Meningite Flashcards

1
Q

Definição e EPD

A

Doença inflamatória das leptomeninges (tecidos que circundam o cérebro e a medula espinhal).

DOENÇA INFLAMATÓRIA DAS LEPTOMENINGES ( ARACNOIDE E PIAMATER)

Das infecções infantis em que há febre e sintomas neurológicos, a meningite é a mais comum.

As causas dependem da epidemiologia, idade e condições do hospedeiro.

A maioria dos casos são virais, seguidos das causas por bactérias, fungos e parasitas.

A faixa etária mais acometida é de 3 a 12 meses, mas é elevada até 2 anos.

A suspeita clínica já é considerada uma emergência clínica e merece tratamento mesmo sem a confirmação laboratorial.

Quando não tratada, se bacteriana, a mortalidade aproxima-se a 100%.

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2
Q

ETLG

A

— Até 2 meses de idade: enterobactérias (E.Coli, Klebsiella sp., Aerobacter, Salmonella sp, Proteus sp) + estreptococo do grupo B

  • Listeria monocytogenes não é frequente no nosso meio

— Acima de 2 meses: Neisseria meningitidis (90%), Haemophilus Influenzae (Hib – abaixo de 6 anos) e streptococcus pneumoniae

— 6-21 anos: Neisseria meningitidis (90%) e streptococcus pneumoniae

Varia em cada país

Em 2013, foram registrados 19,119 casos de meningite e desses 8745 virais, 6124 bacterianos, 345 tuberculosos e outros sem etiologia determinada.

Das bacterianas, principalmente a Neisseria meningitis, sendo 90% do tipo B e C e 10% do tipo Y e W.

Meningite Pneumocóccica: diminuição incidência em menores de 2 anos com a implementação da vacina pneumocócica conjugada 10V (Pneumo 10 - 2010).

Meningite por Haemophilus Influenza: diminuição de 95% da incidência com a vacina (1999). Feita aos 2, 4 e 6 meses.

Letalitade permanece em torno de 27-31%.

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3
Q

Situações específicas – fatores predisponentes

A

— Barreira hemato-encefálica alterada, implante coclear, Síndrome nefrótica: pneumococo

— Deficiência de complemento: pneumococo e meningococo

— Asplenia, doença falciforme: pneumococo, meningococo e salmonella

— Pós trauma: pneumococo e Hib

— Após neurocirurgia ou DVP: Staphylococcus coagulase negativa, S. aureus, Gram negativo aeróbio (pseudomonas)

— Mielomeningocele: Staphylococcus, bact gram negativas

Situações de alterações de BHE : TCE AVC

Implante coclear muito sujeito a infecções por pneumo / vacinar antes do procedimento

Anemia falciforme : bacterias capsuladas assim como na asplenia

Na síndrome nefrótica : deficiências de Igs / sistema complemento / uso de imunossupressores

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4
Q

Fpat

A

A principal fisiopatologia é a de invasão do SNC secundária a bacteremia decorrente de um foco infeccioso localizado (ex.: endocardite ou infecção urinária).

Também é possível a colonização da nasofaringe seguida de invasão da corrente sanguínea e posterior invasão do SNC ou a inoculação direta de mircoorganismos no SNC por contiguidade (trauma, neurocirurgias).

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5
Q

QC e EF

A
  • Investigar, na HDA, possíveis fatores de risco como asplenia, neurocirurgia, DVP, contato com doente
  • Clínica

-Evolução aguda: sinais e sintomas de infecção do SNC que se desenvolvem em horas → pensar em pneumococo

-Evolução insidiosa: sinais e sintomas inespecíficos (febre) por período de um a vários dias → pensar em H influenzae

Os sinais e sintomas são variáveis, dependendo da idade do paciente e da duração da doença.

A tríade clássica envolve febre, cefaleia e vômitos, mas também podem estar presentes: fotofobia, calafrios, inapetência, mal estar, mialgia, dores pelo corpo, diminuição do sensório.

Nas formas mais gravesintensificação da perda de sensório com irritabilidade, sonolência, delírio, torpor, coma e até morte.

Além disso, é obrigatório tirar a roupa da criança e avaliar todo o corpo dela, pois pode haver choque com presença de exantema com petéquias ou púrpuras (60% das meningites têm lesões petequiais ou purpúricas).

No período neonatal as manifestações são inespecíficas e a febre nem sempre está presente. Pode haver recusa alimentar, cianose, convulsões (40%), apatia, irritabilidade, respiração irregular, icterícia e 1/3 apresentam abaulamento de fontanela.

Exame físico (Evolução)

  • Sinais inespecíficos: febre, irritabilidade
  • Rigidez de nuca, presença de sinais de Kernig e Brudzinski, aparecimento de convulsões e abaulamento de fontanela (lactentes) são suficientemente característicos de infecção de SNC.
  • Alteração do estado mental e sintomas focais: sugestivos de encefalite
  • Sinais de edema cerebral, herniação e choque (complicações)

Sinais de irritação meníngea:

  • Rigidez de nuca
  • Sinal de Kernig
  • Sinal de Brudzinski

Brudzinski: positivo quando há flexão dos membros inferiores durante flexão passiva do pescoço.

Kernig : positivo quando o paciente em decubito dorsal, com um joelho e quadril fletidos a 90 graus, não consegue estender este joelho mais de 135 graus e/ou flexiona involuntariamente o outro quadril

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6
Q

DG e ExC

A

O diagnóstico é clinico, seguido de comprovação laboratorial com exame de LCR.

Na suspeita clínica já deve ser feito o tratamento, ele nunca pode ser postergado!

O atraso de 3 a 6 horas está associado a maior mortalidade e maior índice de complicações.

O exame de LCR deve ser feito imediatamente, exceto de:

a) sinais neurológicos focais e sinais evidentes de HIC ou edema cerebral;
b) insuficiência respiratória ou hipotensão;
c) trombocitopenia grave ou outros distúrbios da coagulação.

Outros exames:

Hemocultura: positividade chega a 90% em meningite bacteriana

• Hemograma completo: infecção bacteriana

TC de crânio antes da punção lombar: identifica fatores de risco para herniação após a punção lombar e diagnostica outras patologias do SNC. Se conseguir o acesso rápido a TC, fazer nos pacientes com hipertensão intracraniana, papiledema, sinais neurológicos focais, alteração do estado mental, alterações do campo visual, movimentos de MI ou MS, face/olhar paralisado, anormalidades na verbalização ou no entendimento de comandos, malformações de SNC, derivações ventriculares, história de trauma ou neurocirurgia recente, imunocomprometidos.

Sinais de HIC : bradicardia / alterações no ritmo respiratório, HAS

-Na trombocitopenia grave ou outros distúrbios da coagulação: corrigir primeiro

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7
Q

Avaliação do líquor

A

* VIRAL GERT <300 DE LEUCO

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8
Q

No q consiste o TTO

A

É feito com antibióticos, corticoides(?) e medidas de suporte.

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9
Q

ATB

A

Até 2 meses: • Ampicilina + cefalosporina 3ª geração (cefotaxima)

• Ampicilina + aminoglicosídeo (gentamicina)

> 2 meses: • Cefalosporina 3ª geração (ceftriaxone ou cefotaxima)

Duração tratamento

Meningo : 5 a 7 dias

Pneumo : 10 a 14 dias

Hib : 7a 10 dias

Gram negativos: 21 dias

Obs.: as cefalosporinas de 3ª geração tem excelente penetração no SNC e boa cobertura para os patógenos mais comuns (meningococo e pneumococo)
Usar ceftriaxone com cautela no periodo neonatal pode levar a maior risco de Kernicterus , coledocolitíase além de poder interagir com soluções com cálcio causando precipitação no espaço intravascular , pulmoões ou tecido renal

Após a punção lombar, o tratamento deve ser ajustado de acordo com o resultado de cultura do LCR:

  • Se pneumo resistente a penicilina e cefalosporinas: vancomicina + cefalosporina de 3ª geração
  • Não usar vancomicina isoladamente devido a baixa penetração liquórica
  • Outra opção: cefalosporina de 4ª geração (cefepima) ou carbapenêmico (meropenem)

Punção lombar de controle se:

a) não resposta após 48h de atb;
b) <2 meses;
c) meningite por gram negativos;
d) infecções causadas por pneumococo resistente.

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10
Q

Medidas de Suporte

A

•Oxigenoterapia / intubação?

•Acesso venoso ou intraósseo: soro fisiológico 20 ml/kg em 5-10 min / repetir se necessário

•Pedir vaga UTI

— Suporte respiratório

— Hidratação venosa.

— Manutenção da pressão arterial (drogas vasoativas).

— Controle de convulsão: benzodiazepínico, fenitoína e fenobarbital.

— Medidas de controle da PIC.

— Prevenção da hipoglicemia.

— Manter perfusão cerebral.

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11
Q

Corticoides

A

O uso de corticoides apresenta controvérsias, mas na prática é realizado pois, apesar de não reverter os danos existentes, ele diminui o processo inflamatório e previne próximos danos.

Está associado a menor ocorrência de perda auditiva severa e sequela neurológica a longo prazo.

É administrada dexametasona (0,15 mg/kg/dose, IV, 6/6h por 2 a 4 dias).

Nas primeiras 4 horas de ATB

atua no edema cerebral e na hipertensão intracraniana.

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12
Q

Complicações

A

Precoces: herniação cerebral*, abscesso, convulsões

Sequelas: perda auditiva, perda visual, retardo mental, hidrocefalia

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13
Q

QP e Precauções respiratórias

A

N meningitidis:

  • Exposição direta a secreção do caso índice nos 7 dias que antecederam a doença
  • Profissionais de saúde que realizaram procedimentos entrando em contato direto com secreção
  • Contactantes - 20 horas com caso índice
  • Babás que tiveram contato durante os 7 dias anteriores à doença →

Ceftriaxone IM dose única (125mg para <15 anos e 250mg >15anos) ou rifampicina 10mg/kg VO 1x por dia por 2 dias (<1mês 5mg/Kg)

H influenzae:

• Todos os contactantes domiciliares (pelo menos 4h por 5 – 7 dias antes da admissão), inclusive adultos, SE:

  • a Criança imunocomprometida residir no domicílio;
  • Pelo menos 1 contato <4a com vacinação incompleta;
  • Criança imunocomprometida, desde que seja >4a e vacinação completa
  • Enfermagem / cuidadores do contato desde que existam pelo menos 2 casos nos últimos 60 dias → Rifampicina 20mg/Kg (máximo de 600mg) VO 1x/dia por 4 dias. Nos menores de 1 mês: 10mg/Kg

Precauções respiratórias nas primeiras 24/48h de antibioticoterapia – meningococo e Hib

Meningoco contatos intimos independente estado vacinal/ creches escolas (mais de 20 horas nos ultimos 7 dias), compartilhamento de copos talheres escovas , passageiros em viagens de pelo menos 8 horas

Ideal até 24 horasdepois do contágio/ pouquíssima eficácia depois de 2 semanas

ceftriaxone ou cefotaxima : ambas erradicam o estado de portado nasofaríngeo/ se paciente não usar nenhum deles deve receber profilaxia antes da alta

Para Hib : cuidadores do contato = escolas

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14
Q

Vacinação

A

Meningite C

• PNI: 3 e 5 meses e reforço com 1 ano

• SBIM e SBP: o ACWY aos 3 e 5 meses e reforço entre 12-15 meses, entre 4-5 anos e na adolescência (10-15)

Ou meningo C aos 3 e 5 meses conforme o CNI, mas com reforço ACWY aos 12 meses, entre 4-5 anos e na adolescência

Meningite B

• 3, 5 e 7 meses e reforço aos 12

H influenzae (Hib)

• 2, 4 e 6 meses (pentavalente)

Pneumococo

PNI: pneumo10 aos 2 e 4 meses e reforço aos 12

• SBIM e SBP: pneumo13 aos 2, 4 e 6 meses e reforço aos 12

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