Insuficiência Cardíaca Flashcards

1
Q

Qual a principal causa de IC no Brasil?

A

A cardiopatia isquêmica crônica, estando relacionada principalmente à HAS.

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2
Q

Como está a incidência da IC no Brasil? Justifique.

A

Vem progredindo a cada ano, estando em 2% da população em geral. Isso ocorre principalmente pelo envelhecimento da população, maior assistência a doenças que causam IC e maior prevalência dessas doenças precursoras.

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3
Q

Qual a definição de IC?

A

É a incapacidade do ventrículo de suprir a demanda sanguínea dos tecidos ou só o faz por aumento no VDF.

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4
Q

Explique a função sistólica do coração (VDF, VSF, DS, DC, IC).

A

VDF: quantidade de sangue no coração no final da diástole. VSF: volume de sangue no coração no final da sístole. DS: quantidade de sangue que foi ejetado durante uma única sístole (40-100 mL). DC: quantidade de sangue ejetado durante determinado período de tempo (4,5-6,5 L/min). IC: é o débito cardíaco ajustado pela área de superfície corporal (2,8-4,2 L/min).

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5
Q

O que é a fração de ejeção e qual sua função?

A

É a quantidade do VDF que foi ejetado em percentual. Ou seja: FE = DS/VDF x 100. Diz respeito à função sistólica do coração, sendo que o normal é entre 50-70%.

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6
Q

O que é a função diastólica do coração?

A

É a capacidade de o coração se encher de sangue sem um grande aumento na sua pressão, sendo dependente do grau de relaxamento atingido.

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7
Q

A diástole é dependente de ATP? Justifique.

A

Sim, isso é explicado pelo coração helicoidal (contração das fibras ascendentes) e pela disfunção diastólica que ocorre em isquemia miocárdica.

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8
Q

O que é a ICC?

A

É a principal consequência clínica da IC, ocorrendo por uma congestão venocapilar, aumentando a pressão hidrostática no vaso e, consequentemente, promovendo edema, o que explica a maioria dos sintomas na ICC.

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9
Q

Quais os tipos de IC de acordo com o “coração afetado”?

A

ICE, ICD e IC biventricular.

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10
Q

Quais as principais consequências clínicas de cada tipo de IC de acordo com o “coração” afetado?

A

ICE: congestão pulmonar (dispneia, ortopneia e dispneia paroxística noturna). ICD: congestão sistêmica (turgência jugular, hepatomegalia, ascite, edema de MMII). IC biventricular: congestão sistêmica e pulmonar.

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11
Q

Quais as principais causas de cada IC de acordo com o “coração” afetado?

A

ICE: HAS, alterações valvares, IAM ICD: cor pulmonale (DPOC, hipertensão pulmonar), IVE.

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12
Q

Explique o coração helicoidal.

A

Existem 3 disposições diferentes de fibras no coração, sendo que cada tipo é responsável por alguma parte do ciclo cardíaco. As fibras basais envolvem os óstios das valvas AV e fazem a contração isovolumétrica. As fibras descendentes fazem a ejeção e as fibras ascendentes são responsáveis pela dilatação da câmara ventricular, promovendo enchimento rápido. Essas fibras deslizam umas sobre as outras, produzindo a ejeção do sangue (torção do coração). Estima-se que 50% do sangue ejetado ocorre pelo deslizamento e apenas 8% ocorra por encurtamento das fibras.

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13
Q

Quais os tipos de IC pelo mecanismo fisiopatológico?

A

ICS e ICD.

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14
Q

Qual o problema na IC sistólica (ICS)?

A

O problema é a perda da capacidade contrátil do coração.

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15
Q

Quais as consequências da ICS para o coração?

A

Ocorre dilatação do coração (cardiopatia dilatada).

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16
Q

Quais as principais consequências clínicas e quais as principais causas da ICS?

A

Baixo DC e aumento do VDF, promovendo congestão venocapilar. IAM, isquemia miocárdica e fase dilatada da cardiopatia hipertensiva são as causas.

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17
Q

Qual o problema na IC diastólica (ICD)?

A

O problema é uma restrição ao enchimento normal do coração, podendo ocorrer por alteração no relaxamento muscular e/ou na redução da complacência ventricular (excesso de fibrose).

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18
Q

Quais as principais consequências clínicas e quais as principais causas da ICD?

A

Congestão venocapilar. Cardiomiopatias hipertróficas são as principais causas.

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19
Q

Quai a relação da ICS e ICD com a FE?

A

ICS: FE < 50%. ICD: FE > 50%.

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20
Q

Quais os tipos de IC pelo DC?

A

IC de baixo débito e IC de alto débito.

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21
Q

Como está o DC na ICS com baixo débito?

A

O DC, no início da IC, se mantém normal no repouso porém não consegue ter o aumento fisiológico durante o exercício. Em fases avançadas da doença, o DC está reduzido até me repouso.

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22
Q

Como está o DC na ICD com baixo débito?

A

Idem ICS, porém no exercício há um prejuízo maior ainda no DC, pois a taquicardia sinusal promove diminuição do tempo de diástole, reduzindo mais ainda a quantidade de sangue que entra no ventrículo.

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23
Q

Quais cardiopatias promove IC de baixo débito?

A

Todas as cardiopatias intrínsecas que promovem ICC.

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24
Q

Quais situações promovem IC de alto débito?

A

As situações em que é exigido do coração uma alta capacidade contrátil (tireotoxicose, anemia grave) ou situações de passagem do sangue arterial para a parte venosa (sepse, bériberi, cirrose, doença de Paget). Ou seja, há um aumento na necessidade metabólica que não consegue ser suprida pelo DC. Ex: tireotoxicose requer DC de 14, mas só chega a 7.

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25
Q

O que diz a Lei de Frank-Starling?

A

Diz que quanto maior for o VDF, maior será a capacidade e força de contração dos cardiomiócitos.

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26
Q

Por que ocorre essa maior capacidade de contração conforme maior o VDF?

A

O aumento no VDF promove dilatação do ventrículo, fazendo com que os sarcômeros adquiram uma composição que tenha maior potencial bioquímico e gasto energético, possuindo maior força.

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27
Q

Quando a lei de Frank-Starling deixa de ser efetiva?

A

Quando há um déficit de contratilidade dos miócitos, a dilatação ventricular se instala progressivamente (esvaziamento incompleto e hipervolemia) até um momento em que a dilatação excessiva compromete a performance ventricular por desestruturação mecânica das fibras.

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28
Q

O que é a pré-carga?

A

É o VDF.

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29
Q

O que influencia na pré-carga?

A

É influenciada exclusivamente pelo retorno venoso. Este, por sua vez, é influenciado pela volemia e pelo tônus do leito venoso (venoconstrição aumenta o retorno e venodilatação - venoplagia - diminui).

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30
Q

O que modula a contratilidade (inotropismo) dos cardiomiócitos?

A

O sistema adrenérgico. A adrenalina e noradrenalina atuam em receptores beta-1 (principal) e alfa-1 dos cardiomiócitos, aumentando o inotropismo dessas células.

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31
Q

Como o sistema adrenérgico (SAS) é influenciado pelo DC?

A

O baixo DC é detectado por baroceptores periféricos que estimulam o SAS, que atua liberando noradrenalina e estimulando a liberação de adrenalina. Isso aumenta o inotropismo do coração e mantém o DC constante até certo ponto (DC compensado pelos cardiomiócitos remanescentes que estão sobre maior esforço).

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32
Q

Qual o mecanismo compensatório principal nos casos de sobrecarga do coração?

A

Hipertrofia ventricular esquerda (HVE).

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33
Q

Quando ocorre a hipertrofia ventricular concêntrica?

A

Ocorre por sobrecarga de pressão podendo ser por HAS ou estenose aórtica.

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34
Q

Quando ocorre a hipertrofia ventricular excêntrica?

A

Ocorre por sobrecarga de volume podendo ser por regurgitações valvares (insuficiências valvares).

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35
Q

Qual o principal indutor de hipertrofia ventricular esquerda na IC?

A

A angiotensina II.

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36
Q

A HVE favorece quais ocorrências?

A

Arritmias, perda da complacência ventricular (prejudica a diástole) e aumento da chance de eventos CV.

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37
Q

O que é o remodelamento cardíaco?

A

É a alteração da função, citoarquitetura e estrutura do coração.

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38
Q

Como ocorre o remodelamento cardíaco?

A

Ocorre por uma hiperatividade e atividade constante dos mecanismo compensatórios.

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39
Q

Explique o passo a passo desde o baixo débito até o remodelamento.

A

O baixo DC ativa o SAS, que é um dos fatores para a liberação de renina nos rins. Porém, o principal fator para ativação do SRAA é a hipoperfusão renal (detectada por hiponatremia na mácula densa e hipodistensão da arteríola aferente glomerular). Isso promove alteração na forma e função do miócito, sua degeneração e fibrose intersticial.

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40
Q

Quais moléculas estão envolvidas no remodelamento cardíaco e qual a ação de cada uma sobre o coração?

A

Noradrenalina: possui um efeito tóxico ao cardiomiócito (efeito miocardiotóxico das catecolaminas), promovendo alongamento e hipofunção das fibras, podendo evoluir com apoptose. Angiotensina II: aumento dos fibroblastos no coração (fibrose) e apoptose. Angiotensinogênio: aumento dos fibroblastos no coração (fibrose).

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41
Q

Qual a forma do coração com remodelamento em comparação com o normal?

A

O coração dilatado possui parede alongada, de espessura reduzida e há substituição da forma elipsoide da cavidade por um formato esférico.

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42
Q

O que é a pós-carga?

A

É a “dificuldade” imposta ao esvaziamento ventricular. Ou seja, é tudo aquilo que dificulta a ejeção ventricular.

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43
Q

Qual a consequência da pós-carga para o DS?

A

Um aumento da pós-carga reduz o DS e aumenta o consumo de O2 pelos miócitos.

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44
Q

Qual o principal componente da pós-carga?

A

É o tônus arteriolar perifério. Além dele, a impedância da aorta e estenosa da valva aórtica também fazem parte.

45
Q

Explique a Lei da LaPlace.

A

Diz que o “estresse” na parede do ventrículo é diretamente proporcional à pressão nessa parede e ao raio da cavidade e inversamente proporcional à espessura da parede, sendo que estresse pode ser interpretado como tensão superficial na parede. E = PxR/h.

46
Q

Correlacione a Lei de LaPlace com a IC.

A

Um ventrículo com diâmetro da cavidade aumentado e espessura diminuída (remodelamento cardíaco) precisa fazer um esforço muito maior para ejetar o sangue do que um ventrículo normal (cavidade menor e espessura maior). Se precisa fazer um esforço maior, é porque sua pós-carga é maior.

47
Q

Por que na IC há uma maior pós-carga?

A

Pois há uma vasoconstrição arteriolar periférica, retenção hídrica (aumento no VDF) e remodelamento cardíaco (maior relação R/h). Isso implica que drogas que reduzem a pós-carga possuem efeito benéfico sobre a IC.

48
Q

O que deve ser pesquisado no EF? Por quê?

A

B3 e sinais de aumento da pressão venosa jugular, pois são muito importantes para o prognóstico.

49
Q

Qual o sinal mais fidedigno para aumento da PVC?

A

Turgência jugular.

50
Q

Quais os possíveis achados no pulso arterial?

A

Normal (início), baixa amplitude (avanço da doença). Pode haver o pulso alternans, que é a alternância de um pulso forte com um fraco. Quando for pulos total alternans, há apenas a percepção do pulso forte.

51
Q

Como está a jugular do paciente?

A

Turgência jugular em 45° é muito fidedigno e precoce de IVD. Pode-se realizar, ainda, o reflexo abdominojugular.

52
Q

Como está o ictus cordis?

A

Depende do tipo de cardiopatia: -Dilatada: Ictus globoso (aumento da extensão e duração, podendo haver deslocamento). -Hipertrófica: Ictus impulsivo (aumento de duração e intensidade). -Restritiva: normal.

53
Q

Como está a ausculta cardíaca?

A

B3, B4, sopro (por insuficiência mitral ou tricúspide secundária à dilatação).

54
Q

Como está a ausculta respiratória?

A

Estertores em bases, principalmente direita, podendo haver sibilos se tiver a “asma cardíaca”.

55
Q

Como está o edema a respiração desse paciente?

A

Dç avançada: anasarca, principalmente em MMII e cavidades serosas -> o edema crônico em MMII promove hiperpigmentação, perda de pelos e ictiose. Respiração de Cheynes-Stokes.

56
Q

Qual a etiologia da IC?

A

Depende do tipo de IC, se é sistólica ou diastólica.

57
Q

Qual a etiologia da IC sistólica?

A

Principalmente a cardiopatia dilatada (HAS e doença isquêmica), podendo ser por valvopatia também (insuf aórtica e mitral e estenose aórtica). Raramente a causa é primária (Chagas, idiopático e cardiomiopatia alcóolica) e por miocardite (viral, HIV, colagenoses, vasculites).

58
Q

Quando devo suspeitar de ICS primária?

A

Em paciente sem histórico de HAS, coronariopatia ou valvopatia.

59
Q

Qual a etiologia da IC diastólica?

A

HAS (principalmente na fase hipertrófica) e fibrose (sequela de IAM).

60
Q

Quais as principais causas de IC aguda?

A

Paciente previamente hígido que abriu com um quadro de IC de instalação rápida: IAM (MAIS COMUM), miocardite aguda, endocardite infecciosa e rotura de cordoália mitral.

61
Q

Quais as principais causas de ICD? E de IC de alto débito?

A

Estenose mitral, cor pulmonale (ex: DPOC), TEP e HAP. Sepse, SIRS, tireotoxicose/hipertireoidismo, fístulas AV, Beribéri.

62
Q

Como é feito o diagnóstico de IC?

A

Principalmente por critérios clínicos (critérios de Framingham), mas podemos lançar mão de outros exames, como radiografia de tórax, ECG, ecocardiograma-Doppler, Holter, BNP, …

63
Q

Quais os possíveis achados na radiografia de tórax?

A

ICT > 50%, dilatação de todas as câmaras cardíacas, congestão pulmonar (infiltrado intersticial uni ou bilateral e/ou infiltrado alveolar - principalmente perihilar), inversão do padrão vascular (mais vasos no ápice pois o edema das bases comprimiu os vasos), linhas B de Kerley (ingurgitamento linfático pelo edema), derrame pleural e tumores fantasmas (coleção de derrame intercisural arredondado).

64
Q

Quais os achados no ECG?

A

Um ECG normal torna IC muito improvável.

65
Q

Qual o exame mais útil para confirmação diagnóstica de IC?

A

Ecocardiograma-Doppler.

66
Q

O que é o BNP e qual sua importância para o diagnóstico de IC? O que é o NT pró-BNP e qual sua importância?

A

É uma molécula produzida pelos ventrículos cardíacos em situação de estiramento miocárdico. É muito valorizado na distinção entre uma dispneia por pneumopatia ou por ICC. É a molecula inativa do BNP, sendo mais sensível que o BNP.

67
Q

Quais situações alteram o BNP?

A

Disfunção ventricular, TEP e cor pulmonale.

68
Q

Quais os principais determinantes prognósticos da IC?

A

Classe funcional NYHA, classe evolutiva AHA/ACC, FE, disfunção diastólica associada, marcadores neuro-hormonais e complicações.

69
Q

O que a classe funciona NYHA avalia? Como medimos isso?

A

Avalia o grau de comprometimento das atividades diárias do paciente, podendo ser avaliada pela anamnese ou pelo teste ergométrico pelo cálculo dos METs.

70
Q

Quais as classes pela NYHA? Explique cada uma.

A

IMAGEM

71
Q

O que a classificação evolutiva da AHA/ACC avalia?

A

Avalia os estágios clínicos e evolutivos da IC.

72
Q

Qual a importância da classificação evolutiva?

A

Quanto mais precocemente o pcte for tratado, menor será a chance de surgirem lesões estruturais e ele evoluir para uma classe pior.

73
Q

Quais os estágios pela classificação evolutiva? Explique cada um.

A

A: assintomático e sem disfunção ventricular mas com alguma doença que predisponha fortemente ao aparecimento da IC (HAS, dç coronariana, DM e obesidade). B: assintomático mas já com alguma disfunção ventricular (hipertrofia, dilatação, valvopatia, IAM). C: sintomáticos com disf vent. D: sintomáticos mesmo em repouso e que, apesar da medicação, internam frequentemente. Doença estrutural avançada.

74
Q

Qual a relevância da FE no prognóstico e quais os valores de corte?

A

Prediz o prognóstico independentemente da classe funcional. O valor de corte é 35%.

75
Q

Como os marcadores neuro-humorais afetam o prognóstico? Quais são eles?

A

Quanto mais grave for a IC, menor o DC para os órgãos, ativando mais intensamente os fatores de compensação neuro-humorais e, consequentemente, aumentando suas concentrações. São eles ADH (visto pela hiponatremia - causa ela), noradrenalina, BNP e endotelina-1.

76
Q

Quais as principais complicações da IC?

A

TEP, TE sistêmico e arritmias cardíacas (taqui, bradi, flutter, FA, TV e bloqueio AV.

77
Q

Explique o TEP e o TE sistêmico.

A

TEP: formação de trombos nas veias íleo-femorais e pélvicas pela estase sanguínea. TE sistêmico: formação de trombos na parade do VE pela estase sanguínea. Principais FR são: FE < 30%, FA e acinesia apical.

78
Q

Como os pacientes com IC morrem mais frequentemente?

A

A maioria por morte súbita por fibrilação ventricular. Outros por falência ventricular progressiva que evolui com choque cardiogênico ou EAP refratário.

79
Q

Quais as classes de drogas para tto da IC com FE reduzida (ICFER)? Qual a indicação de cada?

A

IECA: sintomáticos e assintomáticos com FE reduzida. BRA: intolerantes ao IECA (tosse, angioedema e rash)..

80
Q

Quais as vantagens do tto na IC com FE reduzida?

A

Reverte o remodelamento cardíaco, melhora os sintomas, previne hospitalização e melhora sobrevida

81
Q

Dê exemplos de IECA.

A

Captopril, enalapril, …(-pril).

82
Q

Comente sobre a posologia do IECA.

A

Há uma dose inicial e uma dose alvo, em que o benefício do uso da droga foi compravo. Começamos com a dose de início e aumentamos ela a cada 5-7 dias sempre procurando efeitos colaterais (hipotensão sintomática, potássio, creatinina).

83
Q

Dê exemplos de BRA.

A

Losartana, Valsartana, … (-artana). Também há dose inicial e dose alvo.

84
Q

Quais os efeitos adversos do IECA e BRA?

A

Hipotensão, piora da função renal, elevação do potássio sérico, tosse seca (IECA mais frequente) e angioedema (idem).

85
Q

Quais as CI do IECA e BRA?

A

Potássio sérioco > 5,5, estenose bilateral de artéria renal, história de angioedema, hipotensão sintomática e creatinina > 3.

86
Q

Qual outra droga pode ser usada para tratar ICFER? Comente sobre ela.

A

É a associação sacubitril-valsartana. O sacubitril é um inibidor da neprilisina. A neprilisina degrada os peptídeos natriuréticos (efeito ruim, pois reduz as ações boas desses peptídeos) e também degrada AT II (efeito bom, pois reduz as ações ruins da AT II). Portanto, ao inibir a neprilisina, temos um efeito bom, que é a não redução dos peptídeos natriuréticos, e um efeito ruim, que é a não degradação de AT II. Por isso associa-se com a valsartana, que é um BRA.

87
Q

Qual a primeira opção de tto para a IC?

A

Uso do sacubitril-valsartana.

88
Q

Qual a relação entre o IECA e o sacubitril-valsartana?

A

NÃO PODE USAR, pois causa angioedema. Além disso, para eu fazer a troca, devo ter um período de 36h para sair do organismo.

89
Q

Qual a indicação dos BB?

A

Assintomáticos ou sintomáticos com FE reduzida.

90
Q

Quais as ações do BB?

A

Reverte remodelamento, melhora sintoma, previne hospitalização e prolonga a vida.

91
Q

Qual o mecanismo dos BB?

A

A queda da contratilidade cardíaca (IC) promove diminuição da perfusão periférica com consequente atividade simpática. Essa ativação persistente promove apoptose, necrose, fibrose e hipertrofia -> remodelamento cardíaco. Os BB atuam inibindo essa atividade simpática.

92
Q

Gráfico BB na IC.

A

.

93
Q

Quais os BB usados na IC?

A

Carvedilol (também promove vasodilatação), bisoprolol e succinato de metoprolol.

94
Q

Quais cuidados devem ser tomandos no incremento de doses de BB?

A

PA (pode haver hipotensão sintomática), FC (aumenta período refratário e diminui o automatismo sinusal),

95
Q

Quais as drogas antagonistas da ação da aldosterona? Qual seu efeito?

A

Espironolactona. Antagoniza recepetores de mineralocorticoides -> reduz fibrose no miocárdio.

96
Q

Qual outra droga pode ser usada no tto da IC?

A

O inibidor da SGLT2.

97
Q

Como eu devo usar os BB, antagonistas da aldosterona e o inibidor SGLT2 no tto da IC?

A

Devo usá-los como adicionais aos IRAN, IECA ou BRA.

98
Q

Para que e quando usar diurético na IC?

A

Para melhorar sintomas congestivos em pacientes com esses sintomas. Independe da FE.

99
Q

Quais os efeitos dos diuréticos na IC?

A

Melhora sintomas de congestão, aumenta capacidade de atividade física, reduz o risco de descompensação mas não é definido como diminuidor de mortalidade.

100
Q

Quais os diuréticos usados na IC?

A

Os de alça, preferencialmente (furosemida, bumetamida). Pode-se usar, também, os tiazídicos (hidroclorotiazida).

101
Q

Por quanto tempo usar o diurético?

A

Até melhorarem os sintomas de congestão.

102
Q

O que é a ivabradina?

A

Reduz a frequência do nó SA (para pctes com FC > 70). Só para pacientes em ritmo sinusal.

103
Q

Comente sobre a associação hidralazina + nitrato (dinitrato de isossorbida).

A

Substituição ao IECA ou BRA, usado em casos muito selecionados. Promovem vasodilatação venose e arterial, reduzindo pré e pós carga. Melhor ação em afrodescendentes (classe funcional NYHA III-IV apesar da terapêutica otimizada) ou qualquer etnia (II-IV que não pode usar IECA ou BRA por IR e/ou hipercalemia).

104
Q

Comente sobre a digoxina na IC.

A

Digitálico: aumento da contratilidade (aumento de cálcio intracelular) e do tônus vagal. Não reduz mortalidade.

105
Q

Quais os cuidados com a digoxina?

A

Devo avalia a digoxinemia pelo efeito tóxico dela, principalmente em idosos, baixo peso, disfunção renal e DPOC. Os efeitos de intoxicação são: arritmias cardíacas, alterações neurológicas, sintomas GI.

106
Q

Em quais situações eu uso digoxina?

A

Pctes com FA com FC elevada apesar do BB e para reduzir hospitalização em pcte com sintomas e uso de IECA/BRA e BB e antagonista da aldosterona.

107
Q

Quais as formas de tto especial na IC com FE reduzida?

A

Ressincronização cardíaca (corrigir dissincronia ventricular - BAV), cardioversor-desfibrilador implantável (reduz risco de morte súbita -> pctes recuperados de FV com expectativa de vida > 1 ano ou FE < 35% apesar de medicação otimizada e expectativa de vida > 1 ano).

108
Q

Resuma o tto da IC com FE reduzida e sintomático.

A

Imagem.

109
Q

Qual o tto da IC com FE preservada?

A

Não se sabe ao certo qual medicamento reduz mortalidade. Diuréticos (dose e tempo suficiente para reduzir os sintomas). Tratar comorbidades e fatores de risco cardiovascular (DM, HAS, Isquemia miocárdica, IR).