Parasitologia II - Estrongiloidíase Flashcards

1
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Qual é o agente etiológico?

A

Strongyloides stercoralis;

Pode causar eosinopenia devido à dificuldade de produzir eosinófilos;

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Quais são as formas evolutivas que podemos visualizar?

A

Fêmea Partenogenética Parasito: esôfago filarióide (em fila, reto), se reproduz por partenogênese e libera larvas rabditóides que vão para o ambiente;

Fêmea de Vida Livre ou Estercoral: faz reprodução no ambiente, de forma sexuada;

Macho de Vida Livre: não fica dentro do hospedeiro;

Ovos: podem ser observados em fazes de indivíduos com diarréia grave. Podem conter:

  1. Larvas rabditóides: Esôfago rabditóide (reto e com uma zona de estrangulamento após uma zona de dilatação). Possui primórdio genital nítido, cauda pontiaguda;
  2. Larvas filarióides: Esôfago filarióide (reto, sem constrição e sem bulbo). Possui cauda bifurcada e são infectantes;
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Como é o ciclo biológico do patógeno?

A

O S. stercoralis pode possuir um ciclo direto (partenogenético) ou indireto (sexuado, de vida livre). Ambos monoxênicos (ciclo biológico ocorre apenas em um hospedeiro). É um geohelminto;

Ciclo parasitário (apenas fêmeas): larvas rabditóides no solo ou região perianal tornam-se filarióides infectantes.

Ciclo de vida livre: larvas rabditóides produzem fêmeas e machos de vida livre. Após isso, ocorre a reprodução e origem de larvas filarióides infectantes.

Em ambos os ciclos, ocorre a penetração ativa das L3 pela pele, mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro. As larvas alcançam a circulação, dirigem-se ao coração e pulmão (Ciclo de Loss). Ao chegarem nos capilares, tornam-se L4, atravessam a membrana alveolar e, seguindo o caminho da árvore brônquica, chegam à faringe. Ali, são expelidas ou deglutidas. Ao chegar no TGI, as larvas tornam-se fêmeas partenogenéticas, responsáveis pela oviposição na mucosa intestinal. O ovo eclode dentro do hospedeiro. Após isso, larvas rabditóides são eliminadas nas fezes do paciente (então, em um EPF, vou encontrar as larvas).
Larvas rabditóides que originam fêmeas de vida livre;
Larvas rabditóides que originam machos de vida livre.

Se a larva rabditóide se transformar em larva filarióide (forma infectante) dentro do indivíduo, pode haver auto-infecção;
- Se for interna; dentro do intestino;
- Se for externa: fora do intestino;

Apenas as fêmeas adultas são encontradas no intestino (fêmea partenogenética parasita). Criptas da mucosa duodenal, com destaque para as glândulas de Lieberkühn, e na porção superior do jejuno, região de postura. Nas formas graves são encontradas na porção pilórica do estômago até o intestino grosso.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Como ocorre a transmissão da doença? Quais são as apresentações clínicas e sintomas?

A

Hetero ou Primoinfecção: ocorre a penetração da larva através da pele ou mucosas. Tende a acontecer nos espaços interdigitais ou laterais do pé.

Auto infecção interna: larvas rabditoide tornam-se filarioide dentro do intestino;

Auto infecção externa ou exógena: larvas rabditóides na superfície perianal transformam-se em filarióides e penetram pela região. Esse mecanismo pode promover a cronificação da doença. Ele tende a ocorrer em indivíduos com estrongiloidíase constipados, devido à demora da eliminação fecal. Além disso, em pacientes imunodeprimidos, pode ocorrer autoinfecção interna com presença de L1, L2 e L3 em diferentes órgãos.
Tal processo de autoinfecção aumenta a carga parasitária e contribui para a hiperinfecção.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Existem várias formas de apresentação clínica, como é a forma aguda de manifestação?

A

Penetração do parasito na pele:
- Lesões cutâneas discretas (diferente da Larva migrans cutânea, essa larva tem capacidade de entrar na circulação sanguínea);
- Pontos eritematosos e prurido;
- Em casos de reinfecção além do eritema, edema e prurido, podem ocorrer pápulas hemorrágicas e urticárias (reação de hipersensibilidade do tipo 1);
- Ocorre principalmente nos: espaços interdigitais, dorso, pé e tornozelo;
Possui curta duração.

Migração no tecido pulmonar:
- Hemorragias petéquias e profusas;
- Infiltrado inflamatório de linfócitos e eosinófilos: pneumonia eosinofílica;
- Síndrome de Loeffler;
- Edema pulmonar;
- Raros casos de insuficiência respiratória;
- Tosse com ou sem expectoração;
- Febre;
- Dispneia;
- Síndromes asmáticas.

Permanência e multiplicação na mucosa intestinal:
- Inflamação catarral, infiltração de eosinófilos, células epitelióides, pontos hemorrágicos, ulcerações (em casos mais graves), congestão e edema;
- Dificuldade de absorção nas fezes;
- Parede de jejuno e íleo espessas, pregas tumefeitas e vilosidades alargadas e achatadas (dificulta a absorção de nutrientes);
- Aumento do peristaltismo e evacuações diarreicas que podem ser mucossanguinolentas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Existem várias formas de apresentação clínica, como é a forma crônica habitual de manifestação?

A

Forma crônica habitual:
Ocorre quando a pessoa não é tratada ou é tratada de forma ineficaz;
Parasitismo longo (20 ou 30 anos);
Autoinfecção;
Quando imunocompetente: Carga parasitária baixa e controlada pelo sistema imune;
Dor abdominal na região do epigástrio, náuseas, vômitos, acúmulo de gases e diarréia intermitente;
Síndrome disabsortiva.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Existem várias formas de apresentação clínica, como é a forma crônica em que há hiperinfecção ou disseminação? Diferencie-as

A

Hiperinfecção
Ocorre uma aceleração do ciclo de autoinfecção, consequentemente há o aumento do número de parasitos e acentuação do quadro digestivo e pulmonar. Está relacionado ao aumento da carga parasitária.

Sintomas:
- Diarréia mais intensa;
- Disenteria: parasitismo do íleo e intestino grosso;
- Náuseas e vômitos: parasitismo do estômago e esôfago;
- Quadros obstrutivos e hemorragia;
- Tosse e sibilância;
- Graus de dispneia;
- Dor torácica;
- Hemoptise;
- Alcalose respiratória;

Disseminação
- Prognóstico muito ruim, deriva de uma hiperinfecção;
- Presença da larva filarióide em vários órgãos;
- Duodeno, jejuno, pulmões, pele, SNC, linfonodos mesentéricos, coração, pâncreas, rins, ovários e musculatura esquelética.
- Comprometimento do SNC: meningite, abscessos cerebrais ou cerebelares;
Infecção por enterobactérias;
- Pode gerar uma sepse e também a pneumonia bacteriana;
- A rápida evolução com diagnóstico difícil culminam em um prognóstico ruim.
- HTLV tende a estar presente nessa forma;
Pode apresentar Larva Currens: lesões que vão mudando de caminho, não é todo paciente que apresenta;

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Como é a imunopatogênese da doença?

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Quais são as técnicas laboratoriais mais recomendadas para a investigação diagnóstica?

A

Encontro de larvas com cauda bifurcada no líquido ascítico (larva filarióide do Strongyloides stercoralis tem a extremidade bifurcada bem ínfima);

Associar ao clínico-epidemiológico;
- Pesquisa de larvas em secreções e líquidos orgânicos: principalmente em formas disseminadas;
- Biópsia e análise histopatológica;
- Diagnóstico sorológico: não deve ser feita sozinha, deve ser feito com o EPF;
*Detecção de IgG;
*Reações cruzadas com outras helmintíases;
*Monitorar tratamento de imunodeprimidos: os títulos de anticorpos reduzem acentuadamente no período de seis meses de terapia;
*Também é solicitado quando o EPF dá negativo;
*Pode ser feito o EPF (técnica coproscópicas) baseadas em hidrotermotropismo larvário (aumenta a sensibilidade do EPF);
*Deve colocar: suspeita diagnóstica de Estrongiloidíase;
*Técnicas: Rugai ou Baermann-Moraes;

É importante distinguir larvas de ancilostomídeos (o ovo pode eclodir dependendo do tempo de análise, e a larva é similar com as larvas rabditóides);

Padrão ouro: sorologia com EPF usando técnica de hidrotermotropismo larvário de Baermann;

Pode ser feito o uso de biópsia e também de outros líquidos biológicos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Quais são os Fatores de risco para a Estrongiloidíase Grave?

A

É a forma mais grave: Estrongiloidíase disseminada;
1. Uso de corticóides ou imunossupressores;
2. Idade superior a 65 anos;
3. Etilismo crônico;
4. Infecção por HTLV-1 e HIV;
5. Radioterapia;
6. Pacientes transplantados;
7. Doenças malignas hematológicas e doença renal crônica;
8. Tuberculose;
9. Gestação e Desnutrição proteico-calórica;
10. Auto Infecção (não é reinfecção);

Doenças reumáticas autoimunes ou qualquer doença que necessite de tratamento imunossupressor a longo prazo: deve ser feito o rastreio para parasitoses intestinais e acompanhamento, antes da administração do tratamento imunossupressor também deve ser feito o rastreio e, no caso de contágio, o tratamento, com o fito de evitar a disseminação do parasito.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Com relação à Estrongiloidíase: O que o uso de corticoides pode acarretar?

A
  1. Acelera a oviposição das fêmeas partenogenéticas;
  2. Aceleração da conversão das larvas rabditóides em larvas filarióides;
  3. Aceleração da auto infecção interna;
  4. Diminuição de eosinófilos e mastócitos, supressão da síntese de diversas citocinas e indução de apoptose de linfócitos Th2;
  5. Efeito direto sobre a cutícula do S. stercoralis, tornando-a mais resistente à ação da resposta imune;
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Qual o tratamento dessa doença?

A

Ivermectina (não pode ser usado por crianças com menos de 5 anos ou menos de 15 quilos);
- Ação sobre fêmeas e larvas filarióides.
Albendazol e Cambendazol
- Ação sobre fêmeas e larvas filarióides.
Tiabendazol
- Ação sobre fêmeas partenogenéticas.

Na estrongiloidíase não complicada:
Albendazol, 400 mg, duas vezes ao dia por 10 a 14 dias;
Tiabendazol, 25 mg/kg, 2 vezes ao dia por 3 dias;
Ivermectina, 200 microgramas/kg, 1 vez ao dia, por dois dias seguidos.

Hiperinfecção e Estrongiloidíase disseminada:

Interrupção ou redução dos tratamentos imunossupressores, quando possível;
Forma disseminada requer a administração de antibióticos para bactérias gram-negativas (amplo espectro);

Ivermectina 200 microgramas/kg por sete dias ou até os EPFs darem negativos por duas semanas;
Alguns pacientes apresentam resistência ao tratamento oral, como em casos de íleo paralítico, obstrução intestinal ou suspeita de má-absorção: administração retal;

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Com relação à Estrongiloidíase: Como é feita a prevenção dessa doença?

A

Uso de EPI evitando contato com locais de possível contaminação (uso de calçados e luvas na administração de terra ou manipulação desta), quimioterapia adequada para os já acometidos, educação sanitária e higiene pessoal, melhorias das condições socioeconômicas na população, rastreamento e monitoramento de enteroparasitoses em pacientes imunodeficientes e antes da administração de medicamentos imunossupressores.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Com relação a Estrongiloidiase: Por que ocorre a eosinopenia?

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly