Patologia intestinal I Flashcards

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1
Q

Camadas do intestino:

A
  • Mucosa
  • Submucosa
  • M. própria
  • Serosa
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2
Q

Diferenças histológicas entre a camada mucosa do ID e do IG:

A

1) Epitélio ID: possui as chamadas vilosidades intestinais (melhor absorção dos nutrientes). Presença de algumas células caliciforme (poucas) e da borda em escova (melhor absorção). Epitélio colunar simples.
2) Epitélio IG: o máximo que se observa são as criptas. Não possui borda em escova, possui muitas células caliciformes (secreção de muco para proteger o epitélio das fezes mais consistentes. Função é de reabsorção de água.

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3
Q

Irrigação dos intestinos:

A
1) A. Mesentérica Sup.
• Intestino delgado (quase todo)
• Ceco
• Cólon ascendente
• Cólon transverso (quase todo)
2) A. Mesentérica Inf.
• Flexura esplênica
• Cólon descendente
• Cólon sigmoide
• Reto
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4
Q

Doença isquêmica intestinal:

1) Faixa etária mais atingida:
2) Qual doença é apresentada quando a isquemia é crônica?
3) E quando é aguda?

A

1) Idosos, acima de 70 anos: possuem mais aterosclerose, podendo afetar as artérias mesentéricas. Além disso, pacientes mais idosos tem mais doenças cardiovasculares, podendo prejudicar a irrigação intestinal.
2) Angina abdominal
3) Infarto intestinal

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5
Q

Doença isquêmica intestinal:

1) Causas:

A

1) Interrupção do fluxo sanguíneo:
- Obstrução arterial: ex: trombose ou embolias que atingem as aa. mesentéricas.
• Trombose associada à aterosclerose
• Embolia: IAM, endocardite, arritmias… (coração esquerdo)
- Obstrução venosa - ex: trobose ou embolia nas vv. mesentéricas, levando a prejuízo da drenagem sanguínea com aumento da pressão sanguínea até atingir as aa. mesentéricas que terão mais dificuldade de irrigar o intestino.
• Condições predisponentes: ICC; inflamação de órgãos abdominais; cirurgias,
neoplasias…
2) Baixa perfusão tecidual - ex: ICC, desidratação, estados de choque.
3) Fatores mecânicos (podem causar também obstrução do fluxo intestinal):
- hérnia
- aderência: traves fibrosas que se desenvolvem entre alças de intestino ou entre uma alça e a parede abdominal. Pode surgir por complicações cirúrgicas, por exemplo. Pode gerar estrangulamento das alças.
- Volvo ou volvulo: torção da alça intestinal sobre si mesmo. Pode ser idiopático, mas está, muitas vezes, relacionado aos megas (ex: megacólon chagásico)
- intussuscepção: invaginação da alça intestinal dentro dela mesma - pode gerar compressão vascular e obstrução. Não é muito comum, mas acontece mais em crianças e parece se relacionar com alterações do peristaltismo intestinal.

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6
Q

Isquemia intestinal crônica:

1) Causa:

A

1) Aterosclerose:
• Fluxo sanguíneo reduzido - hipóxia - Angina Abdominal:
- dor intermitente
- duração variável
- piora após refeições (aporte sanguíneo do intestino precisa ser aumentado)
• A hipóxia gera um estado de Inflamação, propiciando o surgimento erosão / ulceração da mucosa;
• Processo reparativo - fibrose da lesão - pode haver estenose, gerando obstrução intestinal (não é muito comum)

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7
Q

Isquemia intestinal aguda:

A

A Intensidade e duração (menor ou maior), determinam:
Infarto da mucosa - quando baixas
• necrose restrita a camada mucosa (no máximo chegando até a submucosa)
Infarto transmural - quando elevada
• necrose abrange todas as camadas da parede intestinal
• Locais mais afetados - Jejuno distal e Íleo // Flexura esplênica

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8
Q

Infarto da mucosa:

1) Extensão
2) Causas
3) O que ocorre quando a causa é retirada?
4) Prognóstico

A

1) Necrose da mucosa (máximo, podendo pegar um pouquinho da submucosa)
2) • Principal causa: baixa perfusão tecidual (choque e ICC). Epitélio da mucosa, normalmente, é mais sensível do que o das outras camadas.
• Precipitado por vasoconstrição
3) • Se a causa é eliminada - pode haver, em geral, reparação das lesões
4) Prognóstico melhor que o do infarto transmural

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9
Q

Infarto da mucosa:

1) Microscopia
2) Macroscopia

A

1) Perda da camada mucosa, pode ser observado alterações de congestão vascular
2) Não é possível ver a serosa necrosada, pode apresentar congestão da serosa (ficar mais avermelhada)

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10
Q

Infarto transmural:

1) Extensão
2) Principal causa
3) Prognóstico

A

1) Necrose de toda a parede intestinal
2) Principal causa:
• obstrução (trombo/embolia) de A. Mesentérica Sup. (60%) - ela é mais oblíqua e possui calibre de entrada maior, na saída da aorta, sendo mais fácil de o trombo penetra e obstruir. A.mesentéria inferior é menos oblíqua e possui calibre de entrada menor.
3) Prognóstico ruim - alta mortalidade: redução muito grande de superfície de absorção de nutrientes.

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11
Q

Infarto transmural:

1) Macrocopia
2) Seguimentos mais acometidos:

A

1) Observação da serosa enegrecida.
- Infarto vermelho (hemorrágico) - logo após a obstrução da a e o evento isquêmico, ocorre uma reperfusão tecidual pelas anastomoses presentes no intestino.
Parede
• Edemaciada, congesta, escurecida (vinhosa a enegrecida), com sangue na luz
• Limite nítido - obstrução arterial
• Limite pouco definido - obstrução venosa
2) Segmentos mais acometidos
• Int. Delgado - jejuno distal e íleo, devido ao maior acometimento da a. mesentérica superior
• Int. Grosso - flexura esplênica - região onde termina a irrigação da mesentérica superior e inicia a irrigação da mesentérica inferior.

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12
Q

1) Porque em infartos intestinais causados por obstrução arterial, é possível ver um limite bem definido da área de infarto?
2) Porque em infartos intestinais causados por obstrução venosa, não é possível ver um limite bem definido da área de infarto?

A

1) Pois o fluxo sanguíneo é interrompido de uma vez, logo, o seguimento arterial irrigado pelo ramo obstruído sofrerá a isquemia, enquanto, logo em seguida, um outro seguimento irrigado por uma artéria que não foi afetada irá permanecer normal.
2) Pois a artéria vai tendo uma dificuldade gradual manter a irrigação do local, então a transição não é tão abrupta.

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13
Q

Microscopia do infarto transmura:

A

• Necrose isquêmica + inundação hemorrágica
- Infarto vermelho (hemorrágico)
• IIGMN (infiltrado inflamatório granulomononuclear) - afluxo grande de neutrófilos. A partir de umas 15 h após evento isquêmico inicial.
• Predisposição da colonização bacteriana - predispõe à perfuração

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14
Q

Clínica de infarto intestinal:

A
  • Dor abdominal súbita e intensa, em região periumbilical;
  • Taquicardia / Hipotensão arterial;
  • Redução ou abolição dos movimentos peristálticos;
  • Náuseas, vômitos;
  • Diarréia sanguinolenta (HDB - hemorragia digestiva baixa: sangramentos que ocorrem após a flexura duodenojejunal - ângulo de treitz)
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15
Q

Complicações do infarto intestinal:

A
  • Choque hipovolêmico, devido a hemorragia digestiva baixa (HDB)
  • Íleo paralítico ou adinâmico, devido a perda movimentos peristálticos, em consequência da necrose.
  • Peritonite:
    • Perda da impermeabilidade da parede
    • Proliferação bacteriana
  • Perfuração intestinal - pode gerar peritonite
    • Isquemia + proliferação bacteriana
    A peritonite e a perfuração intestinal propiciam quadro de septicemia e choque séptico.
  • Prognóstico:
    • extensão, tempo do diagnóstico (demora, pois existem vários diagnósticos diferenciais) // mortalidade (40 a 70%)
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16
Q

Apendicite aguda:

1) Conceito
2) Relação com cirurgia
3) Faixa etária mais acometida
4) Proporção de homens para mulheres
5) Principais causas

A

1) Inflamação aguda do apêndice cecal;
2) Principal causa de abdome agudo cirúrgico;
3) Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens;
H:M (2:1)
Causas - qualquer alteração que possa provocar a obstrução da luz do apêndice cecal:
• Fecalitos
• Parasitas. Ex: asrcaris lumbricoides
• Corpo estranho
• Tumores

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17
Q

Fisiopatologia da apendicite aguda:

A

A obstrução da luz do apêndice cecal provoca retenção de muco, propiciando a proliferação bacteriana e a distensão da parede. Isso provoca um aumento da pressão intraluminal, gerando compressão venosa. Essa compressão, por sua vez, será responsável por gerar hipóxia, levando a uma quaro de isquemia local. A isquemia e a proliferação de bactérias na região pode ser responsável por gerar processo inflamatório local.

18
Q

Clínica do apendicite aguda:

A
  • Hiporexia - perda do apetite, costuma ser o primeiro sintoma - pode vir acompanhada de náuseas e vômitos
  • Febre
  • Dor periumbilical que, porteriormente, migra para dor na FID - fassa ilíaca direita - (Blumberg + - compressão do ponto de McBurney’s, gerando dor no paciente)
  • Leucocitose com desvio para esquerda - células jovens são lançadas na corrente sanguínea
19
Q

Macroscopia da apendicite aguda:

1) Inicialmente
2) Pouco tempo depois
3) Mais tempo depois
4) Mais tempo ainda

A

1) Região do apêndice fica inflamada, mais hiperemiada.
2) Começa a haver uma hiperemia generalizada do apêndice, ele passa a sofrer uma distensão generalizada. Podem ser observados pontos de hemorragia e alguns depósitos de fibrina.
3) Começa-se a notar pontos de necrose evidentes, com áreas de hemorragia e depósitos de fibrina.
4) Pode haver maior formação de fibrina e necrose e, inclusive, ocorrer pontos de perfuração do apêndice - pode levar a peritonite e quadro de sepse.

20
Q

Microscopia da apendicite aguda:

A
  • Infiltrado inflamatório em todas as camadas do apêndice - infiltrado inflamatório polimorfonuclear (neutrófilos)
  • Áreas de erosão e ulceração do epitélio da mucosa
21
Q

Doença de Hirschsprung:

1) Sinônimos
2) Ocorrência
3) Como ela surge?
4) Causa:
5) Porporção de homens para mulheres:
6) Localização mais frequente

A

1) Megacólon agangliônico congênito ou apenas megacólon congênito;
2) 1 em 5000 nascidos vivos;
3) Esporádica ou associada a outras anomalias (ex: 10% Sd. de Down);
4) Causa: aganglionose: falta de neurônios nos plexos nervosos submucoso e mioentérico;
5) H:M (4:1)
6) Localização: retossigmoide (principal)
- Pode acometer todo a intestino, mas não é comum

22
Q

Fisiopatologia da doença de Hirschsprung:

A

A ausência de neurônios nos plexos nervosos em determinado seguimento do intestino, leva a ausência de contrações peristálticas nessa região. Assim, ocorre uma obstrução funcional do local. O acúmulo de conteúdo intestinal na região proximal à região acometida, provoca dilatação da região intestinal a montante do seguimento com falta de neurônios.

23
Q

1) Clínica da doença de Hirschsprung:
2) Diagnóstico
3) Tratamento:

A

1) - Manifesta-se no período neonatal - há problemas na embriogênese:
• ausência de eliminação de mecônio
• distensão abdominal
• vômitos
- Constipação intestinal crônica
• propicia a ocorrência de enterocolites (infecções da parede intestinal) associadas à estase. Essa essas alterações deixam o ambiente mais propício para proliferação bacteriana. que podem levar a:
• perfuração - peritonite - septicemia - choque séptico
2) Biópsia aberta no recém-nascido para poder observar os neurônios dos plexos nervosos da submucosa e da muscular própria.
3) Ressecção do seguimento agangliônicos - patologista ajuda o cirurgião a saber as regiões afetadas.

24
Q

Microscopia da doença de Hirschsprung:

A
  • Observa-se ausência de neurônios, com basicamente apenas fibras nervosas nos plexos intestinal
25
Q

Doença diverticular colônica:

1) É adquirida ou congênita?
2) Os divertículos colônicos são verdadeiros ou falsosa?
3) Conceito de diverticolose
4) Faixa etária mais afetada
5) Localização mais comum

A

1) Condição patológica adquirida
2) Falsos, pois ocorre dilatações saculares apenas da mucosa e submucosa através da camada muscular da parede intestinal
3) Diverticulose: divertículos múltiplos
4) Idosos (> 60 anos)
5) Localização: cólon esquerdo, principalmente o sigmoide

26
Q

1) Quais são os dois fatores principais que causam a Doença diverticular colônica?
2) Porque é mais comum no cólon esquerdo?

A

1- Fraqueza local da parede: os divertículos surgem nas bordas mesentéricas do cólon, no ponto de penetração das artérias (ponto de fraqueza da parede intestinal)
• Inserção dos vasos mensentéricos
2- Aumento da pressão intraluminal, do cólon, principalmente. As ondas de peristaltismo são estimuladas pelo volume fecal.
• Quando há conteúdo fecal pequeno, pobre em fibras, pobre em vegetais, ocorre contrações segmentares anômalas do cólon que provocam grande aumento da pressão luminal, predispondo a formação dos divertículos nas regiões de fraqueza (ponto de penetração das artérias).
2) Pois o bolo fecal no cólon esquerdo já esta mais formado, mais endurecido - há uma pressão luminal maior.

27
Q

Morfologia da Doença diverticular colônica:

A

Observação de múltiplos divertículos voltados para a borda mesentérica que, normalmente, são pequenos, não passando muito de 1 cm.

28
Q

1) Clínica da Doença diverticular colônica:

2) Complicações

A

1) Clínica:
• Maioria assintomática;
• Desconforto / dor abdominal tipo cólica;
• Constipação intercalada à diarreia;
• Distensão abdominal;
• Hemorragia geralmente discreta.
2) Complicações:
• Inflamação (diverticulite) - entrada de fezes no divertículo com absorção de água do material fecal e formação do fecalito. Compressão da parede do divertículo e propensão a proliferação de bactérias leva a um processo inflamatório da região.
• Perfuração - peritonite, abscessos, fístulas com outro órgão abdominal;
• Reparação - fibrose - estenose (pouco comum)

29
Q

Doença Inflamatória Intestinal:

1) Conceito
2) Parece resultar de que?
3) Sintomas
4) População em que há predominância
5) Duas formas principais

A

1) Condição idiopática, de inflamação prolongada, exacerbada e
destrutiva direcionada ao TGI;
2) Parece resultar da ativação do sistema imunitário por antígenos da microbiota normal do hospedeiro;
3) Diarréia crônica e recidivante, que pode durar anos ou décadas;
4) Mulheres, brancos, 20 a 40 anos;
5) Formas:
1) Doença de Crohn
2) Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI)

30
Q

Patogênese da Doença Inflamatória Intestinal:

A

Patogenese desconhecida
• Resposta imunitária anormal à microbiota intestinal;
• Composição alterada da microbiota intestinal;
• Disfunção do epitélio intestinal, permite o contato dos antígenos com células inflamatórias intestinais
Genética
• Risco maior quando há membro da família afetado;
• Mais de 160 genes associados;
• Gene NOD2: - mutado em 10% dos pacientes
- codifica proteína que se liga à peptidoglicanos bacterianos - ativa vias de sinalização inflamatória
Microbiota:
• Estudos experimentais demonstram que animais isentos de bactérias não
desenvolvem colite; só desenvolve colite aqueles colonizados.
Mecanismos imunitários:
• Ativação anormal e contínua da respostas imunitária, por:
- Defeito intrínseco do sistema imunitário?
- Falha nos mecanismos de supressão da resposta inflamatória?
• Mediada por linfócitos T CD4+
• Parte do tratamento pode ser feita com medicamentos imunossupressores
OBS: NÃO É UMA DOENÇA AUTO IMUNE
Defeitos epiteliais:
• Defeitos na função de barreira - permite contato dos antígenos com células inflamatórios
RESUMO:
• Modificações na microbiota intestinal e alterações na barreira epitelial induzem resposta imunitária exagerada e destrutiva, em indivíduos geneticamente suscetíveis.
• Propicia lesões morfológicas na mucosa, levando ao quadro clínico de disabsorção (dificuldade de absorção de nutrientes)
• Alguns quadros clínicos cursam com diarreia mucossanguinolenta, intermitente, com debilitação dos pacientes.

31
Q

Diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal:

A

Associação do quadro clínico do paciente com alguns exames laboratoriais e com a histopatologia da doença.
Esse tripé, permite, muitas vezes, a diferenciação entre a doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI).
Contudo, cerca de 10% são consideradas colites indeterminadas

32
Q

Doença de Crohn:

1) Local, preferencialmente, acometido:
2) Continuidade das lesões:
3) Extenção da inflamação (em relação as camadas do TGI):

A

1) Doença inflamatória que acomete
preferencialmente o íleo terminal;
- ileíte regional (40% casos); cólon (30%); ID + IG (30%)
- pode comprometer todo o TGI (“boca ao ânus”)
2) Lesões “salteadas”: área sã e área doente
3) Inflamação transmural - pega todas as camadas

33
Q

Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI):

1) Local acometido:
2) Continuidade das lesões:
3) Extensão da inflamação (em relação as camadas do TGI):

A

1) • Doença inflamatória que acomete
reto e sigmoide;
- pode comprometer só reto (proctite ulcerativa),
retossigmoide ou pancolite (pode acometer todo o cólon);
OBS: não acomete o ID, estômago, esôfago e nem boca. Estende-se, no máximo, até todo o IG.
2) Extensão de forma contínua e no sentido proximal - ex: começar do reto e caminhar para o sigmoide (normalmente para aqui), depois para o colón descendente, transverso, ascendente e ceco (máximo)
3) Inflamação superficial: apenas mucosa e, no máximo, até a submucosa.

34
Q

Macroscopia da doença de Crohn:

1) Inicialmente:
2) Posteriormente:
3) Mais posteriormente:
4) Mais podteriormente

A

1) Congestão, edema e processo inflamatório - destruição epitelial - erosões
2) Congestão, edema e processo inflamatório - destruição epitelial - erosões - úlceras profundas e estreitas. Áreas ulceradas e áreas de mucosa sã. Alteração em “pedra de calçamento” - úlceras são linhas mais profundas e fininhas, e o bloco de pedra seriam as áreas sãs.
3) Congestão, edema e processo inflamatório - destruição epitelial - erosões - úlceras
profundas e estreitas - coalescem e formal fissuras lineares e tortuosas (úlcera mais alongada, estreita e profunda). Se a fissura for profunda o suficiente, ela pode atingir a serosa, possibilitando a ocorrência de perfurações, aderências ou fístulas com outros órgãos.
4) Com o repara, pode ocorrer formação de áreas de fibrose, podendo gerar estenose da luz do TGI - é comum que isso aconteça. O seguimento a montante da estenose pode apresenta-se dilatado por cúmulo do bolo fecal.

35
Q

Microscopia da doença de Crohn:

A
  • Inflamação transmural: Infiltrado inflamatório polimorfonclear (neitrófilos) -
  • Agregados linfoides
  • Distorção arquitetural
  • Microabscessos de cripta: agregado de neutrófilos no lúmen da cripta intestinal - demonstra que a doença está ativa e não em remissão.
  • Granulomas não caseosos (30/40%)
  • Ulceração mais finas e fibrose
  • Fissura: bem profundas, podendo chegar, inclusive a serosa.
36
Q

Macroscopia da Retocolite ulcerativa:

A

• Mucosa hiperemiada, granular, friável e que sangra com facilidade;
• Transição abrupta entre cólon doente e sadio.
- Processo inflamatório contínuo.
• Formação de úlceras rasas, mas alargadas e limitadas à mucosa / submucosa;
• Pseudopólipos inflamatórios: ilhas isoladas de mucosa em processo regenerativo.

37
Q

Microscopia da Retocolite ulcerativa:

A
  • Inflamação mucosa
  • Não é observado regiões de fibrose, como ocorre na doença de Crohn.
    • Úlceras rasas e pseudopólipos inflamatórios
    • Demais achados semelhantes ao Crohn, exceto os granulomas (ausentes):
  • distorção arquitetural da mucosa
  • infiltrado inflamatório polimorfonuclear (nutrófilos).
  • microabscessos de cripta
38
Q

1) Clínica da doença de Crohn:

2) Complicações

A

1) Clínica:
• Variável, manifestações recorrentes;
• Início - ataques intermitentes de diarréia leve, febre e dor abdominal;
• Períodos assintomáticos - semanas, meses ou anos (alguns pacientes podem ser sempre sintomáticos)
• Hematoquezia - sngramento nas fezes por hemorragia digestiva baixa
2) Complicações:
• Anemia
• Obstrução intestinal, devido a fibrose
• Perfuração - Fístulas (pode ser entre alças intestinais, bexiga, vagina, região perianal -mais comum), abscessos e peritonite - sepse
• Desidratação e desnutrição (diarreia e má absorção);
• Aumenta risco para Câncer Colorretal - turnover celular (processo regenerativo acelerado das células epiteliais) + processo inflamatório contínuo = aumento risco de mutações celulares.

39
Q

1) Clínica da Retrocolite Ulcerativa:

2) Complicações

A

1) Clínica:
• Distúrbio recorrente, caracterizado por episódios de dor abdominal, com diarreia mucosanguinolenta;
• Sintomas podem persistir por longo período de tempo;
• Períodos assintomáticos - semanas, meses ou anos;
2) Complicações:
• Anemia
• Desidratação
• Aumenta risco para Câncer Colorretal (mais que D. de Crohn)
- menos complicações que doença de Crohn

40
Q
Retrocolite Ulcerativa e Doença de Crohon:
1) Anticorpos ASCA e p-ANCA
Características morfológicas:
2) Região do intestino
3) Distribuição
4) Úlceras
5) Fissuras, fístulas e perfuração
6) Inflamação
7) Fibrose e estenose
8) Aspecto da parede
9) Aspecto da mucosa
10) Granulomas
A

1) - Doença de Crohon: ASCA +/ p-ANCA -
- Retrocolite Ulcerativa: ASCA -/ p-ANCA +
GERALMENTE, NÃO FECHA DIAGNÓSTICO
2) - Doença de Crohon: “Boca ao ânus” (íleo ± cólon)
- Retrocolite Ulcerativa: Cólon apenas (retossigmoide)
3) - Doença de Crohon: Lesões salteadas
- Retrocolite Ulcerativa: Lesões contínuas
4) - Doença de Crohon: Profundas, lineares
- Retrocolite Ulcerativa: Rasas (superficiais), largas
5) - Doença de Crohon: Sim
- Retrocolite Ulcerativa: Não
6) - Doença de Crohon: Transmural
- Retrocolite Ulcerativa: Limitada à mucosa / submucosa
7) - Doença de Crohon: Sim
- Retrocolite Ulcerativa: Não (rara)
8) - Doença de Crohon: Espessada
- Retrocolite Ulcerativa: Delgada
9) - Doença de Crohon: “Pedra de calçamento”
- Retrocolite Ulcerativa: Pseudopólipos
10) - Doença de Crohon: Sim (35%)
- Retrocolite Ulcerativa: Não