Sangramentos Da Gestação Flashcards
Quais são as principais causas de sangramento na 1ª metade da gestação (< 20 semanas)?
- Abortamento (até que se prove o contrário é um abortamento!!!).
- Gestação ectópica.
- Doença trofoblástica gestacional.
Mulher de 22 anos com atraso menstrual de 8 semanas vem ao PS com queixas de dor e sangramento vaginal. Ao exame, colo aberto com saída de material amorfo. Qual o diagnóstico?
Abortamento.
O que é abortamento?
Interrupção da gestação < 20 semanas, com o feto < 500g ou 28cm.
Qual a principal causa de abortamento?
Anomalias cromossômicas (principalmente trissomia do 16).
Qual a classificação do aborto quanto à idade gestacional?
- Precoce (até 12 semanas).
- Tardio (> 12 semanas).
Qual a classificação do aborto quanto à periodicidade?
- Esporádico (< 3 episódios).
- Habitual (> ou = a 3 episódios).
Quais os tipos de aborto que ocorrem com o colo do útero aberto?
- Inevitável.
- Incompleto.
- Infectado.
OBS.: são os que comessam com a letra I.
OBS.2: basta 1 POLPA DIGITAL para o colo já ser considerado aberto!
Quais os tipos de aborto que ocorrem com o colo do útero fechado?
- Ameaça de aborto.
- Completo.
- Retido.
Qual a característica da ameaça de aborto?
- Sangramento discreto.
- USG: feto vivo (embrião + BCF).
- Cólicas leves ou ausentes.
- AFU compatível com a IG.
- Colo fechado.
OBS.: hematomas subcoriônicos > 40% aumentam as chances de aborto.

Qual a característica do aborto inevitável?
- Sangramento intenso.
- USG: feto vivo (embrião + BCF).
- Cólicas fortes.
- AFU compatível com a IG.
- Colo aberto.

Qual a característica do aborto incompleto?
- Sangramento variável.
- USG: restos ovulares (endométrio heterogênio > 15mm).
- Cólicas fortes.
- AFU menor para a IG.
- Colo aberto com eliminação de material amorfo.

Qual a característica do aborto completo?
- Sangramento escarso (já eliminou).
- USG: ausência de embrião (endométrio < 15mm).
- Cólicas discretas ou ausentes.
- AFU menor para a IG.
- Colo fechado.

Qual a característica do aborto infectado?
- Sangramento variável.
- Comum pós-abortos clandestinos.
- Febre!!!
- Útero amolecido e doroso à palpação.
- Colo aberto com secreção purulenta e fétida.
Qual a característica do aborto retido?
- Ausência de sangramento.
- USG: feto morto (ausência de BCF).
- Ausência de dor.
- AFU menor ou igual para a IG.
- Colo fechado.
OBS.: se IG < 7 semanas, repetir o exame com 15 dias.
Quais os achados esperados na USG ao longo do 1º trimestre?
- 4 semanas: saco gestacional.
- 5 semanas: vesícula vitelínica.
- 6/7 semanas: embrião + BCF.

O que é gestação anembrionada?
Ausência de embrião em saco gestacional > 20-25mm.

Qual a conduta nos tipos de aborto?
- Ameaça: suporte (repouso, antiespasmódicos).
- Inevitável: esvaziamento uterino (mesmo se feto vivo.
- Incompleto: esvaziamento uterino.
- Completo: suporte + segmento com hCG.
- Infectado: ATB (gentamicina + clindamicina) + esvaziamento (mesmo se feto vivo).
- Retido: esvaziamento.
OBS.: exceto na ameaça de aborto, deve-se sempre fazer profilaxia de aloimunização (imunoglobulina anti-D).
Quais os tipos de esvaziamento uterino?
- Até 12 semanas: AMIU (escolha), curetagem.
- > 12 semanas: misoprostol (escolha) ou ocitocina + curetagem.
OBS.: não fazer misoprostol se histerotomia prévia.
Qual a conduta se, durante a curetagem, suspeitar-se de ruptura uterina?
- Paciente estável: suspender procedimento, infundir ocitocina e observar (se persistência de material intrauterino, laparoscopia).
- Paciente instável: laparotomia.
Quais são as principais causas de abortamento habitual?
- Precoce: anomalias cromossômicas (trissomia do 16), síndrome do anticorpo antifosfolipídio e malformações uterinas (útero septado e didelfo).
- Tardio: incompetência instmocervical e síndrome do anticorpo antifosfolipídio.
Quais as características da insuficiência de corpo lúteo?
- Abortos devido a falta de progesterona no início da gestação.
- Colo sem alterações.
- Tratado com progesterona VO até a 12ª semana.
O que é incompetência instmocervical?
Falência do sistema que mantém o colo uterino fechado.
Como é feito o diagnóstico de incompetência instmocervical?
- USG: colo uterino < 2,5-3,0cm no 2º trimestre de gestação.
- Abortamentos de repetição com pouca dor e rápida expulsão fetal com feto vivo.
- Prolapso de membranas amnióticas.

Qual o tratamento da incompetência instmocervical?
Cerclagem a McDonald entre 12-16 semanas.
OBS.: se dilatação < 4cm no momento do diagnóstico, cerclagem de emergência.

Quais as contraindicações da cerclagem de McDonald na incompetência instmocervical?
- Dilataçãp do colo > 4cm.
- IG > 24 semanas.
- RPMO.
- Membranas protusas.
- Anomalias fetais incompatíveis com a vida.
- Infecção.
O que é síndrome do anticorpo antifosfolipídio (SAF)?
Trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas.
pode apresentar as seguintes manifestações: AIT, livedo reticular, vegetação de Libman-Sacks(endocardite)
Quais os critérios clínicos da SAF?
- 1 ou mais episódios de trombose.
- 1 ou mais partos prematuros com < 34 semanas e associados a pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária.
- 1 ou mais mortes intrauterinas > 10 semanas com feto normal.
- 3 ou mais abortos espontâneos < 10 semanas.
Quais os critérios laboratoriais de SAF?
Anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico e antibeta-2-glicoproteína em altos títulos em duas ou mais ocasiões com intervalo de 12 semanas.
Qual o tratamento da SAF?
- Apenas anticorpos elevados: AAS.
- SAF, mas nunca teve trombose: AAS + heparina em dose profilática.
- SAF com trombose: AAS + heparina em dose terapêutica (HNF ou HBPM).
Quais as indicações legais de interrupção da gestação?
- Estupro: NÃO precisa de BO ou laudo.
- Risco a vida da mãe (abortamento terapêutico).
- Anencefalia: USG a partir de 12 semanas, laudada por 2 médicos, podendo efetuar o aborto em qualquer momento da gestação.
OBS.: em todos esses casos, não é necessário autorização judicial.
Paciente vem ao PS com dor intensa em hipogastro. Alega estar com a menstruação atrasada há 9 semanas. hCG de 3.000 e USG com útero vazio. Qual o diagnóstico?
Gestação ectópica.
O que é gestação ectópica?
Qualquer implantação do ovo fora da cavidade endometrial.
OBS.: gestação tópica + ectópica = heterotópica!

Quais os principais sítios de gestação ectópica?
Ampola (principal) e ístimo da tuba uterina.
Quais oa fatores de risco da gestação ectópica?
- DIP (principal).
- Alterações anatômicas da trompa (ex.: pós-salpingite).
- Gestação ectópica anterior.
- Cirurgia tubária.
- DIU (relativo).
- Tabagismo.
- Anticoncepção de emergência com levanogestrel.
Qual a clínica da gestação ectópica?
- Dor abdominal.
- Sangramento discreto.
- AFU menor que a IG.
- Massa anexial.
- Defesa abdominal.
Quais sinais clínicos podem ser encontrados na gestação ectópica?
- Sinal de Proust: dor no fundo de saco.
- Sinal de Laffon: dor no ombro (irritação do n. frênico).
- Sinal de Blumberg: descompressão dolorosa do abdome.
- Sinal de Cullen (raro): equimose periumbilical.
Quais os achados ultrassonográficos da gestação ectópica?
- Massa cística com halo espesso em região anexial (sinal do halo).
- Cavidade uterina vazia.
- Reação de Arias-Stella (hipertrofia e espessamento das glândulas endometriais).
- Aumento do fluxo da a. tubária.
- Sangue no fundo de saco.

Quais valores de beta-hCG deveriam indicar presença de saco gestacional?
- 1.500 mUI/ml.
- Se dúvidas, repetir em 48h (ao contrário das gestações tópicas, o hCG não se eleva em 66% / dobra a cada 48h).
Como é feito o diagnóstico de gestação ectópica?
Clínica + hCG > 1.500 (1º exame) + USG transvaginal com cavidade uterina vazia (2º exame).
OBS.: o padrão-ouro é a laparoscopia.

Qual o tratamento da gestação ectópica quando há estabilidade clínica?
- Expectante: se hCG < 1000 e caindo, com saco < 3,5-4,0cm.
- Medicamentosa (metotrexate): hCG < 5000 (melhor parâmetro), saco < 3,5-4,0cm e BCF ausentes.
- Salpingostomia (laparoscopia): trompa íntegra, saco < 5cm e desejo reprodutivo.
- Salpingectomia (laparoscopia): trompa rota.
OBS.: usar o metotrexato 50mg/m2 e repetir hCG no 4º e 7º dia. Se não houver queda de 15% no intervalo, repetir dose.
Qual o tratamento da gestação ectópica quando há instabilidade clínica?
Laparotomia exploradora + salpingectomia.
OBS.: em todos os casos, fazer profilaxia de aloimunização (imunoglobulina anti-D).
Paciente vem ao PS devido a dor e sangramento vaginal. Alega amenorréia de 8 semanas. Ao exame, PA = 160x110, proteinúria, útero palpável 2cm abaixo da cicatriz umbilical e saída de vesículas da vagina. Qual o diagnóstico?
Doença trofoblástica gestacional.

O que é doença trofoblástica gestacional?
Tumor trofblástico produtor de hCG que surge da degeneração hidrópica do sinciciotrofoblasto.
Qual a classificação da doença trofoblástica gestacional?
- Benigna: mola completa e incompleta.
- Maligna (neoplasia trofoblástica gestacional): mola invasora, coriocarcinoma e tumor trofoblástico do sítio placentário.
Quais os fatores de risco para doença trofoblástica gestacional?
- Idade > 40 anos.
- Mola anterior.
- Uso de ACO.
OBS.: filho anterior normal protege!
Qual o quadro clínico da doença trofoblástica gestacional?
- Sangramento vaginal intenso.
- Útero amolecido, indolor e maior para a IG.
- Útero em sanfona (sobe e desce).
- Eliminação de vesículas (cachos de uva).
- Hiperêmese (semelhança do hCG com TSH).
- Pré-eclâmpsia precoce.

Quais os achados ultrassonográficos da doença trofoblástica gestacional?
- Tempestade ou flocos de neve.
- Cistos tecaluteínicos bilaterais.

Quais os achados laboratoriais da doença trofoblástica gestacional?
- hCG > 200.000.
- Proteinúria.
Quais as características da mola completa?
- Diplóide (46 XX).
- Ausência de feto (01 óvulo vazio + 01 ou 02 espermatozóides).
- Eliminação de vesículas.
- Hipertireoidismo.
- Cistos tecaluteínicos.
- hCG muito elevado.
- USG: flocos de neve.
- Malignização de 10-30%.
Quais as características da mola incompleta?
- Triplóide (69 XXY).
- Presença do feto (01 óvulo normal + 02 espermatozóides).
- Sem elimimação de vesículas.
- Sem hipotireoidismo.
- Raros cistos tecaluteínicos.
- hCG geralmente normal.
- USG: cistos placentários + feto.
- Malignização de 5-10%.

Qual o tratamento da doença trofoblástica gestacional?
- Vacuoaspiração (escolha) ou curetagem SEM o uso de misoprostol para preparo do colo (riso de sangramentos e embolia).
- Histerectomia se prole completa, > 40 anos ou sangramento incontrolável.
- Profilaxia para aloimunização (imunoglobulina anti-D) se mola incompleta (mola completa não tem tecido fetal).
- Cistos tecaluteínicos: espectante.
- Anticoncepção hormonal (não pode DIU).
OBS.: histerectomia não anula o risco de neoplasia!
Como é feito o acompanhamento após o tratamento da doença trofoblástica gestacional?
- Dosagem semanal (USP = quinzenal) de hCG até 3 resultados negativos.
- Depois, mensal até 6 meses.
Quais os sinais de neoplasia trofoblástica gestacional?
- Elevação em 3 dosagens consecutivas (2 semanas) de hCG.
- Platô em 4 dosagens (3 semanas) seguidas.
- Ausência de negativação do hCG após 6 meses.
- Metástases.
- Sangramento persistente após o esvaziamento uterino.
Quais as característica dos tumores trofoblásticos?
- Mola invasora: é a mais comum.
- Coriocarcinoma: 50% dos casos ocorrem após gestações normais (é o de pior prognóstico)!!!
- Tumor trofoblástico do sítio placentário: pode ocorrer em partos normais ou abortos. Envia raras metástases e não aumenta muito o hCG (e sim lactogênio placentário).
Qual o tratamento da neoplasia trofoblástica?
Quimioterapia (começar com 1 droga → metrotrexato).
Quais as principais causas de hemorragina da 2ª metade da gestação (> 20 semanas)?
- Placenta prévia.
- Descolamento prematuro de placenta.
- Rupturas (uterina, vasa prévia e seio marginal).
Gestante de 32 semanas vem ao PS devido a sangramento vaginal indolor. Refere sangramentos prévios. Ao exame: útero normotenso, sangramento vermelho vivo e em moderada quantidade. Qual o diagnóstico?
Placenta prévia (inserção viciosa de placenta).
O que é placenta prévia?
Implantação da placenta no segmento inferior do útero após 28 semanas.
Temos como fechar o diagnóstico de placenta prévia antes de 28 semanas?
Não, pois a placenta pode sofrer migração para o corpo uterino (antes disso é apenas inserção baixa da placenta)!
Qual a classificação da placenta prévia?
- Lateral/inserção baixa: placenta no segmebto inferior, mas não alcança o óstio interno.
- Marginal: tangencia a borda do orifício interno.
- Parcial: recobre parte do orificio interno.
- Total: recobre todo o orificio interno.
Quais os fatores de risco para placenta prévia?
- Cesareana prévia (principal).
- Intervenções uterinas anteriores (miomectomia, curetagem).
- Multiparidade.
- Idade > 35 anos.
- Sobredistensão uterina (gemelaridade, polidramnio).
- Tabagismo.
- Placenta sucenturiada.
Qual o quadro clínico da placenta prévia?
- Sangramento indolor, expontânea e de coloração vermelho rutilante.
- Autolimitado, mas recidivante.
- Aumento progressivo na intensidade.
Quais os achados do exame físico na placenta prévia?
- Apresentações fetais anômalas (oblíquas e transversas).
- Tônus uterino normal.
- AUSÊNCIA de sofrimento fetal agudo.
- NUNCA realizar toque vaginal!
Qual o exame padrão-ouro na placenta prévia?
USG transvaginal.

Qual a conduta na placenta prévia com sangramento leve a moderado?
- Pré-termo: expectante (considerar corticóide).
- Termo: interrupção da gestação.
Qual a conduta na placenta prévia com sangramento intenso?
Interrupção da gestação.
Qual a via de parto na placenta prévia
- Marginal: vaginal + amniotomia.
- Parcial: geralmente cesárea.
- Total: cesárea (indicação absoluta).
Quais as complicações da placenta prévia?
- Acretismo placentário.
- Parto pré-termo.
- Apresentações anômalas.
O que é acretismo placentário?
Implantação placentária com aderência anormalmente firme na parede uterina.
Qual a classificação do acretismo placentário?
- Acreta: fixação na camada esponjosa do endométrio.
- Increta: fixação no miométrio.
- Percreta: fixação na serosa (podendo penetrar em outros órgãos).
OBS.: a Increta é Intermediária, e a Percreta Perfura o útero!
Qual o fator de risco para acretismo placentário?
- Cesareana prévia (pricipal).
- Placenta prévia.
- Multiparidade (principalmente > 6).
Como é feito o diagnóstico de acretismo placentário?
- Doppler USG: perda do espaço claro retroplacentário, aumento da vascularização na parede vaginal, etc.
- RNM (padrão-ouro): se dúvidas.
- Não saida da placenta na hora do parto.

Qual o tratamento do acretismo placentário?
- Placenta acreta: retirada manual da placenta.
- Placenta increta e percreta: cesarea-histerectomia entre 34-37 semanas (o trabalho de parto poderia aumentar as chances de cirurgia de emergência e morbidades).
Gestante de 28 semanas vem ao PS devido a fortes dores uterinas iniciadas a 2h. Ao exame: PA = 150x 100, útero lenhoso e sangramento escuro discreto uterino. Qual o diagnóstico?
Descolamento prematuro de placenta.
O que é descolamento prematuro de placenta?
Separação intempestiva da placenta antes da expulsão fetal.
Qual a classificação do descolamento prematuro de placenta?
- Grau 0: assintomático.
- Grau 1 (leve): sangramento indolor.
- Grau 2 (moderado): sangramento doloroso, hipertonia uterina.
- Grau 3 (grave): morte fetal sem (A) ou com (B) coagulopatia instalada.
Quais os fatores de risco para o descolamento prematuro de placenta?
- Hipertensão arterial (principal).
- Traumatismo abdominal.
- Idade > 35 anos.
- Tabagismo e cocaína.
- Trombofilias.
- Anomalias uterinas.
Qual a fisiopatologia do descolamento prematuro de placenta?
Hemorragia decidual → hematoma retroplacentário → formação de crateras e hipertonia uterina → aumento do descolamento e sangramento → discrasia sanguínea (CIVD).
Qual o quadro clínico do descolamento prematuro de placenta?
- Dor abdominal.
- Hipertonia uterina.
- Taquissistolia.
- Sangramento escuro discreto (20% é oculto).
- Hemoâmnio.
- Sofrimento fetal agudo.
- Pulso paradoxal de Boero: pulso de amplitude e frequência normais nos estágios iniciais (raro).
Como é o diagnóstico do descolamento prematuro de placenta?
Clínico! USG não ajuda!
Qual a primeira conduta após o diagnóstico de descolamento prematuro de placenta?
Amniotomia!
OBS.: a amniotomia reduz a velocidade de descolamento e melhora a hipertonia uterina.
Após amniotomia, qual a conduta no descolamento prematuro de placenta?
- Feto vivo: cesareana de urgência (exceto se parto imininte → vaginal + fórcipes).
- Feto morto: parto vaginal.
Quais as complicações do descolamento prematuro de placenta?
- Útero de Couvelaire(apoplexia útero-placentária)
- CIVD.
- Síndrome de Sheehan.
OBS.: devido à CIVD, recomenda-se SEMPRE solicitar coagulograma na suspeita de DPP!
O que é o útero de Couvelaire?
Infiltração do útero por sangue, reduzindo a sua contratilidade e levando a atonia uterina.

Qual a conduta no útero de Couvelaire?
- Massagem no fundo uterino + ocitocina/misoprostol.
- Sutura de B-Lynch.
- Ligadura de a. uterina/a. hipogástrica.
- Histerectomia.
Paciente vem ao hospital em trabalho de parto. Durante as contrações, a paciente refere dor intensa que cessou bruscamente. Ao exame: PA 70x30, ausência de contrações uterinas, subida da apresentação e fácil palpação das partes fetais. Qual o diagnóstico?
Rotura uterina.
Quais os fatores de risco para rotura uterina?
- Cesareana.
- Cirurgias uterinas.
- Indução do parto com ocitocina ou misoprostol.
- Parto obstruido (desproporção cefalopélvica).
- Malformação congênita uterina.
- Multiparidade.
Quais as contraindicações absolutas de indução do parto?
- Cesareana com incisão corporal (normalmente é arciforme).
- Ausência de dados aobre a vitalidade fetal.
- Apresentações anômalas.
- Desproporção cefalopélvica.
- Placenta prévia.
Quais as contraindicações relativas de indução do parto?
- Mais de uma cesárea prévia.
- Hipertensão e pré-eclâmpsia.
- Crescimento intrauterino restrito.
Qual a classificação da rotura uterina?
- Parcial: preserva a serosa.
- Total: rompimento total da parede uterina (incluindo serosa).
Qual o quadro clínico de rotura uterina?
- Dor aguda e intensa.
- Parada súbita da contratilidade uterina.
- Sangramento.
Quais os sinais clínicos de iminência de rotura uterina?
- Sinal de Bandl: distensão do segmento inferior, formando uma depressão em faixa (útero em ampulheta).
- Sinal de Frommel: estiramento dos ligamentos redondos.
Quais os sinais clínicos de rotura uterina consumada?
- Sinal de Clark: enfisema subcutâneo.
- Sinal de Reasens: subida da apresentação (feto cai na cavidade abdominal).
- Interrupção das metrossístoles.
- Sofrimento fetal grave.
Qual a conduta na rotura uterina?
- Iminência: cesareana se urgência.
- Consumada: histerorrafia ou histerectomia.
Paciente vem ao PS em trabalho de parto. Após a amniotomia, inicia um sangramento volumoso com intenso sofrimento fetal. Qual o diagnóstico?
Rotura de vasa prévia.
O que é rotura de vasa prévia?
Rotura de vasos anormalmente inseridos na placenta que cruzam a apresentação.
Quais os fatores de risco para rotura de vasa prévia?
- Inserção velamentosa do cordão umbilical (principal).
- Placenta bilobada.
- Placenta sucenturiada.
OBS.: os vasos anormalmente inseridos não são protegidos pela geléia de Wharton.

Qual a clínica da rotura de vasa prévia?
- Sangramento intenso APÓS ruptura das membranas ovulares.
- Sofrimento fetal intenso (sangramento fetal).
Como é o diagnóstico se vasos prévios?
USG.
Quais as características da rotura de seio marginal?
- Rotura da extrema periferia do espaço interviloso.
- A clínica é idêntica a da placenta prévia (diferenciar pela USG).
- USG: placenta normoinserida!
- CD.: expectante (diagnóstico retrospectivo).
Qual as características da laceração cervical?
- Ocorre após rápida dilatação do colo uterino.
- Sangramento escuro e de pequena quantidade acumulado na vagina.
- Descoberta pelo toque vaginal.
- Ausência de dor, hipertonia uterina, repercuções hemodinâmicas e sofrimento fetal.
O que é doença hemolítica perinatal (eritoblastose fetal)?
Anemia fetal causada por anticorpos maternos devido a incompatibilidade sanguinea materno-fetal.
Quais as características da incompatibilidade ABO?
- É a mais comum.
- Não necessita de exposição prévia.
- Quadro leve (icterícia neonatal).
- Tratada com fototerapia.
O que determina a positividade ou negatividade do fator Rh?
Antígeno D (D+ = Rh+ / D- = Rh-).
OBS.: paciente da variedade Du são Rh- mas não desenvolve anticorpos anti-D.
Qual a fisiopatologia da doença hemolítica perinatal?
- Primeiro contato: formação de anticorpos anti-D IgM (não atravessam a placenta).
- Segundo contato: formação de anticorpos anti-D IgG (atravessam a placenta).
- Quadros mais graves nas gestações subsequentes.
OBS.: apesar de ser o principal, a incompatibilidade pelo antíngeno D não é a única causa de doença hemolítica perinatal.
Quais as condições necessárias para ocorrer a doença hemolítica perinatal?
- Mãe Rh-.
- Filho Rh+.
- Mãe previamente sensibilizada.
OBS.: incompatibilidade ABO protege!
Quais as consequências da doença hemolítica perinatal?
- Hemólise fetal.
- Anemia grave.
- Insuficiência cardíaca.
- Hidropsia fetal.
- Kernicterus.
Qual exame fazer em pacientes com risco de doença hemolítica perinatal?
Coombs indireto.
OBS.: além do anti-D, outros anticorpos podem positivar o teste (ex.: anti-Lewis).
Como é feito o acompanhamento de gestantes com risco de doença hemolítica perinatal?
- Coombs indireto (-): repetir com 28, 32, 36 e 40 semanas (administrar anti-D com 28 semanas).
- Coombs indireto (+): solicitar titulação.
Qual a conduta na doença hemolítica perinatal pela titulação do coombs indireto?
- Até 1:8: repetir mensalmente.
- > 1:8 (> ou igual a 1:16): avaliação da anemia fetal.
Quais os métodos não invasivos de avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?
- Cardiotocografia: padrão sinusóide (tardio).
- USG (tardio).
- Doppler (escolha).
Qual o parâmetro avaliado no doppler na avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?
Velocidade máxima de pico da artéria cerebral média.
Quais valores do doppler de a. cerebral média indicam cordocentese?
Vmáx > 1,50 MoM ou 0,8 U.
Quais os métodos invasivos de avaliação da anemia fetal na doença hemolítica perinatal?
- Amniocentese (apenas se doppler não disponível).
- Cordocentese (padrão-ouro): diagnóstico e terapêutico.
Qual o tratamento da doença hemolítica perinatal?
- > 34 semanas: parto com exanguineotransfusão e fototerapia pós-natal.
- < 34 semanas ou grave (Ht < 30%, Hb < 10% ou hidrópico): transfusão intrauterina por cordocentese.
Qual exame deve ser feito em todo recém nascidos com suspeita de doença hemolítica perinatal?
Coombs direto.
OBS.: teste de Kleihauer - identifica hemoglobina fetal no sangue materno.
Como é feita a prevenção (imunoglobulina anti-D) da doença hemolítica perinatal?
- 28ª semana de gestação.
- Até 72h após o parto (mesmo que o coombs indireto seja um pouco positivo devido à administração na 28ª semana).
- Após hemorragias durante a gestação (aborto, gestação ectópica, etc).
- Procedimentos invasisvos.
OBS.: só fazer se paciente não imunizada (se imunizada, lascou).
O que ocorre com o teste de coombs indireto quando se administra imunoglobulina anti-D?
Torna-se positivo (em baixos títulos) por 3 meses (se positivo por > 3 meses, falha da profilaxia).
OBS.: também positiva a pesquisa de anticorpos heterólogos.
O que fazer se, após administrar imunoglobulina anti-D, o coombs indireto for negativo?
Repetir a dose (indica passagem considerável de sangue para a circulação materna, consumindo toda a imunoglobulina).
OBS.: 300mcg de imunoglobulina anti-D (dose padrão) anula 30ml de sangue fetal.