Osteocondrite dissecante do joelho e patela Flashcards

1
Q

Definição da osteocondrite dissecante

A

Osteocondrite dissecante é definida como uma alteração necrótica focal, idiopática e primária do osso subcondral, que resulta em alterações secundárias da cartilagem articular sobrejacente.

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2
Q

Em pacientes jovens, com 2 a 6 anos, a ossificação do fêmur distal é irregular, e alguns focos pequenos de ossificação podem ser encontrados. Não possuem relação com a osteocondrite dissecante e serve de diagnóstico diferencial.

  • Caffey dividiu essas irregularidades em grupos:
A
  • Grupo I: graus variados de rugosidade e ocasionalmente pequenos focos separados por calcificação
  • Grupo II: maiores irregularidades marginais com recortes específicos
  • Grupo III: irregularidades marginais com ilha de osso independente. Semelhante a osteocondrite dissecante.
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3
Q

Etiologia da OCD do joelho

A

Etiologia exata é desconhecida – várias teorias foram propostas:

  • Microtraumas repetitivos
  • Isquemia
  • Alterações epifisárias
  • Presença de centros de ossificação acessórios
  • Predisposição familiar
  • Alterações endócrinas
  • Distúrbios de crescimento
  • Variações anatômicas do joelho
    • Estreitamento do intercondilo 🡪 aumenta chance de impacto da espinha tibial contra o côndilo e poderia contribuir para a ocorrência da lesão
  • Alterações congênitas
  • Fatores biomecânicos
    • Associação entre lesões do côndilo medial e varo do joelho e entre lesões do côndilo lateral e valgo do joelho.
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4
Q

Causa mais comum de corpos livres intra-articulares do joelho

A

Osteocondrite dissecante do joelho

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5
Q

Epidemiologia da osteocondrite dissecante do joelho

A
  • Cerca de 20 casos em 100mil habitantes por ano
  • 2H : 1M
  • Bilateral em 20-30%.
  • Mais comum em homens e adolescentes. Idade de acometimento entre 10 e 50 anos, raro em <10 anos e > 50 anos.
    • 2 grupos: jovens, antes do fechamento fisário, com bom resultado, e adultos, geralmente com maus resultados.
      • OBS: Centro de ossificação secundário distal do fêmur: ossificação ao nascimento e fusão aos 19 anos
  • Mais comum em adolescentes envolvidos em atividades esportivas
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6
Q

Fatores relacionados a maior prevalência da doença

A
  • Presença de menisco discóide
  • Cirurgias meniscais previas
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7
Q

Local mais comum de osteocondrite dissecante

A

Joelho, mas pode acometer qualquer articulação

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8
Q

Qual a principal localização da osteocondrite dissecante do joelho?

A

Côndilo femoral medial. (80% dos casos)

  • Localização clássica: face lateral do condilo femoral medial devido a impacto da espinha medial proximo a inserção do LCP
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9
Q

Locais de acometimento da OCD do joelho:

A

Côndilo femoral medial (80% dos casos)

  • Local clássico: aspecto lateral do côndilo femoral medial próximo a inserção do LCP🡪 maioria
  • Localização clássica estendida
  • Localização inferior e central do C central

Côndilo lateral (15%):

  • Aspecto póstero lateral do CFL

Patela (< 5%)

  • Principal é na região inferomedial da superfície articular da patela
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10
Q

Classificação de Aichroth

A

Classificação quanto a localização da OCD do joelho

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11
Q

Progressão fisiopatológica da osteocondrite dissecante:

A

O osso necrótico acometido sofre reabsorção 🡪 ocorrem alterações degenerativas da cartilagem sobrejacente🡪 separação de fragmento osteocartilaginoso do resto do osso 🡪 formação de corpos livres intraarticulares 🡪 leva processo degenerativo da articulação do joelho levando a uma AO

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12
Q

Quantos % dos casos de OCD há liberação de corpos livres?

A

3.2 - 17%

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13
Q

Prognóstico de evolução da OCD do joelho para OA:

A
  • Juvenil – rara
  • Adulto – 81% dos casos (clínica ou radiográfica)
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14
Q

Sintomatologia da osteocondrite dissecante do joelho

A

Sintomatologia sutil.

  • 80% dos casos cursa com um desconforto doloroso vago no joelho, geralmente há vários meses , com tempo médio de 14 da apresentação inicial.
  • Edema, sensibilidade na linha articular e sobre a lesão, limitação ADM
  • Estalos e sensação de joelho preso ocorrem após a separação do fragmento, o que pode mimetizar lesões meniscais
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15
Q

Sinal de Wilson

A

Marcha rodada externa, para evitar contato do côndilo femoral medial com espinha tibial medial.

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16
Q

Teste de Wilson

A

É um teste provocativo de dor na osteocondrite dissecante do joelho. Consiste em rotação medial e extensão do joelho, com início em 90 graus, pode levar a dor em 30 graus.

17
Q

V ou F: teste de Mcmurray pode estar positivo na OCD

A

Verdadeiro

18
Q

Incidência radiográfica mais importante na OCD:

A

Incidência do túnel: Paciente em DV + joelho fletido 45° 🡪 raio angulado caudal cerca de 40° com plano vertical

  • Visualiza local mais comum de lesão e avalia presença de corpos livres
19
Q

Melhor exame de imagem para avaliar OCD:

A

RM

20
Q

Sinais de estabilidade / instabilidade do fragmento nos exames de imagem:

A

RM:

  • Área de alto sinal em T2, representando fluido ao redor do fragmento e áreas de cistos focais abaixo do fragmento
  • Ausência de liquido na interface fragmento - fêmur é sinal de estabilidade

Rx:

  • Área de osteocondrite < 0,2cm e espessura <3mm são sinais de lesão estável
  • Área > 0,8cm e esclerose marginal > ou = 3mm são sinais de instabilidade

Cintilo:

  • Captação intensa envolvendo grande parte do côndilo femoral é sugestivo de instabilidade.
21
Q

Classificação de Cahill e Berg

A

Classificação baseada em rx + cintilo. Bizu: a partir do grau I, rx sempre alterado, a cintilo é que vai aumentado progressivamente.

  • Grau 0: rx e cintilo normais
  • Grau 1: rx alterado e cintilo normal
  • Grau 2: rx alterado e cintilo com captação aumentada focal
  • Grau 3: rx alterado e cintilo com captação aumentada em todo o côndilo femoral
  • Grau 4: rx alterado E cintilo com captação aumentada em espelho (no planalto tibial adjacente)
22
Q

Classificação Dipaola e Nelson:

A

Classificação que utiliza artroscopia, RM e Radiografia. A parte de artroscopia é a classificação de Guhl´s e a parte de radiografia é a classificação de Berndt e Hart

  1. Fragmento não definido. Na RM tem alteração focal de baixo sinal e espessamento da cartilagem; na radiografia tem lesão por compressão; na artroscopia a cartilagem articular está amolecida e irregular.
  2. Fragmento definido e estável. Na RM vê uma área de baixo sinal ao redor de um fragmento conectado ao osso (estável); No rx um fragmento conectado ao osso e na artroscopia apenas uma descontinuidade da cartilagem, o que indica um fragmento definido, porém estável e bem conectado ao osso.
  3. Fragmento instável, mas não solto. Na RM tem hiperssinal entre fragmento e osso (sinal de instabilidade); na radiografia o fragmento é sem desvio, porém conectado ao osso; na artroscopia o fragmento é visto como desviado porém descrito como como conectado ao osso por alguma porção de cartilagem (o contrário da radiografia haha).
  4. Corpo livre. Em todos é igual.
23
Q

Principais fatores prognósticos da OCD do joelho:

A
  • Idade (adultos, após fechamento da fise distal do fêmur é pior)
  • Tamanho da lesão
  • Estabilidade do fragmento
  • Cronicidade e progressão (casos agudos têm melhor prognóstico)
  • Localização: fora da área de carga 🡪 melhor prognóstico
24
Q

Indicações para tratamento cirúrgico na osteocondrite dissecante

A
  • Corpo livre articular
  • Joelho sintomático em paciente >12 anos
  • lesão >1cm
  • envolvimento de superfície de carga
  • esqueleto maduro
  • Falha do tratamento conservador após 3-12 meses sem cicatrização
25
Q

Tratamento da osteocondrite dissecante no esqueleto imaturo

A

Maioria tratado de forma conservadora.

  • Previsão de fechamento da fise >8 meses iniciar com tratamento conservador (melhor prognóstico, sobretudo nos <13 anos);
    • Limitação de atividades de impacto, restriçao de carga; analgésicos. Pode recomendar uso de brace inguinomaleolar por 6 semanas.
    • Objetivo: promover cicatrização da lesão antes do fechamento da fise e impedir formação do corpo livre.

Obs: Após 3-12 meses sem cicatrização ou formação do corpo livre → artroscopia.

26
Q

Sintomas e sinais radiográficos preditivos de mal prognóstico com o tratamento conservador

A
  • Sintomas: derrame articular ou disfunção mecânica
  • RX: lesão grande, no limite da indicação de tratamento conservador e presença de esclerose na radiografia.
27
Q

Indicações para técnica aberta no tratamento cirúrgico da OCD

A
  • Artroscopia não permite fixação adequada
  • Lesão em local inacessível pela artroscopia
  • Lesões > 3cm (nas quais mais de um enxerto é necessário)
  • Múltiplos fragmentos viáveis
28
Q

Base do tratamento cirúrgico da osteocondrite dissecante do joelho no adulto

A

Drilling (broqueamento). Tem em todos os estágios.

  • Objetivo é promover revascularização
  • Realizar furos com profundidade de 1 – 1.5 cm (número de furos depende do tamanho da lesão), com 3 a 4mm de separação entre os canais
29
Q

Opções de tratamento cirurgico da osteocondrite dissecante do joelho

A

Cartilagem mole, irregular, sem separação (Estágio I):

  • Broqueamento

Descontinuidade da cartilagem articular associado a formação de uma fragmento sem desprendimento osseo (Estágio II):

  • Broqueamento + fixação do fragmento com paliteiro ósseo + enxerto se necessário

Fragmento com desprendimento ósseo e sem deslocamento, permanece preso por alguma cartilagem. (Estágio III artroscópico)

  • Áreas menores: curetagem da cratera + broqueamento + fixação com paliteiro ósseo + enxerto se necessário.
    • Obs: se houver tecido fibroso na borda da lesão tem que ressecar antes de fixar.
  • Áreas maiores:
    • 1 - 2cm: autoenxerto osteocondral
    • 2 - 3,5cm: aloenxerto
    • até 10cm: implante autólogo de condrócitos

Presença de corpo livre articular (Estágio IV): 2 opções a depender se o fragmento é viável para fixação.

  • Ressecção do corpo livre + microfraturas (curetagem e perfuração da cratera)
    • Indicada ressecção se: fragmentos pequenos (<2cm); múltiplos; puramente cartilaginoso; impossível de fixar
  • Microfraturas + fixação do fragmento ósseo se for possível/grande
30
Q

Indicação de ressecção de corpos livres:

A
  • Fragmentos pequenos (<2cm)
  • Fragmentos múltiplos
  • Fragmentos puramente cartilaginoso
  • Impossibilidade de fixação do fragmento
31
Q

Como deve ser a curetagem da cratera na OCD?

A

O leito da cratera deve ser curetado ate aparecer osso sangrante e os tecidos fibrosos sejam retirados

32
Q

Indicação de ressecção de corpos livres:

A
  • Fragmentos pequenos (<2cm)
  • Fragmentos múltiplos
  • Fragmentos puramente cartilaginoso
  • Impossibilidade de fixação do fragmento
33
Q

Complicações no tratamento da OCD:

A
  • Complicações do tratamento conservador 🡪 rigidez articular e atrofia muscular relacionado a imobilização
  • Complicações do tratamento cirúrgico
    • Quebra de pinos
    • Lesão iatrogênica da cartilagem
    • Retrocesso ou protrusão de pino
    • Brocamento excessivo pode levar a fragmentação
    • Não união ou atraso de consolidação do fragmento fixado.
34
Q

Epidemiologia da osteocondrite dissecante da patela

A
  • Mais rara que a do côndilo femoral, porém com pior prognóstico
  • Ocorre entre a 2ª e 3ª décadas de vida.
  • Bilateral em 1/3.
  • Mais comum inferomedial.
  • Associada a uma historia de trauma em 40-60% dos casos.
35
Q

Incidencia melhor para visualizar osteocondrite dissecante da patela

A

Perfil do joelho.

  • Obs: Visão radiográfica axial (skyline) determina se a lesão está na faceta medial ou lateral.
36
Q

Doença na patela que a OCD da patela geralmente está associada:

A

Condromalácia.