao PS em trabalho de parto. Após a amniotomia, inicia um sangramento volumoso com intenso sofrimento fetal. Qual o diagnóstico?

A

Rotura de vasa prévia.

96
Q

O que é rotura de vasa prévia?

A

Rotura de vasos anormalmente inseridos na placenta que cruzam a apresentação.

97
Q

Quais os fatores de risco para rotura de vasa prévia?

A
  • Inserção velamentosa do cordão umbilical (principal).
  • Placenta bilobada.
  • Placenta sucenturiada.

OBS.: os vasos anormalmente inseridos não são protegidos pela geléia de Wharton.

98
Q

Qual a clínica da rotura de vasa prévia?

A
  • Sangramento intenso APÓS ruptura das membranas ovulares.
  • Sofrimento fetal intenso (sangramento fetal).
99
Q

Como é o diagnóstico se vasos prévios?

A

USG.

100
Q

Quais as características da rotura de seio marginal?

A
  • Rotura da extrema periferia do espaço interviloso.
  • A clínica é idêntica a da placenta prévia (diferenciar pela USG).
  • USG: placenta normoinserida!
  • CD.: expectante (diagnóstico retrospectivo).
101
Q

Qual as características da laceração cervical?

A
  • Ocorre após rápida dilatação do colo uterino.
  • Sangramento escuro e de pequena quantidade acumulado na vagina.
  • Descoberta pelo toque vaginal.
  • Ausência de dor, hipertonia uterina, repercuções hemodinâmicas e sofrimento fetal.
102
Q

O que é doença hemolítica perinatal (eritoblastose fetal)?

A

Anemia fetal causada por anticorpos maternos devido a incompatibilidade sanguinea materno-fetal.

103
Q

Quais as características da incompatibilidade ABO?

A
  • É a mais comum.
  • Não necessita de exposição prévia.
  • Quadro leve (icterícia neonatal).
  • Tratada com fototerapia.
104
Q

O que determina a positividade ou negatividade do fator Rh?

A

Antígeno D (D+ = Rh+ / D- = Rh-).

OBS.: paciente da variedade Du são Rh- mas não desenvolve anticorpos anti-D.

105
Q

Qual a fisiopatologia da doença hemolítica perinatal?

A
  • Primeiro contato: formação de anticorpos anti-D IgM (não atravessam a placenta).
  • Segundo contato: formação de anticorpos anti-D IgG (atravessam a placenta).
  • Quadros mais graves nas gestações subsequentes.

OBS.: apesar de ser o principal, a incompatibilidade pelo antíngeno D não é a única causa de doença hemolítica perinatal.

106
Q

Quais as condições necessárias para ocorrer a doença hemolítica perinatal?

A
  • Mãe Rh-.
  • Filho Rh+.
  • Mãe previamente sensibilizada.

OBS.: incompatibilidade ABO protege!

107
Q

Quais as consequências da doença hemolítica perinatal?

A
  • Hemólise fetal.
  • Anemia grave.
  • Insuficiência cardíaca.
  • Hidropsia fetal.
  • Kernicterus.
108
Q

Qual exame fazer em pacientes com risco de doença hemolítica perinatal?

A

Coombs indireto.

OBS.: além do anti-D, outros anticorpos podem positivar o teste (ex.: anti-Lewis).

109
Q

Como é feito o acompanhamento de gestantes com risco de doença hemolítica perinatal?

A
  • Coombs indireto (-): repetir com 28, 32, 36 e 40 semanas (administrar anti-D com 28 semanas).
  • Coombs indireto (+): solicitar titulação.
110
Q

Qual a conduta na doença hemolítica perinatal pela titulação do coombs indireto?

A
  • Até 1:8: repetir mensalmente.
  • > 1:8 (> ou igual a 1:16): avaliação da anemia fetal.
111
Q

Quais os métodos não invasivos de avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?

A
  • Cardiotocografia: padrão sinusóide (tardio).
  • USG (tardio).
  • Doppler (escolha).
112
Q

Qual o parâmetro avaliado no doppler na avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?

A

Velocidade máxima de pico da artéria cerebral média.

113
Q

Quais valores do doppler de a. cerebral média indicam cordocentese?

A

Vmáx > 1,50 MoM ou 0,8 U.

114
Q

Quais os métodos invasivos de avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?

A
  • Amniocentese (apenas se doppler não disponível).
  • Cordocentese (padrão-ouro): diagnóstico e terapêutico.
115
Q

Qual o tratamento da doença hemolítica perinatal?

A
  • > 34 semanas: parto com exanguineotransfusão e fototerapia pós-natal.
  • < 34 semanas ou grave (Ht < 30%, Hb < 10% ou hidrópico): transfusão intrauterina por cordocentese.
116
Q

Qual exame deve ser feito em todo recém nascidos com suspeita de doença hemolítica perinatal?

A

Coombs direto.

OBS.: teste de Kleihauer - identifica hemoglobina fetal no sangue materno.

117
Q

Como é feita a prevenção (imunoglobulina anti-D) da doença hemolítica perinatal?

A
  • 28ª semana de gestação.
  • Até 72h após o parto (mesmo que o coombs indireto seja um pouco positivo devido à administração na 28ª semana).
  • Após hemorragias durante a gestação (aborto, gestação ectópica, etc).
  • Procedimentos invasisvos.

OBS.: só fazer se paciente não imunizada (se imunizada, lascou).

118
Q

O que ocorre com o teste de coombs indireto quando se administra imunoglobulina anti-D?

A

Torna-se positivo (em baixos títulos) por 3 meses (se positivo por > 3 meses, falha da profilaxia).

OBS.: também positiva a pesquisa de anticorpos heterólogos.

119
Q

O que fazer se, após administrar imunoglobulina anti-D, o coombs indireto for negativo?

A

Repetir a dose (indica passagem considerável de sangue para a circulação materna, consumindo toda a imunoglobulina).

OBS.: 300mcg de imunoglobulina anti-D (dose padrão) anula 30ml de sangue fetal.