Pericardiopatias Flashcards

1
Q

Em qual pericárdio estão as fibras nociceptivas?

A

No pericárdio parietal.

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2
Q

Qual o volume normal de líquido pericárdico?

A

20-50 mL.

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3
Q

Qual a importância do pericárdio?

A

O pericárdio, apesar de não ser necessário para a vida, é importante para diminuir o atrito durante o batimento cardíaco, impedir a sobrecarga volumétrica de uma câmara sobre a outra e proteção física contra infecções e neoplasias por contiguidade.

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4
Q

Quais as pericardiopatias?

A

Pericardite aguda (PA), tamponamento cardíaco, derrame pericárdico, pericardite constritiva e pericardite efusio-constritiva.

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5
Q

O que é a pericardite aguda?

A

É uma inflamação aguda dos folhetos pericárdicos.

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6
Q

Qual a história clínica do paciente com pericardite aguda?

A

Dor torácica (principal sintoma, localização retroesternal ou pré-cordial, tipo contínua, longa duração - horas, dias -, irradia para pescoço e trapézio, pleurítica - nítida piora com inspiração, tosse e espirro -, piora com o decúbito dorsal e melhora com a posição sentada e tronco inclinado para frente - prece maometana), dispneia (principalmente pela limitação da respiração pela dor). Um quadro gripal (fadiga, prostração e dor no corpo) pode preceder a PA. *A dor pode ser, eventualmente, constritiva com irradiação para o braço esquerdo, simulando a dor anginosa.

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7
Q

Quais os achados ao EF na pericardite aguda?

A

Atrito pericárdico (patognomônico - 85% dos casos -, diafragma na borda esternal esquerda baixa com o paicente sentado e tronco para frente). Uma característica particular dele é que é evanescente, variando sua intensidade durante o dia e até mesmo desaparecendo e reaparecendo.

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8
Q

Quais exames complementares podem ser empregados na pericardite aguda? Comente o que eu espero encontrar com cada exame.

A

ECG: as alterações ocorrem por extensão da inflamação para o epicárdio e são bem características de PA: supradesnivelamento de ST em VÁRIAS (diferente de IAM) derivações (pode estar ausente em V1 e aVR), onda T positiva e apiculada, infradesnivelamento de PR. Existe uma evolução típica do ECG que ocorre em 50% dos pacientes: Fase I = supra de ST com onda T apiculada; Fase II = normalização de ST com onda T aplainada; Fase III = inversão de onda T; Fase IV = normalização do ECG.

Eco: visualização do derrame pericárdico (a ausência não exclui diagnóstico).

Raio X de tórax: sem anormalidades. HMG: leucocitose discreta, aumento de VHS.

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9
Q

Como é feito o Dx de paricardite aguda?

A

Através de uma clínica compatível associada a exames complementares com padrões característicos.

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10
Q

Quais os DDx da pericardite aguda? Como fazer essa diferenciação?

A

IAM = o supra de ST ocorre em várias derivações, não seguindo uma distribuição anatômica aparente de artéria coronária, inversão de onda T só ocorre quando o ST já voltou à linha de bas, ausência de onda Q de necrose na evolução do ECG e infra de PR.

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11
Q

Qual a epidemiologia da PA?

A

Ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens, porém podem ocorrer em qualquer faixa etária.

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12
Q

Quais as causas de PA?

A

Viral e idiopática (p), bacteriana, por colagenoses, urêmica, por diálise, por drogas, Sd de Dressler (autoimune), pós-IAM, pós-cirurgia cardíaca e trauma torácico, TB, fungos, neoplásica, actínica, relacionada ao HIV.

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13
Q

Quais os principais vírus que causam PA?

A

Coxsackie B e echovírus 8 (p), EBV, CMV, HBV, sarampo, rubéola, varicela-zóster, caxumba.

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14
Q

Qual o QC da PA de causa viral? Como ele evolui?

A

Geralmente apresenta um pródromo de um quadro gripal, evoluindo com a PA, sendo autolimitado (desaparece em semanas). O Dx é presuntivo após afastamento de outras causas. Complic: pericardite recorrente (p).

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15
Q

Qual o QC da PA piogênica (bacteriana)? Como ele evolui?

A

É um quadro clínico mais intenso, com febrão (39-40°), dores musculares, calafrios, sudorese noturna, dispneia e dor torácica, porém esta não é tão valorizada, culminando no atraso diagnóstico. O atrito pericárdio ocorre em < 50%. A evolução é ominosa se for diagnosticada tardiamente (já com tamponamento e pericardite constritiva, que são a maioria), tendo mortalidade de até 70%.

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16
Q

Como ocorre a PA piogênica?

A

Como complicação de infecção bacteriana pulmonar ou abdominal alta (pneumonia, mediastinite, empiema pleural, abcesso sub-frênico, EI) - p -, disseminação hematogênica e por contiguidade.

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17
Q

Quais os FR para PA piogênica?

A

Derrame pericárdico crônico e imunossupressão.

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18
Q

Quais as principais bactérias envolvidas na PA piogênica?

A

S. aureus, pneumococo, Streptococos, BGNs, meningococo, Hib.

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19
Q

Como fazer o Dx de PA piogênica?

A

QC de infecção bacteriana, HMG com leucocitose importane e desvio à esquerda, aumento da área cardíaca, ECG compatível com PA, eco para ver derrame.

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20
Q

Como é o tto da PA piogênica?

A

Drenagem por pericardiotomia subxifoide + ATB parenteral.

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21
Q

Comente sobre a pericardite associada ao HIV.

A

Mais comum em pacientes com algum grau de IMSP, podendo ocorrer pelo próprio HIV ou por outras infecções oportunistas (outros vírus, fungos, bactérias). Risco de morte MUITO maior que outras populações.

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22
Q

Comente sobre a PA pós-curúrgica.

A

Complicação comum após cirurgia cardíaca, podendo ser precoce (até 1 semana após a cirurgia), ocorrendo pelo próprio trauma do pericárdio, ou síndrome pós-pericardiotomia (após 1 semana da cirurgia), ocorrendo pode fenômenos autoimunes (~Sd de Dressler) e virais.

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23
Q

Qual a principal causa de PA na insuficiência renal?

A

A toxicidade de escórias nitrogenadas sobre o pericárdio, promovendo inflamação dele (pericardite urêmica).

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24
Q

Comente sobre a PA urêmica.

A

Muito comum em pacientes com insuficiência renal que não fazem hemodiálise por ação direta das toxinas nitrogenadas sobre o pericárdio. Há uma grande e rápida melhora dessa PA logo após a instalação da hemodiálise.

*Essa entidade CI o uso de anticoagulantes (usar heparina com cuidado nas sessões de diálise).

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25
Q

Comente sobre a pericardite da diálise.

A

É uma pericardite que ocorre em pacientes há mais de 3 meses em diálise, sendo mais comum que a urêmica atualmente. Pode complicar com tamponamento cardíaco. O quadro melhora com a intensificação da diálise.

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26
Q

Quais as principais colagenoses que cursam com PA?

A

FR, AR e LES. Quando não há sinais de valvulite ou miocardite, pode-se tratar apenas com AAS, sem usar corticoide EV.

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27
Q

Comente sobre a pericardite reumatoide.

A

Ocorre em até 25% dos casos de AR, estando fortemente relacionada aos nódulos subcutâneos e fator reumatoide positivo. O líquido possui > 20k leucócitos, < 45 glicose e FR +.

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28
Q

Comente sobre a pericardite lúpica.

A

Ocorre em 45% dos pacientes lúpicos, sendo a manifestação CV mais frequente do LES. Ocorre em conjunto com as outras manifestações da doença. O líquido possui < 10k leucócitos e glicose baixa.

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29
Q

Comente sobre as pericardites associadas ao IAM.

A

Podem ocorrer por lesão direta do pericárdio: por inflamação secundária a uma isquemai transmural em área contígua (pericardite epistenocárdica) ou por fenômenos imunológicos (Sd de Dressler). A primeira se dá na 1a semana e só envolve o pericárdio e a 2a ocorre na 2a-3a semana e também acomete outras serosas. É um quadro autolimitado que se resolve espontameamente.

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30
Q

Quais drogas podem causar PA?

A

Isoniazid, hidralazina e minoxidil.

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31
Q

Qual o tto da PA?

A

Tratar a causa de base especificamente (piogênica, colagenose, drogas). No caso da viral e idiopática, como é autolimitada, o tratamento objetiva a melhora dos sintomas e a profilaxia da recorrência: internação, repouso, investigação de tamponamento cardíaco constantemente, AINEs (indometacina, ibuprofeno - escolha) + colchicina (diminui risco de recorrência). Os AINEs apenas enquanto durarem os sintomas e a colchicina até 3m de suspensão dos AINEs. Caso refratariedade = prednisona em doses AI.

*A PCRQ pode me guiar na duração do tratamento com AINEs.

32
Q

Quais drogas devem ser evitadas na PA?

A

Os anticoagulantes, pois há grande risco de hemopericárdio com consequente tamponamento cardíaco quando feita essa associação. Caso a anticoagulação seja extremamente necessária, usar heparina pois há um antídoto caso haja hemopericárdio (sulfato de protamina).

33
Q

Quais as complicações da PA e qual a frequência de cada uma?

A

Tamponamento cardíaco: até 15%. Pericardite recorrente: principal (até 30%). Pericardite cosntritiva e efusio-constritiva: são raras na viral, porém não são raras na piogênica, TB, neoplásica, actínica ou pela esclerodermia.

34
Q

Qual o QC das pericardites subagudas ou crônicas?

A

Geralmente não há os achados da síndrome pericárdica, muitas vezes sem dor torácica, atrito ou alterações no ECG. Pode ocorrer de 3 formas: insidiosa (evolução de semanas a meses com emagrecimento, astenia, febre baixa, quando a dor está presente não é clássica), crônico assintomático ou abrir o quadro já com uma complicação.

35
Q

Como é feito o Dx de PSA ou PC?

A

É suspeitado pelo achado de aumento da área cardíaca no raio X de tórax com confirmação de derrame no eco. É importante que a presença de derrame por mais de 3 semanas indica pericardiocentese diagnóstica.

36
Q

Qual a etiologia da PSA ou PC?

A

TB (p), neoplasia, mixedema, uremia, radioterapia, colagenoses, cristais de colesterol, quilopericárdio e idiopático.

37
Q

Como ocorre a a PSA ou PC por TB, como se manifesta e como dx?

A

Ocorre por contiguidade ou disseminação hematogênica, com manifestação após anos por reativação de foco latente no pericárdio. O QC é insidioso e inespecífico (emagrecimento, astenia, febre, hiporexia, sudorese noturna. Pode ou não ahver dor retroesternal contínua) e EF sem alterações de dç pericárdica. É muito comum derrame pericárdico no eco. O líquido (pericardiocentese) é um exsudato, celularidade aumentada (500-2500) com predomínio de linfócitos ou PMN (fases iniciais), ADA (adenosina deaminase) > 40. A bacterioscipia por ZN é positiva apenas em 25% dos casos. Caso inconclusivo, fazer biópsia pericárdica.

38
Q

Qual o tto da pericardite por TB?

A

Esquema RIPE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol).

39
Q

Comente sobre a PSA ou PC por HIV.

A

É um sinal de IMSP, podendo ocorrer pelo próprio HIV ou oportunistas (TB ou criptocócica), mas aqui também existem as neoplasias como causas, como o linfoma não Hodgkin e o sarcoma de Kaposi (aspecto hemorrágico). A investigação é com pericardiocentese (Gram, coloração de Nanquim - criptococo -, Ziehl-Neelsen), cultura e citologia.

40
Q

Comente sobre a pericardite neoplásica.

A

Ocorre principalmente por metástases linfo-hematogênicas ou contiguidade de tumores intratorácicos (ca de mama, carcinoma broncogênico pulmonar, linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin). A neoplasia primária é rara. O quadro pode ser de DP assintomático, PA clássica ou já com uma complicação (pelo líquido hemorrágico ou pela massa - tamponamento cardíaco). Pericardiocentese com exame citológico do líquido.

41
Q

Comente sobre a PSA ou PC actínica.

A

Ocorre quando há radioterapia direcionada ao tórax, aumentando o risco com o aumento da dose comulativa de radiação. Pode se manifestar como DP assintomático, PA ou como complicação (constritiva ou efusio-constritiva). O DP pode ser seroso ou hemorrágico. Tto com AINEs ou GCs.

42
Q

Comente sobre o mixedema pericárdico.

A

Importante causa de grandes derrames assintomáticos, ocorrendo pelo hipotireoidismo. O tamponamento é muito raro pois o acúmulo de líquido é muito lento. O líquido contém altos níveis de colesterol e um aspecto típico (amarelado, viscoso, podendo ter consistência de gel).

43
Q

Qual o QC do derrame pericárdico (DP)?

A

Geralmente é assintomático e sem sinais ao EF. Porém, DP de moderada/grande monta podem causar a dor torácica da PSA ou PC (precordial, contínua, opressiva e de leve intensidade). Caso o DP comprima estruturas adjacentes, haverão sintomas da estrutura comprimida (dispneia, rouquidão, disfagia, tosse, soluços). EF: hipofonese de bulhas, estertores basais (compressão pulmonar), sinal de Ewart (submacicez e som bronquial no terço inferior do hemitórax esquerdo).

44
Q

Quais os achados dos exames complementares no DP?

A

ECG: baixa voltagem do QRS (< 15 mm nas precordiais) e onda T aplainada. Eco: identificação do líquido e alterações concomitantes (fibrina, massas, …). Radiografia de tórax: aumento da área cardíaca (necessário mais de 250 mL de líquido para fazer isso) - coração em moringa (aspecto globular).

Eco: excelente para visualização do líquido.

TC/RNM: melhores exames para avaliar doenças do pericárdio.

45
Q

O que é tamponamento cardíaco (TpC)?

A

Condição em que o DC está significativamente reduzido pelo enchimento ventricular prejudicado em decorrência das altas pressões intrapericárdicas.

46
Q

Quando o aumento de líquido pericárdico promove TpC?

A

Quando ocorre um rápido aumento no volume pericárdico e principalmente quando esse líquido é denso (sanguinolento ou purulento), mas pode ocorrer com qualquer tipo de líquido.

47
Q

Qual a fisiopatologia do TpC?

A

Quando a pressão intrapericárdica ultrapassa a pressão no AD e a pressão diastólica ventricular direita (5-7 mmHg), essas câmaras aumentam suas pressões a fim de não colabarem. Quando ultrapassa do AE e PDVE (10-12), estas também aumentam. Isso faz com que a pressão em todas as câmaras cardíacas fiquem as mesmas durante a diástole e igual à intrapericárdica (equalização das pressões). Isso promove síndrome congestiva aguda (pulmonar e sistêmica - turgência jugular) e a restrição diastólica imposta pela pressão intrapericárdica reduz o volume de enchimento ventricular e, consequentemente, o DC. Existem mecanismos compensatórios: taquicardia para compensar o baixo DC, porém é sobrecarregada e promove queda no DC, que promove hipotensão, que é compensado por vasoconstrição, porém é sobrecarregada e há instalação com choque, bradicardia progressiva e PCR.

48
Q

Qual a importância da equalização das pressões cardíacas no TpC?

A

A identificação dessa equalização é importante no diagnóstico do tamponamenco pleo cateter de Swan-Ganz.

49
Q

Comente sobre a curva de pressão venosa no TpC.

A

O retorno venoso para os átrios acontece em 2 momentos: durante a sístole (descenso X) e durante a diástole quando as valvas AV se abrem (descenso Y). No TpC, o retorno venoso ocorre apenas durante a sístole e praticamente não ocorre na diástole, pois as pressões diastólicas dos ventrículos estão muito elevadas. Portanto, a curva da pressão venosa passa a ter apenas o descenso X e a onda V emenda na onda A.

50
Q

Curva de pressão venosa.

A
51
Q

Comente sobre o pulso paradoxal.

A

Ocorre fisiologicamente durante a inspiração, porém, em condições normais, é imperceptível pelo médico: durante a inspiração, há redução da pressão itnratorácica com aumento do retorno venoso para o coração direito. Porém, o retorno para o coração esquerdo diminui, pois há um ligeiro desvio do SIV para dentro do VE. Com isso, o débito sistólico cai e a PA também. No entanto, no tamponamento cardíaco, mesmo em fases iniciais, esse fenômeno exacerba-se, desenvolvendo o pulso paradoxal: redução na PAS em 10 mmHg durante a inspiração. Isso ocorre pela restrição pericárdica ao VD, impedindo que sua parede anterior se desloque para acomodar mais volume, aumentando o desvio do SIV, reduzindo o enchimendo do VE de forma importante.

52
Q

Como pesquisar o pulso paradoxal?

A

Infla-se o manguito do esfigmo até um pouco da PAS; então se desinsufla lentamente o manguito, observando com que PA aparecem os primeiros sons de Korotkoff que aparecem apenas na expiração. Continua-se desinsuflando até que o som se torne audível nas duas fases da respiração. Se a diferença for > 10 mmHg, diagnosticamos o pulso paradoxal.

53
Q

Quais as manifestações clínicas do TpC?

A

As primeiras são taquipneia, dispneia, ortopneia e taquicardia. Ao EF, observa-se turgência jugular patológica e pulso paradoxal. 1/3 apresentará atrito e hipofonese de bulhas. A presença de hipotensão é um sinal de gravidade. *Tríade de Beck = hipotensão + bulhas hipofonéticas + turgência jugular patológica -> forma GRAVE de TpC com risco iminente de morte.

54
Q

Qual a principal causa do TpC grave?

A

Hemopericárdio traumático, iatrogênico ou por dissecção de aorta.

55
Q

Quais os DDx de TpC?

A

IAM de VD, TEP com comprometimento hemodinâmico, pneumotórax hipertensivo, pneumomediastino hipertensivo e DPOC com cor pulmonale descompensado.

56
Q

Como é feito o Dx de TpC?

A

Quadro clínico + exames complementares:

  • ECG: alternância elétrica do QRS (achado característico), ocorrendo por movimento pendular do coração junto com os batimentos, modificando sua posição elétrica (coração se mexendo dentro do líquido). Pode haver achados de DP (baixa voltagem) e pericardite (supra de ST).
  • Eco: sempre realizado em casos de suspeita. Confirma a presença de DP e sinais indiretos de TpC (desvio inspiratório do SIV para o VE, aumento do fluxo tricúspide e redução do fluxo mitral durante a inspiração, colapso diastólico do AD e/ou VD).
57
Q

Imagem ECG TpC.

A
58
Q

Qual o tto do TpC? Explique a pericardiocentese de alívio.

A

Quando tiver hipotensão, deve haver reposição volêmica e, às vezes, suporte inotrópico (dobutamina) enquanto é preparado para o procedimento de alívio: pericardiocentese imediata de alívio.

O eco é usado para guiar a punção. O paciente com o tronco elevado (para o líquido se acumular no espaço pericárdico inferior), puncionar com um jelco n° 18 na borda esquerda do apêndice xifoide, direcionado para a escápula esquerda ou para o local que o eco mostra de mais fácil acesso. O principal risco é a perfuração do VD.

59
Q

Defina pericardite constritiva.

A

É uma pericardiopatia na qual o pericárdio está endurecido e limita o enchimento ventricular diastólico, desencadeando uma síndrome congestiva. O pericárdio fica progressivamente rígido e espesso, formando uma “carapaça” ao redor do coração que culmina na fusão das 2 lâminas do pericárdio com obliteração do espaço pericárdico.

60
Q

Qual a fisiopatologia da pericardite constritiva?

A

De forma semelhante ao tamponamento cardíaco, a elevação da pressão intrapericárdica promove elevação e equalização das pressões nas 4 cãmaras cardíacas, fazendo com que se instale uma síndrome congestiva sistêmica (a congestão pulmonar ocorre em pressões maiores ~20 mmHg).

61
Q

Como está a curva de pressão venosa na pericardite constritiva?

A

Aqui está a grande diferença entre o tamponamento cardíaco e a pericardite constritiva: no primeiro, não há descenso Y, porém no segundo, esse descenso é proeminente. Isso ocorre pela fase de enchimento rápido diastólico: no tamponamento, a diástole está prejudicada pela contínua pressão intrapericárdica (líquido), enquanto que na constritiva a fase de enchimetno rápido ocorre, pois o ventrículo ainda não se dilatou o suficiente para sofre limitação do pericárdio rígido. O resultado é um descenso Y abrupto (breque diastólico). O descenso X está normal, pois não há alteração na sístole ventricular.

62
Q

Qual a semelhança da pericardite constritiva com a cardiomiopatia restritiva?

A

A curva de pressão venosa é a mesma (em “W” ou em “M”) com proeminentes descensos X e Y e a semelhança na curva de pressão ventricular diastólica: forma de “raíz quadrada”, com rápida queda inicial (dilatação isovolumétrica) com abrupto aumento pressórico sobsequente com formação de platô.

63
Q

Imagem curva de pressão venosa pericardite constritiva.

A
64
Q

Imagem curva de pressão ventricular diastólica na pericardite constritiva.

A

.

65
Q

Qual a história clínica da pericardite constritiva?

A

Geralmente apresenta-se como uma síndrome congestiva sistêmica (turgência jugular patológica, hepatomegalia congestiva, ascite de grande monta, edema de MMII e de genitália). Em fases avançadas, podem aparecer sintomas de congestão pulmonar (dispneia, ortopneia, paroxística noturna, …) e/ou de baixo débito (fadiga, tonteira, indisposição física).

66
Q

Como diferenciar síndrome congestiva sistêmica de hepatopatia crônica?

A

Através da análise da jugular, em que a presença ou não de turgência é o divisor de águas.

67
Q

Quais os achados de EF na pericardite constritiva?

A

Aumento da pressão jugular, turgência patológica jugular, pulso venoso em “W” ou “M”, sinal de Kussmaul, hepatomegalia, piparote positivo, hipofonese de bulhas (pode), “knock” pericárdico (achado mais característico)

68
Q

O que é o pericardial “knock”?

A

É um som protodiastólico que corresponde ao breque no enchimento diastólico ventricular pela limitação pericárdica.

69
Q

Explique o sinal de Kussmaul.

A

Em condições normais, durante a inspiração, espera-se que haja uma redução no pulos jugular e na turgência jugular externa (pela redução das pressões cavitárias na inspiração e maior afluxo de sangue para o coração direito). Porém, na pericardite constritiva, há aumento (ou não redução) desses parâmetros durante a inspiração, ocorrendo pela não transmissão da queda da pressão intratorácica para o coração pelo pericárdio rígido (isolamento do coração pelo pericárdio).

70
Q

O pulso paradoxal está presente na pericardite constritiva? Explique.

A

Está ausente ou é de leve intensidade, pois não há esse aumento no fluxo sanguíneo para o coração direito durante a inspiração, não ocorrendo o abaulamento do SIV em direção ao VE. Pode ser leve pois há uma redução na pressão do sistema venoso pulmonar, reduzindo o retorno venoso ao coração esquerdo.

71
Q

Quais os exames complementares usados no auxílio diagnóstico da pericardite constritiva e quais as alterações em cada um deles?

A

ECG: baixa voltagem do QRS e alterações na repolarização (inversão de onda T). Pode haver aumento de AE na onda P. Raio x de tórax: aumento da VCS, AE, derrame pleural e calcificação pericárdica (insinua muito o dx). Eco: importante para afastar cardiomiopatia dialatada e valvopatias tricúspides (importantes ddx). TC e RNM: sensib superior ao eco. Cateterismo cardíaco: diferenciação entre síndrome constritiva e restritiva.

72
Q

Qual a importância da calcificação pericárdica no ddx de pericardite constritiva?

A

Está presente em 50% dos casos e sugere etiologia tuberculosa.

73
Q

Qual a etiologia da pericardite constritiva?

A

Qualquer pericardite pode se tornar constritiva, porém a principal causa, em nosso meio, é a tuberculosa.

74
Q

Qual o tto da pericardite constritiva?

A

Pericardiectomia do pericárdio parietal. Caso não haja remissão dos sintomas ou eles retornem, as seguintes hipóteses devem ser levantadas: disfunção miocárdica associada, pericardiectomia incompleta (o visceral está constritivo) ou recivida da doença (neoplasia, por ex). É realizada então uma nova pericardiectomia, mas agora do pericárdio visceral.

75
Q

Qual o prognóstico da pericardite constritiva?

A

Se não tratada, evolui invariavelmente para morte por ICC refratária. Porém, com o tto, se o paciente sobreviver a cirurgia (5-10% de mortalidade), a melhora é dramática.

76
Q

O que é a pericardite efusio-constritiva?

A

É uma fase intermediária entre a PA, PSA ou PC e a pericardite constritiva. Há derrame pericárdico com constrição cardíaca pelo pericárdio visceral rígido e pesado. O QC é idêntico ao TpC, seguindo-se um quadro de pericardite constritiva após a pericardiocentese de alívio.