Hemorragia uterina disfuncional Flashcards
Conceito de hemorragia uterina disfuncional:
É o aumento ou irregularidade do fluxo menstrual, com descargas patológicas orgânicas. ocorre por um distúrbio endócrino no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, levando-a HUD ovulatórias e anovulatórias.
Em que períodos a hemorragia uterina disfuncional é mais comum?
A incidência é maior nos extremos da idade reprodutiva dos pontos puberdade (adolescência) e a menopausa (climatério). Nestes períodos, os ciclos anovulatórios são mais frequentes determinando alterações do sistema neuroendócrino feminino.
Fisiopatologia da hemorragia uterina disfuncional anovulatória:
Nas adolescentes, há imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que não responde ao retrocontrole positivo dos estrogênios ovarianos, logo não haverá pico de LH, nem ovulação. Na perimenopausa, a insuficiência ovariana, de modo que não a síntese de estrogênio suficiente para gerar o feedback positivo, com de LH com a ovulação.
Manifestação clínica hemorragia uterina disfuncional ovulatória:
Corresponde a 15% dos casos de HUD: Sangramento ovulatório, que não costuma ser de grande monta, polimenorréia, descamação e regular, sangramento pré ovulatório, corpo lúteo persistente
Manifestação clínica hemorragia uterina disfuncional anovulatória:
Corresponde a 85% dos casos de HUD: sangramentos variáveis desde o tipo borra de café até hemorragias severas que necessitam de internação.
Fisiopatologia da hemorragia uterina disfuncional ovulatória:
A estimulação estrogênica contínua no endométrio, sem a oposição de progesterona. Haverá formação de endométrio proliferativo ou hiperplásico, que continuará crescendo sem suporte arquitetural adequado, de modo a fazer sangramentos irregulares e de intensidade variável não a descamação adequada, a deficiência de progesterona permite um aumento contínuo da espessura endometrial intercalado por perdas sanguíneas e regulares ponto Esse fenômeno também está relacionado a queda abrupta das concentrações de estradiol após o seu pico.
Diferenças clínicas entre a hemorragia uterina disfuncional ovulatória e anovulatória
ovulatória: sangramento anormal discreto com irregularidade leve ou regularidade do ciclo, sintomas pré-menstruais presentes, curva de temperatura corporal bifásica, progesterona sérica maior do que 5 e menor do que 10 durante a fase lútea, biópsia do endométrio secretor
anovulatória: sangramento anormal prolongado com irregularidade ciclo, sintomas pré-menstruais ausentes, curva de temperatura corporal monofásica (não se eleva durante a fase lútea), progesterona sérica menor do que 3 na fase lútea, biópsia do endométrio proliferativo
Tratamento hemorragia uterina disfuncional:
se resume a administração de estrogênio e progesterona, durante 4-6 meses
- em casos graves transfusão e curetagem no útero
- a histerectomia é uma conduta de exceção feita em casos muito dramáticos de incapacidade de controle clínico
- o tipo o anovulatório pode ser tratado com progesterona na segunda fase do ciclo (medroxiprogesterona, nortestosterona ou nomegestrol), durante 10 dias
- o tipo ovulatório pode ser tratado com anti-inflamatórios não esteroidais como ácido mefenâmico. Também podem ser usados antifibrinoliticos, como ácido tranexâmico
Indicação de biópsia na hemorragia uterina disfuncional:
- mulher com mais de 40 anos ou com fator de risco para câncer de endométrio nesse caso a biópsia ou a curetagem ou histeroscopia são indicadas
- mulher com menos de 40 anos tratada com pílula, progestágenos ou reguladores do ciclo com insucesso do tratamento