Lesões condrais do joelho Flashcards
Principal causa de lesão condral no joelho:
Trauma.
Quadro clínico da lesão condral no joelho
- Lesões femorais: dor geralmente localizada nos compartimentos lateral ou medial, que piora com carga ou atividades de impacto.
- Lesões patelares: dor ao ajoelhar-se, subir escadas e permanecer sentado por períodos prolongados - sinal do cinema.
Principal exame para lesão condral e achados na avaliação desse exame
Principal é a RM.
* Avaliar localização, tamanho e grau da lesão
* Frequentemente acompanhadas de hemartrose e microfraturas ocultas do osso trabecular subcondral, hematomas ou cistos ósseos
Classificação de Bauer and Jackson
Classificação relacionada à morfologia da lesão
Bizu: Linhares Sonha Fazer Crochê Foder Donutt
- Linear
- Strelada
- Flap
- Cratera
- Fibrilação
- Degeneração
Classificações de lesão condral pela gravidade
(essa é dureza)
São 3 classificações: Outerbridge, Outerbridge modificada e ICRS (International Cartilage Repair Society). Todas vao de 0 a IV. Highlights:
* Em todas: 0 = normal; IV = exposição do osso subcondral
- Lesão tipo I é diferente em todas kkkk. Outerbridge é edema e amolecimento; Outerbridge modificada é amolecimento ou bolhas na cartilagem; na ICRS já é uma lesão superficial - podendo ser uma fissura superficial (Detalhe! nas outerbridges, a fissura superficial é grau II)
- Outerbridge II e III é lesão com diâmetro < 0,5 polegadas e lesão de 0,5 ou mais polegadas, respectivamente. O tipo de lesão é só fragmentação e fissura.
- Outerbridge modificada, ao invés de utilizar o diametro, usa a porcentagem da espessura da cartilagem: II = lesão < 50% de espessura; III = lesão > 50% de espessura. Os tipos de lesão são: ulcera, fibrilação ou fissura. Detalhe do detalhe: a grau II é considerada superficial, a grau III é considerada profunda e pode ser uma lesão do tipo flap de cartilagem
- ICRS, assim como a outerbridge modificada, utiliza o parametro de porcentagem de espessura da cartilagem. II = menos da metade da espessura, III = mais da metade. Não especifica o tipo de lesão, só fala que a fissura superficial é grau I.
Tratamento conservador da lesão condral
É o tratamento de escolha. Perda de peso, alteração do padrão de atividades, fortalecimento muscular, uso de órteses/braces, analgesicos e antinflamatorios
Indicação de tratamento cirúrgico na lesão condral:
Indicado na falha do tratamento conservador
Esquema de tramento cirúrgico para lesões condrais
A escolha depende principalmente do tamanho da lesão.
* Lesões pequenas (<2cm) e com sintomas mínimos : poderia fazer um desbridamento artroscópico para retirar corpo livre, tratar outras lesões associadas (ex: menisco), retirar cristais, sinovite, etc.
* Lesões de até 2cm muito sintomáticas: condroplastia abrasiva ou microfraturas ou autoenxerto
* Lesões de 2 - 3,5cm: aloenxerto
* Para lesões de 2 - 10cm ou múltiplas: transplante autólogo de condrócitos.
Características da condroplastia abrasiva e microfraturas
Procedimentos para estimular o reparo em lesões <2cm em pacientes de baixa demanda
* Envolve a penetração da camada de cartilagem avascular no osso subcondral vascularizado para estimular reparo extrínseco.
* Melhora dos sintoma em 60 a 70% dos pacientes, mas a fibrocartilagem (tecido de reparo) deteriora com o tempo, iniciando aproximadamente 18 meses após a cirurgia.
* Resultados são significativamente melhores em pacientes menores de 40 anos
* Procedimentos simples, de baixo custo e baixa morbidade
5 fatores que influenciam positivamente na formação do tecido cartilaginoso de reparo relacionado ao procedimento de microfraturas:
1) Durante o desbridamento, a camada de cartilagem calcificada deve ser removida, mas a abrasão ao osso subcondral deve ser evitada
2) Uma ponte óssea de 1-2mm deve ser deixada entre os furos para permitir que o tecido conjuntivo preencha o defeito e aderir a base do defeito
3) Função articular deve ser mantida após a cirurgia através de movimentos passivos
4) Proteção de carga a depender da localização da lesão
5) Qualquer anormalidade do eixo mecânico deve ser corrigida em conjunto com o procedimento de microfratura
Características do autoenxerto osteocondral
- Usado para lesões de até 2cm quadrados
- Retirada de áreas de menor carga como um plug ósseo grande ou vários plugs menores (mosaicoplastia)
Características do aloenxerto osteocondral para lesões condrais
- Para lesões de 2cm² a 3,5 cm²
- Enxerto osteoarticular de hemicondilo de tamanho compativel.
- A viabilidade do condrocito foi observada em 80% dos casos após 4 semanas do implante.
- A falha do enxerto foi mais observada em pacientes > 30 anos ou pacientes idosos com 2 ou mais cirurgias previas no joelho acometido.
- Risco para não retornar ao esporte foram observados em pacientes de 25 anos ou mais velhos e com uma duração de sintomas pre operatorios maiores que 12 meses.
Características da implantação autóloga de condrócitos
Para lesões múltiplas ou lesões de ate 10cm²
Realizada em 2 etapas:
* 1ª etapa: pequena quantidade de cartilagem articular ou osso condral retirado artroscopicamente para o crescimento dos condrócitos autólogos em cultura
* 2ª etapa: 3 a 6 semanas após a primeira é feita uma cirurgia aberta para implantação das células no defeito condral. Um enxerto de periósteo é suturado sobre o defeito e os condrócitos injetados sobre o periósteo, realizada sutura e selamento com cola de fibrina.
- Obs: Instabilidade articular ou alterações do eixo mecânico devem ser corrigidas antes ou no momento da implantação dos condrócitos
- Ótimos resultados no seguimento longo prazo
- Principais complicações são adesões articulares (2%) e descolamento ou delaminação (<1%)
Técnica tipo sanduiche para lesão condral
É uma técnica para implantação autóloga de condrócitos
* Enxerto ósseo esponjoso é colocado para preencher o defeito ósseo
* Realiza uma sutura de periósteo sobre o enxerto osseo ao nivel do osso subcondral
* Uma segunda camada de periósteo é suturada nas bordas da lesão condral com uso de cola de fibrina para garantir a vedação.
* Condrócitos são injetados entre as membranas.
A técnica foi desenvolvida para diminuir o número de cirurgias.
Implantação autóloga de condrócitos de segunda geração
- Por conta da dificuldade em coletar o periósteo e suturá-lo adequadamente, além do risco de hipertrofia do periósteo, foram desenvolvidas coberturas de colágeno bioabsorvível como alternativa (2ª geração da implantação autóloga de condrócitos)
- Foram desenvolvidas membranas de colágeno e ácido hialurônico em que os condrócitos são diretamente plantados. Como essas membranas são naturalmente “pegajosas”, podem ser implantadas por artroscopia, sem necessidade de sutura ou fixação.