Herpes vírus e Oncovírus Flashcards

Microbiologia Médica aplicada à Clínica

1
Q

Acerca do Herpes Simples: qual é a sua estrutura?

A

Vírus de DNA duplo, encapsulado, pode formar DNA epsomal e há ausência de integrase (esse vírus não é capaz de inserir seu material genético no material genético da célula hospedeira).

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2
Q

Como é a forma de contágio da Herpes simples oral e genital?

A

Se dá por contato com a lesão. Lembrando que antes da lesão tornar-se aparente, ocorre coceira e sensação de formigamento.

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3
Q

Quais são os sinais e sintomas da Herpes?

A

Herpes oral: geralmente a primo-infecção ocorre de modo mais abrupta, as lesões costumam ter evolução típica e localizada caracterizadas como lesões bolhosas com líquido seroso em seu interior. A herpes oral é mais frequentemente causada pelo HHV-1;

Herpes genital: geralmente associado ao HHV-2, as lesões são dolorosas e pruriginosas. Mulheres com herpes genital são desaconselhadas a realizar parto vaginal. Primo-infecções costumam ter repercussão mais sistêmica com febre, dor, mal-estar, alterações de hábito urinário, linfonodomegalia dolorosa;

Herpes congênita: grande similaridade com a toxoplasmose e a rubéola quanto as manifestações clínicas. Pode gerar ceratite herpética, amaurose, otite com possibilidade de surdez e óbito.

HHV-1 e HHV-2 costumam ser auto-limitantes em indivíduos imunocompetentes.

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4
Q

O que pode gerar a reativação viral da Herpes?

A

Primeiro: lembrando que o vírus não pode ser eliminado, mesmo com o tratamento. A partir da infecção, o vírus migra para o linfonodo e pode migrar para diversos locais.

Os fatores para reativação são:
1. Trauma;
2. Estresse;
3. Hipertermia;
4. Menstruação e oscilações hormonais;
5. Exposição à luz solar;
6. Outras infecções;
7. Uso de imunossupressores;
8. Déficit nutricional;
9. Etilismo;

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5
Q

Como é feito o diagnóstico da Herpes simples?

A

Clínico é predominante. Pode ser feito o PCR, mas não é comum. Outra possibilidade é fazer o teste de coloração de T-Zank no qual é a observação do sincício formado devido à infecção viral.

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6
Q

Como é feito o tratamento para Herpes?

A

Aciclovir; Valaciclovir; Famciclovir;

A posologia é diferente a depender da imunidade do indivíduo.

Se não tem repercussão oral, pode ser feito o uso tópico. Em pacientes HIV positivo ou com herpes disseminado, o tratamento se faz de forma endovenosa.

A droga NÃO mata o vírus.

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7
Q

Acerca da Herpes Zoster, Varicela zoster e Varicela/Catapora: qual a diferença entre elas?

A

Veja:

A Herpes zoster é a reativação do vírus Varicela zoster. A primo-infecção causada por esse vírus causa uma doença de acometimento sistêmico, chamada de Varicela ou Catapora.

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8
Q

Acerca do Varicela zoster: qual é a sua estrutura?

A

Vírus de DNA duplo, encapsulado, pode formar DNA epsomal e há ausência de integrase (esse vírus não é capaz de inserir seu material genético no material genético da célula hospedeira).

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9
Q

Como é a forma de contágio do vírus Varicela zoster?

A

Se dá a partir do contato com as lesões e também por gotículas de saliva.

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10
Q

Quais são os sinais e sintomas da Varicela e da Herpes Zoster?

A

A Varicela/Catapora é originada a partir de um quadro com acometimento disseminado/sistêmico, com lesões de evolução específica na pele. Geralmente com lesões ulceradas, crostosas, bolhosas formando uma pápula.
Já o Herpes zoster, também conhecido como cobreiro, trata-se da reativação do vírus, de modo que o acometimento é dermatoneural/cutâneoneural, com a formação de lesões bolhosas, dolorosas e geralmente em áreas de dermatomo. Latência ocorre nos nervos e gânglios;

  • Pessoas vacinadas contraem a doença, só que de forma menos grave;
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11
Q

Como é feito o diagnóstico de Herpes zoster e da Varicela?

A

É feito predominantemente de forma clínica. T-Zank também pode ser utilizado.

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12
Q

Como é o tratamento para Herpes Zoster e Catapora?

A

Aciclovir; Valaciclovir; Famciclovir;

A posologia é diferente a depender da imunidade do indivíduo.

Não é feito o tratamento medicamentoso para Catapora, apenas pode ser feito o uso de medicações tópicas para auxiliar no alívio da coceira.

A droga NÃO mata o vírus.

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13
Q

Qual a Estrutura do HTLV?

A

É um retrovírus, apresenta duas fitas de RNA simples, possui transcriptase reversa, envelope e integrase, ou seja, é capaz de integrar seu material genético ao da célula hospedeira. Fazem infecções de curso crônico;

HTLV-1 e HTLV-2: É o vírus linfotrófico de Células T humanas;

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14
Q

Como ocorre a transmissão pelo HTLV?

A

Através de contato com líquidos biológicos, como em transfusões sanguíneas e sexual. Ocorre transmissão transplacentária e também pelo aleitamento.

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15
Q

Quais são os sinais e sintomas causados pela infecção por HTLV?

A

Infecção aguda: 100% dos casos há integração do material genético viral com o da célula hospedeira;
Assintomática: geralmente;
Por isso a importância da triagem neonatal;
Sintomáticas: sinais de mono like;
* Laringite, linfonodomegalia e febre;

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16
Q

Como é feito o diagnóstico do HTLV?

A

Sorologia: triagem;

Laboratórios não soltam o laudo positivo com apenas um teste, deve ser feito WB e também um teste confirmatório molecular por PCR para a liberação do teste como positivo.

É possível observar alterações no hemograma tais quais: linfocitose com linfócitos atípicos (Flower cells), aumento da Lactato desidrogenase, hipercalemia (alta de potássio devido a síndrome consumptiva e marcante perda de peso, com mais de 10% de perda em curto período de tempo);

Pode ser feita a biópsia das lesões;

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17
Q

O HTLV pode ser associado à outros quadros, quais são?

A
  1. Mielopatia associada ao HTLV ou paraparesia espástica tropical: é um quadro não neoplásico, a doença que acaba por acometer o sistema muscular (acometimento degenerativo muscular). Ocorre porque linfócitos infectados pelos vírus podem adentrar a medula causando uma lesão neurológica. Considerada degenerativa, é limitadora de vida para o paciente;
  2. Dermatite infecciosa associada ao HTLV;
  3. Uveíte associada ao HTLV;
  4. Linfoma ou Leucemia associada ao HTLV: geralmente em indivíduos adultos, devido ao tempo necessário para a replicação viral e acúmulo de mutações oncogênicas. Comprometimento principalmente do linfócitos T. Deve-se desconfiar mais ainda de co-infecção com repercussões em alterações imunológicas, como é o caso do HIV;
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18
Q

Como é feito o tratamento para infecções causadas pelo HTLV?

A

Zidovudina;
Interferon alfa 2: favorece a resposta imune, mas o paciente pode apresentar sintomas gripais.
Quando paciente oncológico: outros tratamentos;

19
Q

Por que a Leucemia de células T do adulto associadas ao HTLV se dão especificamente em adultos?

A

Potencial carcinogênico e desencadeamento de neoplasia propriamente dita precisa de anos de replicação viral e acometimento celular, por isso não é comumente observada em crianças;

As células T tendem a se infiltrar na pele e, consequentemente, promover um sinal cutâneo específico. Nessa condição é necessário que ocorra o tratamento da neoplasia e, como nessas condições o indivíduo fica imunossuprimido, faz-se necessário o monitoramento viral por meio da PCR.

20
Q

Qual a relação entre o HTLV e a Estrongioidíase?

A

A Estrongiloidíase gera uma resposta com perfil Th2, o que pode auxiliar na replicação o HTLV, mas pode ocorrer uma resposta Th1, o que favorece o S. stercoralis. Não é um componente de evasão, é um efeito adverso gerado pela infeção pelo S. stercoralis;

21
Q

Quais são as características estruturais do HPV?

A

É um vírus de DNA circular, NÃO envelopado e sem integrase. Há cepas com maior potencial oncogênico, como o subtipo 16 e 18, e de menor potencial de malignidade, como os subtipos 6 e 11;

O potencial oncogênico está relacionada com a indução da multiplicação celular.

22
Q

Quais são as formas de transmissão do HPV?

A

Pode ser transmitido através de contato com a lesão, como em relações sexuais, sendo considerado uma IST.

Promove infecções cutâneo-mucosas. Se aloja na camada basal da epiderme e a replicação dessa camada está relacionada a replicação viral.

23
Q

Quais são os sintomas relacionados ao HPV?

A

Vai depender do tipo de acometimento. De forma geral, a apresentação de um quadro benigno está relacionada ao aparecimento de lesões papilomatosas/condilomas, de aspecto verrucoso, que podem ser doloras, também conhecidas como condiloma acuminado. Ocorrem principalmente na região genital.

24
Q

Como é feito o diagnóstico por HPV?

A

Pode ser feito a partir do aspecto clínico da lesão, quando falamos do condiloma acuminado. Também a partir da colpocitologia oncótica (faz a análise da lesão, classificando-a quanto ao grau de diferenciação/displasia) e a hibridização in situ (busco material genético do vírus, de modo que é ele classifica o vírus com baixo ou alto risco oncogênico).

25
Q

Como é feito o tratamento ambulatorial e domiciliar para o HPV?

A

Tratamento ambulatorial: se há presença de lesão recomenda-se a execução;
Ácido tricloroacético (ATA) 80%-90% - descolamento da lesão, descamar;
Podofilina 10%-25% (toxina) - descolamento da lesão, descamar;
Eletrocauterização;
Exérese cirúrgica;
Crioterapia.

Tratamento domiciliar: Imiquimode ou podofilotoxina (estimula a imunidade);
Imiquimode aumenta a quantidade de IFN-alfa;
Desvantagem: tempo;

Em casos de neoplasias, deve ser feito o tratamento oncológico.

26
Q

Qual é a relação entre o HPV e o Câncer?

A

Esse vírus é capaz de induzir a prolifração e impedir a capacidade apoptótica. Diante do acometimento do colo uterino, ocorrem displasias e alterações progressivas. Portanto, a evolução pode ser para um quadro neoplásico. Os lauds tendem a demonstrar a positividade tanto para o HPV de alto risco quanto para o HPV de baixo risco.
Colpocitologia oncótica: Papanicolau é a técnica de coloração. Esse citopatológico indica se há lesão e o grau em que ela se apresenta, classificada em neoplasia intracelular cervical. Alguns laboratórios ainda usam a classificação de NIC: proliferação
NIC 1: lesão leve, denominada uma displasia, quadro benigno;
NIC 2: lesão moderada;
NIC 3: lesão grave em que já ocorre uma neoplasia, o denominado Carcinoma in situ. Nem todo NIC 3 é causado pelo HPV, por isso, deve ser feito o laudo ao mesmo tempo para que seja possível avaliar se ele ocorre pelo vírus ou outro fator associado.

27
Q

Acerca do Herpes vírus humano HHV-8, quais são as características?

A

Material genético DNA, envelopado, não tem capacidade de integrar o material genético na célula hospedeira (ausência de integrase).

28
Q

Como ocorre a transmissão do HHV-8?

A

Transmissão oral ocorre por meio de saliva infectada.

29
Q

Quais são os sinais e sintomas causados pela infecção pelo HHV-8?

A

Podem apresentar quadros assintomáticos, sintomáticos mono likoe e também neoplásicos, geralmente relacionado com pacientes não imuno competente s.

Possui tropismo pelo endotélio, com destaque para os que compõem os capilares sanguíneos presentes na pele. Tende a permanecer latente na maior parte dos indivíduos.

30
Q

Como é feito o diagnóstico do HHV-8?

A

Dificilmente é feito, geralmente usa-se PCR.

31
Q

Qual a relação do HHV-8 com o câncer?

A

Geralmente depende da co-infecção com o HIV, gerando alterações celulares com potencial oncogênico.

32
Q

Qual o tipo de câncer que o HHV-8 está associado?

A

Sarcoma de Kaposi ou sarcoma hemorrágico idiopático múltiplo.

O vírus invade as células, multiplica-se e é drenado para os linfonodos satélites. Esse vírus infecta qualquer tipo de célula, até mesmo os leucócitos. O sistema imune tende a controlar o vírus e, após a migração para as células endoteliais, ele torna-se latente. Diante da coinfecção pelo HIV, o vírus reativa-se e transforma as células em células imortais (perde a capacidade de morrer como ocorreria normalmente) a fim de garantir sua sobrevivência. Como o Glicocálice atua na inibição por contato, pode ocorrer a apoptose (proliferação exacerbada), o vírus acaba por alterar a maquinaria de apoptose das células, estimulando a multiplicação celular e inibindo as caspases (com destaque para a caspase 3), dessa forma há inibição da apoptose celular. Esse vírus produz a Caspase-like, proteína semelhante à caspase que possui função de inibir a ação dessa estrutura a partir de uma atividade competitiva. As células endoteliais infectadas sofrem multiplicação, ocupam o lúmen do vaso sanguíneo e ocorre uma alteração circulatória. Há o extravasamento do sangue. Forma-se o Sarcoma de Kaposi (alteração cutânea e de vasos sanguíneos);

33
Q

Qual o tratamento para o HHV-8?

A

Oncológico e HIV (controle da co-infecção): não tem tratamento para o HHV-8.

34
Q

Quais as características do Citomegalovírus?

A

Igual ao HHV-8.

35
Q

Como ocorre a transmissão do CMV?

A

Qualquer líquido biológico (transplacentária). Tem tropismo para leucócitos e deixam as células grandes (MEGA). Destaque para alterações pulmonares.

36
Q

Quais são os sinais e sintomas associados ao CMV?

A

Podem gerar quadros assintomáticos e sintomáticos (mono like). Em imunocomprometidos gera encefalite, inflamação na retina, pneumonia e gastroenterites. Pode ocorrer infecção congênita.

37
Q

Como é feito o diagnóstico do para CMV?

A

Clínico e laboratorial, com alterações do hemograma (linfocitose com linfócitos atípicos), alterações bioquímicas (já que ocorre hepatoesplenomegalia), sorologia para o CMV (IgG e IgM). PCR é padrão ouro para monitoramento.

38
Q

Como é feito o tratamento para o CMV?

A

Ganciclovir: mais utilizado;
Promove como efeito adverso a neutropenia, condição que possibilita uma infecção bacteriana secundária;
Foscarnet;
Promove toxicidade renal;
Ambas as drogas inibem a DNA polimerase viral, condição que inibe a replicação celular.

39
Q

Quais são as características do EBV?

A

Iguais as do HHV-8.

40
Q

Qual é a forma de transmissão do EBV?

A

Doença do beijo, saliva.

41
Q

Como é a patogenia do EBV?

A

Replicação na região da orofaringe, condição que promove alta viremia no local. Tem preferência por células epiteliais da orofaringe e linfócitos B. Por isso, há relatos de linfomas relacionados ao EBV.

O vírus infecta células da orofaringe, replica-se e é drenado aos linfonodos satélite. Causa a lise de células da mucosa oral, apresenta um quadro de faringite e migração para o sistema linforreticular, glândulas salivares e linfócitos B. Os linfócitos B infectados ativam os Linfócitos T CD8/CD4 atípicos para que ocorra o combate da infecção. Consequentemente, existem funções citotóxicas e supressoras. O vírus, portanto, pode entrar em latência nas células da orofaringe e linfócitos B. Vírus circulante por conta da presença nos linfócitos B, na região da orofaringe (presença na glândula salivar) e também em todo o sistema reticular linfocitário.

Em caso de reativação, podem ocorrer quadros neoplásicos, principalmente em células da orofaringe e linfócitos B, nas quais ficam latentes. Esses, por sua vez, estão relacionados aos indivíduos HIV positivos.

42
Q

Quais são os sinais e sintomas relacionados com EBV?

A

Assintomático: Mononucleose infecciosa:
- Fadiga;
- Mal-estar;
- Cansaço;
- Febre aguda/prolongada;
- Dor de garganta;
- Exantema;
- Hepatoesplenomegalia;
- No exame físico observa-se: linfadenopatia generalizada, edema palpebral, faringite, aumento da amígdala, exsudato branco-acinzentado e petéquias em palato (difere da faringite bacteriana);
Exsudato branco acinzentado e petéquias em palato é o que ajudam a diferenciar no clínico;
Tríade clássica: Febre alta e arrastada + faringite + linfadenopatia.

43
Q

Como é feito o diagnóstico para o EBV?

A

Diagnóstico clínico;
Diagnóstico laboratorial:
Hemograma: linfocitose, presença de linfócitos atípicos (1000 células/mm³ de sangue), TGO e TGP;
Marcadores laboratoriais para sorologia:

Anti-VCA para EBV (IgM e IgG): identificação se é mais aguda ou crônica;

44
Q

Qual o tratamento para EBV?

A

Não tem, mas pode ser utilizado o aciclovir.