Responsabilidade Civil do Estado Flashcards

1
Q

Qual é o fundamento da responsabilidade civil do Estado?

A

A responsabilidade civil do Estado fundamenta-se na ideia de que a Administração Pública também se submete ao direito posto, devendo ressarcir particulares por danos causados por seus agentes, como manifestação da responsabilidade extracontratual e do princípio da isonomia.

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2
Q

O que prega a Teoria da Irresponsabilidade do Estado?

A

A Teoria da Irresponsabilidade do Estado prega que o estado é irresponsável, pois o monarca ditava as leis, determinava o que era certo e errado, e não admitia falhas, sendo o Estado uma personificação de Deus através de seus monarcas.

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3
Q

Em que consiste a responsabilidade do Estado como previsão legal?

A

A responsabilidade do Estado como previsão legal consiste na responsabilização em casos pontuais e restritos, desde que houvesse previsão legal específica, como no caso “Blanco” na França.

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4
Q

Quais são os elementos necessários para a responsabilização do Estado na Teoria da Responsabilidade Subjetiva?

A

Os elementos necessários são a conduta do estado, o dano, o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, e a culpa ou dolo do agente.

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5
Q

Qual é a principal característica da Teoria da Culpa do Serviço?

A

A principal característica é a responsabilização pela má prestação ou prestação ineficiente do serviço, sem necessidade de apontar o agente causador, baseada na culpa do serviço e não na culpa do agente.

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6
Q

O que caracteriza a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado?

A

A Teoria da Responsabilidade Objetiva caracteriza-se pela obrigação de indenizar decorrente da mera relação causal entre o comportamento do agente público e o dano, independentemente de culpa, abrangendo inclusive condutas lícitas que venham a ferir a isonomia.

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7
Q

Como é caracterizada a responsabilidade civil do Estado na CF? E do agente público?

A

A responsabilidade civil do Estado é objetiva, enquanto a do agente público é subjetiva.

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8
Q

Quem responde pelos danos causados além do Estado?

A

Além do Estado, respondem pelos danos causados as pessoas jurídicas de direito público da administração direta, autarquias, fundações públicas e empresas estatais criadas para prestação de serviços públicos.

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9
Q

Qual é a responsabilidade dos particulares prestadores de serviço público por delegação?

A

Os particulares prestadores de serviço público por delegação têm responsabilidade objetiva, e o Estado tem responsabilidade objetiva subsidiária.

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10
Q

Como se aplica o princípio da impessoalidade na responsabilidade civil do Estado?

A

O princípio da impessoalidade atribui a responsabilidade à pessoa jurídica, uma vez que o ato praticado pelo agente é considerado da pessoa que ele representa, conforme a Teoria da Imputação Volitiva.

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11
Q

O que pacificou o STJ em relação aos atos de terceirizados nos órgãos públicos?

A

O STJ pacificou o entendimento de que o Estado responde pelos atos de terceirizados contratados para prestar serviços nos órgãos públicos (REsp 904127).

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12
Q

Como é a responsabilidade dos notários nas serventias extrajudiciais?

A

Nas serventias extrajudiciais, a responsabilidade dos notários é subjetiva, apesar de serem delegatários de serviços.

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13
Q

Quais são os três elementos necessários para a responsabilização objetiva do Estado?

A

Conduta, dano e nexo de causalidade.

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14
Q

Como deve ser a conduta para configurar responsabilidade objetiva do Estado?

A

A conduta deve ser praticada por uma pessoa na qualidade de agente público, podendo ocorrer fora do horário de trabalho, mas aproveitando-se dessa qualidade. A conduta deve ser comissiva, pois os casos de omissão se enquadram na responsabilidade subjetiva.

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15
Q

Quais danos geram responsabilização estatal?

A

Danos jurídicos, ou seja, danos a um bem tutelado pelo direito, inclusive danos morais.

Danos de atos lícitos devem ser anormais e específicos para gerar responsabilidade, conforme o princípio da isonomia.

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16
Q

O que é o nexo de causalidade na responsabilidade objetiva do Estado?

A

O nexo de causalidade é a ligação lógica entre a conduta do agente público e o dano causado, sendo a conduta determinante para o dano.

A responsabilidade é excluída em casos de interrupção do nexo causal, como caso fortuito, força maior e culpa exclusiva de terceiros.

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17
Q

O que ocorre quando há uma interrupção do nexo causal?

A

A interrupção do nexo causal exclui a responsabilidade do Estado, ocorrendo quando condutas posteriores, alheias à vontade do Estado, causam o dano, ou quando a atuação do agente público não é suficiente, por si só, para causar o dano reivindicado.

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18
Q

Qual é a diferença entre a teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral?

A

A teoria do risco administrativo responsabiliza objetivamente o Estado pelos danos, admitindo excludentes de responsabilidade.

Já a teoria do risco integral responsabiliza o Estado pela simples existência de dano e nexo causal, sem admitir excludentes, aplicando-se a situações excepcionais.

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19
Q

Quando é aplicada a teoria do risco integral?

A

A teoria do risco integral é aplicada em casos excepcionais, como danos decorrentes de atividade nuclear, danos ao meio ambiente causados por atos comissivos de agentes públicos, crimes terroristas a bordo de aeronaves e acidentes de trânsito cobertos pelo seguro DPVAT.

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20
Q

O que estabelece a Súmula nº 652 do STJ sobre a responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao meio ambiente?

A

A Súmula nº 652 do STJ estabelece que a responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao meio ambiente, decorrente de sua omissão no dever de fiscalização, é de caráter solidário, mas de execução subsidiária.

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21
Q

O que caracteriza a responsabilidade por omissão do Estado?

A

A responsabilidade por omissão do Estado ocorre quando o dano é causado pela não atuação estatal. Nesse caso, aplica-se a teoria da responsabilidade subjetiva, onde o dever de indenizar está condicionado ao elemento subjetivo, que se diferencia do dolo ou culpa da teoria civilista, sendo necessário apenas comprovar a má prestação do serviço público.

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22
Q

Quais são os elementos definidores da responsabilidade do Estado em casos de omissão?

A

Os elementos são comportamento omissivo e ilícito do Estado, dano, nexo de causalidade e culpa do serviço público.

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23
Q

Em que situações o Estado não será responsabilizado por omissão?

A

Estado não será responsabilizado por omissão em fatos da natureza, atos de terceiros ou de multidões, desde que tenha tomado medidas possíveis para impedir o dano.

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24
Q

O que é o princípio da reserva do possível na responsabilidade por omissão do Estado?

A

O princípio da reserva do possível estabelece que a responsabilização do Estado depende de sua capacidade de atuação dentro da razoabilidade de estruturação dos serviços públicos e questões orçamentárias. Se o Estado age dentro de seu padrão normal esperado, não há responsabilização.

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25
Q

O que significa dano evitável na responsabilidade por omissão do Estado?

A

Dano evitável refere-se à necessidade de comprovar que o dano poderia ter sido evitado pelo Estado, considerando suas capacidades de atuação e estruturação razoáveis.

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26
Q

O que caracteriza a responsabilidade por omissão e teoria do risco criado (risco suscitado)?

A

A responsabilidade por omissão e teoria do risco criado ocorre quando o Estado cria situações de risco que levam ao dano, assumindo o risco por meio de comportamento positivo. O Estado responde objetivamente, mesmo sem a conduta direta do agente público.

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27
Q

Em quais situações o Estado assume a responsabilidade objetiva sob a teoria do risco suscitado?

A

O Estado assume a responsabilidade objetiva em situações de guarda de pessoas ou coisas, como detentos de presídios, crianças em escolas públicas e carros apreendidos, onde o risco é suscitado pela custódia estatal.

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28
Q

O que é o fortuito interno na responsabilidade por omissão do Estado?

A

O fortuito interno refere-se a eventos que, embora imprevisíveis, ocorrem em virtude da custódia do ente estatal, gerando responsabilidade objetiva do Estado. É necessário comprovar que a custódia foi condição indispensável para o dano.

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29
Q

Quando o Estado não será responsabilizado sob a teoria do risco suscitado?

A

O Estado não será responsabilizado quando o dano ocorrer por fortuito externo, ou seja, eventos completamente alheios à custódia estatal, como a morte de um preso por um raio que caia dentro do presídio.

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30
Q

Em que situações o Estado pode indenizar sem que haja responsabilidade civil?

A

O Estado pode indenizar sem responsabilidade civil em casos de responsabilidade contratual, como descumprimento de contrato administrativo, e sacrifício de direito, como desapropriação de bem privado para fins de utilidade pública.

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31
Q

O que caracteriza a responsabilidade contratual do Estado?

A

A responsabilidade contratual do Estado ocorre em obrigações decorrentes de contratos administrativos, como danos que causem desequilíbrio contratual. A finalidade é a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, conforme a Lei 14133.

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32
Q

O que é a responsabilidade civil (extracontratual) do Estado conforme o art. 37, § 6º, da CF?

A

A responsabilidade civil extracontratual do Estado refere-se a danos indiretos causados a terceiros sem vínculo contratual com o poder público, por atuação do Estado na busca do interesse coletivo, como execução de obras públicas ou prestação de serviços públicos. A finalidade é garantir a isonomia e a reparação dos danos causados indiretamente.

33
Q

O que significa sacrifício de direito na indenização pelo Estado?

A

Sacrifício de direito ocorre quando há intervenção administrativa que restringe ou retira o direito do particular, como desapropriação. A finalidade é o ressarcimento pela retirada ou extinção do direito, conforme o art. 5º, XXIV e XXV, da CF.

34
Q

Quais são as excludentes de responsabilidade do Estado?

A

As excludentes de responsabilidade do Estado incluem caso fortuito e força maior, culpa exclusiva da vítima, ausência de dano jurídico e ausência de conduta de agente público.

35
Q

O que ocorre no caso de culpa concorrente entre o Estado e a vítima?

A

No caso de culpa concorrente entre o Estado e a vítima, a responsabilidade não é excluída, mas haverá redução no valor indenizatório a ser pago.

36
Q

Como funciona a responsabilidade do agente público em casos de dano?

A

A vítima cobra do Estado, que, após análise de dolo ou culpa dos seus agentes, poderá entrar com ação de regresso contra o agente público. A responsabilidade do Estado é objetiva, enquanto a do agente é subjetiva.

37
Q

O que estabelece a Teoria da Dupla Garantia?

A

A Teoria da Dupla Garantia estabelece que a vítima não pode ingressar diretamente contra o agente público causador do dano.

O art. 37, § 6º, da CF garante que o particular lesado seja indenizado pelo Estado, que depois pode cobrar do agente.

38
Q

Qual é a fundamentação para a Teoria da Dupla Garantia?

A

A fundamentação para a Teoria da Dupla Garantia está no princípio da impessoalidade, pois não há relação direta entre o agente público e o particular prejudicado, já que o agente atua em nome do Estado (Teoria do Órgão).

39
Q

O que decidiu o STJ em 2014 sobre a responsabilização direta do agente público?

A

O STJ decidiu que a vítima pode propor ação diretamente contra o agente público, visando economicidade e eficiência processual, devendo comprovar dolo ou culpa do agente.

No entanto, essa decisão contraria a Teoria da Dupla Garantia estabelecida pelo STF.

40
Q

Qual é o entendimento atual do STF sobre a responsabilidade do agente público?

A

O entendimento atual do STF, conforme o RE 1027633, é que a ação deve ser proposta contra o ente estatal, cabendo ao ente estatal entrar com ação regressiva contra o agente público.

41
Q

O que é a denunciação à lide no Direito Processual Civil?

A

A denunciação à lide é uma forma de intervenção de terceiro, onde o autor ou réu chama um terceiro ao processo para evitar a propositura de uma nova ação para cobrar desse terceiro, conforme o art. 125 do CPC.

42
Q

É possível o Estado denunciar à lide o agente público?

A

A doutrina majoritária entende que não é possível, pois isso ampliaria subjetivamente o mérito da ação e prejudicaria a celeridade da prestação judicial. No entanto, o STJ admite a possibilidade da denunciação à lide, fundamentando-se na economia processual, eficiência e celeridade.

43
Q

Qual é a fundamentação do STJ para admitir a denunciação à lide do agente público pelo Estado?

A

O STJ fundamenta a admissibilidade da denunciação à lide na garantia da economia processual, eficiência e celeridade, permitindo que o Estado chame o agente público ao processo, mas não obrigando-o a fazê-lo.

44
Q

O que deve ser considerado para fins de concurso público sobre a denunciação à lide do agente público?

A

Para fins de concurso público, deve-se considerar tanto o entendimento doutrinário, que é contrário à denunciação à lide, quanto o entendimento do STJ, que admite essa possibilidade. A questão normalmente requer a resposta baseada em um desses entendimentos.

45
Q

Em que situações o agente público pode ser responsabilizado de acordo com o Decreto 9830?

A

O agente público pode ser responsabilizado por suas decisões ou opiniões técnicas quando agir ou se omitir com dolo, direto ou eventual, ou cometer erro grosseiro, conforme o art. 12 do Decreto 9830.

46
Q

Qual é o prazo prescricional para a ação indenizatória em face do Estado?

A

O prazo prescricional para a ação indenizatória em face do Estado é de 5 anos, conforme entendimento adotado pelo STJ.

47
Q

Qual é o prazo prescricional para a propositura de ação de regresso pelo Estado contra o agente público?

A

O prazo prescricional para a propositura de ação de regresso pelo Estado contra o agente público é de 3 anos.

48
Q

O que diz o art. 37, § 5º da CF sobre a ação de ressarcimento ao erário?

A

O art. 37, § 5º da CF estabelece que a ação de ressarcimento ao erário por danos causados por agentes ao patrimônio público, em razão de ato de improbidade doloso, é imprescritível.

49
Q

Qual é o entendimento do STJ sobre a prescrição de indenização por danos morais decorrente da violação aos direitos humanos durante o regime militar?

A

O entendimento do STJ é que a pretensão de recebimento de indenização por danos morais decorrente da violação aos direitos humanos durante o regime militar de exceção é imprescritível, conforme a Súmula nº 647 do STJ.

50
Q

Como se caracteriza a responsabilidade por má execução de obra pública?

A

A responsabilidade por má execução de obra pública depende de quem executou a obra.

Se executada pelo próprio Estado, aplica-se a responsabilidade objetiva.

Se executada por um empreiteiro através de contrato administrativo e o dano for causado por culpa exclusiva do executor, aplica-se a responsabilidade subjetiva, sendo a ação movida somente contra o empreiteiro.

51
Q

O que ocorre na responsabilidade pelo simples fato da obra pública?

A

Na responsabilidade pelo simples fato da obra pública, o dano é causado pela existência da obra, sem necessidade de culpa.

Nesse caso, a responsabilidade é objetiva do Estado, independentemente de quem executou a obra.

52
Q

Qual é um exemplo de responsabilidade objetiva do Estado pelo simples fato da obra pública?

A

Um exemplo é a construção de um cemitério em frente a um hotel de luxo, que causa o fechamento do estabelecimento.

53
Q

Como é caracterizada a responsabilidade por leis de efeitos concretos?

A

Leis de efeitos concretos, que são leis em sentido formal mas não material, são verdadeiros atos administrativos.

A responsabilidade civil do ente que emanou essas leis é objetiva, com base na teoria do risco administrativo, semelhante à responsabilidade por atos administrativos.

54
Q

Quando ocorre a responsabilidade civil do Estado por leis de efeitos concretos?

A

A responsabilidade civil do Estado por leis de efeitos concretos ocorre nos mesmos moldes da responsabilidade por atos administrativos, sendo objetiva. Um exemplo é uma lei que determina terreno como utilidade pública para fins de desapropriação.

55
Q

Como se caracteriza a responsabilidade por leis em sentido formal e material?

A

Leis em sentido formal e material são atos legislativos típicos que estipulam normas gerais e abstratas. Como regra geral, não há responsabilidade civil do Estado por sua edição, pois essas leis não causam dano específico a ninguém e são manifestação da soberania estatal.

56
Q

Em que situação a responsabilidade civil do Estado por leis em sentido formal e material pode ser admitida?

A

A responsabilidade civil do Estado por leis em sentido formal e material pode ser admitida de forma excepcional, desde que haja dano específico a alguém e o ato normativo seja declarado inconstitucional pelo STF através de controle concentrado de constitucionalidade, o que confere efeito erga omnes.

57
Q

Quando o poder judiciário é responsabilizado de forma objetiva?

A

O poder judiciário é responsabilizado de forma objetiva quando exerce função administrativa atipicamente, fundamentada na teoria do risco administrativo, pois tais condutas são consideradas atos administrativos.

58
Q

Como é caracterizada a responsabilidade por atos jurisdicionais típicos?

A

O entendimento majoritário é que o ente público não será responsabilizado por atos jurisdicionais típicos, pois há mecanismos recursais ou ações revisionais para corrigir eventuais injustiças, e a função jurisdicional é uma manifestação da soberania estatal.

59
Q

Qual é a exceção à regra de irresponsabilidade por atos jurisdicionais típicos?

A

A exceção é a indenização por erro judiciário, conforme disposto no texto constitucional. Além disso, o Estado também indenizará quem ficar preso além do tempo fixado na sentença, embora este último seja considerado ato administrativo.

60
Q

Como é a responsabilidade do Estado por prisão além do tempo fixado na sentença?

A

A responsabilidade do Estado por prisão além do tempo fixado na sentença é objetiva, e o Estado tem o direito de regresso contra o magistrado, caso haja demonstração de dolo ou erro grosseiro na decisão que causou os danos.

61
Q

Qual é o objetivo da Lei Anticorrupção (Lei 12846)?

A

A Lei Anticorrupção (Lei 12846) visa a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, seja nacional ou estrangeira.

62
Q

Quais entidades estão sujeitas à Lei Anticorrupção?

A

A lei incide sobre sociedades empresárias e simples, personificadas ou não, bem como fundações e associações.

63
Q

Como é a responsabilização das pessoas jurídicas sob a Lei Anticorrupção?

A

As pessoas jurídicas são responsabilizadas independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais que as representem. As pessoas físicas terão suas respectivas responsabilizações apuradas na esfera cível ou criminal, que não será objetiva.

64
Q

O que estabelece a Lei Anticorrupção sobre a responsabilidade após mudanças na sociedade?

A

A responsabilidade da pessoa jurídica subsiste mesmo após mudanças na sociedade, e há solidariedade em casos de consórcios, conforme o art. 4º e art. 4º, § 2º da lei.

65
Q

Quais são os atos lesivos à administração pública definidos na Lei Anticorrupção?

A

Os atos lesivos à administração pública, definidos no art. 5º da lei, são aqueles que atentam contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra os princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

Este é um rol exemplificativo.

66
Q

O que possibilita a desconsideração da personalidade jurídica segundo a Lei Anticorrupção?

A

A lei possibilita a desconsideração da personalidade jurídica para estender todos os efeitos das sanções aplicadas às pessoas jurídicas aos seus administradores e sócios.

67
Q

Quais são as sanções previstas pela Lei Anticorrupção para a responsabilidade administrativa?

A

A Lei Anticorrupção prevê duas sanções para a responsabilidade administrativa:

Multa administrativa, que pode variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo (art. 6º, I).

Publicação extraordinária da decisão condenatória (art. 6º, II).

68
Q

Quem é responsável pela instauração e julgamento do processo administrativo para apuração da responsabilidade sob a Lei Anticorrupção?

A

A instauração e o julgamento do processo administrativo cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade, ou outra autoridade que atue por delegação dessas.

69
Q

Como deve ser composta a comissão designada para o andamento do processo administrativo?

A

A comissão deve ser composta por 2 servidores estáveis, designados pela autoridade instauradora.

70
Q

Qual é o prazo para a conclusão do processo administrativo e pode ser prorrogado?

A

O prazo para a conclusão do processo administrativo é de 180 dias, prorrogável por motivo de interesse público devidamente justificado.

71
Q

Qual é o prazo para a pessoa jurídica apresentar defesa após ser notificada?

A

A pessoa jurídica tem o prazo de 30 dias para apresentar defesa após ser notificada.

72
Q

O que é um acordo de leniência e quais são seus efeitos sob a Lei Anticorrupção?

A

Um acordo de leniência é um acordo celebrado com pessoas jurídicas que colaborarem efetivamente com as investigações e informações que comprovem condutas ilícitas.

Os efeitos incluem isenção da sanção de publicação extraordinária da decisão e das sanções restritivas ao direito de licitar e contratar previstas na Lei de Licitações.

A pessoa jurídica ainda deve reparar o dano causado, mas a multa pode ser reduzida ou completamente remida.

73
Q

O que acontece se a pessoa jurídica descumprir o acordo de leniência?

A

Se a pessoa jurídica descumprir o acordo de leniência, ficará impedida de celebrar novo acordo no prazo de 3 anos.

74
Q

Como é caracterizada a responsabilidade estatal por omissão de acordo com a culpa do serviço (faute du service)?

A

A responsabilidade estatal por omissão, segundo a culpa do serviço, baseia-se na prestação não eficiente do serviço público, sem analisar o sujeito propriamente dito, mas um elemento não subjetivo.

75
Q

O que mudou com o entendimento recente do STF sobre a responsabilidade do Estado por omissão?

A

O STF reanalisou as hipóteses de omissão e estipulou que a responsabilidade do Estado por omissão é objetiva.

Apesar disso, ainda é necessária a comprovação da omissão específica, substituindo a ideia de culpa do serviço pela omissão específica.

76
Q

Qual é a diferença entre omissão genérica e omissão específica no contexto da responsabilidade estatal?

A

A omissão genérica não responsabiliza o Estado, como no caso de um assalto ocorrido na rua.

A omissão específica responsabiliza o Estado, como no caso de um assalto ocorrido em frente a uma delegacia, onde a omissão do serviço público é evidente.

77
Q

Como a mudança teórica na terminologia afeta a responsabilidade do Estado por omissão?

A

A mudança teórica ao retirar a expressão “culpa” e adotar a terminologia “omissão específica” implica que a responsabilidade por omissão é considerada objetiva.

78
Q
A