MOLA HIDATIFORME Flashcards
Qual a definição de mola hidatiforme?
Mola hidatiforme (do grego-latino molar, massa e hydatisiaforme, aquosa) é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente.
A mola hidatiforme (MH) decorre de fertilização anômala e apresenta diversos graus de proliferação trofoblástica, com ou sem presença de embrião
As células do embrião formam sacos de líquidos. Também pode ser chamado de tumor trofoblástico gestacional. A gestação molar representa o espectro benigno da DTG.
Quais são os tipos de mola?
Sob a denominação de mola hidatiforme há duas entidades histopatológicas e clínicas: a mola parcial e a completa.
Entre elas, há diferenças quanto aos aspectos morfológicos (macroscópicos), histopatologia e cariótipo
Quais são as características da mola completa?
Quanto à histopatologia, as MHC não têm elementos fetais, mostram proliferação generalizada e mais pronunciada do trofoblasto e maior frequência de atipias.
Quanto ao cariótipo, a MHC é o resultado da fecundação de um óvulo sem núcleo ativo, o que significa que todos os genes na MHC são de origem paterna (dissomia uniparental). Entre as MHC, 90% têm cariótipo 46,XX e os 10% restantes, 46,XY. Estas anomalias cromossômicas causam a perda precoce do embrião e proliferação excessiva do tecido trofoblástico
Do ponto de vista clínico, o volume uterino aumentado e complicações como hiperemese, pré-eclâmpsia e cistos tecaluteínicos são mais frequentes entre as portadoras de MHC
Quais são as características da mola parcial?
A MHP é associada ou causada por triploidia (69XXY) e mais raramente tetraploidia (92XXXY), com o conjunto de cromossomos extrahaplóide de origem paterna (diandria). Estas anomalias ocorrem quando um óvulo normal é fecundado por dois espermatozoides ou um espermatozoide diploide.
Já na MHP é possível a identificação de tecido embrionário. Sua origem citogenética decorre da fecundação de um oócito normal por dois espermatozoides, originando células triploides 69 XXY
Na macroscopia da MHP há, com frequência a visualização do embrião/feto, cordão e membrana amniótica
As pacientes com MHP geralmente apresentam sintomas consistentes com abortamento incompleto ou retido e por isto quase sempre o diagnóstico de MHP é obtido após avaliação histológica de material de curetagem
Como normalmente é realizado o diagnóstico?
Com o passar dos anos, essa doença está sendo diagnosticada cada vez mais precocemente. Assim ao realizar o exame do USG, o médico verifica sinais que indicam a formação da mola.
OBS: Apenas metade das gestações molares de primeiro trimestre têm a aparência clássica à ultrassonografia, que é a de múltiplos cistos de dimensões diferentes e ausência de embrião (ou embrião não-visível). OU SEJA - DIAGNOSTICADO ENTRE O 1º E SEGUNDO TRIMESTRES.
Entre os casos sintomáticos a queixa mais comum persiste sendo o sangramento. O útero maior do que a idade gestacional tbm é um achado importante
Quais são os achados ultrassonográficos mais comuns?
A ultrassonografia pode contribuir para o diagnóstico de MHP. Alguns achados são considerados bastante sugestivos, como alterações císticas focais na placenta e aumento da relação entre o diâmetro transverso e o ântero-posterior. As modificações no formato do saco gestacional são indicativas da embriopatia relacionada à triploidia. Quando ambas as alterações estão presentes, o valor preditivo positivo chega a 90%
Outros achados relacionados à MHP são: a restrição do crescimento fetal e múltiplas malformações associadas à placenta focalmente hidrópica.
Qual exame laboratorial é importante para diagnosticar esses casos?
A dosagem de gonodotrofinas coriônicas (hCG) pode complementar as informações da ultrassonografia, particularmente se os títulos forem superiores ao valor esperado para a idade gestacional. Os níveis de hCG entre as portadoras de MHC são bastante elevados e quase metade das pacientes têm níveis superiores a 100.000 mUI/ mL18, podendo ser observados valores superiores a 5.10^6 mUI/ mL
No entanto, os níveis são bem menores entre os casos com MHP e valores superiores a 100.000 mUI/mL são observados em apenas 10% dos casos.
ESSA PODE SER UM DOS MÉTODOS PARA O DIAGNOSTICO ENTRE A COMPLETA E A PARCIAL.
Qual a abordagem inicial dos casos com suspeita de MHC ou MHP?
Quando há suspeita ultrassonográfica ou clínica de MHC ou MHP, o conteúdo da cavidade uterina deve ser esvaziado.
Deve ser evitado o uso de drogas que provoquem contrações uterinas, pois sabemos que a indução de contrações uterinas antes do esvaziamento da mola aumenta o risco de evolução para doença persistente.
. Para o esvaziamento, é recomendada a vácuo-aspiração, devendo ser evitada a curetagem no início do procedimento, pois o risco de perfuração é elevado
Para pacientes com mais de 40 anos, suspeita de mola invasora e com prole definida, a histerectomia tbm é uma opção. Ela apenas não previne a mola metastática
Como é realizado o seguimento dessas pacientes?
As recomendações atuais para o seguimento preveem a dosagem semanal de hCG até que haja três dosagens consecutivas negativas. O valor abaixo do qual o teste é considerado negativo varia, mas em geral é inferior a 5 mUI/mL.
Em seguida, as dosagens podem ser mensais por 6 a 12 meses28, sendo o seguimento por um ano reservado para as pacientes tratadas com monoquimioterapia29 para doença persistente de baixo risco.
Queixas como sangramento devem ser valorizadas e a causa, investigada (ver figura 2). É importante a adesão da paciente a um método contraceptivo eficiente, sendo preferidos os contraceptivos orais e os injetáveis
Quais são os fatores de risco?
- Extremos de idade
- Histórico prévio de gravidez molar
- Idade acima de 35 anos
- Tabagismo
- Contacepção hormonal oral
- DIU com herbicidas
Quais são as complicações para as grávidas mais prevalentes?
Com o advento da usg, as repercussões foram ficando mais raras. No entanto, as mais prevalentes até hoje, são: Sangramentos com possível anemia Hipertensão / pré-eclâmpsia Hipertireoidismo Hiperemese gravídica
Qual a relação entre hipertireoidismo e gravidez molar?
O primeiro caso de hipertireoidismo associado a MH foi reportado em 1940. A ocorrência do hipertireoidismo associado à doença molar deve‑se a semelhança estrutural entre a subunidade alfa do hCG e o hormônio estimulante da tireoide (TSH), fazendo com que os receptores deste sejam estimulados pelo hCG