Pericardiopatias Flashcards
Em qual pericárdio estão as fibras nociceptivas?
No pericárdio parietal.
Qual o volume normal de líquido pericárdico?
20-50 mL.
Qual a importância do pericárdio?
O pericárdio, apesar de não ser necessário para a vida, é importante para diminuir o atrito durante o batimento cardíaco, impedir a sobrecarga volumétrica de uma câmara sobre a outra e proteção física contra infecções e neoplasias por contiguidade.
Quais as pericardiopatias?
Pericardite aguda (PA), tamponamento cardíaco, derrame pericárdico, pericardite constritiva e pericardite efusio-constritiva.
O que é a pericardite aguda?
É uma inflamação aguda dos folhetos pericárdicos.
Qual a história clínica do paciente com pericardite aguda?
Dor torácica (principal sintoma, localização retroesternal ou pré-cordial, tipo contínua, longa duração - horas, dias -, irradia para pescoço e trapézio, pleurítica - nítida piora com inspiração, tosse e espirro -, piora com o decúbito dorsal e melhora com a posição sentada e tronco inclinado para frente - prece maometana), dispneia (principalmente pela limitação da respiração pela dor). Um quadro gripal (fadiga, prostração e dor no corpo) pode preceder a PA. *A dor pode ser, eventualmente, constritiva com irradiação para o braço esquerdo, simulando a dor anginosa.
Quais os achados ao EF na pericardite aguda?
Atrito pericárdico (patognomônico - 85% dos casos -, diafragma na borda esternal esquerda baixa com o paicente sentado e tronco para frente). Uma característica particular dele é que é evanescente, variando sua intensidade durante o dia e até mesmo desaparecendo e reaparecendo.
Quais exames complementares podem ser empregados na pericardite aguda? Comente o que eu espero encontrar com cada exame.
ECG: as alterações ocorrem por extensão da inflamação para o epicárdio e são bem características de PA: supradesnivelamento de ST em VÁRIAS (diferente de IAM) derivações (pode estar ausente em V1 e aVR), onda T positiva e apiculada, infradesnivelamento de PR. Existe uma evolução típica do ECG que ocorre em 50% dos pacientes: Fase I = supra de ST com onda T apiculada; Fase II = normalização de ST com onda T aplainada; Fase III = inversão de onda T; Fase IV = normalização do ECG.
Eco: visualização do derrame pericárdico (a ausência não exclui diagnóstico).
Raio X de tórax: sem anormalidades. HMG: leucocitose discreta, aumento de VHS.
Como é feito o Dx de paricardite aguda?
Através de uma clínica compatível associada a exames complementares com padrões característicos.
Quais os DDx da pericardite aguda? Como fazer essa diferenciação?
IAM = o supra de ST ocorre em várias derivações, não seguindo uma distribuição anatômica aparente de artéria coronária, inversão de onda T só ocorre quando o ST já voltou à linha de bas, ausência de onda Q de necrose na evolução do ECG e infra de PR.
Qual a epidemiologia da PA?
Ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens, porém podem ocorrer em qualquer faixa etária.
Quais as causas de PA?
Viral e idiopática (p), bacteriana, por colagenoses, urêmica, por diálise, por drogas, Sd de Dressler (autoimune), pós-IAM, pós-cirurgia cardíaca e trauma torácico, TB, fungos, neoplásica, actínica, relacionada ao HIV.
Quais os principais vírus que causam PA?
Coxsackie B e echovírus 8 (p), EBV, CMV, HBV, sarampo, rubéola, varicela-zóster, caxumba.
Qual o QC da PA de causa viral? Como ele evolui?
Geralmente apresenta um pródromo de um quadro gripal, evoluindo com a PA, sendo autolimitado (desaparece em semanas). O Dx é presuntivo após afastamento de outras causas. Complic: pericardite recorrente (p).
Qual o QC da PA piogênica (bacteriana)? Como ele evolui?
É um quadro clínico mais intenso, com febrão (39-40°), dores musculares, calafrios, sudorese noturna, dispneia e dor torácica, porém esta não é tão valorizada, culminando no atraso diagnóstico. O atrito pericárdio ocorre em < 50%. A evolução é ominosa se for diagnosticada tardiamente (já com tamponamento e pericardite constritiva, que são a maioria), tendo mortalidade de até 70%.
Como ocorre a PA piogênica?
Como complicação de infecção bacteriana pulmonar ou abdominal alta (pneumonia, mediastinite, empiema pleural, abcesso sub-frênico, EI) - p -, disseminação hematogênica e por contiguidade.
Quais os FR para PA piogênica?
Derrame pericárdico crônico e imunossupressão.
Quais as principais bactérias envolvidas na PA piogênica?
S. aureus, pneumococo, Streptococos, BGNs, meningococo, Hib.
Como fazer o Dx de PA piogênica?
QC de infecção bacteriana, HMG com leucocitose importane e desvio à esquerda, aumento da área cardíaca, ECG compatível com PA, eco para ver derrame.
Como é o tto da PA piogênica?
Drenagem por pericardiotomia subxifoide + ATB parenteral.
Comente sobre a pericardite associada ao HIV.
Mais comum em pacientes com algum grau de IMSP, podendo ocorrer pelo próprio HIV ou por outras infecções oportunistas (outros vírus, fungos, bactérias). Risco de morte MUITO maior que outras populações.
Comente sobre a PA pós-curúrgica.
Complicação comum após cirurgia cardíaca, podendo ser precoce (até 1 semana após a cirurgia), ocorrendo pelo próprio trauma do pericárdio, ou síndrome pós-pericardiotomia (após 1 semana da cirurgia), ocorrendo pode fenômenos autoimunes (~Sd de Dressler) e virais.
Qual a principal causa de PA na insuficiência renal?
A toxicidade de escórias nitrogenadas sobre o pericárdio, promovendo inflamação dele (pericardite urêmica).
Comente sobre a PA urêmica.
Muito comum em pacientes com insuficiência renal que não fazem hemodiálise por ação direta das toxinas nitrogenadas sobre o pericárdio. Há uma grande e rápida melhora dessa PA logo após a instalação da hemodiálise.
*Essa entidade CI o uso de anticoagulantes (usar heparina com cuidado nas sessões de diálise).
Comente sobre a pericardite da diálise.
É uma pericardite que ocorre em pacientes há mais de 3 meses em diálise, sendo mais comum que a urêmica atualmente. Pode complicar com tamponamento cardíaco. O quadro melhora com a intensificação da diálise.
Quais as principais colagenoses que cursam com PA?
FR, AR e LES. Quando não há sinais de valvulite ou miocardite, pode-se tratar apenas com AAS, sem usar corticoide EV.
Comente sobre a pericardite reumatoide.
Ocorre em até 25% dos casos de AR, estando fortemente relacionada aos nódulos subcutâneos e fator reumatoide positivo. O líquido possui > 20k leucócitos, < 45 glicose e FR +.
Comente sobre a pericardite lúpica.
Ocorre em 45% dos pacientes lúpicos, sendo a manifestação CV mais frequente do LES. Ocorre em conjunto com as outras manifestações da doença. O líquido possui < 10k leucócitos e glicose baixa.
Comente sobre as pericardites associadas ao IAM.
Podem ocorrer por lesão direta do pericárdio: por inflamação secundária a uma isquemai transmural em área contígua (pericardite epistenocárdica) ou por fenômenos imunológicos (Sd de Dressler). A primeira se dá na 1a semana e só envolve o pericárdio e a 2a ocorre na 2a-3a semana e também acomete outras serosas. É um quadro autolimitado que se resolve espontameamente.
Quais drogas podem causar PA?
Isoniazid, hidralazina e minoxidil.