PARTE GERAL DO CC - Defeitos do negócio jurídico (17.11.2022) Flashcards

1
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Qual a relação entre invalidade, nulidade e anulabilidade?

criado em 17.11.2022

A

Gênero e espécies

Ato inválido é gênero, nulo e anulável são espécies

Nulidade é mais grave, com consequências mais graves (impossibilidade de convalidação, efeito ex tunc e decretação de ofício)

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2
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Há prazo para pleitear o reconhecimento da invalidade de um ato ou negócio jurídico? Se houver, qual o seu termo inicial?

criado em 17.11.2022

A

Nulidade não se convalida

Anulabilidade, decadencial de 4 anos

Termos iniciais:
1. Coação: quando cessar a coação
2. Erro, dolo, fraude, estado de perigo e lesão: celebração do negócio
3. Atos de incapazes: quando cessar a incapacidade

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3
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Quais são as sete hipóteses de nulidade do ato jurídico, segundo o CC?

criado em 17.11.2022

A

Agente, objeto, motivo, forma, solenidades, fraude e proibição legal

  1. Agente absolutamente incapaz
  2. Objeto ilícito
  3. Motivo ilícito de ambas as partes
  4. Forma diversa da prescrita em lei
  5. Solenidades
  6. Fraude a lei imperativa
  7. Prática proibida, sem cominar sanção
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4
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

O juiz pode suprir uma nulidade sem que a parte o requeira?

criado em 17.11.2022

A

Nem mesmo a pedido

Negócio nulo não admite convalidação ou confirmação

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5
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Quais as hipóteses previstas no CC para atos anuláveis? A coação física está entre elas?

criado em 17.11.2022

A

Incapacidade relativa e vícios de…

erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude

Coação moral, apenas (coação física é nulo ou mesmo inexistente)

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6
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Em que hipóteses será de dois anos o prazo para requerer a anulação de um ato jurídico?

criado em 17.11.2022

A

Fora das hipóteses do Código Civil

Se a lei específica não estabelecer outro prazo

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7
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

O adolescente entre 16 e 18 anos que celebra um negócio jurídico pode alegar sua idade para eximir-se de sua obrigação?

criado em 17.11.2022

A

Depende

é venire contra factum proprium?

Em regra, pode, pois o negócio é anulável. Todavia, não poderá se a parte perguntou a idade e o adolescente a ocultou dolosamente, ou se no ato de obrigar-se, afirmou ser maior de idade. Não confuda! Isso só vale para a incapacidade relativa!

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8
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

É possível reclamar o que se pagou a uma pessoa relativamente incapaz, caso a obrigação seja anulada?

criado em 17.11.2022

A

Somente se provar que o incapaz se beneficiou

É o que diz o artigo 180 do CC: Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

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9
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Todo ato praticado por um absolutamente incapaz é nulo e, assim, não produz efeitos jurídicos?

criado em 17.11.2022

A

Exceto atos socialmente aceitos

Criança que compra lanche na cantina da escola

O negócio continua sendo nulo, mas se socialmente aceito, gera efeitos jurídicos.

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10
Q

DEFEITOS (VISÃO GERAL)

Um negócio nulo pode ser convertido em outro válido?

criado em 17.11.2022

A

Sim

Se contiver os requisitos de outro válido

Há dois requisitos:
1. Subjetivo: a parte tem que querer a conversão
2. Objetivo: Suporte fático do novo negócio jurídico válido.
O título de crédito nulo, por vício na forma, pode ser convertido em confissão de dívida

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11
Q

ERRO / IGNORÂNCIA

O que é o defeito do erro (ou ignorância)? A pessoa é induzida ao erro?

criado em 17.11.2022

A

Sujeito incide no erro sozinho

Em casos que mesmo o homem médio não incidiria

  1. Diferente da coação, o juiz não leva em conta as características da pessoa ao avaliar se é erro ou não, mas o homem médio.
  2. Apenas o erro essencial permite a anulação
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12
Q

ERRO / IGNORÂNCIA

Quais são os três erros substanciais descritos pelo CC?

criado em 17.11.2022

A

Natureza, objeto ou qualidades do negócio/pessoa

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13
Q

ERRO / IGNORÂNCIA

O falso motivo vicia a declaração de vontade?

criado em 17.11.2022

A

Só quando expresso como razão determinante

Exemplo: doação de um bem a alguém por ter salvo a vida do filho, com posterior descoberta de que a pessoa não salvou. Essa motivação precisa ser expressa.

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14
Q

ERRO / IGNORÂNCIA

O erro na indicação de pessoa ou de coisa sempre viciará o negócio?

criado em 17.11.2022

A

Quando não for possível identificar a pessoa

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15
Q

ERRO / IGNORÂNCIA

A validade do negócio jurídico, em caso de manifestação de vontade viciada por erro, pode ser salva se a pessoa a quem ela se destinar se oferecer para executar a vontade real do manifestante?

criado em 17.11.2022

A

Sim

Artigo 142 do CC

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16
Q

DOLO / COAÇÃO

O dolo permite a anulação de qualquer negócio jurídico? E se o dolo for de terceiro?

criado em 17.11.2022

A

Somente quando for a causa do negócio

No dolo acidental, há apenas perdas e danos

Dolo de terceiro anula apenas quando o beneficiado tiver ciência. Caso contrário, terceiro responde por perdas e danos, mas o negócio subsisite.

17
Q

DOLO / COAÇÃO

O dolo do representante legal de uma das partes obriga o representado a responder civilmente? E o dolo do representante convencional?

criado em 17.11.2022

A

Até o valor do proveito (legal)

Convencional, solidariedade por todo dano

18
Q

DOLO / COAÇÃO

Como fica a questão da anulabilidade do negócio jurídico quando ambas as partes procederem com dolo? E a indenização por eventuais perdas e danos?

criado em 17.11.2022

A

Ladrão que rouba ladrão….

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

19
Q

DOLO / COAÇÃO

Qual coação conduz à anulação?

criado em 17.11.2022

A

Fundado temor de dano iminente

à sua pessoa, família ou bens

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

20
Q

DOLO / COAÇÃO

A força da coação é aferida a partir do critério do homem médio, tal qual o erro?

criado em 17.11.2022

A

Características da vítima

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.

21
Q

DOLO / COAÇÃO

A ameaça do exercício de um direito que possa prejudicar severamente uma parte configura coação? E o temor reverencial?

criado em 17.11.2022

A

Não e não

Temor reverencial extremo pode ser coação moral irresistível (STJ)

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

22
Q

DOLO / COAÇÃO

A coação exercida por terceiro estranho ao negócio jurídico o vicia? Como fica a responsabilidade por eventuais perdas e danos?

criado em 17.11.2022

A

Se o beneficiado sabia/devia saber da coação

se não sabia, apenas o 3º responde por perdas

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite. Se o beneficiado tinha conhecimento (ou devesse ter), ambos (o terceiro e o beneficiado) responderão solidariamente por perdas e danos. Caso contrário, somente o terceiro.

23
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

O que é o estado de perigo?

criado em 17.11.2022

A

Premido da necessidade de salvar (a si ou família)…

assume obrigação excessivamente onerosa

Observação pessoal: sempre achei essa figura muito próxima da lesão, como se fosse uma forma qualificada de lesão. Ao procurar ajuda do professor, contudo, ficou clara a diferença: o estado de perigo protege a vida, a incolumidade de pessoa da família. Já a lesão é uma proteção patrimonial.
Nesse sentido Carlos Roberto Gonçalves: “Constitui o estado de perigo, portanto, a situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva. As diferenças entre estado de perigo e lesão são tão sutis que alguns doutrinadores sugerem a sua fusão num único instituto. Entretanto, os referidos vícios do consentimento não se confundem. Só o estado de perigo ou só a lesão não bastam para coibir todas as hipóteses que se podem configurar. O estado de perigo ocorre quando alguém se encontra em perigo e, por isso, assume obrigação excessivamente onerosa, como no caso da pessoa que está prestes a se afogar e promete toda a sua fortuna a quem o salvar da morte iminente. Já a lesão ocorre quando não há estado de perigo, por necessidade de salvar-se; a premente necessidade é de natureza econômica, ou seja, de obter recursos para salvar o patrimônio do agente”.

24
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

É possível alegar estado de perigo para salvar pessoa não pertencente à família?

criado em 17.11.2022

A

Sim

Mas nesse caso, a avaliação depende do juiz

25
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

O que é lesão?

criado em 17.11.2022

A

Premente necessidade ou inexperiência

prestação manifestamente desproporcional

A desproporção das prestações é apreciada segundo os valores de quando o negócio foi celebrado

26
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

O que a parte contrária pode fazer para evitar a anulação do negócio jurídico por lesão?

criado em 17.11.2022

A

Suplemento suficiente ou reduzir preço

27
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

Ao estado de perigo pode se aplicar, por analogia, a hipótese do art. 157, § 2º, do CC (que autoriza a manutenção do negócio viciado se for oferecido “suplemento suficiente” ou “redução do proveito”)?

criado em 17.11.2022

A

Sim

Enunciado 148 da CJF

28
Q

ESTADO DE PERIGO / LESÃO

Em que situações é possível presumir a premente necessidade ou a inexperiência do lesado (vício de lesão)?

criado em 17.11.2022

A

Nunca

O ônus é do lesado, sempre (enunciado 290, CJF)

29
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

Quais são os dois vícios sociais do negócio jurídico? Os dois tem o mesmo tratamento pelo Código Civil?

criado em 17.11.2022

A

Fraude contra credores e simulação

Fraude anula, simulação é nulidade

30
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

Uma pessoa insolvente doa um bem, mas não tinha consciência, ainda, de sua situação de insolvência. A doação é nula?

criado em 17.11.2022

A

Fraude mesmo se ignorado o estado insolvente

Não é nulidade, mas o negócio é anulável

Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

31
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

Qual credor pode pedir a anulação da transmissão gratuita de bens por um devedor insolvente?

criado em 17.11.2022

A

Credor à época da transmissão (CC)

STJ, contudo, já aceitou credores futuros

32
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

O art. 158 do Código Civil diz que os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, quando realizados por devedor insolvente, poderão ser anulados pelos credores quirografários, mesmo quando o devedor ignora sua situação de insolvência. E os contratos onerosos celebrados pelo devedor insolvente? Eles são anuláveis?

criado em 17.11.2022

A

Se contratante souber da insolvência

como ocorre no caso de insolvência notória

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

33
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

O que o adquirente de bens do devedor insolvente pode fazer para evitar o desfazimento do negócio e conservar os bens que adquiriu?

criado em 17.11.2022

A

Depositar o dinheiro em juízo

Com a citação de todos os interessados

Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. essa é a hipótese denominada pela doutrina como fraude não ultimada

34
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

A oferta de garantias a credores por um devedor insolvente será sempre considerada fraudulenta?

criado em 17.11.2022

A

Presunção de fraude

Exceto quando indispensável à manutenção ou subsistência

Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.

35
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

O que é a ação pauliana? Qual o seu sinônimo?

criado em 17.11.2022

A

Credor quirografário contra devedor insolvente

ou daqueles que tiveram sua garantia reduzida

A ação pauliana, também chamada de ação revocatória anula atos jurídicos praticados em fraude contra credores.

36
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

O que é a fraude contra credores? Há prazo para sua alegação?

criado em 17.11.2022

A

Atos para diminuir patrimônio e lesar credores

Anulável no prazo decadencial de 4 anos

37
Q

FRAUDE / SIMULAÇÃO

O que é simulação absoluta e o que é simulação relativa?

criado em 17.11.2022

A

Simulação relativa é a dissimulação

Há, portanto, um negócio válido subjacente