Doenças Clínicas na Gravidez Flashcards

1
Q

Gestante de 29 semanas vem ao PA com queixas de cefaléia e pontos luminosos na vista. Ao exame, apresentava PA = 146x93 e proteinúrio. Qual o diagnóstico?

A

Pré-eclâmpsia.

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2
Q

O que é pré-eclâmpsia?

A

Hipertensão que se inicia na segunda metade da gestação.

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3
Q

Qual a importância da pré-eclâmpsia?

A

É a principal causa de morte materna.

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4
Q

Como ocorre a pré-eclâmpsia?

A

Ausência da 2ª onda de migração trofoblástica, levando a isquemia placentária e lesão endotelial, o que acarreta em aumento da permeabilidade vascular, espasmo arteriolar placentário e sistêmico.

OBS.: há aumento de fatores antiangiogênicos (ex.: sFlt-2) e queda dos angiogênicos (ex.: VEGF e PIGF).

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5
Q

Quais os fatores de risco para pré-eclâmpsia?

A
  • Extremos da vida reprodutiva (< 18 anos e > 35-40 anos).
  • Primiparidade.
  • Gestação múltipla.
  • Hipertensão crônica.
  • DM.
  • Obesidade.
  • Pré-eclâmpsia prévia.
  • Gravidez com novo parceiro.
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6
Q

Quais os fatores de proteção para pré-eclâmpsia?

A
  • Tabagismo.
  • Aborto prévio.
  • Placenta prévia.
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7
Q

Qual a clínica da pré-eclâmpsia?

A
  • Hipertensão.
  • Edema.
  • Proteinúria (glomeruloendoteliose capilar).
  • Disfunção hepática e renal.
  • Plaquetopenia.
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8
Q

Como é o diagnóstico de pré-eclâmpsia?

A
  • PAS > 140 e PAD > 90.
  • Proteinúria > 300mg/24h ou relação albumina/creatinina > 0,3 ou > 1+ em amostra de urina.

OBS.: após 20 semanas de gestação!

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9
Q

É possível diagnosticar pré-eclâmpsia sem proteinúria?

A

Sim! Se houver:

  • Plaquetas < 100.000.
  • Transaminases > 2x LSN.
  • Creatinina > 1,1.
  • Edema agudo de pulmão.
  • Sintomas visuais ou cerebrais.
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10
Q

Quais os exames de rastreamento de pré-eclâmpsia para as pacientes de alto risco?

A
  • Pressão arterial média.
  • Doppler de artéria uterina com índice de pulsatilidade.
  • Dosagem de fator de crescimento placentário (PLGF).
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11
Q

Quais os outros distúrbios hipertensivos da gestação?

A
  • Hipertensão arterial crônica: aumento da PA antes da gestação e antes de 20 semanas.
  • Pré-eclâmpsia sobreposta: hipertensão crônica + pré-eclâmpsia.
  • Eclâmpsia: crise convulsiva em mulher com pré-eclâmpsia, podendo ocorrer no puerpério.
  • Hipertensão gestacional (transitória): hipertensão após 20 semanas, mas sem outros critérios para pré-eclâmpsia.
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12
Q

Como diferenciar hipertensão crônica de pré-eclâmpsia?

A
  • Na hipertensão crônica, o cálcio sérico está

ELEVADO (> 100mg/24h) e o ácido úrico DIMINUIDO.

  • Na pré-eclâmpsia, o cálcio sérico está DIMINUIDO e o ácido úrico ELEVADO.
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13
Q

Quais os sinais de gravidade da pré-eclâmpsia?

A
  • PAS > 160 ou PAD > 110.
  • Cr > 1,3.
  • Iminência de eclâmpsia (cefaléia, torpor, escotomas, reflexos tendinosos exaltados e dor epigástrica ou em barra ou dor em HD).
  • Oligúria < 25ml/h ou 400-500ml/24h.
  • Edema agudo de pulmão.
  • Síndrome HELLP.
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14
Q

Qual o quadro clínico da síndrome HELLP?

A
  • Hemólise (esquizócitos, BR > 1,2, principalmente indireta, ou LDH > 600.)
  • TGO (AST) > 70.
  • Trombocitopenia < 100.000.

ocorre uma necrose hemorragica periportal

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15
Q

Qual o principal diagnóstico diferencial de síndrome HELLP?

A

Esteatose hepática aguda da gestação.

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16
Q

O que é esteatose hepática aguda da gestação?

A

Infiltração gordurosa no fígado materno no 3º trimestre de gestação.

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17
Q

Qual o quadro clínico da esteatose hepática aguda da gestação?

A
  • Náuseas e vômitos.
  • Dor no hipocôndrio direito.
  • Icterícia.
  • Ascite (50%).
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18
Q

Quais os achados laboratoriais da esteatose hepática aguda da gestação?

A
  • Hipoglicemia.
  • Aumento de bilirrubina DIRETA (HELLP = indireta).
  • Aumento das transaminases.
  • Leucocitose.
  • Alargamento do PTTa e INR.
  • Sem trombocitopenia.
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19
Q

Qual o tratamento da esteatose hepática aguda da gestação?

A

Interrupção da gestação.

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20
Q

Quais as indicações do uso de anti-hipertensivos na pré-eclâmpsia?

A

PA > 160x110 (NÃO fazer se menos que isso!!!).

OBS.: nunca normalizar a PA na pré-eclâmpsia.

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21
Q

Quais drogas utilizadas no controle pressórico na pré-eclâmpsia?

A
  • Hidralazina (escolha).
  • Labetalol.
  • Nifedipina.
  • Se hipertensão crônica: metildopa (escolha) ou pindolol.

OBS.: não utilizar diuréticos, IECA nem BRA (esse último, inclusive, não utilizar nem na lactação).

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22
Q

Quais os parâmetros esperados com a terapêutica hipertensiva na pré-eclâmpsia?

A

PAS 140-155 ou PAD 90-100 (NUNCA normalizar).

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23
Q

Quais as indicações da prevenção/tratamento das crises de eclâmpsia?

A
  • Qualquer sinal de gravidade.
  • Crise convulsiva.
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24
Q

Qual droga utilizada para previnir e tratar crises de eclâmpsia?

A

Sulfato de magnésio!

OBS.: se falha após a 2ª dose, iniciar fenobarbital ou diazepam.

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25
Quais os esquemas de sulfatação feitas na pré-eclâmpsia?
- **Pritchard**: A = 4g IV + 10g IM/ M = 5g IM a cada 4h. - **Zuspan: A = 4g IV( pode repetir metade da dose 2g ev) M= 1-2g/h por 24h (BIC).FEBRASGO** - **Sibai**: A = 6g IV/ M = 2-3g/h IV por 24h (BIC). - **Pierce**: A = 6g IV/ M = 4-6g IV por 6h (BIC).
26
Quais os níveis seguros da magnesemia durante o tratamento com sulfato de magnésio?
Entre 5 e 9 mg/dl.
27
Quais os sinais de intoxicação por sulfato de magnésio?
- Arreflexia (e não hiporreflexia) dos reflexos profundos (ex.: patelar). - FR \< 12-16. **OBS**.: oligúria \< 25ml/h **NÃO** é sinal de intoxicação e **NÃO** precisa suspender o sulfato, apenas reduzir a sua dose!
28
Qual o antídoto para os casos de intoxicação por sulfato de magnésio?
Gluconato de cálcio!
29
Quando interromper a gestação na pré-eclâmpsia não-grave?
- A partir de 37 semanas (incluido _hipertensão crônica_!). - Sempre avaliar a vitalidade fetal (USG, cardiotocografia, bioquímica materna, etc). **OBS**.: a resolução do parto é a única maneira de curar a pré-eclâmpsia (se persistir \> 12 semanas pós-parto, hipertensão crônica).
30
Quando interromper a gestação na pré-eclâmpsia grave ou na síndrome HELLP?
- **\< 34 semanas**: corticóide (se ausência de sofrimento fetal) + interrupção da gestação. - **\> 34 semanas**: interrupção da gestação. **OBS**.: se eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia, **ESTABILIZAR** primeiro, depois fazer o parto após 4-6h.
31
Qual a via de parto na pré-eclâmpsia?
Preferir vaginal!
32
Quais as medicações utilizadas em pacientes de alto risco para pré-eclâmpsia (ex.: pré-eclâmpsia prévia, hipertensão arterial crônica)?
- AAS em doses baixas. - Cálcio. **OBS**.: não indicar repouso ou redução da ingestão salina.
33
Gestante vem à unidade pra consulta de pré-natal. Traz glicemia de jejum de 96mg/dl. Qual o diagnóstico?
Diabetes gestacional.
34
O que é diabetes gestacional?
- Intolerância aos carboidratos desenvolvida na gestação, podendo persistir após o parto. - É a complicação mais comum da gravidez.
35
O que é diabetes pré-gestacional?
Paciente com DM I ou II diagnosticada na gestação.
36
Como ocorre o diabetes gestacional?
- Aumento dos hormônios contrainsulínicos produzidos pela placenta no 2º semestre (lactogênio placentário, cortisol, estrogênio e progesterona). - Se o pâncreas não conseguir compensar, ocorre o diabetes gestacional (fator de risco para DM II).
37
Quais os fatores de risco para diabetes gestacional?
- Idade \> 35 anos. - Ganho excessivo de peso. - História pessoal ou familir de diabetes gestacional. - Macrossomia fetal ou óbito fetal sem causa aparente.
38
Qual a classificação do diabetes gestacional na classificação de Priscilla White?
A1 (sem insulina) e A2 (com insulina).
39
Quando deve ser feito o rastreio de diabetes gestacional?
- **EM TODAS AS GESTANTES!** - **Primeira consulta**: glicemia de jejum - **24-28 semans**: TOTG (se glicemia de jejum normal).
40
Quais os resultados normais dos exames de rastreio de diabetes gestacional?
- Glicemia de jejum \< 92 (solicitar TOTG 75g no 3º semestre). - TOTG \< 92 (jejum), 180 (1 hora) e 153 (2 horas).
41
Quais os resultados que confirmam o diagnóstico de diabetes gestacional?
- **Glicemia de jejum**: 92-125. - **TOTG 75g**: 92-125 (jejum), \> 180 (1 hora) e 153-199 (2 horas). **OBS**.: basta 1 valor alterado, sem precisar confirmar.
42
Quais os resultados que confirmam o resultado de diabetes pré-gestacional?
- **Glicemia de jejum**: \> ou = 126. - **TOTG 75g**: \> ou = 126 (jejum), \> ou = 180 (1 hora), \> ou = 200 (2 horas). - **HbA1C**: \> ou = 6,5%. **OBS**.: basta 1 resultado alterado, em uma consulta.
43
Como proceder no rastreio de diabetes gestacional se não houver disponível TOTG 75g?
Repetir glicemia de jejum entre 24-28 semanas.
44
Como fazer o acompanhamento do feto de mãe com diabetes gestacional?
- USG mensal. - Cardiotocografia. - Perfil biofísico fetal. **OBS**.: dopplerfluxometria não é um bom exame para avaliar fetos de mães diabéticas.
45
Qual a conduta inicial do diabetes gestacional?
- Dieta fracionada. - Exercírcios físicos. - **SUSPENDER antidiabéticos orais!!!** - Encaminhar ao pré-natal de alto risco. - Realizar perfil glicêmico de controle dentro de 1 semana.
46
Quais as indicações de insulinoterapia no diabetes gestacional (0,3 a 0,5 UI/kg/dia)?
- Controle insatisfatório da glicemia com dieta e atividade física (GJ \> 95 em jejum, \> 140 após 1h e \> 120 após 2h da refeição). - Diabétes pré-gestacional em substituição dos antidiabéticos orais. - Uso prévio de insulina. - Feto com circunferência abdominal \> p75. **OBS**.: perto do parto, suspender insulina NPH e manter regular de acordo com a glicemia capilar.
47
Paciente diabética apresenta episódios de hipoglicemia no final da gestação utilizando a mesma dose de insulina. Qual o diagnóstico?
Insuficiência placentária.
48
Qual a via de parto no diabetes gestacional?
Indicação obstétrica (exceto se 4.000-4.500g → cesareana).
49
Deve-se antecipar o parto no diabetes gestacional?
- **Controle sem insulina**: não antecipar o parto. - **Controle com insulina**: antecipar para 38-39 semanas. **OBS**.: durante o parto, a glicemia da paciente deve ser de até 140.
50
O diabetes gestacional tem risco de malformações ou óbito fetal?
Não, apenas o diabetes prévio (HbA1C \> 7 no 1º trimestre)!
51
Qual a malformação mais típica do diabetes na gestação?
Síndrome de regressão caudal.
52
Quis as complicações do diabetes na gestação?
- Macrossomia fetal (hiperinsulinismo **FETAL**). - **Hipoglicemia fetal**. - Distócia de ombro./tocotraumatismo - Polidramnia (devido à poliúria osmótica). - Morte fetal tardia súbita por acidose e policitemia (DM prévio). - Síndrome do desconforto respiratório do RN (hiperglicemia interfere no surfactante). - Má-formações fetais (DM prévio).
53
Quais manobras utilizar no caso de distócia de espáduas?
- **McRoberts + pressão suprapúbica (primeira manobra** → resolve 80%). - **Woods**: rotação do ombro posterior em 180°. - **Rubin II**: rotação do ombro anterior em 180°. - **Jaquemier**: retirada do braço. - **Gaskin**: posição em quatro apoios. **OBS**.: nunca fazer manobra de Kristeller!
54
Quais as condutas no puerpério de pacientes com diabetes gestacional?
- Suspender insulina. - Retornar antidiabéticos orais (se uso prévio). - Realizar TOTG após 60 dias do parto. **OBS**.: se TOTG normal, acompanhar a glicemia da gestante de 3/3 anos.
55
Paciente vem ao pré-natal mostrar USG de 1º trimestre. Exame revela dois embriões. Qual o diagnóstico?
Gestação gemelar.
56
O que é gestação gemelar?
Presença simultânea de dois ou mais conceptos no útero materno ou fora dele.
57
Qual a classificação da gestação gemelar quanto a zigotia (número de zigotos/ovos ferrilizados)?
- **Monozigóticas**: 1 ovo dividido em 2 (gêmeos idênticos → mesmo sexo). - **Dizigóticas**: 2 ovos fertilizados (gêmeos fraternos → sexo igual ou diferente).
58
Qual a classificação da gestação gemelar quanto a corionia (número de placentas)?
- **Monocoriônico**: 1 placenta (só pode ser monozigótico). - **Dicoriônico**: 2 placentas (pode ser mono ou dizigótico).
59
Qual a classificação da gestação gemelar quanto a amniocidade (número de bolsas amnióticas)?
- **Monoamniótica**: 1 bolsa amniótica (só pode ser monozigótica). - **Diamnióticas**: 2 bolsas amnióticas (pode ser mono ou dizigóticos).
60
Quais os fatores de risco para gestação gemelar?
- Drogas indutoras de ovulação. - Técnicas de reprodução assisitida. - História familiar (só DZ). - Idade avançada (só DZ). - Raça negra (só DZ).
61
É necessária o diagnóstico da zigotia?
Não (muitas vezes não é possível).
62
Qual pode ser a corionicidade e a amniocidade de uma gestação monoamniótica de acordo com o tempo de clivagem do zigoto?
- **Até o 3º dias (72h)**: dicoriônica e diamniótica. - **4º ao 8º dia**: monocoriônica e diamniótica. - **9º ao 12º dia**: monocoriônica e monoamniótica. - **13 ao 15º dia**: gêmeos acolados (siameses).
63
Qual o principal fator prognóstico (mau prognóstico) da gestação gemelar?
A corionia (monocoriônicas)!
64
Qual a melhor época para diagnosticar a corionia?
Entre 6-9 semanas (01 saco gestacional = monocoriônica/02 sacos gestacionais = dicoriônica).
65
Qual o sinal ultrassonográfico de gestação dicoriônica?
Sinal do **Y**, do **lâmbida** ou **Twin Peaks**.
66
Qual o sinal ultrassonográfico de gestação monocoriônica?
Sinal do **T**.
67
Quais as principais complicações maternas da gestação gemelar?
- Pré-eclâmpsia. - Polidramnia. - Parto pré-termo. - CIUR. - DPP e PP. - Morte fetal intrautero.
68
O que é a síndrome de transfusão fetofetal?
Presença de transfusões sanguíneas desiquilibradas entre os fetos devido à anastomoses **arteriovenosas** profundas na placenta.
69
Quais as características da síndrome de transfusão fetofetal?
- Só ocorre em gestações **monocoriônicas**. - **Feto receptor**: hipervolemia, poliúria, hidrópsia e ICC. - **Feto doador**: hipovolemia, oligúria e CIUR.
70
Como diagnosticar a síndrome de transfusão fetofetal?
- Bolsão do feto receptor \> 8cm. - Bolsão do feto doador \< 2cm. **OBS**.: peso fetal **NÃO** é critério diagnóstico!
71
Qual o tratamento da síndrome de transfusão fetofetal?
- **Leve**: amniocentese seriada. - **Grave**: fotocoagulação com laser dos vasos.
72
O que são gêmeos acárdicos (perfusão arterial reversa do gemelar)?
Passagem de sangue desoxigenado para um dos fetos devido a grandes anastomoses **arterioarteriais** na placenta.
73
Quais as características do gêmeo acárdico?
- Só ocorre em gestações **monocoriônicas**. - **Gêmeo receptor**: morfogênese incompleta (anencefalia, acardia, etc). - **Gêmeo doador**: ICC.
74
Qual o tratamenro do gêmeo acárdico?
- Ligadura do cordão umbilical do gêmeo receptor. - Coagulação do cordão umbilical do gêmeo receptor.
75
Qual a via de parto na gestação gemelar?
Preferir vaginal (a principal apresentação é cefálica-cefálica). **se 1º cefalico e 2º pélvico**: risco de cabeça derradeira do segundo.CD: cesariana **se 1ºcefalico e 2º transverso**: realizar parto vaginal com extração podal do segundo feto.
76
Quais as indicações de cesareana na gestação gemelar?
- 3 ou mais conceptos. - Gestação monoamniótica. - Primeiro parto pélvico. - 2º feto com \< 1500g ou diferença de 25% entre os gêmeos. - Feto com vitalidade comprometida. - Gêmeos acolados.
77
Em qual momento interromper a gestação gemelar?
- **Dicoriônica e diamniótica**: entre 38 e 39 semanas. - **Monocoriônica e diamniótica**: entre 36 a 37 semanas. - **Monocoriônica e monoamniótica**: entre 32 e 34 semanas.
78
Quais as duas causas de cirurgia não obstétricas na gravidez?
Apendicite aguda e colecistite aguda.
79
Qual o principal agente etiológico nas ITUs da gestação?
E. coli.
80
O que é bacteriúria assintomática na gestação?
Urinocultura positiva com passiente assintomática.
81
Qual a conduta na bacteriúria assintomática na gestação?
- Antibioticoterapia. - Urocultura de controle após 1-2 semanas.
82
Quis os antibióticos utilizar nas ITUs da gestação?
- Nitrofurantoína. - Fosfomicina. - Amoxacilina. - Cefalexina. - Ceftriaxone. - Gentamicina. **OBS**.: não utilizar sulfametoxazol + trimetropim no 1º trimestre.
83
Qual o tratamento das ITUs da gestação?
- **Cistite**: ATB VO (3-7 dias). - **Pielonefrite**: ATB IV (7-10 dias). - Urocultra de controle após 1-2 semanas.
84
Quando fazer profilaxia com nitrofurantoína nas ITUs da gestação?
- **Cistite e bacteriúria assintomátixa**: após o 2º episódio. - **Pielonefrite**: após o 1º episódio. - Realizar até o _puerpério_. **OBS**.: além da quimioprofilaxia, realizar urinoculturas frequentes.
85
Quais as consequências da gestação em pacientes cardiopatas?
- Descompensação da doença cardíaca. - Limitação às atividades. - Abortamento. **OBS**.: a principal cardiopatia é a estenose mitral!
86
Quais as pacientes com alto risco de descompensação cardíaca na gestação?
- Síndroms de Eisenmenger. - Cardiopatias cianóticas. - NYHA III e IV. - Hipertensão pulmonar. - Síndrome de Marfan com envolvimento da aorta.
87
Qual a conduta no trabalho de parto nas pacientes cardiopatas na gestação?
- Parto vaginal com **fórcipes de alívio** (não fazer cesárea! Indicação obstétrica!). - **Cesareana se**: síndrome de Marfan e coarctação da aorta.
88
Qual a principal causa de icterícia na gestação?
Hepatite.
89
Qual o problema da gestação em paciente com lúpus eritematoso sistêmico?
- Predomínio de resposta Th2, que piora a doença. - Aumento do risco de aborto espontâneo. - Evitar engravidar antes de 6 meses de remissão ou nos primeiros 2 anos do diagnóstico. **OBS**.: geralmente, as exacerbações do LES ocorrem no _3º trimestre_ de gestação.
90
Quais achados sugerem reativação do lúpus eritematoso sistêmico na gestação?
- Redução do complemento sérico. - Hematúria dismórfica. - Elevação do anti-DNA. - Anti-Ro (anti-SSA): _lúpus neonatal_.
91
Quais as características do lúpus neonatal?
- Lesões de pele. - Trombocitopenia ou leucopenia. - Bloqueio cardíaco congênito (**+ característico**).
92
Qual a conduta no lúpus eritematoso sistêmico na gestação?
- Hidroxicloroquina. - Azatioprina. - Predinisona. - **Não utilizar**: metotrexato e ciclofosfamida.
93
Quaias as complicações do hipertireoidismo na gestação?
- **Hipertireoidismo fetal**. - Abortamento. - Prematuridade. - Crescimento intrauterino restrito. - Baixo peso ao nascer. - Descolamento prematuro de placenta. **OBS**.: no hipotireoidismo materno, o TSH deve ficar \< 2,5. Se maior que isso, investigara presença de anticorpos _anti-TPO_.
94
Quais as complicações do hipotireoidismo na gestação?
- **Déficit cognitivo**. - Abortamento. - Prematuridade. - Crescimento intrauterino restrito. - Baixo peso ao nascer. - Descolamento prematuro de plascenta.