Amenorréia e Infertilidade Flashcards
O que é amenorréia?
Ausência de menstruação por 3 ciclos consecutivos ou 6 meses.
Quais os tipos de amenorréia?
- Primária: a paciente nunca menstruou.
- Secundária: a paciente já menstruava, mas parou.
Quais os compartimentos que podem causar amenorréia?
- Compartimento I: uterovaginal.
- Compartimento II: ovariano.
- Compartimento III: hipófise.
- Compartimento IV: hipotálamo.
Qual o primeiro passo na avaliação da amenorréia secundária?
Descartar gestação (solicitar beta-hCG).
OBS.: é a causa mais comum de amenorréia.
Qual o segundo passo na avaliação da amenorréia secundária?
Dosar TSH e prolactina.
Qual a interferência do TSH no ciclo menstrual?
Aumenta os níveis de prolactina quando elevado (ex.: hipotireoidismo).
OBS.: a hiperprolactinemia causa atrofia endometrial.
Quais as causas de hiperprolactinemia (> 20)?
- Fármacos (principal): metoclopramida, haloperidol, fluoxetina e ranitidina.
- Causas fisiológicas (gestação, lactação, estimulação mamária, etc).
- Prolactinoma (tumor de hipófise).
Qual a conduta na suspeita de prolactinoma?
- Solicitar RNM.
- Iniciar cabergolina.
Qual o terceiro passo na avaliação da amenorréia secundária?
Teste da progesterona (medeoxiprigesterona por 5-7 dias).
Quais os resultados do teste da profesterona?
- Com sangramento: confirma anovulação (ex.: SOP).
- Sem sangramento: avaliar anatomia, gônadas, hipotálamo e hipófise.
OBS.: podemos pressupor que houve anovulação pois, para sangrar com peogesterona, deve haver níveis adequados de esteogênio e matutação endometrial.
Qual o quarto passo na avaliação da amenorréia secundária?
Teste do estrogênio + progesterona (ACO por 21 dias).
Quais os resultados do teste do estrogênio + progesterona?
- Com sangramento: descarta alteração uterovaginal.
- Sem sangramento: confirma alteração uterovaginal (compartimento I).
OBS.: o uso contínuo de anticoncepcionais pode levar a ATROFIA ENDOMETRIAL com amenorréia após suspensão, fazendo o teste do estrogênio + progesterôna vir negativo.
Qual o quinto passo na avaliação da amenorréia secundária?
Dosar FSH.
Quais os resultados da dosagem de FSH?
- Elevado (> 20): hipogonadismo hipergonadotrófico (compartimento II).
- Normal ou baixo (< 5): hipogonadismo hipogonadrotófico (compartimento III ou IV).
Qual o sexto passo na avaliação da amenorréia secundária?
Teste do GnRH (admnistrar GnRH e dosar FSH e LH).
Qual o resultado do teste do GnRH?
- FSH e LH elevados: problema no hipotálamo (compartimento IV).
- FSH e LH normais ou diminuidos: problema na hipófise (compartimento III).
Qual o primeiro passo na avaliação da amenorréia primária?
Avaliar a presença de caracteres sexuais sexundários.
Quando investigar as pacientes com amenorréia primária de acordo com o desenvolvimento sexual sexundário?
- Com caracteres sexuais sexundários: investigar após 16 anos.
- Sem caracteres sexuais sexundários: investigar após os 14 anos.
Qual a conduta nas amenorréias primárias com desenvolvimento sexual secundário?
Investigar causa anatômica e presença ou ausência de vagina.
OBS.: se vagina presente, procurar hímem imperfurado ou septos. Se vagina ausente, procurar malformações Mülerianas.
Qual a conduta nas amenorréias primárias sem desenvolvimento sexual secundário?
Dosar FSH.
Qual o resultado da dosagem de FSH nas amenorréias primárias sem desenvolvimento sexual secundário?
- FSH alto (> 20): digenesia gonadal (solicitar cariótipo).
- FSH baixo (<5): testa do GnRH para avaliar hipófise e hipotálamo.
OBS.: a principal causa de amenoréia primária em pacientes sem desenvolvimento sexual secundário é a digenesia gonadal (ex.: síndrome de Turner).
Quais as causas de amenorréias hipotalâmicas?
- Estresse.
- Exercírcios físicos intensos.
- Uso de medicamentos (ex.: anticoncepcionais).
- Obesidade (aumeto da esteroidogênese pelo tecido adiposo, causando feedback negativo).
- Craniofaringeomas.
- Síndrome de Kallman.
OBS.: são as causas mais comuns de amenorréia.
Quais as características da síndrome de Kallman?
- Defeito na migração das celulas neurais olfatórias e produtoras de GnRH.
- Causa anosmia, hipogonadismo hipogonadotrófico e cegueira para cores.
- Causa amenorréia primária.
Quais as causas de amenorréia hipofisária?
- Adenoma hipofisário (principal).
- Síndrome de Sheehan.
Quais as características da síndrome de Sheehan?
- Necrose da hipófise por hemorragias intensas no parto.
- Causa amenorréia com ausência de lactação ainda na maternidade.
Quais as causas de amenorréia gonadal?
- Síndrome de Turner.
- Falência ovariana precoce.
- Síndrome de Savage.
- Síndrome de Morris (pseudo-hermafroditismo masculino).
- Deficiência de 5-alfa-redutase.
Quais as características da síndrome de Turner?
- Mulher com apenas um cromossomo X (45 X0).
- É a principal causa de digenesia gonadal.
- Causa genitália infantilizada, baixa estatura patológica, hipertelorismo mamário e pescoço alado.
- USG: ovários em fita.
- Tratar com reposição de esteróides sexuais.
Quais as características da falência ovariana precoce?
Falência ovariana antes dos 40 anos.
Quais as características da síndrome de Savage?
Resistência ovariana às gonadotrofinas.
OBS.: para diferenciar da falência ovariana precoce, deve-se fazer uma biópsia de ovário e contar o número de folículos.
Qual o fator responsável pela formação das gônadas no período embrionário.
Gene SRY do cromossomo Y (com ele, forma-se testículo. Sem ele, forma-se ovário).
Quais os principais responsáveis pela genitália interna no período embrionário?
- Ductos de Müller (paramesonéfricos): genitália interna feminina.
- Ductos de Wolff (mesonéfricos): genitália interna masculina.
Qual o fator responsável pela diferenciação da genitália interna no período embrionário?
Androgênios (testosterona) e hormônio antimülleriano → regridem os ductos de Müller e estimulam os de Wolff.
OBS.: sem esses dois hormônios, a genitália será feminina.
Quais as extruturas formaram a genitália externa no desenvolvimento embrionário?
- Tubérculo genital: clítoris e glânde.
- Protuberância genital: grandes lábios e esroto.
- Dobras urogenitais: pequenos lábios e corpo do pênis.
- Seio urogenital: próstata.
OBS.: o grande determinante é a presença de di-hidrotestosterona (DHT).