Febre Reumática Flashcards

1
Q

O que é a FR?

A

É uma doença inflamatória sistêmica aguda, sendo uma sequela tardia da faringoamidalite por S. pyogenes (beta hemolítico do grupo A de Lancefield).

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2
Q

Quais os locais de lesão mais comuns da FR? Qual a gravidade dessas lesões?

A

Em ordem de frequência de acometimento: articulações, coração, pele, SNC. Apenas no coração há o desenvolvimento de sequelas.

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3
Q

Qual a importância epidemiológica da FR?

A

A valvopatia reumática crônica é a principal doença cardiovascular adquirida em jovens e a principal causa de óbito por dç cardiovascular em menores de 40 anos.

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4
Q

Qual a importância da profilaxia na FR?

A

A profilaxia primária é importante para evitar a primoinfecção e a secundária é importante para evitar surtos recorrentes.

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5
Q

Qual a importância dos surtos recorrentes de FR?

A

Agravam o quadro da cardite a cada surto, deixando uma sequela cada vez pior.

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6
Q

Qual a patogenia da FR?

A

Deve haver faringoamidalite por S. pyogenes (1/3 dos pctes com FR possuem essa infecção subclínica). A doença ocorre por reação cruzada de anticorpos gerados contra alguma estrutura da bactéria muito semelhante estrutural e quimicamente à alguma parte do organismo, como as valvas cardíacas, SNC, pele, articulações.

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7
Q

Qual a epidemiologia da FR?

A

5-15 anos, sendo muito raro antes dos 3 e após os 18 (mas pode ocorrer).

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8
Q

Quais os principais fatores predisponentes? Justifique.

A

Aglomeração e baixo nível socioeconômico (acesso precário à assistência à saúde, não identificação precoce do 1° surto.
O principal fator é a FR prévia, além da magnitude da resposta imune (ASLO), intensidade clínica do processo infeccioso.

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9
Q

Qual o QC?

A

Febre, sintomas constitucionais, artrite característica e com ou sem sopro cardíaco.

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10
Q

Como é a artrite da FR? Qual o tto?

A

Poliartrite migratória assimétrica, predominando em grandes articulações (joelhos, tornozelos, punhos e cotovelos).
Tto com salicilatos (AAS), sendo uma resposta dramática em 48h.

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11
Q

Qual HN da FR?

A

Faringoamidalite por S. pyogenes. Após 1-5 semanas -> FR -> resuloção da artrite e febre após 1 mes. Resolução da cardite após 2 meses (cardite indolente -> mais de 3 meses com cardite).

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12
Q

Qual a relação entre a artrite da FR e a cardite?

A

É uma relação inversa: quanto mais grave a artrite, menos grave é a cardite.

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13
Q

Qual a importância da cardite e onde ela pode ocorrer?

A

É o principal determinante do prognóstico, sendo responsável por 100% da morbimortalidade. Acomete SEMPRE o endocárdio e pode acometer também o miocárdio e pericárdio (pancardite reumática exsudativa).

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14
Q

Como a cardite se manifesta?

A

Vai piorando conforme mais surtos de FR esse pcte tiver.
Se manifesta principalmente como insuficiência mitral (principal valva acometida - sopro regurgitativo), mas pode acometer as outras também. Em estágios mais avançados promove estenose mitral ou dupla lesão.
Miocardite: falência sistólica.
Pericardite: dor pleurítica.

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15
Q

Quais os tipos de sopros na FR?

A

Sopro regurgitativo (insuf mitral), sopro de Carey-Coombs (estenose mitral-símile mas com estalido na abertura da mitral) e insuficiência aórtica (aspirativo).

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16
Q

Quais os achados histopatológicos na cardite?

A

Nódulos de Aschoff rodeado por células de Anitschkow. É um achado patognomônico de FR.

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17
Q

Quais os achados cutâneos da FR? Explique.

A

Eritema marginado: rash com bordas avermelhadas e serpiginosas, com centro claro. Não é pruriginosa nem indolor.
Nódulos Subcutâneos: firmes, indolores, sem sinais flogísticos e pele movel em cima.

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18
Q

Qual a relação dos nódulos subcutâneos e a gravidade do quadro?

A

Geralmente aparecem em associação à cardite, evidenciando, geralmente, uma cardite grave.

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19
Q

Qual a manifestação neurológica da FR? Explique.

A

Coreia de Syndenham (Dança de São Vito): coreia após meses da FR (é um achado mais tardio da doença). Ocorre por acometimento dos núcleos da base.

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20
Q

Como diferenciar FR de artrite reativa pós-streptocócica (ARPS)?

A

ARPS: inicia-se mais cedo (< 2 semanas), é simétrica e acomete principalmente pequenas articulações. Além disso, não melhora com o uso de salicilatos.

21
Q

O que são reagentes de fase aguda?

A

São proteínas plasmáticas que se alteram em 25% ou mais em decorrência de algum processo inflamatório sistêmico.

22
Q

Quais os tipos de reagentes de fase aguda e qual é importante para a FR?

A

Positivos (aumentam em pelo menso 25%) e negativos (se reduzem em 25%).
Na FR, os alterados são os positivos.

23
Q

Quais são os reagentes de fase aguda positivos para a FR?

A

PCR, VHS e mucoproteínas.

24
Q

Explique a PCR.

A

É uma proteína produzida no fígado apenas em inflamação sistêmica. É a primeira a se aumentar na FR e está SEMPRE acima de 3 mg/dl e o primeiro marcador a se normalizar (normaliza também em uso de antiinflamatórios).

25
Q

O que é a VHS?

A

É a velocidade de sedimentação das hemáceas no tubo de Westerngreen. É influenciada pela eletrorrepulsão entre as hemáceas, sendo que quanto menor a eletrorepulsão, maior o VHS.
O principal determinante da VHS são as proteínas plasmáticas. O aumento de proteínas catiônicas aumenta a VHS.
Em inflamação aguda, a principal proteína catiônica que aumenta é o fibrinogênio. Em crônico, são as gamaglobulinas (hipergamaglobulinemai).

26
Q

Como está a VHS na FR?

A

É o 2° reagente de fase aguda a se alterar e o 2° a se normalizar, sendo influenciado pelo uso de antiinflamatórios.
Está sempre acima de 30 mm/h na FR.

27
Q

Qual a vantagem das mucoproteínas como reagentes de fase aguda?

A

São os últimos a se positivarem (1 semana após a infecção) e os últimos a se negativarem, permanecendo por meses (apenas normalizam após término do processo inflamatório) e não sofrendo influência de antiinflamatórios.

28
Q

Quais as provas imunológicas usadas na FR?

A

Antiestreptolisina O (ASLO), anti-DNAse B e anti-hialuronidase.

29
Q

Qual a prova imunológica mais utilizada? Explique-a.

A

A antiestreptolisina O (ASLO), positivo em 80% dos casos. Persiste por meses após a atividade reumática.

30
Q

Como é feito o diagnóstico de FR?

A

Como não existes alterações clínicas ou laboratoriais patognomônicas, o diagnóstico é feito através de critérios diagnósticos (critérios de Jones - 2015/AHA).

31
Q

O que eu devo considerar antes de usar os critérios de Jones?

A

Qual a população que eu estou investigando: Baixo risco (< 2/100.000 crianças ou cardiopatia reumática crônica < 1/1.000 pessoas - EUA, Canadá) e Alto risco (> 2 ou > 1 - Brasil, …).

32
Q

O que compõe a tabela de critérios diagnósticos?

A

5 critérios maiores, 4 menores e 1 critério obrigatório que deve ser preenchido (demonstração de infecção recente pelo strepto grupo A).

33
Q

Como diagnosticar o primeiro episódio de FR?

A

Igual para populações de baixo e alto risco:

  • 2 critérios maiores e 1 obrigatório OU
  • 1 critério maior e 2 menores e 1 obrigatório.
34
Q

Como diagnosticar episódios recorrentes de FR?

A

Baixo risco: idem primeiro episódio.

Alto risco: idem primeiro episódio + 3 critérios menores e 1 obrigatório.

35
Q

Quais os critérios maiores?

A

Artrite, cardite (clínica ou subclínica), eritema marginado, nódulo subcutâneo e coreia de Syndenham.

36
Q

Quais os critérios menores?

A

Artralgia, febre, aumento dos reagentes de fase aguda.

37
Q

Quais os critérios obrigatórios?

A

Provas imunológicas (ASLO).

38
Q

Em quais situações eu posso fazer o diagnóstico sem os critérios de Jones?

A

Coreia de Sydenham, cardite indolente (meses após a infecção) e manifestações sugestivas (mas que não prrencher a definição formal) em pctes com histórico de FRA recorrente.

39
Q

Qual o objetivo do tratamento?

A

Evitar a progressão da faringoamidalite para uma FR e evitar recorrências da FR.

40
Q

Qual o tto?

A

Erradicação da bactéria: penicilina G benzatina IM 1.2m ou 600mil (outras: clindamicina, azitromicina amoxicilina).
Artrite: salicilatos (AAS) ou outros AINEs (resposta terapêutica mais lenta). Adultos: prednisona.
Cardite: prednisona.
Coreia: neurolépticos.

41
Q

Qual a importância da antibioticoterapia em vigência da faringoamidalite?

A

É importante para evitar a progressão para o surto de febre reumática, porém NÃO altera o curso da FR.

42
Q

A amigdalectomia profilática ajuda a prevenir FR?

A

Não, não existe essa recomendação, pois a FR pode se desenvolver mesmo em infecções subclínicas do S. pyogenes.

43
Q

Qual conduta pode ser adotada caso a artrite esteja apenas começando?

A

Posso realizar administração de analgésicos (diporona ou paracetamol) que não interferem no curso da artrite para auxiliar no diagnóstico (esperar virar uma poliartrite migratória).

44
Q

Quais os tipos de profilaxia na FR?

A

Primária e Secundária.

45
Q

Explique a profilaxia primária.

A

Visa impedir a progressão da faringoamidalite para o PRIMEIRO surto de FR através da antibioticoterapia (questões anteriores). Deve ser feita em até 9 dias após o início dos sintomas da farindoamidalite para ser eficaz, sendo que quanto antes melhor.

46
Q

Explique a profilaxia secundária.

A

Visa impedir novas infecções pelo S. pyogenes em pacientes que já tiveram FR, pois esta é o maior fator de risco para novos episódios de FR.
É feito com penicilina G benzatina IM 1.2m ou 600 mil a cada 21 dias (3 semanas).

47
Q

Por quanto tempo deve ser feita a profilaxia secundária?

A

Depende da condição clínica do paciente.

48
Q

Qual o prognóstico da FR?

A

Depende do grau de acometimento valvar e da gravidade da cardite, sendo raro uma ICA no primeiro episódio e os quadros de cardite são sempre mais graves conforme mais episódios de recorrência ocorrem.