Miomatose Flashcards

1
Q

O que é miomatose uterina?

A

Neoplasia benigna da musculatura lisa miometrial.

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2
Q

Epidemiologia miomatose uterina:

A

Acomete 25-30% das mulheres

Mais comum em mulheres até os 30 anos

É o tumor benigno mais comum do útero (95%).

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3
Q

Fisiopatologia miomatose uterina:

A

Cada mioma é derivado de um progenitor

São tumores sensíveis a estrogênio e progesterona, portanto costumam se desenvolver no menacme e regredir na menopausa

Criam um ambiente hiperestrogênico 1) maior densidade de receptores de estrogênio 2) menor conversão de estradiol em estrona (menor potência) 3) maior quantidade de aromatase P450 (maior conversão de androgênios em estrogênios)

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4
Q

Descrição patológica dos miomatose uterina:

A

Tumores redondos, de coloração branca nacarada, de consistência fibroelástica, bem delimitados, encapsulados

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5
Q

O que são degenerações na miomatose uterina?

A

Substituição do tecido muscular do mioma por substância degenerativa, após isquemia, necrose, hemorragia.

A degeneração mais comum é a rubra (carnosa).

É uma causa de dor aguda

Outros tipos de degeneração: hialina, gordurosa, mucoide, cística

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6
Q

Como os miomas podem ser classificados?

A
  • Subseroso: cresce em direção a serosa, abaulando a serosa. Costumam predominar os sintomas compressivos sobre os hemorrágicos
  • Intramural: na camada muscular propriamente dita
  • Submucosa: cresce pra dentro da cavidade uterina, abaulando o endométrio. Predominam os sintomas hemorrágicos
  • Pediculado, submucoso (É O MAIS COMUM DE SANGRAR) ou subseroso
  • Parido: mioma que se exterioriza pelo orifício externo do colo; apresenta longo pedículo (causa importante de dor pélvica aguda)
  • Intraligamentar: subseroso que pode se desenvolver dentro do ligamento, como no ligamento largo
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7
Q

Fatores de risco para miomatose uterina

A

Menarca precoce

IMC elevado

SOP

História familiar

Afrodescendência

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8
Q

Quadro clínico miomatose uterina:

A

Sintomático em 20-50% dos casos

Sintomatologia depende do tamanho, do número e da localização

Metrorragia - perda de sangue que não obedece o ritmo menstrual

Dismemorreia- menstruação dolorosa

Infertilidade: nidação pode ocorrer no território do mioma

Pressão pélvica

Dor pélvica aguda

Compressão de estruturas adjacentes (exemplo: compressão bilateral dos ureteres, levando a hidronefrose)

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9
Q

Miomas na gravidez:

A

30% dos casos pode haver pequeno crescimento (MINORIA)

Em 2/3 dos casos não aumenta, podendo até regredir

Risco na gestação: gravidez gravidez 🤰🏻 , aborto, parto prematuro, amniorrexe prematura, discinesias uterinas, apresentações anômalas, descolamento prematuro de placenta, rotura uterina, placenta prévia

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10
Q

Diagnóstico de mioma:

A

História de: metrorragia, dismemorreia, pressão pélvica, aborto de repetição

Imagem: USG transvaginal (imagem nodular, arredondada, de paredes lisas, hiper ou hipoecoicas, cm ou sem calcificações
RNM de pelve também ajuda a visualizar o mioma, especialmente com mais definição. Mas é usado em casos especiais

Exame ginecológico: ao toque útero de volume aumentado, consistência e forma alteradas

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11
Q

De que fatores dependem o tratamento do mioma?

A

Tipo e severidade
Localização
História obstétrica
Idade

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12
Q

Quais os tipos de tratamento da miomatose uterina:

A

Expectante
Clínico
Cirúrgico
Intervencionista

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13
Q

Como é o tratamento expectante da miomatose uterina?

A

Pacientes oligo ou assintomáticas, com exceção casos onde há hidronefrose moderada/severa e/ou compressão de estruturas adjacentes .

Nesses casos, ocorre o acompanhamento da paciente, observando a evolução do quadro.

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14
Q

Como é feito o tratamento clínico sintomático da miomatose uterina?

A

Ácido tranexâmico (transamin) para casos de sangramento intenso.

AINES para casos de dismemorreia intensa.

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15
Q

Como é feito o tratamento clínico hormonal da miomatose uterina?

A

Contraceptivos orais ou injetáveis

  • costuma ser feito inicialmente
  • provoca atrofia endometrial
  • controle do sangramento anormal
  • sem efeito nos sintomas compressivos

DIU de progesterona (Mirena)

  • controle do sangramento
  • contraindicação: alterações importantes da cavidade uterina

Agonistas GnRH:

  • CONTROLE DO SANGRAMENTO E DOS SINTOMAS COMPRESSIVOS
  • Uso limitado a 6 meses
  • Estimulação inicial dos gonadotrofos leva a um aumento de LH e FSH (Efeito Flare up), com o tempo os receptores passam a ficar saturados e são dessensibilizados. Com isso acaba com a estimulação de LG e FSH, levando a um hipogonadismo hipogonadotrófico, como em uma menopausa.
  • Add back therapy: reposição de estrogênio e progesterona em baixas doses para diminuir os sintomas da menopausa
  • Gesserelina (Zoladex)/Leuprolide
  • Indicação: transição menopausal e controle de sintomas de sangramento (anemia) antes de cirurgias

Antagonistas de GnRH:

  • não tem efeito Flare up, efeito rápido
  • posologia desagradável, muitos efeitos colaterais, por isso é pouco usado
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16
Q

Como é feito o tratamento cirúrgico da miomatose uterina?

A

Para pacientes com sintomas severos e não responsivos a terapia clínica.

1) histerectomia
2) miomectomia
3) ablação miometrial

17
Q

Principais indicações histerectomia:

A
Sangramento refratário
Falha no tratamento prévio com terapia menos invasivas
Sintomas compressivos
Miomas múltiplos
Prole constituída
18
Q

Principal vantagem histerectomia:

A

Elimina completamente o sintomas e não permite recorrência

19
Q

Vias histerectomia:

A

Laparotomia: aberta, é o principal tipo. É a ideal para úteros muito volumosos.

Laparoscopia: menos traumática, menor tempo de recuperação, alto custo

Vaginal: menos traumática, menor tempo de recuperação, permite apenas a retiradas de pequenos úteros

20
Q

Complicações histerectomia:

A

Hemorragia, infecção, lesão de ureter, lesão intestinal, fístula vesicovaginal, lesão vesical

21
Q

Miomectomia como tratamento cirúrgico de miomas:

A

Principal indicação: pacientes nuliparas ou com desejo de ter filhos.

Vias com maior risco de sangramento que hosterectomia: laparotoia e laparoscopia

Histeroscopia: via interessante e de menor trauma, favorecendo a recuperação , especialmente para miomas submucosos, em situações de infertilidade e perda gestacional)

0: totalmente na cabidade uterina (sucesso hosteroscopia)
1: 30-50% na parede, provável sucesso
2: improvável sucesso por histeroscopia, preferir outro método

22
Q

Ablação endometrial como tratamento cirúrgico de miomas:

A

Somente para controle de sangramento, para mulheres que não querem mais engravidar.

23
Q

Radiologia intervencionista como tratamento cirúrgico de miomas:

A

Embolização das artérias uterinas: acesso percutâneo femoral bilateral, redução do fluxo arteriolar, com isquemia irreversível do mioma, não é totalmente eficaz contra úteros grandes

Contraindicações: gravidez, CA, infecção de útero/anexos (ABSOLUTAS), coagulopatias, nefropatias, desejo de gravidez, miomas pediculados ou grandes, alteração de anatomia pélvica (RELATIVAS)