Instabilidade Femoropatelar Flashcards

1
Q

Epidemiologia da luxação aguda da patela

A
  • Incidência de 5,8 casos em 100 mil habitantes
  • Mais comum em < 20 anos
  • Segunda principal causa de hemartrose aguda traumática (atrás apenas da lesão do LCA)
  • Subluxação recorrente é mais comum em mulheres do que em homens.
    • Crianças menores que 14 anos tem maior chance de ter luxação recorrente.
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2
Q

A instabilidade femoropatelar é manifestada como:

A
  • Luxação aguda da patela
  • Luxação recorrente da patela – definida como mais de um episodio de luxação da patela documentada por observador ou claramente descrita pelo paciente
  • Luxação habitual – luxação da patela a cada movimento de flexao do joelho
  • Luxação cronica ou inverterada.
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3
Q

Estabilizadores dinâmicos da patela

A
  • Vasto lateral: traciona lateralmente em um ângulo de 7 a 10 graus
  • Vasto intermedio à responsavel por 40%
  • Vasto medial: longo traciona 15 a 18 graus medialmente, e oblíquo traciona 50 a 55 graus medialmente
    • Vasto medial oblíquo: função primária de estabilizador dinâmico da patela contrapondo a ação do vasto lateral
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4
Q

Estabilizadores estáticos da patela

A

Formato da patela, comprimento do tendão patelar, sulco femoral, cápsula medial reforçada pelos ligamentos patelofemoral e patelotibial mediais.

O principal elemento cuja insuficiência resulta em instabilidade é o ligamento patelofemoral medial (ligamento extra sinovial)

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5
Q

Como medir o ângulo Q?

A

Clinicamente, é o ângulo entre a linha da espinha ilíaca ântero superior ao centro da patela, e da tuberosidade anterior da tíbia ao centro da patela.

  • Para que a medida seja precisa, devemos centrar a patela na tróclea fletindo o joelho 30º.
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6
Q

Valores normais do ângulo Q

A

H: 8-10º; M: 15+-5º

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7
Q

Fatores de risco para luxação patelofemoral

A
  • Patela alta: independentemente da anatomia da trócela, a patela posicionada superiormente encaixa na trócela mais tardiamente durante a flexão e extensão
  • Deformidade torsional e angular: torção femoral ou tibial assim como o valgo resultam em vetor de força que lateraliza a patela
  • Displasia troclear: uma tróclea rasa resulta em menor restrição óssea à translaçao lateral. Uma tróclea rasa diminui em 70% a estabilidade lateral com o joelho em 30° de flexão. A localização da displasia geralmente é mais na região proximal da tróclea.
  • Desbalanço muscular: na luxação patelar o quadriceps tem força orientada lateralmente, talvez por fraqueza do vasto medial obliquo
  • Lesão ligamentar ou frouxidão: o estabilizador primário da patela é o ligamento patelofemoral medial.
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8
Q

Fatores que aumentam o ângulo Q:

A
  • Geno valgo
  • Anteversão femoral aumentada
  • Rotação externa da tibia
  • Lateralização da TAT
  • Retináculo lateral tenso
  • Patela alta (uma das principais causas de luxação recorrente)
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9
Q

O aumento do ângulo Q resulta em _______

A

Vetor lateral sobre a patela durante a extensão do joelho

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10
Q

Quadro clínico da instabilidade femoropatelar

A
  • Dor anterior no joelho que piora ao subir ou descer escadas ou ladeiras
  • Crepitação, edema
  • Sensação de insegurança ou sensação do joelho “ceder” ou “sair do lugar” pode ocorrer
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11
Q

Exame físico de instabilidade femoropatelar

A

Sinal do j

  • Avaliação do tracking patelar dinâmico com paciente sentado, fazendo um movimento lento de extensão do joelho. Sinal do j é positivo quando ocorre a visualização de discreta subluxação lateral da patela conforme o joelho se aproxima da extensão máxima.

Avaliação do tracking patelar com joelho em extensão

  • Com o joelho relaxado na posição de extensão, solicitar ao paciente que faça força com o quadríceps e o movimento da patela é avaliado. O normal é que a patela se mova mais para superior do que para lateral

Grind test

  • Aplica-se pressão a patela e a desloca superior, inferior, medial e lateralmente na tróclea. Quando houver alguma condição patológica na articulação patelofemoral, a dor anterior é reproduzida.

Pattelar glide test

  • Divide-se a patela em 4 quadrantes e passivamente move-se a patela lateralmente e medialmente, calculando sua excursão nos quadrantes. Isso é feito com o joelho em 0º e 20º. Normalmente, o deslocamento da patela é de 1-2 quadrantes medial e lateral. O tensionamento do retináculo lateral é indicado pela limitação do deslocamento medial da patela.

Teste da apreensão

  • O examinador mantém o joelho em flexão de 20-30 graus e manualmente subluxa a patela para lateral. O teste é positivo quando o paciente tem dor ou apresenta resistência ao movimento de lateralização da patela.

Patellar tilt test

  • Joelho em 20 graus de flexão, examinador coloca os dedos no lado medial da patela e o polegar no lado lateral. Incapacidade de elevar a faceta lateral no plano horizontal indica tensão excessiva no retináculo femoral lateral.

Ângulo coxa-pé

  • Paciente em decúbito ventral com joelho fletido 90º. Um ângulo > 30º indica deformidade rotacional do membro inferior.
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12
Q

Incidências axiais da patela pelo campbell

A
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13
Q

Incidência de Merchant

A

Joelho flexionado 45º, raio em direção crânio caudal de 30º, filme perpendicular ao raio.

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14
Q

Incidência de Laurin

A

Joelho flexionado 20º, raio paralelo ao solo

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15
Q

Descreva a linha de blumensaat

A
  • Linha de blumensaat*
  • Rx perfil com o joelho fletido 30º, uma linha que passa pelo teto do intercôndilo deve tangenciar o polo inferior da patela. Se não tangenciar, temos uma patela alta. Alguns autores falam que a linha de blumensaat é um índice inexato para patela alta.
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16
Q

Índice de Insall - Salvatti

A

Razão entre o comprimento do tendão patelar (LT) e o comprimento da patela (LP) tinham uma razão de 1, com menos de 20% de variação. Patela alta se LT/LP >1,2.

17
Q

Índice de Blackburne Peel

A

Razão entre a menor distância da linha tangente à superfície articular da tíbia ao polo inferior da patela e a linha da superfície articular da patela.

Valor de normalidade: 0,54 – 1,06

18
Q

Índice de Caton Dechamps

A

Razão entre uma linha que sai do canto superior da superfície articular da tíbia até parte inferior da superfície articular da patela e o comprimento da linha da faceta articular da patela

VN: 0,6 – 1,3

19
Q

Sinais e medidas radiograficas para avaliação da tróclea

A
  • Profundidade da tróclea (Dejour)*
  • Na radiografia em perfil com 20º de flexão, a profundidade da tróclea medida a 1 cm do topo da garganta da tróclea deve ter 5mm ou mais.
  • Sinal do cruzamento*
  • Ocorre quando o contorno cortical do côndilo cruza a linha do contorno da tróclea, indicando um sulco troclear displásico
  • Bump troclear*
  • Ocorre quando a linha de contorno da tróclea estende-se anterior a linha de contorno do córtex femoral
20
Q

Ângulo de congruência de Merchant

A
  • Ângulo de congruência de merchant:*
  • ângulo entre a bissetriz do ângulo do sulco (msl) e a linha sp (entre o sulco da tróclea e o ápice da superfície articular da patela). Por conferência, o ângulo de congruência é considerado negativo quando medial e positivo quando lateral. Valor de normalidade: -6º+-11º (95% das pessoas). Não pode estar >16º lateral a bissetriz
21
Q

Qual valor do ângulo do sulco troclear indica displasia?

A

> 145 graus

22
Q

Distância TA-GT

A

Imagem axial de TC ou RM, traça-se a linha condilar posterior como referência. Traça-se em imagens sobrepostas a linha perpendicular a linha condilar posterior que passa pela garganta da tróclea e a linha perpendicular a linha condilar posterior que passa pela tuberosidade anterior da tíbia. Mede-se a distância entre essas 2 linhas.

  • Valor de referência: normal <15mm, entre 15mm e 20mm borderline, >20mm mal alinhamento
23
Q

Sinal do Kissing Bones

A

Edema medular no côndilo femoral lateral e faceta medial da patela

24
Q

Classificação de displasia trolear - Dejour

A

DISPLASIA TROCLEAR – DEJOUR

A: SINAL DO CRUZAMENTO

B: SINAL DO CRUZAMENTO + BURP TROCLEAR/TROCLEAR SPUR

C: SINAL DO CRUZAMENTO + DUPLO CONTORNO (HIPOPLASIA DA FACETA ARTICULAR MEDIAL)

D: SINAL DO CRUZAMENTO + BURP TROCLEAR + DUPLO CONTORNO

25
Q

Tratamento da luxação patelar aguda

A

Conservador:

  • Curativo compressivo de jones + imobilização com brace + muletas
  • Aspiração da hemartrose se dor intensa
  • Gelo, exercícios isométricos

Imobilização é retirada quando a fase inflamatória inicial melhora. Muleta pode ser descontinuada quando paciente for capaz de levantar peso de 5lbs com a perna estendida e deambular com a marcha quase normal.

Paciente pode retornar para atividade esportiva quando quadríceps e pata de ganso estiverem com força de pelo menos 85% do contralateral. Em geral, braces de estabilização da patela são prescritos para as primeiras 6-8 semanas de reabilitação e para atividades esportivas longo prazo. Nem todo paciente precisará do tratamento cirúrgico.

26
Q

Indicações e tratamento cirurgico da luxação patelar aguda

A

Indicações:

  • Fratura osteocondral, corpos livres, incongruência articular, atletas competitivos que estejam fora de temporada ou próximos do fim da temporada, luxação recidivante.

Ruptura do ligamento patelofemoral medial é frequente na luxação da patela, assim como a rotura parcial do vasto medial oblíquo com arrancamento desse músculo do tendão do adutor magno. Essas lesões podem ser reparadas com uma incisão pequena de 4 cm sobre o tubérculo dos adutores

  • O procedimento escolhido vai depender da causa anatômica que está causando a instabilidade (“a la carte”)
27
Q

Quanto deve ser o valor do angulo Q após procedimento de realinhamento

A

entre 10 e 15 graus.

28
Q

Principais procedimentos cirurgicos para tratamento de instabilidade patelofemoral

A
29
Q

Indicações de Release lateral

A

Indicado isolado quando há dor associada a excessiva pressão lateral (tilt patelar negativo e <1 quadrante de deslocamento medial passivo no glide test)

Indicado associado com procedimentos de realinhamento quando as estruturas laterais tensas não permitem a centralização da patela

Deve incluir liberação do retináculo do terço distal do vasto lateral até a tat, para incluir ligamento patelofemoral lateral e patelotibial lateral

Pode ser feito por técnica aberta ou artroscópica

30
Q

Indicações do uso de técnicas de realinhamento distal

A
  • Ângulo Q >20º, TA-GT >15mm e instabilidade patelar com condromalácia inferior e lateral
31
Q

Como é feita a reconstrução do ligamento patelofemoral medial

A
  • Incisão de 3cm sobre o local da lesão (conforme visto na rnm)
  • Ligamento incomepetente com dano limitado a inserção femoral pode ser reparado e feito reforço com tendao do adutor magno
  • Instabilidade crônica ou dano extenso ao ligamento devem ser reparados com enxerto de semitendineo
32
Q

Técnica de Hauser

A

Hauser descreveu a transferência da tat para uma posição relativamente posterior (aumenta stress patelofemoral e osteoartrite patelofemoral). Seu método foi modificado por muitos autores

33
Q

Técnica de Elmslie - Trillat

A

ELMSLIE-TRILLAT: release lateral + plicatura do retináculo medial + medialização da tat

34
Q

Shottler point

A

É para posicionamento do túnel femoral para reconstrução do LPFM: aproximadamente 8mm distal ao tuberculo adutor, na região em “sela”

35
Q

Fulkerson

A

Osteotomia obliqua da tat que promove a transferencia medial e anterior.

Indicada para os casos de condromalacia associada grau 3 ou 4 (mais graves).

Apesar de bons resultados em até 86% dos casos, possui menor limiar de falha para fratura por estresse comparado com Elmslie, portanto reserva-se o fulkerson para casos de condromalacia mais graves associada e nao se usa em atletas

36
Q

Osteotomia de medializacao e distalizacao

A

Para pacientes com luxação recorrente associada a insall-salvati >1,2 e patela alta.

A tuberosidade é solta distalmente, 5 a 10mm de osso são ressecados do bico distal da tíbia e a tuberosidade é fixada abaixo.

37
Q

Indicação da osteotomia derrotativa da tibia alta

A

Indicada para pacientes esqueleticamente imaturos com instabilidade associada a deformidade rotacional severa (angulo coxa-pe > 30 graus). Outros defeitos devem ser corrigidos se houver associacao

38
Q

Indicações de trocleoplastia

A

Indicações: displasia troclear de alto grau com instabilidade patelar ou tracking anormal. Outras anormalidades associadas precisam ser corrigidas em conjunto.