Provas Flashcards

1
Q
  1. O que é “prova”?
  2. O que é “meio de prova”?
  3. O que é “elemento de prova”?
  4. O que é “fonte de prova”?
A

Prova: é todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. Sua finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador.

Meio de prova: instrumentos ou atividades pelos quais os elementos de prova são introduzidos no processo (Magalhães). Ex. testemunha, documento, perícia.

Elemento de prova: todos os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz (Tourinho). Ex. depoimento de testemunha; resultado de perícia; conteúdo de documento.

Fonte de prova: pessoas ou coisas das quais possa se conseguir a prova (Magalhães). Ex. denúncia.

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2
Q

Quem são os destinatários e qual a natureza jurídica das provas?

A
  1. Destinatários:
    - Direto: Juiz.
    - Indireto: Partes.
  2. Natureza jurídica:
    - De direito subjetivo à demonstração da realidade dos fatos.
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3
Q

Que coisas independem de prova?

A
  1. O Direito, salvo o estadual, municipal, consuetudinário e alienígena;
  2. Fatos notórios (de conhecimento geral de todas as pessoas. Ex.: se um crime foi cometido dia 25 de dezembro, natal, a parte não precisa provar nesse dia comemora-se o natal);
  3. Fatos axiológicos ou intuitivos (que podem ser constatados a partir de uma análise lógica. Ex.: se sabe-se que o réu nasceu em 10/05/1988, não é necessário que ele prove sua idade);
  4. Fatos inúteis;
  5. Presunções legais absolutas, tendo em vista que as relativas apenas invertem o ônus probatório.
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4
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO AO OBJETO.

A
  1. Direta ou positiva: é aquela que tem por objeto provar o fato principal diretamente.
  2. Indireta, negativa ou contrária: é aquela que tem por objeto provar outro fato, provando, por ilação, o fato principal.
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5
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO AO EFEITO OU VALOR.

A
  1. PLENA: é a necessária para a condenação, dando juízo de certeza quanto ao fato.
  2. NÃO PLENA ou indiciária: é aquela limitada em sua profundidade. Ela, sozinha, não é capaz de dar um juízo de certeza.
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6
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO AO SUJEITO OU CAUSA,

A
  1. Real: é aquela que decorre do próprio fato. Ex.: cadáver, documento etc.
  2. Pessoal: que decorre do conhecimento de alguém em relação ao thema probandum. Ex.: prova testemunhal, interrogatório etc.
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7
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO À POSSIBILIDADE DE RENOVAÇÃO EM JUÍZO.

A
  1. Irrepetível ou não repetível: é produzida a partir de uma fonte perecível, passível de desaparecimento ou destruição.
  2. Repetível:que pode ser reproduzida em juízo, sem perder o seu valor.
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8
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO AO MOMENTO PROCEDIMENTAL.

A
  1. Cautelar PREPARATÓRIA ou prova (cautelar) antecipada: produzida no curso da investigação preliminar.
  2. Cautelar INCIDENTAL ou antecipação probatória (no curso do processo): é produzida no curso do processo já iniciado, sem, contudo, seguir estritamente o rito procedimental para sua formação.
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9
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO À PREVISÃO LEGAL.

A
  1. NOMINADA: é aquela que possui previsão legal.

2. INOMINADA: é aquela não possui previsão expressa.

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10
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO À FINALIDADE DA PROVA.

A
  1. ANÔMALA: ocorre quando a prova é utilizada para fim diverso daquele para o qual foi originalmente prevista.
  2. IRRITUAL: é a prova produzida sem a observância de seu procedimento legal.
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11
Q

Fale acerca da classificação da prova QUANTO À IMPOSIÇÃO LEGAL DA FORMA DA PROVA.

A
  1. PROVA LEGAL POSITIVA, PROVA LEGAL ou PROVA TARIFADA: quando a lei exige que um fato só ser provado por determinado meio de prova.
  2. PROVA LEGAL NEGATIVA: quando, para alguns atos, a lei pode limitar a cognição do juiz.
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12
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os meios de prova previstos no CPP encontram-se em rol exemplificativo, admitindo-se, assim, as chamadas provas inominadas.

A

Verdadeiro.

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13
Q

Fale acerca das provas ilegais e suas subdivisões.

Qual a destinação de tais provas? Recurso?

A

Provas ilegais são aquelas que advêm da obtenção de fatos ou alegações probatórias que ferem normas positivas ou princípios gerais do ordenamento pátrio, seja de direito material ou processual.

Divide-se em:
a) ILÍCITAS: produzidas em violação às normas de DIREITO MATERIAL (constitucional ou infralegal). Devem ser desentranhadas do processo.

b) ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO: embora sejam lícitas em sua essência, decorrem de uma prova ilícita (quando há nexo de causalidade entre as provas).
- Aplicação da Teoria dos frutos da árvore envenenada (Fruits of the poisonous tree).
- Como consequência, devem ser desentranhadas, SALVO quando não houver nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas PUDEREM SER OBTIDAS POR UM FONTE INDEPENDENTE DAS PRIMEIRAS.

c) ILEGÍTIMAS: são aquelas que foram produzidas em violação às normas de direito processual.1. Provas ilícitas: violam disposições de direito material ou princípios constitucionais penais.
2. Provas ilegítimas: violam disposições de direito processual ou princípios constitucionais da mesma espécie.
3. Provas irregulares: (Paulo Rangel) são aquelas admitidas pelo direito processual, mas que não observam as disposições legais.

  • Essas provas são desentranhadas do processo. Após preclusa a decisão, tais provas serão destruídas.
  • Não há recurso específico contra a decisão que determina o desentranhamento. Nada impede o ingresso com HC, MS ou como preliminar em futura apelação.
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14
Q

Fale acerca da teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree), teoria da ilicitude por derivação ou taint doctrine, e quais suas limitações - teorias.

A
  1. Em juízo de causa e efeito, todas as provas decorrentes da prova ilegal serão contaminadas e invalidadas, devendo ser desentranhadas dos autos.
  2. LIMITAÇÕES - TEORIAS :
    1. Prova absolutamente independente ou independent source limitation: As provas independentes das provas ilícitas não serão contaminadas. (já adotada pelo STF e no art. 157, §1º)
    1. Descoberta inevitável ou inevitable discovery limitation: se a prova pudesse ser produzida por outros meios lícitos, ela será aproveitada, eliminando-se a contaminação. (adotada no art. 157, §1º)
    1. Contaminação expurgada ou purgend taint expection, mancha purgada ou tinta diluída: quando a conexão entre a prova ilícita e a derivada for muito tênue, que acabe não resultando em contaminação, será expungida. (NÃO TEM PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA).
    1. Boa-fé, good faith exception: quando os agentes, como um todo, tiverem atuado sem dolo de infringir a lei, pautados verdadeiramente em situação de erro, evitar-se-á o reconhecimento da ilicitude da prova. (NÃO TEM APLICAÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA)
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15
Q

No tocante ao tema PROVAS, fale acerca do PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE.

A
  1. Na sua essência, o princípio da proporcionalidade deve ser invocado para preservar os interesses do acusado.
  2. Desse modo, qualquer violação legal para produção probatória deverá se dar somente para a manutenção do estado de inocência do acusado.
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16
Q

No tocante ao tema PROVAS, fale acerca do PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DA ILICITUDE DA PROVA.

A
  1. Uma prova aparentemente ilícita deverá ser considerada como válida, quando a conduta do agente na sua captação estiver amparada pelo direito (excludentes de ilicitude).
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17
Q

No tocante ao tema PROVAS, fale acerca do PRINCÍPIO DA SERENDIPIDADE.

Diferencie Serendipidade de Primeiro e Segundo Grau.

A
  1. Consiste no encontro fortuito de provas relativas a fato delituoso diverso daquele que é objeto das investigações.
  2. Essa prova encontrada casualmente poderá ser entendida como válida ou como fonte de prova.

A prova fortuita será válida (SERENDIPIDADE DE PRIMEIRO GRAU OU ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS DE PRIMEIRO GRAU) quando:

a) Houver relação de conexão ou continência nos termos dos arts. 76 e 77 do CPP;
b) A autoridade policial responsável pela interceptação deverá comunicar imediatamente a revelação de fato delituoso conexo ou continente;
c) O juiz deverá verificar se o fato descoberto ou a participação do coautor tem relação com o fato que estava sendo investigado (desdobramento histórico).

Por outro lado, a prova não será válida, mas será fonte de prova (SERENDIPIDADE DE SEGUNDO GRAU ou ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS DE SEGUNDO GRAU) quando:

a) O crime descoberto for diverso daquele objeto da investigação;
b) Evidenciar que o crime foi praticado por pessoa diversa da investigada;
c) O juiz verificar que o fato descoberto não tem relação com o crime que estava sendo investigado (desdobramento histórico), de modo que não haverá a transcrição da prova, mas será fonte de prova válida, servindo para a notícia de nova, ensejando novas investigações; ou
d) Quando as conversas entre o investigado e o seu advogado envolver estritamente relação profissional.

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18
Q

Fale acerca da inutilização da prova ilícita.

A
  1. A inadmissibilidade de prova ilícita NÃO É AUTOMÁTICA. Depende de decisão judicial que demonstra a violação concreta da lei ou da CF, determinando que haja o desentranhamento da prova do processo.
  2. Tal prova deverá ficar acautelada em local apropriado até que cesse qualquer interesse sobre ela, findo o qual poderá ser DESTRUÍDA, mediante incidente que viabilize o acompanhamento pelas partes.
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19
Q

Em que consiste a teoria da exceção do erro inócuo?

A
  1. Segundo tal teoria, deixa-se de se decretar a ilicitude de um procedimento, sempre que tal vício for inapto a prejudicar os direitos subjetivos do imputado ou da acusação.
  2. Do mesmo modo, evita-se a decretação da invalidação de uma prova, quando tal vício não possuir relevância prática ou lesão significativa a direito constitucional.
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20
Q

Em que consiste a PROVA EMPRESTADA e quais são os requisitos necessários para a sua admissibilidade?

A
  1. PROVA EMPRESTADA: é aquela que foi produzida regularmente em outro processo, e que vem a ser apresentada no processo corrente, a fim de que neste também produza seus efeitos.
  2. A prova emprestada é admissível, AINDA QUE NÃO SEJA ORIUNDA DE PROCESSO QUE ENVOLVEU AS MESMAS PARTES, desde que seja submetida ao contraditório.
    1. Não se admite prova emprestada oriunda de inquérito policial.
    1. A prova emprestada, no momento em que transportada para o novo processo, passa a constituir mera prova documental, embora originariamente possa ser testemunhal.
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21
Q

Fale acerca da classificação do ônus da prova QUANTO À CONSEQUÊNCIA DA OMISSÃO EM SE DESINCUMBIR DO ÔNUS.

A
  1. Ônus da prova perfeito ou ônus da prova absoluto: a desídia da pare ou a incapacidade de comprovar o alegado é suficiente para desencadear uma situação desvantajosa aos seus interesses.
  2. Ônus da prova menos perfeito ou ônus da prova relativo: as consequências de a parte não ter se desincumbido serão determinadas pelo juiz.
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22
Q

Fale acerca da classificação do ônus da prova QUANTO AO DESTINATÁRIO DO ÔNUS.

A
  1. Ônus da prova OBJETIVO ou SOB A PERSPECTIVA DO PARTICIPANTE: o ônus da prova é uma regra para o juiz, e a este competirá decidir e distribuir o ônus da prova.
  2. Ônus da prova SUBJETIVO ou SOB A PERSPECTIVA DO OBSERVADOR ou ônus da prova em SENTIDO ESTRITO: o ônus recai sobre as partes, de modo que elas deverão produzir as provas que reforçam suas asserções, tentando formar o convencimento do juiz a decidir de maneira vantajosa ao seu direito.
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23
Q

Fale acerca da possibilidade de inversão do ônus da prova em processo penal.

A
  1. Em regra, NÃO SE ADMITE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM DESFAVOR DO RÉU.
  2. Excepcionalmente, HAVERÁ A INVERSÃO nos casos das MEDIDAS ASSECURATÓRIAS PREVISTAS NA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS, cabendo ao acusado comprovar que não está presente o fumus comissi delicti, aplicando-se o princípio do in dubio pro societate.
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24
Q

Fale acerca da atuação do juiz na produção probatória.

A
  1. Primazia do princípio da verdade real.
  2. O juiz pode determinar, DE OFÍCIO, no transcorrer da instrução. ou antes de proferir a sentença,
    1. A realização de diligências para dirimir dúvidas sobre ponto relevante.
    1. O material colhido por determinação do juiz deverá ser submetido à apreciação das partes, em razão do contraditório.
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25
Q

Quais são os sistemas de gestão da prova existentes e qual o adotado no Brasil?

A
  1. SISTEMA DA CERTEZA MORAL DO JUIZ ou ÍNTIMA CONVICÇÃO ou “SECUNDA CONSCIENTIA”: o juiz é absolutamente livre para decidir como quiser, estando dispensado de motivar a decisão, podendo, inclusive, utilizar o que não está nos autos.
  2. Adotado excepcionalmente quando do julgamento de processos do Tribunal do Júri.
  3. SISTEMA DA CERTEZA MORAL DO LEGISLADOR ou DAS REGRAS LEGAIS ou DA PROVA TARIFADA: a lei estipula o valor de cada prova, aniquilando praticamente a margem de liberdade apreciativa do magistrado.
    1. Exceção no ordenamento jurídico brasileiro. Ex.: para a extinção da punibilidade pela morte do acusado, a prova deve se dar única e exclusivamente pela certidão de óbito (tarifação absoluta).
  4. SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO ou PERSUASÃO RACIONAL: o juiz é livre para decidir e apreciar as provas lhe são apresentadas, desde que o faça de forma motivada. Usado no Brasil.
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26
Q

Cite são os 5 princípios da prova?

A
  1. Princípio do contraditório;
  2. Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova);
  3. Princípio da oralidade/
  4. Princípio da autorresponsabilidade das partes;
  5. Princípio da não autoincriminação (ou Nemo Tenetur se detegere).
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27
Q

Qual o momento processual para se requerer produção probatória?

A

Via de regra:

  • Para o MP ou Querelante: na inicial acusatória.
  • Para a defesa: na resposta à acusação.

Entretanto, nada impede que as partes requeiram ao longo do processo, assim como o juiz poderá determinar a sua produção de ofício.

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28
Q

Verdadeiro ou Falso:

É competência do juiz decidir se aceita ou não a produção de determinada prova, assim como deverá se manifestar sobre todas as provas produzidas, explicando o porquê do seu convencimento.
Ainda deverá desentranhar as provas ilícitas.

A

Verdadeiro.

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29
Q

Qual a espécie de nulidade que recai sobre sentença que se vale de prova ilícita como determinante?

A

Nulidade absoluta.

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30
Q

Quanto às provas em espécie, temos os EXAMES PERICIAIS:

  • Quem realiza?
  • Nomeação.
  • Prazo.
A
  1. Os exames periciais são realizados por pessoa que tenha conhecimentos técnicos, científicos ou domínio específico em determinada área do conhecimento.
  2. Via de regra, é realizado por perito oficial (1 ou mais, se o caso for complexo).
  3. Na ausência de perito oficial, o exame será realizado POR 2 PESSOAS IDÔNEAS, portadoras de curso superior. ART. 159, §1º
    1. Estes devem prestar compromisso.
  4. Os peritos devem ser imparciais, aplicando-se a eles as mesmas hipóteses de suspeição aplicáveis aos magistrados.
  5. As partes não interferem na nomeação do perito.
  6. Nas perícias por precatória, a competência para nomear o perito é do juiz deprecado. Excepcionalmente, quando se tratar de ação penal privada, por acordo das partes, a nomeação do perito será pelo juízo deprecante, sem significar que as partes estarão intervindo na nomeação.
  7. O prazo para a elaboração do laudo é de 10 DIAS.
    1. Entretanto, o prazo poderá ser prorrogado, caso necessário, a pedido dos peritos, e mediante autorização do juiz.
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31
Q

No tocante aos exames periciais, fale acerca da figura do ASSISTENTE TÉCNICO.

  • O que é?
  • Quem pode nomear?
  • Quando se dará a sua atuação?
A
  1. é perito de confiança das partes, que deverá atuar com o fim de ratificar ou infirmar o laudo oficial.
  2. Não se exige dele imparcialidade, uma vez que seu vínculo com a parte é maior.
  3. Podem indicar: MP, Querelante, Assistente da Acusação, Ofendido e o Acusado.
  4. Sua atuação se dá na fase processual, após a apresentação do laudo oficial. Caberá ao juiz, após o ingresso do laudo, deliberar se aceita ou não o assistente técnico, cuja decisão é irrecorrível, nada impedimento MS, HC ou a discussão da negativa em preliminar de apelação.
  5. O assistente deve apresentar suas conclusões ao juiz no prazo por ele estabelecido (regra: 10 dias, por analogia ao parágrafo único do art. 160 do CPP).
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32
Q

O que é corpo de delito e o que o exame de corpo de delito?

  • Espécies.
  • Impossibilidade de realização.
A
  1. CORPO DE DELITO: é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal.
  2. EXAME DE CORPO DE DELITO: é a perícia que tem por objeto o corpo de delito
    Pode ser DIRETO ou INDIRETO:
    2.1. Será DIRETO quando os peritos têm acesso ao próprio corpo de delito.
    2.2. Será INDIRETO quando os peritos não têm acesso ao corpo de delito, valendo-se de outros meios para produzir o exame.
  3. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a PROVA TESTEMUNHAL PODERÁ SUPRIR-LHE A FALTA.
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33
Q

Fale acerca da obrigatoriedade de realização de exame de corpo de delito caso a infração deixe vestígios. (ART. 158)

A
  1. Caso a infração deixe vestígios, é OBRIGATÓRIA a realização de EXAME DE CORPO DE DELITO, DIRETO ou INDIRETO.
    1. Não sendo possível, supre-se por meio da prova testemunhal.
  2. A não realização do exame (fazendo-se aquela ressalva), é CAUSA DE NULIDADE ABSOLUTA.
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34
Q

Verdadeiro ou Falso:

Quanto à admissibilidade da inicial acusatória, nada impede, nas infrações que deixam vestígios, que a denúncia ou a queixa sejam recebidas sem estar acompanhadas pela prova pericial, UMA VEZ QUE PODEM SER PRODUZIDAS AO LONGO DO PROCESSO.

A

Verdadeiro.

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35
Q

Fale acerca do EXAME NECROSCÓPICO.

A
  1. É realizado no cadáver, objetivando a indicação da causa da morte.
  2. Deve ser feito após, pelo menos, 6 horas do óbito.
    1. Contudo, havendo evidência da morte, não é necessário esperar esse tempo todo.
  3. O exame, como regra, envolve a análise interna e externa do cadáver.
    1. O cadáver deve ser fotografado na posição em que foi encontrado, assim como as lesões externas e vestígios (art. 164).
  4. É possível que ocorra a exumação do corpo para descobrir a real causa da morte, circunstâncias, bem como a pessoa sepultada. Deve se dar com justa causa, e sua realização fora das hipóteses legais configura contravenção penal.
    1. O administrador do cemitério tem o dever de indicar a sepultura, SOB PENA DE DESOBEDIÊNCIA.
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36
Q

Fale acerca do EXAME DE LESÕES CORPORAIS (ART. 168).

A
  1. Se o primeiro exame pericial realizado NÃO PRECISAR A REAL GRAVIDADE DA LESÃO, será realizado o exame complementar de lesões corporais.
    1. Se tiver por objetivo determinar a classificação da lesão corporal (se leve, grave ou gravíssima), DEVERÁ SER FEITO LOGO QUE DECORRA O PRAZO DE 30 DIAS, CONTADO DA DATA DO CRIME.
  2. O perito disporá dos autos de corpo de delito anteriormente realizado, para suprir sua deficiência ou retificá-lo.
  3. Esse exame poderá ser determinado de ofício, pelo juiz ou delegado, ou a requerimento das partes.
  4. Sua não realização, por terem desaparecido os vestígios, pode ser suprida por prova testemunhal.
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37
Q

Fale acerca da PERÍCIA EM INCÊNDIO. (ART. 173)

A
  1. Irão indicar as causas e o local do incêndio, permitindo a análise do enquadramento típico.
  2. Permite analisar a exposição a perigo da vida, integridade e patrimônio de outrem, a extensão do dano e o seu valor; incidência de causas de aumento; constatação da intenção do agente etc.
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38
Q

Fale acerca da PERÍCIA LABORATORIAL (art. 170).

A
  1. Tem por objetivo a realização de complexos exames, tendo por finalidades, por exemplo, identificar substâncias, resistência ou qualidade objetos e materiais etc.
  2. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia (art. 170).
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39
Q

Fale acerca do EXAME GRAFOTÉCNICO. (ART. 174)

A
  1. Tem por objetivo identificar a autoria de determinado documento, reconhecendo o responsável pelo escrito, o que se faz por comparação de letras.
  2. Inicialmente, a pessoa a quem se atribui a autoria do escrito será intimada a comparecer ao ato.
    1. Em face do princípio da não auto-incriminação, o acusado não pode ser compelido a fornecer a prova de sua culpa. Deve apenas ser intimado para, querendo, fornecê-las.
  3. Para que a comparação documental seja realizada, o documento que vai servir de paradigma pode ser qualquer um reconhecidamente escrito pelo indivíduo ou judicialmente reconhecido como dele.
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40
Q

Fale acerca do EXAME NOS INSTRUMENTOS DA INFRAÇÃO. (ART. 175)

A

Os instrumentos do crime deverão ser periciados tanto para a identificação do objeto, quanto para a determinação de sua eficácia.

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41
Q

Fale acerca do EXAME NA DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO E NA ESCALADA (ART. 171).

A
  1. Grande relevância do furto qualificado pela escalada.
  2. Os peritos descreverão os vestígios, assim como indicarão os instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
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42
Q

Fale acerca da AVALIAÇÃO (ART. 172).

A
  1. Tem por objetivo indicar o estado e as condições da coisa avaliada (a coisa destruída, deteriorada ou que constitua produto do crime), bem como a extensão do dano e o valor de mercado.
    1. Via de regra, recai sobre o próprio bem. Não sendo possível, se valerão dos demais elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.
  2. É essencial para definir o que foi danificado, o produto do crime, para ajudar na dosimetria da pena, assim para definir o valor do ressarcimento e servir de parâmetro para uma ação civil ex delicto.
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43
Q

Fale acerca do EXAME DE EMBRIAGUEZ AO VOLTANTE.

A
  1. Tem por objetivo determinar se o condutor ingeriu bebida alcoólica acima do permitido.
    1. Pode ser feito por exame de sangue ou através de etilômetro.
  2. O agente não é obrigado a se submeter ao exame.
    1. A recusa não configura crime, entretanto, outros meios poderão ser utilizados para comprovar a embriaguez do motorista, que, ademais, será punido administrativamente.
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44
Q

Qual o conceito e a natureza jurídica do INTERROGATÓRIO DO ACUSADO?

A
  1. É o momento em que o suposto autor do fato poderá dar a sua versão dos fatos, exercendo, se desejar, a autodefesa.
  2. Quanto à natureza jurídica:
    CPP: adota a posição de que se trata de meio de prova.
    Posição majoritária: trata-se de meio de defesa e meio de prova.
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45
Q

Fale acerca da necessidade de realização do interrogatório e quais os momentos de realização.

A
  1. O interrogatório ocorre na fase PROCESSUAL, perante o juiz.
    1. Na fase investigatória, não há interrogatório propriamente dito.
  2. O interrogatório do acusado possui alta relevância, podendo ser realizado sempre que necessário e possível, antes do trânsito em julgado da sentença.
    1. O magistrado poderá proceder com novo interrogatório, ex officio ou a requerimento das partes.
    1. É possível, inclusive, na pendência de Apelação, podendo o Tribunal, Câmara ou Turma proceder a novo interrogatório.
  3. É INCONSTITUCIONAL a condução coercitiva do acusado para o interrogatório.
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46
Q

Quais são as 7 características do interrogatório do acusado?

A
  1. ATO PÚBLICO: em regra, deve ser realizado a portas abertas.
  2. ATO PERSONALÍSSIMO: não pode ser realizado por interposta pessoa.
  3. LOCAL DO INTERROGATÓRIO: nada impede que seja realizado mediante precatória ou no local onde se encontre o interrogado, desde que em casos excepcionais.
  4. ORALIDADE: via de regra, se dá pela forma oral.
  5. JUDICIALIDADE: será realizado pela autoridade judicial que preside o processo.
  6. INDIVIDUALIDADE: havendo corréus, serão interrogados individualmente, sem que um tenha acesso ao depoimento do outro.
  7. ESPONTANEIDADE: deve prevalecer a espontaneidade do interrogatório, devendo ser livre de pressões ou constrangimentos, sob pena de invalidação do ato.
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47
Q

Acerca do procedimento INTERROGATÓRIO DO ACUSADO, preliminarmente teremos…

A
  1. Antes do interrogatório, o acusado tem o direito de reunir-se reservadamente com seu defensor, caso assim não o tenha feito.
    1. A presença do advogado é obrigatória, sob pena de nulidade absoluta, em razão da ausência de defesa técnica.
  2. O acusado será notificado do teor da acusação, bem como do seu direito de permanecer calado.
    1. Não tem a obrigação de responder as perguntas a ele endereçadas. Entretanto, o direito ao silêncio não abrange a qualificação.
    1. O silêncio não importa em confissão e não pode ser interpretado em seu desfavor.
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48
Q

Acerca do procedimento INTERROGATÓRIO DO ACUSADO, como está dividido?

A

Está dividido em duas etapas.
1ª Etapa (sobre a pessoa do acusado): o magistrado vai procurar conhecer o interrogado, individualizando-o.

2ª Etapa (sobre os fatos): destina-se à aferição dos fatos apurados no processo. É a etapa do mérito. O réu poderá aceitar ou negar as imputações feitas.

Art. 186, CPP.

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49
Q

Fale acerca das perguntas e reperguntas ao acusado no seu interrogatório.

E como se dará no Tribunal do Júri?

A
  1. Tendo o juiz terminado de perguntar, dará espaço para que os advogados da acusação e da defesa façam perguntas complementares, assim como reperguntas.
    1. O interrogado não é obrigado a respondê-las.
  2. No Tribunal do Júri, partes e assistentes poderão perguntar diretamente ao interrogado. Por outro lado, os jurados farão por intermédio do juiz-presidente.
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50
Q

Verdadeiro ou Falso:

No interrogatório do réu, as perguntas e respostas ficarão consignadas no termo de audiência, que todos os presentes devem assinar.

A

Verdadeiro.

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51
Q

Verdadeiro ou Falso:

O registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunha será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações.

A

Verdadeiro.

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52
Q

Fale acerca da possibilidade de nomeação de curador ao interrogado.

A

Somente será possível quando se tratar de INIMPUTÁVEL ou AQUELE QUE NÃO TENHA PLENA CAPACIDADE.

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53
Q

Fale acerca do interrogatório por VIDEOCONFERÊNCIA (art. 185, §2º).

A
  1. Excepcionalmente, será possível que o interrogatório do réu se dê por videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo ser determinado por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das prtes.
  2. Deve ser necessária para atender uma das finalidades:
    a. PREVENIR RISCO À SEGURANÇA PÚBLICA, quando houver risco de o acusado integrar organização criminosa ou possa fugir durante o deslocamento;
    b. QUANDO HOUVER RELEVANTE DIFICULDADE PARA O SEU COMPARECIMENTO, por enfermidade ou outra condição pessoal;
    c. IMPEDIR A INFLUÊNCIA DO RÉU SOBRE OS ÂNIMOS DE TESTEMUNHA OU VÍTIMA, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência;
    d. RESPONDE À GRAVÍSSIMA QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA.
  3. Da decisão que determina o interrogatório, as partes devem ser intimadas com 10 DIAS DE ANTECEDÊNCIA.
  4. O preso pode acompanhar todos os atos da audiência pelo sistema.
  5. Qualquer que seja a modalidade de interrogatório, deve-se garantir o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, deve-se garantir telefone para a comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o defensor que estiver presente na audiência, bem como deste com o réu.
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54
Q

Verdadeiro ou Falso:

Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa

A

Verdadeiro.

Art. 185, §10, CPP.

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55
Q

Dentre os meios de prova, temos a CONFISSÃO.

Fale sobre:

  1. Conceito e objeto.
  2. Natureza jurídica.
  3. Espécies.
  4. Requisitos.
  5. Peculiaridades.
  6. Valor probatório.
  7. Delação e delação premiada.
A
  1. É a conduta de reconhecer a autoria da imputação ou dos fatos objeto da investigação por aquele que está no polo passivo da demanda penal. O objeto da confissão são os fatos alegados na demanda.
  2. Tem a natureza jurídica de meio de prova.
  3. Espécies:
    - Quanto ao local ou autoridade perante o qual é feita: Judicial ou Extrajudicial.
    - Quanto aos efeitos:
    a. Simples: reconhece simplesmente a imputação.
    b. Complexa: reconhece vários fatos criminosos objeto do processo.
    c. Qualificada: confessa o fato, mas insere novos elementos para excluir sua responsabilidade penal.
    - Quanto à forma: Expressa ou Tácita.
  4. Requisitos:
    a) Intrínsecos (inerentes ao ato): deve guardar verossimilhança, persistência e coincidência com aquilo que se encontra nos autos.
    b) Formais (de ordem procedimental): deve ser feita pelo próprio réu, plenamente capaz, à autoridade competente, de maneira expressa, livre e voluntária.
  5. Peculiaridades:
    1. O teor da confissão pode ser desmembrado;
    1. É possível se retratar da confissão.
  6. A confissão tem o mesmo valor probatório que as demais, mas não pode ser o único meio de prova.
  7. Ao confessar o crime, o agente pode entregar os nomes de seus comparsas. Isso é delação. Quando essa delação puder gerar benefício ao delator, fala-se em delação premiada ou benéfica.
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56
Q

Acerca da COLABORAÇÃO PREMIADA da Lei 12.850/2013 (Lei da Organização Criminosa) e dos demais meios específicos de obtenção de prova previstos para o combate à criminalidade organizada, responda:

Qual a diferença entre “Elementos de Informação” e “Prova”?

A
  1. Elemento de informação: é o resultado auferido durante a investigação preliminar. Via de regra, não tem contraditório, uma vez que a investigação é unilateral.
  2. Prova: é o resultado auferido na fase processual, sob a égide do contraditório
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57
Q

Quais as características e diferenças entre “Associação criminosa” e “Organização criminosa”?

A
  • Associação criminosa:
    1. Associação de 3 ou mais pessoas.
    2. Dolo específico: a associação deve ter por fim específico cometer crimes, não de cometer infrações.
  • Organização criminosa:
    1. Associação de 4 ou mais pessoas.
    2. Deve ser internamente ordenada, com divisão de tarefas, ainda que informalmente.
    3. É criada com a finalidade de auferir vantagem de qualquer natureza, através da prática de infrações penais (crimes ou contravenções),
    3. 1. Cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos ou tenham caráter transnacional.
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58
Q

A Lei 12.850/2013 (que trata das organizações criminosas) prevê 8 meios especiais de obtenção de prova. Cite-as:

A
  1. Delação premiada;
  2. CAPTAÇÃO AMBIENTAL de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
  3. Ação controlada;
  4. ACESSO A REGISTROS de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e informações eleitorais ou comerciais;
  5. INTERCEPTAÇÃO de comunicações telefônicas e telemáticas;
  6. AFASTAMENTO DOS SIGILOS financeiro, bancário e fiscal;
  7. INFILTRAÇÃO, POR POLICIAIS, em atividade de investigação;
  8. COOPERAÇÃO ENTRE INSTITUIÇÕES E ÓRGÃOS federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
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59
Q

Acerca da COLABORAÇÃO PREMIADA da Lei 12.850/2013 (Lei da Organização Criminosa) e dos demais meios específicos de obtenção de prova previstos para o combate à criminalidade organizada, responda:

A colaboração premiada pode ser vista sob três óticas: SINTÁTICA (a estrutura), SEMÂNTICA (o sentido) e PRAGMÁTICA (a função). Explique cada uma.

A
  1. SINTÁTICA: exige o exercício de atribuições por parte dos órgãos da persecução penal (delegado de polícia ou membro do MP) e o acompanhamento do agente colaborador por defensor habilitado.
  2. SEMÂNTICA: denota juízo valorativo não suficiente à condenação sobre a conduta do agente colaborador, na medida em que confessa sua participação na infração penal investigada.
  3. PRAGMÁTICA: enseja a adoção de medidas persecutórias efetivas, com produção de efeitos que se verificam no mundo naturalístico.
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60
Q

Quais são os requisitos necessários à homologação da colaboração premiada da Lei Nº 12.850/13 pelo juiz?

A
  1. Formulação do requerimento das partes ao magistrado competente;
  2. O indiciado ou acusado deve ter colaborado EFETIVA E VOLUNTARIAMENTE com a investigação e com o processo criminal (não se exige espontaneidade); e
  3. A colaboração deve ser causa de obtenção de resultado útil, de forma isolada ou cumulativa.
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61
Q

Quais são os sujeitos da relação jurídica da colaboração premiada?

A
  1. Sujeito ativo da decisão homologatória fundamentada: Juiz competente.
  2. Sujeito passivo: o indiciado ou acusado que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e/ou com o processo criminal.
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62
Q

De acordo com a Lei Nº 12.850/13, quais são as características da delação premiada?

A

(1) Ao Juiz é vedado participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração;
(2) O termo do acordo, acompanhado das declarações do colaborador e cópia da investigação, deverá ser encaminhado ao magistrado competente para homologação;
(3) O juiz pode deixar de homologar a proposta defeituosa;
(4) Homologado o acordo, o colaborador poderá ser ouvido pelo membro do MP ou pelo delegado responsável pelas investigações, sempre acompanhado de seu defensor;
(5) A proposta de delação premiada é RETRATÁVEL;
(6) A sentença devera apreciar os termos do acordo homologado e sua eficácia;
(7) Mesmo que já beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial;
(8) Sendo possível, o registro dos atos de colaboração será feito por MEIOS OU RECURSOS DE GRAVAÇÃO;
(9) O colaborador deverá, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade;
(10) O defensor do colaborador deve auxiliá-lo, desde as negociações, até a confirmação e execução da colaboração;
(11) A condenação, caso ocorra, deverá ser contextual, sendo vedada a utilização apenas das declarações do agente colaborador.

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63
Q

Acerca do seguinte meio de prova PERGUNTAS AO OFENDIDO, responda:

  • Repercussões processuais.
  • Nulidade por não ter sido o ofendido ouvido.
  • Valor probatório das declarações do ofendido.
  • Prerrogativas do ofendido.
A
  1. O ofendido não é testemunha e não pode ser tratado como tal.
    1. Desse modo, NÃO SERÁ COMPROMISSADO A DIZER A VERDADE e NÃO RESPONDE POR FALSO TESTEMUNHO.
  2. Ao final das perguntas feitas pelo magistrado, ACUSAÇÃO e DEFESA (nesta ordem) poderão fazer reperguntas.
  3. A nulidade por não ter ocorrido o ato é RELATIVA.
  4. Constitui meio de prova, embora devam ser analisadas com cautela.
  5. SÃO PRERROGATIVAS DO OFENDIDO:
  6. Comunicação dos atos processuais relativos ao INGRESSO e À SAÍDA DO ACUSADO DA PRISÃO, à designação de data para AUDIÊNCIA e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. Caso o ofendido queira, a comunicação se dará por meio eletrônico.
  7. Deve o ofendido ficar em lugar separado do agressor, familiares do mesmo, evitando-se, também, a depender da situação, o assédio da imprensa.
  8. ENCAMINHAMENTO judicial a ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR, que será custeado pelo agressor ou pelo Estado.
  9. Retirada do réu da sala para que o ofendido preste declarações livre de qualquer desconforto psicológico, quando houver risco comprovado de que sua presença cause humilhação, temor ou constrangimento à vítima. O indiciado assistirá o ato por videoconferência.
  10. O juiz deverá adotar as medidas necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar segredo de justiça em relação às suas informações e depoimentos.
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64
Q

Acerca da PROVA TESTEMUNHAL, responda:

  1. Conceito de testemunha e sua natureza.
  2. Quais são as características da prova testemunhal?
A
  1. Testemunha: pessoa desinteressada que declara em juízo o que sabe sobre os fatos, em função das percepções colhidas sensorialmente.
    1. Natureza jurídica de MEIO DE PROVA.
  2. São características da prova testemunhal:
    - Judicialidade (via de regra, perante o magistrado);
    - Oralidade;
    - Objetividade;
    - Individualidade;
    - Retrospectividade.
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65
Q

Via de regra, a testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor.

Quais são as pessoas que podem recusar-se?
E quais são proibidas de depor?

A
  1. Podem recusar-se:
  2. Ascendente ou descendente;
  3. O afim em linha reta;
  4. O cônjuge, ainda que desquitado;
  5. O irmão, o pai, a mãe ou o filho adotado.
    - SALVO quando não for possível, por outro meio, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
    - Nesse caso, NÃO PRESTARÃO COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE.
  6. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, DESOBRIGADAS PELA PARTE INTERESSADA, quiserem dar o seu testemunho.

Arts. 206 e 207.

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66
Q

Verdadeiro ou Falso:

O corréu não pode ser testemunha em relação ao seu comparsa.

A

Verdadeiro.

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67
Q

Verdadeiro ou Falso:

Advogados estão impossibilitados de figurar como testemunha, e mesmo quando autorizados pelo interessado, poderão recusar-se.

A

Verdadeiro.

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68
Q

Verdadeiro ou Falso:

Deputados e Senadores não estão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas no exercício do mandato, nem sobre pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

A

Verdadeiro.

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69
Q

Quais são os deveres da testemunha?

A
  1. Comparecer quando solicitada, podendo ser conduzida coercitivamente. Esgotadas as medidas, pode responder por crime de desobediência.
  2. Compromisso com a verdade.
  3. Informar onde pode ser localizada.
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70
Q

Qual o número de testemunhas nos seguintes procedimentos:

  • Comum Ordinário;
  • Comum Sumário;
  • Comum Sumaríssimo;
  • Procedimento do Júri;
  • Procedimento da Lei de Drogas.
A
  1. Ordinário: 8.
  2. Sumário: 5.
  3. Sumaríssimo: 3.
  4. Júri: 5.
  5. Drogas: 5.
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71
Q

Fale acerca das diversas classificações das testemunhas:

a) Numerárias e Extranumerárias;
b) Informantes;
c) Próprias ou Impróprias;
d) Laudadores;
e) Testemunhas da coroa;
f) Inócua

A
  1. NUMERÁRIAS: arroladas pelas partes e compromissadas, integram o número legal;
  2. EXTRANUMERÁRIAS: são ouvidas por iniciativa do juiz, não integrando o número legal. São compromissadas, via de regra.
  3. INFORMANTES: são aquelas que não prestam compromisso de dizer a verdade, não integrando o número legal.
  4. PRÓPRIAS: ouvidas acerca dos fatos delituosos;
  5. IMPRÓPRIAS: são ouvidas para falarem de algum ato da persecução criminal.
  6. LAUDADORES: prestam informações acerca dos antecedentes do agente.
  7. TESTEMUNHAS DA COROA: são os agentes infiltrados.
  8. INÓCUA: é aquela que não sabe nada. Não será computada como testemunha.
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72
Q

Fale acerca da testemunha anônima.

A
  1. Termo empregado erroneamente, porque ela não é desconhecida. Apenas seus dados são colocados sob sigilo em relação ao imputado.
  2. Sua identidade é conhecida pelos órgãos da Justiça. O sigilo busca proteger a testemunha ou vítima contra ataques do indiciado ou acusado.
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73
Q

O que se entende por TESTEMUNHA AUSENTE?

A

É aquela que, ouvida no curso da investigação, sem contraditório, FALECE ANTES DE SER OUVIDA NO CURSO DO PROCESSO PELO JUIZ.

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74
Q

Fale acerca do local onde a testemunha deve prestar seu depoimento:

A
  1. Se residir na comarca onde o processo corre: deverá comparecer à sede do juízo no dia e hora definidos.
    1. Se ela tiver impossibilitada de comparecer por motivo de enfermidade ou velhice, deve ser ouvida onde estiver.
  2. Se residir em comarca diversa: será ouvida mediante carta precatória.
    1. A não intimação da expedição da carta precatória resulta em NULIDADE RELATIVA.
    1. Sua expedição não interrompe o processo.
    1. FINDO O PRAZO fixado na precatória,, poderá realizar-se o julgamento. Entretanto, a qualquer tempo, uma vez devolvida a precatória, será juntada aos autos.
    1. O seu depoimento também poderá se dar por VIDEOCONFERÊNCIA, ou outro recurso de transmissão de som e imagem em tempo real.
75
Q

Como se dará a convocação para militares e funcionários públicos para depor.

A
  1. No caso dos MILITARES: serão requisitados ao superior hierárquico.
  2. No caso dos SERVIDORES PÚBLICOS: a intimação é pessoal e obrigatória, mas o chefe da repartição receberá a comunicação.
76
Q

Verdadeiro ou Falso:

A testemunha compromissada não poderá invocar o direito ao silêncio, sob pena de incorrer no crime de falso testemunho, salvo se o fato puder incriminá-la.

A

Verdadeiro.

77
Q

Verdadeiro ou Falso:

Uma vez compromissada, a testemunha é qualificada, oportunizando-se a contradita, ou seja, a impugnação da testemunha a ser ouvida.

A

Verdadeiro.

Art. 214.

78
Q

Fale acerca do depoimento da testemunha:

  • Forma que se dará.
  • Perguntas das partes.
A
  1. O depoimento será, preferencialmente, ORAL, podendo a testemunha consultar apontamentos.
  2. Art. 212, CPP. Primeiro pergunta quem arrolou a testemunha, depois pela parte contrária. O juiz apenas complementa a inquirição, caso ainda existam pontos controvertidos.
  3. O juiz não indefere perguntas, salvo:
    a) Puderem induzir resposta;
    b) Não tenham relação com a causa; ou
    c) Importarem repetição de outra já respondida.
    Art. 212, CPP.
    As declarações serão reduzidas a termo, assinado pela testemunha, pelo magistrado e pelas partes.
79
Q

Fale acerca do falso testemunho e prisão em flagrante da testemunha.

A
  1. A testemunha que faça afirmação falsa, cale ou negue a verdade, comete falso testemunho.
  2. Ao juiz, proferindo a sentença e constatando tal circunstâncias, deverá remeter cópia do depoimento para que a autoridade policial instaure o IP. Nada impede que o MP ofereça a ação, dispensando a elaboração do IP. (art. 211, CPP)
  3. A testemunha mentirosa poderá se retratar até o momento anterior à prolação da sentença, extinguindo a punibilidade.
    1. A prisão em flagrante é admita quando o juiz proferir a sentença em audiência, caso em que a testemunha não poderá mais se retratar.
80
Q

Qual o juízo competente para julgar o crime de falso testemunho?

A

É o juízo do local onde se consumou o delito.

Se o crime é cometido via carta precatória, será do juízo deprecado.

Se o crime de falso testemunho for cometido em processo trabalhista, a competência será da Justiça Federal (Súmula 165/STJ).

81
Q

Acerca do seguinte meio de prova RECONHECIMENTO DE COISAS E PESSOAS, responda:

  • Conceito e Natureza Jurídica.
A
  1. Tem por objetivo reconhecer objetos e pessoas relacionadas, direta ou indiretamente, a um fato delituoso.
    1. Natureza jurídica de Meio de Prova.
82
Q

Fale acerca do RECONHECIMENTO DE PESSOAS (art. 226).

  • Objetivo.
  • Procedimento.
    • Momento.
    • Como é feito.
A
  1. Tem por objetivo identificar o acusado, ofendido ou testemunhas.
  2. Procedimento:
    1. Pode ser determinado na fase PRELIMINAR ou PROCESSUAL.
    1. A pessoa a fazer o reconhecimento primeiramente descreverá a pessoa a ser reconhecida.
    1. Sendo possível, a pessoa a ser reconhecida será colocada ao lado de outras com características semelhantes. Havendo mais de uma pessoa para realizar o reconhecimento, deverão fazê-lo separadamente.
    1. Por fim, proceder-se-á à lavratura do auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa que realizou o reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
83
Q

Verdadeiro ou Falso:

O reconhecimento fotográfico e fonográfico constitui prova inominada, cada vez mais comum nos dias atuais.

A

Verdadeiro.

84
Q

Fale acerca do RECONHECIMENTO DE COISAS (art. 227):

  • Procedimento.
A
  1. O reconhecedor narra o objeto a ser identificado.
  2. Se possível, será colocado o objeto ao lado de outros com características similares;
  3. De tudo será lavrado Termo Circunstanciado, assinado pelo reconhecedor, pela autoridade e por duas testemunhas.
85
Q

Fale acerca do seguinte meio de prova: ACAREAÇÃO.

  • Conceito.
  • Pressupostos.
  • Procedimento.
  • Valor probatório.
A
  1. Significa pôr em presença, face a face, pessoas cujas declarações são divergentes. Ocorre entre testemunhas, acusados e ofendidos. Pode ser feita na fase INVESTIGATÓRIA e PROCESSUAL.
  2. São pressupostos:
    - As pessoas devem ter prestado declarações;
    - Necessário que haja divergências sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
  3. Procedimento:
    - São reperguntados, para que expliquem pontos de divergência, podendo confirmar ou modificar as declarações anteriores, realizando-se, assim, o termo
    - Existe a possibilidade de ACAREAÇÃO POR PRECATÓRIA.
  4. Valor probatório: meio de prova.
86
Q

O que são “DOCUMENTOS”, entendidos como meio de prova?

A

Segundo o CPP, são quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

Segundo a acepção ampla, documento é qualquer objeto representativo de um fato ou ato relevante.

87
Q

Quais são as espécies de DOCUMENTOS?

A
  1. PARTICULAR: produzido por particular, ou por funcionário público que não esteja no exercício de suas funções.
  2. PÚBLICO: elaborado por funcionário público no exercício funcional.
  3. ORIGINAL;
  4. CÓPIA;
  5. NORMATIVO: contém o seu autor.
  6. ANÔNIMO: não contém.
88
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os documentos podem ser apresentados em qualquer fase do processo, de maneira espontânea ou provocada, salvo os casos expressos em lei.

A

Verdadeiro.

Art. 231, CPP.

89
Q

Verdadeiro ou Falso:

Quando o documento é produzido em língua estrangeira, SE FOR REALMENTE UTILIZADO, a necessidade de tradução, por tradutor oficial ou pessoa nomeada pela autoridade, É PRESUMIDA, em razão da publicidade dos autos e da necessidade de acessibilidade do conteúdo.

A

Verdadeiro.

90
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os documentos originais, encerrado o processo e não havendo motivos para que permaneçam nos autos, podem ser restituídos, mediante requerimento, ficando retidas cópias, DESDE QUE PATROCINADA A OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

A

Verdadeiro.

91
Q

Diferencie INDÍCIO de PRESUNÇÃO.

A
  1. INDÍCIO: é uma circunstância conhecida e provada, que tendo relação com o fato, autoriza, por indução, concluir pela existência de outra ou outras circunstâncias.
  2. PRESUNÇÃO: é o conhecimento daquilo que normalmente acontece.
92
Q

Como pode-se classificar os INDÍCIOS e PRESUNÇÕES.

A
  1. INDÍCIO:
    - Positivo: indica a presença do fato ou elemento que se quer provar.
    - Negativo: alimenta a impossibilidade lógica do fato alegado e que se deseja provar.
  2. PRESUNÇÃO:
    - Hominis: presunção ordinária, da vita cotidiana.
    - Juris: é aquela que está normatizada. Essa presunção pode ser relativa (juris tantum) ou absoluta (juris et de jure).
93
Q

Fale acerca do conceito de BUSCA E APREENSÃO.

A
  1. BUSCA é a diligência por meio da qual se objetiva encontrar o que se deseja.
  2. APREENSÃO é a constrição, por sob custódia determinado objeto ou pessoa.

Pode haver busca sem apreensão, e vice-versa.

Trata-se de meio de prova.

94
Q

Fale acerca da possibilidade de se determinar BUSCA E APREENSÃO.

A
  1. Poderá ser determinada pela autoridade, de ofício ou mediante requerimento das partes.
  2. Quando a busca e apreensão envolver violação do domicílio, está sujeita à RESERVA JURISDICIONAL. Nas demais hipóteses, poderá ser determinada por outras autoridades.
95
Q

Quando se procederá à BUSCA DOMICILIAR (art. 240)?

A

Rol Exemplificativo.

  1. PRENDER criminosos;
  2. APREENDER COISAS achadas ou obtidas por meios criminosos;
  3. APREENDER INSTRUMENTOS de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
  4. APREENDER ARMAS E MUNIÇÕES, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
  5. DESCOBRIR OBJETOS necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
  6. APREENDER CARTAS, ABERTAS OU NÃO, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
  7. APREENDER PESSOAS VÍTIMAS DE CRIMES;
  8. COLHER QUALQUER ELEMENTO DE CONVICÇÃO.
96
Q

Quando se procederá à BUSCA PESSOAL?

A

Será feita a busca nas vestes e demais objetos em poder do revistado, INCLUINDO CARRO.

Quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo:

a) arma proibida e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
b) coisa achada ou obtida por meios criminosos;
c) instrumento de falsificação ou contrafação, assim como objetos falsificados ou contrafeitos;
d) objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
e) cartas cujo conteúdo possam auxiliar na elucidação do fato; e
f) outros elementos de convicção.

A busca pessoal poderá dispensar a expedição de mandado nas hipóteses de:

(1) realização de prisão;
(2) fundadas suspeitas de que o indivíduo porta arma, objetos ou papéis que componham o corpo de delito;
(3) no transcurso da busca domiciliar.

97
Q

No caso de busca domiciliar, o que acontece se ninguém estiver em casa?

A

A diligência não ficará frustrada.

A porta poderá ser arrombada, devendo ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.

98
Q

Verdadeiro ou Falso:

Se a busca domiciliar iniciar-se durante o dia, poderá estender-se, se necessário, para além das 18h, desde que a sua interrupção causa prejuízo ao ato.

A

Verdadeiro.

99
Q

Verdadeiro ou Falso:

Havendo necessidade da apreensão de algum documento ou objeto que se encontre em repartição pública ou em outro local público de uso privativo, a autoridade judicial requisitará a sua apresentação, não sendo preciso, a priori, a determinação de busca e apreensão.

A

Verdadeiro.

100
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o CPP, para efeito de apreensão, a autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, mesmo que situada em Estado diverso daquele onde a autoridade desempenha suas funções, QUANDO FOREM NO SEGUIMENTO DE PESSOA OU COISA, devendo apresentar-se à autoridade local, antes da diligência ou depois..

A

Verdadeiro.

Art. 250.

Entende-se por seguimento quando:

  1. Tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, ainda que depois a percam de vista;
  2. Tendo informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, de que a pessoa ou coisa está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço.
101
Q

Verdadeiro ou Falso:

O mandado de busca e apreensão deve ser interpretado de forma restrita, não podendo a autoridade, no cumprimento da diligência, angariar todos os elementos que venha a encontrar na residência vasculhada e que não sejam objeto do mandado.

A

Verdadeiro.

102
Q

Diferencie (1) INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, (2) ESCUTA TELEFÔNICA, (3) GRAVAÇÃO TELEFÔNICA, (4) REGISTRO TELEFÔNICO, (5) INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL e (6) GRAVAÇÃO AMBIENTAL.

A
  1. Interceptação telefônica: Consiste em MEIO DE PROVA que deve ser DEFERIDO JUDICIALMENTE, SEM O CONHECIMENTO DOS INTERLOCUTORES.
    1. Depende de REQUERIMENTO DO MP ou REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL (na fase de investigação), ou REQUERIMENTO DO MP (na fase processual).
    1. Tem por objetivo a obtenção de prova ou de fonte de prova que se refiram ao objeto das investigações ou do processo.
  2. Escuta telefônica: captação de CONVERSA TELEFÔNICA, feita por TERCEIRA PESSOA com o CONHECIMENTO DE UM DOS INTERLOCUTORES.
  3. Gravação telefônica:
    1. em é a captação de CONVERSA TELEFÔNICA, feita por UM DOS INTERLOCUTORES sem o conhecimento do outro.
    1. é o fruto do interceptação, escuta ou da gravação telefônica em sentido estrito.
  4. Registro telefônico: é o histórico das ligações e demais comunicações telefônicas efetuadas.
    1. Não recebe a mesma proteção constitucional.
  5. Interceptação ambiental é a captação de áudio e/ou imagem ambiente, feita por TERCEIRA PESSOA, que não participa da conversa ambiental.
  6. Gravação ambiental: gravação feita por um dos interlocutores, com ou sem conhecimento dos demais.
103
Q

Faça as distinções entre os sigilos:

  1. Telefônico;
  2. de Dados;
  3. Fiscal;
  4. Bancário; e
  5. Financeiro.
A
  1. Telefônico: direito do indivíduo de ter o sigilo de suas comunicações telefônicas. Tem como sujeitos passivos a operadora telefônica, ou, nas comunicações via internet, dos respectivos provedores. Pode sofrer limitações.
  2. De Dados: direito do indivíduo ao sigilo dos registros de suas ligações telefônicas e aos dados cadastrais do usuários. Podem ser objeto de requisição de autoridades administrativas.
  3. Fiscal: dever de a fazenda pública e seus funcionários não permitir que os dados dos contribuintes sejam destinadas a fins diversos.
  4. Bancário: dever dos bancos de manterem os dados bancários em sigilo, evitando que sejam destinados para fins diversos de suas atividades.
  5. Financeiro: idem, agora referente às instituições financeiras, no tocante à situação econômica de cartões de crédito, debêntures e aplicações em geral.
104
Q

Fale acerca da iniciativa para a determinação de interceptação telefônica.

A
  1. Durante a investigação preliminar: a requerimento do MP ou representação da autoridade policial, destinados ao juízo competente (ouvindo-se o MP).
  2. Durante a fase processual: (1) pelo juiz, de ofício; (2) a requerimento do MP.
105
Q

Quais são os limites à interceptação telefônica?

A
  1. Depende de decisão fundamentada, por meio do qual se demonstre o Fumus Comissi Delicti (indícios de existência do crime e indícios de autoria ou participação) e o Periculum in mora (que a medida é necessária à investigação e que é indispensável o seu deferimento).
  2. Não será admitida a interceptação telefônica:
    a) não existir indícios razoáveis de autoria ou de participação na infração;
    b) a prova puder ser obtida por outros meios disponíveis;
    c) o fato investigado constituir infração punida, no máximo, com DETENÇÃO.
106
Q

Como será feito o pedido de interceptação telefônica e como correrá?

A
  1. Via de regra, deverá ser ESCRITO. Excepcionalmente, admite-se que seja feito oralmente.
  2. A interceptação telefônica deverá correr em altos apartados e separados do inquérito ou processo.
    1. Após concluídas as diligências interceptadoras, haverá a apensação ao inquérito policial ao processo penal, conforme o caso.
107
Q

Conclusos os autos da interceptação telefônica, qual o prazo para o juiz decidir? Qual o recurso cabível contra a decisão?

A

24 horas.

Não há recurso específico. Contra o indeferimento, o MP pode ingressa com MS. Em caso de deferimento, cabe HC (embora seja improvável que seja impetrado enquanto permanecer o sigilo da diligência).

108
Q

Qual o prazo da interceptação telefônica?

A

Tem o prazo máximo de 15 dias, podendo ser renovada por igual período, por decisão que fundamente sua necessidade, SEM LIMITE DE RENOVAÇÃO.

109
Q

Fale acerca da condução da interceptação e acompanhamento pelo MP.

A
  1. A condução será feita pela POLÍCIA JUDICIÁRIA (civil ou federal).
    1. Para a degravação, com registro escrito, pode ser necessário tradutor ou intérprete, quando a conversa for em outro idioma ou haver o uso de gírias.
  2. O MP deve ser cientificado para, querendo, acompanhar todo o procedimento.
110
Q

Verdadeiro ou Falso:

A lei impõe que deverá haver a transcrição de todas as gravações da comunicação interceptada. Isso tem por objetivo tornar a prova acessível à cognição dos destinatários. Ainda, a autoridade policial, após cumprir a diligência, deverá encaminhar o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.

A

Verdadeiro.

Lei de interceptação telefônica, art. 6º, §§1º e 2º.

111
Q

Verdadeiro ou Falso:

Segundo a posição majoritária, admite-se o aproveitamento de provas obtidas fortuitamente (serendipidade) através de interceptação telefônica, inclusive em processos administrativos e cíveis.

A

Verdadeiro.

112
Q

Verdadeiro ou Falso:

A gravação será inutilizada por decisão judicial fundamentada, quando não interessar a prova ao inquérito policial ou à instrução processual, assim como após a instrução, em razão de requerimento do MP ou da parte interessada.

A

Verdadeiro.

113
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os juízos criminais deverão informar mensalmente à Corregedoria Nacional de Justiça a quantidade de interceptações em andamento.

A

Verdadeiro.

Art. 18, Res. 59/2008.

114
Q

Fale acerca dos problemas de direito intertemporal relativas às interceptações telefônicas.

A

Interceptações telefônicas anteriores à 25/07/1996 são ILÍCITAS, devendo ser desentranhadas dos processos.

A partir da Lei 9.296/96, as interceptações telefônicas feitas com respeito às premissas legais, ainda que digam respeito a crimes anteriores a 25/07/1996, são LÍCITAS.

115
Q

Verdadeiro ou Falso:

Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade independe de prova por documento hábil.

A

Falso.

Depende sim. Súmula 74/STJ.

116
Q

Verdadeiro ou Falso:

A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe de prova da efetiva corrupção do menor, por tratar de delito formal.

A

Verdadeiro.

Súmula 500/STJ.

117
Q

Verdadeiro ou Falso:

Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, §2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

A

Verdadeiro.

Súmula 502/STJ.

118
Q

Verdadeiro ou Falso:

A conduta de atribuir-se falta identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação alegada autodefesa.

A

Verdadeiro.

Súmula 522/STJ

119
Q

Verdadeiro ou Falso:

É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha.

A

Verdadeiro.

155/STF.

120
Q

Verdadeiro ou Falso:

Não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu menor que teve assistência do defensor dativo.

A

Verdadeiro.

352/STF.

121
Q

Verdadeiro ou Falso:

No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionado anteriormente, na diligência de apreensão.

A

Verdadeiro.

122
Q

A Constituição Federal de 1988, no artigo 5°, inciso LVI, prevê expressamente a inadmissibilidade da utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos. De acordo com as teorias adotadas pelo legislador brasileiro e recente entendimento jurisprudencial, descarta-se a ilicitude da prova na seguinte situação.

A. Juca está sendo acusado de crime, porém alega que é inocente e tudo não passa de um plano vingativo elaborado por seu desafeto político. No intuito de provar sua inocência, Juca contrata investigador particular, o qual instala sistema de captação de imagem e som clandestinamente no escritório do seu desafeto. Por meio das imagens e som gravados, Juca consegue extrair conversa que prova indubitavelmente não ser ele autor do crime denunciado e faz a juntada nos autos do processo judicial.

B. Um grupo de policiais civis estava executando operação contra o tráfico na cidade de Campo Grande-MS, quando suspeitou que Arnolgildo estaria filmando toda ação policial. Por esse motivo, Arnolgildo foi então abordado pelos policiais civis, os quais, sem a existência de mandado judicial, efetuaram uma busca na sua residência e localizaram 9 gramas de crack e 0,4 gramas de cocaína. Arnolgildo foi preso em flagrante pela acusação de tráfico de drogas.

C. Autorizada interceptação telefônica em face de Diná Sabino de acordo com os ditames legais, ao término, é extraída prova da prática de delito por esta. No entanto, as conversas de cunho probatório são aquelas que haviam sido realizadas entre Diná Sabino e seu advogado, quando a primeira confessa a prática de crimes e requer orientação de como proceder para ser inocentada.

D. Ao cumprir mandado de busca e apreensão em investigação de crime de homicídio, os policiais acessam os computadores da residência do investigado e levantam diversos dados que demonstram a coautoria do vizinho. Dessa forma, os policiais estendem informalmente o mandado judicial e cumprem a diligência, também, na residência do vizinho, em observância ao princípio da celeridade processual.

E. Chegou ao conhecimento da autoridade policial que determinado caminhão estava transportando alta quantidade de drogas. Em cumprimento de mandado judicial, foram realizadas busca e apreensão do veículo, confirmando-se o fato. No decorrer do processo judicial, constatou-se que o crime havia sido descoberto no 16° dia do início de interceptação telefônica, deferida judicialmente pelo prazo inicial de 30 dias. Verificou-se, ainda, que houve pedido de prorrogação após um dia do término do prazo inicial.

A

a) PROVA LÍCITA (GABARITO) - trata-se da admissibilidade amplamente aceita pela jurisprudência e pela doutrina processualista da prova ilícita pro reo, com base no princípio da proporcionalidade, uma vez que o Estado Democrático de Direito é gravemente ferido em sua estrutura quando um inocente é punido. Assim, admite-se alguns tipos de provas, ainda que ilícitas (a profissão de investigador particular não é exercida para fins penais e a captação foram colhidas clandestinamente), para um inocente não venha a ser condenado. Além do mais, a vedação de provas ilícitas é uma garantia processual do acusado, e não do estado.
b) PROVA ILÍCITA - os motivos alegados pelos policiais não configuram hipótese de realização de busca domiciliar. Tampouco os mesmos sabiam da existência do flagrante, não havendo legitimidade para a realização da cautelar.
c) PROVA ILÍCITA - as conversas do cliente com o advogado eram de cunho profissional (relativas ao exercício da advocacia), sendo protegidas pelo Estatuto da OAB, que garante o sigilo profissional (incidência do art. 7º, II da Lei 8.906/1994).
d) PROVA ILÍCITA - não há como estender mandados “informalmente”. Os mandados de busca e apreensão devem obedecer o disposto no art. 243 do CPP.
e) PROVA ILÍCITA - a questão diz que a interceptação telefônica foi deferida, inicialmente, pelo prazo inicial de 30 dias. O art. 5º da Lei 9296/1996 permite que o prazo seja concedido por no máximo 15 dias. O pedido de prorrogação deve ser feito dentro do mesmo prazo, conforme a jurisprudência.

123
Q

Complete:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA PRODUZIDA EM CONTRADITÓRIO JUDICIAL, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente _________________, ressalvadas as ________, _______ e _______.

A

Nos elementos informativos colhidos na investigação.

Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

124
Q

Complete:

Somente quanto ao _________ serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.

A

Estado das pessoas.

125
Q

Fale acerca da classificação das provas quanto ao procedimento.

A
  1. PROVA TÍPICA: é aquela cujo procedimento está previsto em lei.
  2. PROVA ATÍPICA: indica tanto aquela que encontra-se prevista em lei, mas não seu procedimento não, assim como aquela que sequer se encontra prevista em lei.
126
Q

Fale acerca do princípio do:

Contraditório.

A

Toda prova deve ser submetida ao crivo do contraditório, devendo a parte contrária ter o direito de se manifestar.

127
Q

Fale acerca do seguinte princípio que rege a prova no processo penal:

Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova).

A

Embora a prova seja produzida por uma das partes ou determinada pelo juiz, ao ser integrada ao processo, deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo.

Assim, poderá ser utilizada em benefício de qualquer das partes. Do mesmo modo, o juiz pode se valer da prova do réu para condená-lo.

128
Q

Fale acerca do seguinte princípio que rege a prova no processo penal:

Princípio da oralidade.

A
  1. Sempre que possível, as provas devem ser produzidas oralmente na presença do juiz.
  2. Dele decorrem três subprincípios:
    a) Subprincípio da concentração: sempre que possível, as provas devem ser concentradas na audiência.
    b) Subprincípio da publicidade: os atos processuais devem ser públicos, ressalvadas as hipóteses em que o acesso pode ser restrito apenas às partes e a seus procuradores, ou apenas a estes.
    c) Subprincípio da imediação: sempre que possível, o juiz da causa deve ter contato físico com a prova, a fim de que melhor possa formar sua convicção.
129
Q

Fale acerca do seguinte princípio que rege a prova no processo penal:

Princípio da autorresponsabilidade das partes.

A

Segundo esse princípio, a parte que alega determinado fato, possui o ônus de prová-lo.

Ex.: enquanto o autor da ação deve provar a autoria e a materialidade do fato, sob pena de absolvição do acusado, se o acusado alegar que agiu sob causa excludente de ilicitude, sobre ele recai o ônus de provar o alegado.

130
Q

Fale acerca do seguinte princípio que rege a prova no processo penal:

Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo Tenetur se Detegere).

A

Segundo o qual a parte não é obrigada a produzir prova contra si mesma.

Assim, o acusado não é obrigado a responder às perguntas que lhe forem feitas, ou a participar de reconstituição simulada etc.

131
Q

Via de regra, o ônus da prova incumbe a quem alegar. Entretanto, o art. 156 do CPP faculta ao juiz:

A
  1. Ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS URGENTES e relevantes, observada a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.
  2. Determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS para dirimir dúvidas sobre ponto relevante.
132
Q

Verdadeiro ou Falso:

Para que o juiz possa determinar a produção antecipada de provas, é necessário que estejam presentes o fumus comissi delicti (indícios de materialidade e autoria do delito) e periculum in mora (perigo de que a demora na produção da prova torne impossível a sua realização).

A

Verdadeiro.

133
Q

Verdadeiro ou Falso:

Para que um juiz possa determinar a produção determinada de uma prova urgente, é necessário que exista um procedimento investigatório em curso e algum requerimento posto à sua disposição (ainda que não seja o requerimento de prova), ainda que seja o pedido de arquivo. Entretanto, não pode ordenar a produção simplesmente ao ter notícia da prática de um crime.

A

Verdadeiro.

134
Q

Verdadeiro ou Falso:

A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.

A

Verdadeiro.

Súmula 455 do STJ.

135
Q

Qual é o recurso cabível contra:

  • Decisão que reconhece a ilicitude da prova antes da sentença;
  • Decisão que reconhece a ilicitude da prova na sentença;
  • Decisão que não reconhece a ilicitude.
A
  1. RESE.
  2. Apelação.
  3. Não cabe recurso, podendo ser impetrado HC ou MS.
136
Q

Verdadeiro ou Falso:

Segundo o entendimento da Doutrina, do STF e do STJ, a prova obtida mediante legítima defesa ou estado de necessidade, por serem estas causas excludentes da ilicitude, são provas válidas, e não provas ilícitas.

A

Verdadeiro.

137
Q

Verdadeiro ou Falso:

Segundo o entendimento doutrinário e jurisprudencial, admite-se a utilização de prova ilícita pro reu, mas nunca pro societate.

A

Verdadeiro.

138
Q
  1. Fale acerca das consequências processuais do reconhecimento da ILICITUDE de uma prova.
  2. Fale acerca das consequências processual do reconhecimento da ILEGITIMIDADE de uma prova.
A
  1. Deve ser desentranhada do processo e, após preclusa tal decisão, deve a prova ser inutilizada por decisão judicial.
    1. Faculta-se às partes acompanhar o incidente.
  2. A prova ilegítima pode ser de duas espécies:
    1. Prova ilegítima por violação a norma processual de caráter absoluto (nulidade absoluta): por ser norma de ordem pública, não podem ser utilizadas. Entretanto, para o STF e STJ, podem ser utilizadas se não houver comprovação do prejuízo.
    1. Prova ilegítima por violação a norma processual de caráter relativo (nulidade relativa): poderão ser utilizadas se não houver impugnação à sua ilegalidade ou se a irregularidade tiver sido sanada.
139
Q

Verdadeiro ou Falso:

São inadmissíveis, devendo ser DESENTRANHADAS do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais, apenas.

A

Falso.

Normas constitucionais e legais (art. 157, CPP).

140
Q

Em quais crimes, o exame de corpo de delito deverá ser feito com prioridade?

A
  1. Violência doméstica e familiar contra a mulher; e

2. Violência contra criança, adolescente, idoso e pessoa com deficiência.

141
Q

Complete:

No curso do processo judicial, é facultado às partes requerer a oitiva dos peritos para esclarecem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhadas com ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE ______, podendo apresentar as respostas em laudo complementar.

A

10 dias.

Art. 159, §5º, I.

142
Q

Verdadeiro ou Falso:

HAVENDO REQUERIMENTO DAS PARTES, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, SALVO SE FOR IMPOSSÍVEL A SUA CONSERVAÇÃO.

A

Verdadeiro.

Art. 159, §6º.

143
Q

Complete:

O exame de corpo de delito poderá ser feito ______ dia e ______ hora.

A

(…) em qualquer dia e em qualquer hora.

Art. 161.

144
Q

Verdadeiro ou Falso:

Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, QUANDO NÃO HOUVER INFRAÇÃO PENAL QUE APURAR, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e NÃO HOUVER NECESSIDADE DE EXAME INTERNO para a verificação de alguma circunstância relevante.

A

Verdadeiro.

Art. 162, parágrafo único.

145
Q

No tocante à produção de provas no bojo do processo, até que momento a autoridade e as partes poderão formular quesitos?

A

Até o momento da diligência (art. 176).

146
Q

Quando o exame pericial se der através de carta precatória, a nomeação do perito far-se-á no juízo deprecante ou no juízo deprecado?

A

Em regra, no JUÍZO DEPRECADO.

Por outro lado, em se tratando de ação privada, e havendo acordo entre as partes, a escolha poderá ser feita pelo juízo deprecante.

147
Q

Qual o procedimento a ser utilizado caso haja divergência entre os peritos, de acordo com o CPP?

A

Art. 180.

Deverão ser consignadas nos autos do exame as declarações de ambos os peritos e suas respostas, ou estes poderão redigir seus laudos separadamente, submetendo-os a um terceiro perito.
Se ele descordar de ambas as conclusões, poderá a autoridade designar nova perícia, a ser realizada por outros peritos.

148
Q

Complete:

Salvo o caso de __________, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

A

Exame de Corpo de Delito.

149
Q

Verdadeiro ou Falso:

O silêncio, que não importa em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.

A

Verdadeiro.

Art. 186, parágrafo único.

150
Q

Verdadeiro ou Falso:

O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

A

Verdadeiro.

Art. 197, CPP

151
Q

Verdadeiro ou Falso:

O silêncio do acusado não importa confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

A

Verdadeiro.

Art. 198, CPP.

CUIDADO EM PROVAS MAIS EXIGENTES:

A doutrina e a jurisprudência são uníssonas em considera-lo não recepcionado, apontando, ainda, ter o legislador se esquecido de revogar o dispositivo quando da reforma do CPP em 2003. Além disso, é também incompatível com o pú do art. 186, CPP, verbis: “O SILÊNCIO, QUE NÃO IMPORTARÁ EM CONFISSÃO, NÃO PODERÁ SER INTERPRETADO EM PREJUÍZO DA DEFESA.

152
Q

De acordo com o CPP, a confissão poderá se dar fora do interrogatório?

A

Sim. Nesse caso, deverá ser tomada por termo nos autos.

Art. 199.

153
Q

Complete:

Art. 200. A confissão será _______ e ________, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

A

Divisível e retratável.

154
Q

Verdadeiro ou Falso:

O depoimento será oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

A

Verdadeiro.

Art. 204.

155
Q

Verdadeiro ou Falso:

Se correr dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, PODENDO, ENTRETANTO, TOMAR-LHE O DEPOIMENTO DESDE LOGO.

A

Verdadeiro.

Art. 205.

156
Q

No tocante à prova testemunhal, a quais não se deferirá o compromisso de dizer a verdade?

A
  1. Menores de 14;
  2. Deficientes mentais;
  3. Ascendente; descendente; afim em linha reta, cônjuge, ainda que desquitado; pai, mãe, irmão e filho adotivo.
157
Q

Verdadeiro ou Falso:

No tocante ao depoimento da testemunha, o juiz não permitirá que a mesma manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.

A

Verdadeiro.

Art. 213, CPP.

158
Q

Verdadeiro ou Falso:

Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

A

Verdadeiro.

Art. 215, CPP.

159
Q

Qual o procedimento a ser adotado pelo Juiz, caso este verifique que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento?

A

Art. 217, CPP.

  1. Deve buscar que a inquirição do ofendido ou testemunha se dê por videconferência.
  2. Somente na impossibilidade, é que será determinada a retirada do réu, prosseguindo-se na inquirição com a presença de seu defensor.
160
Q

De acordo com o CPP, qual a solução a ser adotada caso a testemunha, devidamente intimada, deixe de comparecer à audiência sem motivo justificado?

A

Art. 218.

O juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.

161
Q

Fale acerca das regras trazidas pelo CPP quanto à inquirição do Presidente e do Vice-Presidente da República, Senadores, Deputados Federais, Ministros de Estado, Governadores, Secretários de Estado, Prefeitos, Deputados Estaduais, Membros do Poder Judiciário, ministros e juízes dos Tribunais de Contas e do Tribunal Marítimo.

A

Art. 221.

  1. Serão ouvidos em LOCAL, HORA e DATA previamente ajustados entre eles e o juiz.
  2. O Presidente e o Vice-Presidente da República, Presidente do Senado e da Câmara dos Deputados, assim como o Presidente do STF, PODEM OPTAR PELA PRESTAÇÃO DO DEPOIMENTO POR ESCRITO.
  3. Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.
  4. No tocante aos funcionários públicos, deve ser expedido mandado ao chefe da repartição, informando o dia e a hora marcados.
162
Q

Verdadeiro ou Falso:

Será possível a inquirição de testemunha por meio carta rogatória. A sua expedição está condicionada a sua imprescindibilidade, devendo a parte requerente arcar com os custos de seu envio.

A

Verdadeiro.

Art. 222-A.

163
Q

Complete:

As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de ______, qualquer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas __________.

A

1 ano.

do não comparecimento.

164
Q

De acordo com o CPP, em que hipóteses poderá haver a colheita antecipada do depoimento da testemunha?

A

Art. 225.

Quando a testemunha tiver que se ausentar, ou quando, em razão de enfermidade ou velhice, exista receio de sua morte quando da instrução criminal.

O juiz, de ofício ou a requerimento das partes, poderá tomar antecipadamente o seu depoimento.

165
Q

Verdadeiro ou Falso:

À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.

A

Verdadeiro.

Art. 232, parágrafo único.

166
Q

Verdadeiro ou Falso:

As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, AINDA QUE NÃO HAJA CONSENTIMENTO DO SIGNATÁRIO.

A

Verdadeiro.

Art. 233, parágrafo único.

167
Q

Verdadeiro ou Falso:

As públicas-formas (cópia autenticada) só terão valor quando conferidas com o original, em presença de autoridade.

A

Verdadeiro.

Art. 237, CPP

168
Q

Segundo o art. 243, que informações deverá o mandado de busca apresentar?

A
  1. A casa em que será ser realizada a diligência e o nome do proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
  2. Motivos e fins da diligência;
  3. Subscrição do escrivão e assinatura da autoridade.
  4. Se houver ordem de prisão, deverá constar do próprio texto do mandado de busca.
169
Q

Verdadeiro ou Falso:

Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento de corpo de delito.

A

Verdadeiro.

Art. 243, §2º, CPP.

170
Q

Verdadeiro ou Falso:

A busca pessoal em mulher será por outro mulher, SE não importar retardamento ou prejuízo da diligência.

A

Verdadeiro.

Art. 249, CPP.

171
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o entendimento do STJ, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito e outras perícias para a constatação da ocorrência do crime de estupro, especialmente quando a vítima tiver ido à delegacia de polícia apenas no dia seguinte ao do suposto cometimento do delito.

A

Falso.

Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial relevância, desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas aos autos, não havendo necessidade de prova pericial.

172
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o entendimento do STJ, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito e outras perícias para a configuração da causa de aumento de pena pela utilização de arma de fogo no roubo, ainda que exista testemunha do delito e que a vítima confirme o uso da arma.

A

Falso.

É prescindível a apreensão e a perícia de arma de fogo para a caracterização de causa de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal, quando evidenciado o seu emprego por outros meios de prova.

173
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o entendimento do STJ, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito e outras perícias para a constatação da qualificadora referente ao arrombamento no crime de furto, mesmo que a vítima tenha reparado prontamente o objeto violado.

A

Falso.

Podem ser supridas por prova testemunhal quando os vestígios tiverem desaparecido.

174
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o entendimento do STJ, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito e outras perícias para a verificação da ocorrência de furto realizado com escalada, ainda que exista filmagem realizada por sistema de monitoramento de câmeras de segurança.

A

Falso.

Furto qualificado mediante escalada pode ser provado por outras provas além da perícia: Para que seja configurado o furto qualificado mediante escalada é dispensável a realização de perícia, desde que existam outras provas que demonstrem a ocorrência da escalada (exs: filmagem, fotos, testemunhos etc.). STJ. 5a Turma. REsp 1.392.386-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 3/9/2013.

175
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com o entendimento do STJ, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito e outras perícias para a reconhecimento da qualificadora de rompimento de obstáculos quando a infração deixar vestígios, mesmo que haja declarações da vítima e de testemunhas.

A

Verdadeiro.

(…) A qualificadora da escalada somente pode ser aplicada ao crime de furto mediante realização de exame pericial. Tendo em vista que se trata de infração que deixa vestígio, é imprescindível a realização do laudo, por expressa disposição legal, cabendo destacar que a sua substituição por outros meios probatórios apenas é possível quando não existirem mais os vestígios ou não for possível a realização da perícia. (…) (HC 223.890/MG, Min. Marilza Maynard (Des. Conv. TJ/SE), 5a Turma, julgado em 21/05/2013)

176
Q

No âmbito do processo penal, considera-se prova não repetível

A. O processo administrativo sancionador conduzido por autoridade competente e submetido a amplo contraditório.
B. A gravação de conversa informal entre indiciado e policial.
C. O depoimento de testemunha internada em hospital e em grave risco de morte.
D. O depoimento de testemunha prestado no inquérito policial, ainda que esta se recuse a comparecer em juízo.
E. O reconhecimento do acusado feito pela vítima na delegacia.

A

A.

177
Q

Diferencie prova cautelar, prova não repetível e prova antecipada.

A

Provas cautelares: são aquelas que, em razão da necessidade e urgência, devem ser praticadas, sob pena de que os elementos venham a ser perdidos (ex busca e apreensão domiciliar e interceptação telefônica).

Provas não repetíveis: São aquelas que não podem ser reproduzidas durante a fase processual, por pura impossibilidade material. É o exemplo do exame de corpo de delito em um crime que deixa vestígios. São produzidas de forma inquisitiva, mas serão submetidas a um contraditório diferido ou postergado, exercido ao longo da ação penal.

Provas antecipadas: produzidas em incidente pré-processual que tramita perante um magistrado, havendo efetiva participação das futuras partes, motivo pelo qual, são respeitados o contraditório e a ampla defesa, legitimando a utilização de tais provas na fase processual.

178
Q

Em se tratando de celular de propriedade de vítima morta, é ilegal a realização de perícia sem prévia autorização judicial se o aparelho tiver sido entregue a autoridade policial pelo cônjuge da vítima.

A

Falso.

Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma. RHC 86.076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). Os precedentes do STJ que reconheceram a ilegalidade da prova envolviam acesso às conversas do Whatsapp no celular do investigado. Aqui, a leitura das conversas ocorreu no celular da vítima, tendo o aparelho sido entregue voluntariamente pela esposa do falecido. Assim, no segundo caso, não há prova ilícita, considerando que não houve uma violação à intimidade do investigado, titular de garantias no processo penal.

179
Q

É lícita a prova obtida pela polícia a partir da escuta, por viva-voz, de conversa entre investigado e sua mãe, mesmo que sem autorização judicial ou consentimento dos interlocutores, sendo válida a consequente prisão em flagrante.

A

Falso.

Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva pela polícia, de conversa travada pelo investigado com terceira pessoa em telefone celular, por meio do recurso “viva-voz”, que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. STJ. 5ª Turma. REsp 1.630.097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603)

180
Q

É dispensada autorização judicial para extração de dados e conversas registradas em aparelho celular apreendido no momento de prisão em flagrante.

A

Falso.

181
Q

É lícito o acesso aos dados armazenados em celular apreendido após determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha expressamente previsto tal medida.

A

Verdadeiro.

Se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 03/10/2017.

182
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os menores de 18 (dezoito) anos, o ascendente e descendente do acusado quando arrolados para serem ouvidos na instrução processual não são considerados testemunhas numerárias (que integram o limite máximo), tal como acontece com as testemunhas referidas.

A

Falso.

Menores de 14.

183
Q

Verdadeiro ou Falso:

Prescreve o Código de Processo Penal, quanto ao reconhecimento de pessoa, que não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento a disposição de que se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela.

A

Verdadeiro.

CPP. Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:

(…) III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; (…)

Parágrafo único. O disposto no n III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.

184
Q

Verdadeiro ou Falso:

Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem.

A

Verdadeiro.

Súmula 574/STJ.