Doenças Respiratórias do RN Flashcards

1
Q

EPD: doenças respiratórias

A

2% dos nascidos vivos apresentam doenças respiratórias.

A maior parte das admissões em unidades de terapia intensiva no período neonatal ocorre por conta de problemas respiratórios.

Cerca de 1/3 da mortalidade neonatal é devido à doenças respiratórias.

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2
Q

Causas não pulmonares.

A

Entre as não pulmonares estão: manifestações cardíacas, sepse, hipotermia e distúrbios metabólicos

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3
Q

FR para doenças respiratórias no RN

A

Pré-natais (maternos)

  • Quadro infeccioso durante a gestação.
  • Febre
  • ITU
  • diabetes

- colonização por Strepto do grupo B

  • polidrâmnio ou oligodrâmnio (qualquer situação em que haja pouco líquido ou muito líquido, demonstra que pode haver sofrimento fetal)
  • Uso de AINEs (seu uso está ligado a partos prematuros).

Na hora do nascimento (natais)

  • Sofrimento fetal agudo – como um parto muito demorado, por exemplo;
  • Crianças que nascem banhadas em mecônio – quando há uma situação de sofriemento fetal tem relaxamento esfincteriano pelo bebê, liberação de mecônio no líquido amniótico, caso o mecônio seja aspirado, levará a um quadro infeccioso no bebê;
  • Cesária eletiva sem trabalho de parto (principalmente antes da 39ª semana de gestação): no trabalho de parto são liberadas catecolaminas e corticoide que rapidamente levam à reabsorção do líquido que estava nos pulmões do bebê, se não houver o trabalho de parto ou se a cesária for antes da 39ª semana, não haverá maturidade pulmonar total + líquido nos pulmões que não serão reabsorvidos de maneira eficaz, levará a cansaço + taquipneia.

Pós natais

  • Grande relação com a idade gestacional, necessidade de reanimação e malformações
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4
Q

Doenças respiratórias no RN: DG

A

A clínica muitas vezes é inespecífica e a criança pode nascer com sintomas ou desenvolvê-los ao longo de dias após o nascimento.

A radiografia às vezes ajuda a esclarecer os casos, visto que os sintomas são inespecíficos.

No entanto, antes mesmo de ser feito o diagnóstico final, o importante é fornecer o suporte adequado ao RN.

ESTABILIZAR RECÉM NASCIDO ANTES DOS PROCEDIMENTOS PARA ELUCIDAR DIAGNÓSTICO

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5
Q

Apneia da prematuridade: definição

A

Os RN apresentam uma respiração chamada de periódicaciclos respiratórios irregulares, de 10-15 segundos e que são interrompidos por pausas respiratórias.

Essas pausas geralmente duram de 3 a 7 segundos, podendo chegar até 15 segundos em alguns casos. Essa situação é normal.

Para ser classificada como apneia patológica, deve haver interrupção da respiração por um tempo igual ou maior que 20 segundos OU menor que 20 segundos quando associada a manifestações clínicas (bradicardia, cianose ou palidez).

Atualmente sabemos que a apneia patológica está muito associada à prematuridade (nos prematuros com <1000g, 100% apresentam apneia patológica).

Período: 2 a 4 semanas de vida

Não existe uma causa aparente (não há uma malformação que desencadeie essa situação, por exemplo) exceto por imaturidade do sistema neurológico e respiratório.

Obs: essa situação também pode ocorrer em RN a termo (incomum).

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6
Q

Apneia da prematuridade: classificação

A

A apneia é classificada em central, obstrutiva ou mista:

x Central: não há estímulos à nível do SNC para a realização dos movimentos respiratórios.

x Obstrutiva: existe o comando central para que os movimentos respiratórios sejam efetuados, porém há alguma obstrução à passagem de ar que impede a respiração normal. Pode ser observado esforço respiratório.

x Mista: quando ocorre as duas situações acima, podendo ocorrer qualquer uma antes da outra.

Quando falamos em apneia no RN prematuro (<37 semanas), estamos falando na apneia mista, existe uma imaturidade central + imaturidade pulmonar.

CENTRAL: ausência de movimentos respiratórios

OBSTRUTIVA : ausência de fluxo de ar nas vias aéreas superiores na vigência de movimentos respiratórios (esforço)

MISTA : ocorre quando a obstrução das vias aéreas com esforços inspiratórios precede ou sucede a apnéia central (50%)

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7
Q

Condições do RNPT que contribuem para Apneia da Prematuridade

A

Alguns fatores irão “estimular” a piora dessa apneia. Entre eles estão:

x Hipotonia muscular: geralmente o prematuro apresenta hipotonia muscular, principalmente da musculatura que deveria projetar a língua para frente. Portanto, existe uma queda da musculatura da língua levando à obstrução respiratória alta.

x Quadros infecciosos: contribuem para a hipóxia.

x Causas circulatórias: quando há persistência do canal arterial e estados de choque, por exemplo.

x Anemia: o prematuro normalmente tem anemia, dificuldade de oxigenação.

x Refluxo gastroesofágico: risco de broncoaspiração.

x Hipotermia/ hipertermia: representam estímulos inibitórios à respiração.

x Problemas metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia, etc).

A respiração do RN é extremamente dependente da quantidade/ qualidade de estímulos sensoriais aferentes ( estímulos excitatórios > inibitórios)

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8
Q

Avaliação da Apn da PT

A

Diante de uma situação de apneia no RN prematuro, é preciso analisar alguns fatores.

Primeiramente, avalia-se quantos episódios de apneia ocorrem durante 24 horas.

A maioria dos serviços considera que quando ocorrem 3 ou mais
episódios em 24 horas deve haver intervenção
(ressuscitação com ambú).

Avalia-se, além disso, a duração dos episódios (na apneia patológica: episódios acima de 20 segundos ou menor que 20 segundos quando associada a manifestações clínicas).

Observa-se as repercussões clínicas (há cianose, bradicardia, etc).

Deve ser feita uma associação com procedimentos e posição.

Por fim, deve ser avaliado quais manobras são necessárias para a reversão dos episódios (exemplo: alguns bebês só necessitam de estimulação tátil enquanto outros precisam de ser “ambuzados”).

  1. Numero de episódios nas 24 horas
  2. Duração dos episódios
  3. Repercussão clínica
  4. Associação com procedimentos e posição
  5. Manobras necessárias para reversão
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9
Q

Apneia da Prematuridade: TTO

A

O tratamento da apneia patológica na prematuridade envolve medidas farmacológicas e não farmacológicas.

Não farmacológico

x Oxigenioterapia: para pacientes que n(?) apresentam os critérios.

Se tiver 3 ou mais apneias com intervenção, serão utilizados CPAP ou ventilação mecânica

x Transfusão sanguínea: quando houver anemia.

x Estimulação tátil.

Farmacológico:

x Teofilina: vêm sendo abandonada. Seu grande problema é que a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica.

x Aminofilina (EV): 4 a 6 mg/kg/dia (ataque)

1,5 a 3 mg/kg/dia (manutenção)

x Citrato de cafeína: muito menos tóxica, melhor sobrevida e menos efeitos colaterais que xantinas – mais usada.

20 mg/kg/dose (ataque)

5 mg/kg/dose (24/24horas)

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10
Q

TTRN: definição

A

De todas as doenças apresentadas, a TTRN é a mais leve.

É um distúrbio autolimitado que afeta RN a termo ou pré-termo (mas não muito, bebês que nascem por volta de 36 semanas).

Caracteriza-se por taquipneia com sinais de leve desconforto respiratório.

“Pulmão molhado”

Reabsorção inadequada ou retardada do liquido pulmonar

Incidência : 5,7/ 1000 nascidos a termo e mais de 10/1000 em pré termos

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11
Q

TTRN: FR

A

Os fatores de risco neonatais são: prematuridade (quando bem próximo de ser à termo), cesárea eletiva sem trabalho de parto, asfixia perinatal e prolapso de cordão umbilical.

Entre os fatores maternos estão asma e diabetes.

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12
Q

TTRN: FPat

A

Durante a gestação, o epitélio pulmonar da criança é secretor (pulmão se enche de líquido).

Assim que o bebê nasce, o epitélio rapidamente reabsorve esse líquido – estímulo que o próprio parto provoca.

Na TTRN, por algum motivo, há um retardo na reabsorção de líquido, levando a um edema pulmonar transitório – o líquido será reabsorvido, porém há um atraso para tal. Com isso há redução da complacência pulmonar e taquipnneia

Epitelio pulmonar na gestação é predominantemente secretor : ocorre transporte ativa de cloro e agua do intersticio para o espaço alveolar por ação da bomba de cloro

A secreção de liquido diminui na hora do parto e após o nascimento , o epitélio passa a reabsorver esse liquido para o intersticio.

As causas de falha na reabsorção pelos vasos e linfáticos não é totalmente conhecida : nos pretermos ,a imaturidade dos canais de sodio e do epitelio pulmonar.

O trabalho de parto espontâneo é caracterizado por liberação de catecolaminas e esteroides endógenos que parecem aumentar a atividade dos canais de sódio o que explica o retardo na reabsorção do liquido nas cesáreas.

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13
Q

TTRN: QC e RX

A

O quadro clínico resultante é uma disfunção respiratória leve/moderada e com início imediato após o nascimento.

Sua duração geralmente é de 48 a 72 horas, podendo durar até 5 dias.

Entre os sintomas, haverá taquipneia (FR > 60 IRPM – podendo chegar até 100 IRPM), batimentos de aletas nasais, tiragem intercostal e gemência.

À radiografia, serão verificados sinais de edema pulmonar. Haverá diminuição da transparência pulmonar, trama vascular peri-hilar proeminentes (ingurgitamento de vasos linfáticos), alterações simétricas e cissurite (cisuras [??? fissuras???] do pulmão repletas de líquido).

Os sinais radiológicos geralmente são solucionados em 48 horas.

Ao se fazer uma gasometria, pode haver graus variados de hipoxemia, podendo chegar a acidose respiratória – incomum.

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14
Q

TTRN: TTO

A

Em relação ao tratamento da doença:

x A evolução da doença costuma ser benigna.

x Devem ser aplicados os cuidados gerais da UTI.

x Tratamento de causas subjacentes.

x Oxigenioterapia: dependerá do quanto a criança precisará – pode ser um capacete (HOOD) ou CPAP nasal. A saturação deve ser mantida acima de 90%.

Obs: Indicações do HOOD:

x RN respirando espontaneamente;

x RN a termo sem grande esforço respiratório;

x Hipoxemia sem hipercapnia;

x No desmame do CPAP.

O CPAP (continuous positive airway pressure - pressão positiva contínua nas vias aéreas) é um circuito no qual há um misturador de oxigênio com o ar, que chega ao bebê através do nariz (não está intubado). Suas indicações são:

x Gemido;

x Hipoxemia com ou sem hipercapnia;

x Apneias;

x Doença da membrana hialina, TTRN, pneumonia neonatal;

x Síndrome de aspiração de mecônio;

x Todas as causas de DR do RN de causa pulmonar;

x RN cardiopata.

O CPAP precoce diminui muito as chances de precisar de ventilação mecânica (pode levar a lesões pulmonares).

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15
Q

Indicações de HOOD e CPAP

A

Indicações do HOOD:

x RN respirando espontaneamente;

x RN a termo sem grande esforço respiratório;

x Hipoxemia sem hipercapnia;

x No desmame do CPAP.

O CPAP (continuous positive airway pressure - pressão positiva contínua nas vias aéreas) é um circuito no qual há um misturador de oxigênio com o ar, que chega ao bebê através do nariz (não está intubado). Suas indicações são:

x Gemido;

x Hipoxemia com ou sem hipercapnia;

x Apneias;

x Doença da membrana hialina, TTRN, pneumonia neonatal;

x Síndrome de aspiração de mecônio;

x Todas as causas de DR do RN de causa pulmonar;

x RN cardiopata.

O CPAP precoce diminui muito as chances de precisar de ventilação mecânica (pode levar a lesões pulmonares).

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16
Q

TTRN: prevenção

A

Não realizar cesárea eletiva antes das 39 semanas ou antes de iniciar trabalho de parto

17
Q

TTRN: PRG

A

bom, mas há risco aumentado de asma nos primeiros anos de vida.

18
Q

SDR: definição

A

Doença da membrana hialina (DMH) ou síndrome do desconforto respiratório (SDR)

É uma doença essencialmente relacionada aos prematuros.

A DMH é uma enfermidade resultante da imaturidade pulmonar e deficiência (quantidade e qualidade) da produção de surfactante.

É uma causa importante de morbimortalidade em prematuros, sendo que a incidência e a gravidade aumentam com a diminuição da idade gestacional e do peso ao nascer

19
Q

DMH: incidência

A

1251-1500 g —— 23%

1001-1250 g —— 37%

751-1000 g ——- 55%

501- 750 g ——– 71%

20
Q

SDR: FR

A
  • Prematuridade (principal)
  • Baixo nível socioeconômico
  • Ausência de cuidados pre-natais
  • Asfixia perinatal
  • Hipotermia, hipovolemia
  • Diabetes materno mal controlado,
  • Isoimunização RH
  • DPP, placenta prévia, parto cesáreo
  • Segundo gemelar
  • Sexo masculino, cor branca
21
Q

DMH: FPat

A

Em relação à fisiopatologia da doença:

Entre a 20ª e a 24ª semana de gestaçãoformação dos alvéolos e início da diferenciação das células em pneumócitos tipo I (células de revestimento) e pneumócitos tipo II (produção de surfactante).

O cortisol endógeno estimula os fibroblastos pulmonares a produzir FFP (fator fibroblasto do pneumócito). O FFP faz com que o pneumócito tipo II acelere a produção de surfactante. A síntese de surfactyante pelos pneumocitos II inicia na 20 semana e aumenta progressivamente

O surfactante é composto 90% por lipídeos e 10% por proteínas. Na ausência de surfactante os alvéolos colabam.

Fosfatidilcolina saturada : principal componente tensoativo e as apoproteinas são determinantes na determinação da estrutura, função e metabolismo do surfactante

Obs: apesar da produção do surfactante ocorrer entre 25 – 30 semanas de vida, sua estabilidade ocorre somente a partir de 33 a 35 semanas de vida.

Entao…

Deficiência/ inativação do surfactante, leva a aumento da tensão superficial alveolar acarretando colabamento pulmonar progressivo.

Isso diminui a capacidade residual e complacência pulmonar, causando prejuízo ventilação / perfusão, hipoxemia / hipercapnia/ acidose.

Tudo isso culmina para esforço respiratório crescente, cansaço muscular e atelectasia progressiva

Diante da atelectasia, haverá hipóxia e retenção de CO2.

A hipóxia ocorrerá por alteração da ventilação/perfusão, enquanto a retenção de CO2 ocorrerá devido à hipoventilação.

Por conta da hipóxia e hipercapnia o bebê vai aos poucos entrando em acidose respiratória.

Essa acidose será responsável por uma vasoconstrição dos vasos pulmonares e começa a haver hipoperfusão pulmonar.

Chega a um ponto em que haverá agressão ao capilar levando à lesão e extravasamento de plasma para dentro do alvéolo, haverá formação de uma “lâminaavermelhada (observada nas biópsias).

Nome : membrana hialina = membrana alveolo capilar ainda muito permeavel e extravasa líquido e proteínas para interstício e para luz alveolar (membrana) e que contribui para inativação do surfactante contribuindo para hipoxemia , hipercapnia e acidose

22
Q

SDR: QC e DG

A

O quadro clínico apresentará: taquipneia, tiragem sub e intercostal, retração esternal e de fúrcula, batimentos de aletas nasais, gemido expiratório, cianose, apneia e diminuição da entrada de ar.

Esse quadro normalmente inicia-se ao nascer ou nas primeiras horas de vida.

A piora é rápida e progressiva – diferentemente da TTRN onde a tendência é que haja melhora em algumas horas.

O boletim Silverman é utilizado para que seja feita a avaliação.

Ao final, será dada uma “nota” para a criança.

Quanto maior a nota mais grave o paciente.

Em relação ao prognóstico: 0 é excelente; de 1 a 4 é satisfatório; 5 a 7 é grave; 8 a 10 é muito grave.

Na radiografia, veremos um padrão retículo nodular com broncograma aéreo.

Esse padrão muitas vezes mostrará atelectasias, sendo chamado também de “vidro-moído”.

Para avaliar a insuficiência respiratória, pode ser feita uma gasometria (oximetria).

0= nenhuma dificuldade respiratória

prognóstico excelente

1-4 dificuldade resp ausente ou leve

prognóstico satisfatório

5-7 dificuldade resp moderada

prognóstico grave

8-10 dificuldade resp severa

prognóstico muito grave

23
Q

DMH: Prevenção

A

A prevenção da doença deve ser feita através da redução de tudo o que leva a prematuridade (como um bom pré-natal).

Diante da proximidade do trabalho de parto prematuro, o obstetra já imagina que a criança nascerá nos próximos dias. Portanto, é feita corticoterapia em gestantes de 24 a 34 semanas (em gestantes acima de 34 semanas a corticoterapia não costuma ter muito benefício). A corticoterapia pode ser feita com betametasona ou dexametasona (pelomenos 24hrs antes)

Um unico ciclo de betametasona diminui muito SDR

24
Q

DMH: TTO

A

O tratamento envolverá:

x Medidas gerais, como o controle da temperatura corpórea.

x Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico/ metabólico: acesso venoso (cateter umbilical); balanço hídrico rigoroso(1 a 4ml/kg/hora) ; nutrição enteral; monitorização dos sinais vitais e antibioticoterapia.

x Normalmente usa-se CPAP ou ventilação mecânica – raro usar somente HOOD, a escolha depende da gravidade. Indicações semelhantes às do quadro.

x Surfactante exógeno: 100 mg/kg; preferência aos surfactantes naturais; administração via tubo traqueal em bolus. Após a administração deve ser feita vigilância clínica por monitorização.

Obs: alguns serviços fazem o surfactante exógeno como medida profilática e outros como medida terapêutica.

Ventilação mecânica:

  • Apneias frequentes
  • Situação não sustentável com CPAP
  • Desmame precoce para minimizar lesão pulmonar pelo O2 e retinopatia da prematuridade

Assistência de RN de risco para SDR inclui instalação precoce de CPAP sempre que houver respiração espontânea e quando indicada Ventilação com P+ com equipamento que garante PEEP/

Evitar sempre que possivel a entubação e VM , dando preferência a VNI. O CPAP com P de pelo menos 5 mmHG reduz a necessidade de VM e de adm de surfactante

Quando necessário VM , utilizar estrategias para minimizar a lesão pulmonar , VC baixos, hipercapnia permissiva

Surfactante exógeno: Indicações

Profilático / ou terapêutico

Primeiras horas de vida e antes de completar 24 horas.

a.RNPT (IG < 30 semanas) intubado

b.RNPT (IG> 30 semanas) intubado com diagnóstico de SDR necessitando FiO2 > 40%

O Ato de entubar fazer surfactante , extubar e colocar CPAP é seguro , efetivo e diminui necessidade de VM e ocorrência de doença pulmonar crônica

25
Q

SAM: Definição e Incidência

A

A presença de mecônio ocorre em cerca de 13% das gestações.

Não são todos os bebês que irão aspirá-lo.

A SAM é mais frequente em pós-maturos, visto que eles apresentam mais fatores que levam ao sofrimento fetal (não estão mais “cabendo” no útero). Diante do sofrimento fetal, haverá relaxamento do esfíncter e liberará fezes no líquido amniótico.

A SAM ocorre quando há mecônio na árvore respiratória do RN. Ela pode ocorrer quando o bebê ainda estiver dentro da barriga da mãe ou durante o parto.

A aspiração do mecônio leva à obstrução das vias respiratórias, pode interferir nas trocas gasosas e causar grave sofrimento respiratório.

A SAM é uma importante causa de insuficiência respiratória em RN contribuindo para a morbidade e mortalidade significantes.

Mais frequente na pós maturidade, sofrimento fetal e condições intrauterinas adversas como insuficiência placentária e compressão de cordão umbilical

SAM : presença de mecônio na árvore respiratória/ 5% dos RN com LA meconial

26
Q

SAM: FR

A

Os grupos de risco são:

x RN pós termo – principal grupo de risco;

x RN a termo – menos comum;

x Pacientes que tiveram retardo do crescimento intrauterino por algum motivo;

x Parto pélvico;

x RN macrossômico.

27
Q

SAM: FPat

A

Em sequencia:

  1. Hipóxia aguda ou crônica
  2. Eliminação de mecônio in utero
  3. Aspiração de liquido amniótico com mecônio

“gasping”

  1. Obstrução de vias aéreas
  2. Sofrimento respiratório

A aspiração de mecônio pode levar a 3 coisas: obstrução de vias áreas, inativação do surfactante e processo inflamatório.

A ELIMINAÇÃO DE MECÔNIO PODE OCORRER COMO RESULTADO DE MATURIDADE FETAL OU PROCESSO DE ASFIXIA QUE DESENCADEIA ESTIMULO VAGAL , AUMENTO DO PERISTALTISMO INTESTINAL E RELAXAMENTO DO ESFINCTER ANAL COM ELIMINAÇÃO DE MECÔNIO NO LA

A ASFIXIA INDUZ MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS FETAIS DO TIPO GASPING COM ASPIRAÇÃO DE LA COM MECÔNIO

ESSE MECÔNIO LEVA A OBSTRUÇÃO PARCIAL ( MEC DE VALVULA COM HIPERINSUFLAÇÃO) OU COMPLETA (ATELECTASIAS) DAS VIAS AREAS

Prejuizo na ventilação / perfusão com hipóxia/ hipercapnia e acidose

Componentes do mecônio levam a inflamação , ativação do complemento e inibem sintese e atividade do surfactante

Hipoxia fetal e neonatal leva a vasoconstricção das arterias pulmonares com consequentes hipertensão pulmonar

28
Q

SAM: EPD

A

30% das gestações 42 semanas: mecônio.

Líquido com mecônio raramente é visto antes de 37ª de idade gestacional.

Líquido tinto de mecônio:

5 a 33% sintomas respiratórios e alterações radiológicas

50% ventilação mecânica

25% HHPRN

29
Q

SAM: QC

A

Quadro clínico:

x Estamos diante de um bebê grande, com pele áspera e ressecada;

x Impregnação meconial, principalmente à nível de coto umbilical;

x Desconforto respiratório imediato ao nascimento ou de evolução progressiva (de acordo com a gravidade da aspiração);

x Geralmente nas primeiras 12 horas de vida;

x Cianose, gemência, retrações, taquipneia e aumento do diâmetro AP do tórax;

x Ausculta: roncos e estertores subcrepitantes.

30
Q

SAM: Complicações

A

Complicações: pneumotórax, acidose metabólica, distúrbios metabólicos, choque, hipertensão pulmonar.

31
Q

SAM: Alterações radiológicas

A

Alterações radiológicas:

x Áreas de atelectasia com aspecto nodular, grosseiro e irregular contrastando com áreas de hiperinsuflação;

x Pode haver envolvimento pulmonar difuso e nos casos mais graves opacificação quase total;

x Complicações: derrames aéreos (enfisema e pneumotórax).

Pnmtx em 15 a 30%

Radiografia leva dias a semanas para normalizar

32
Q

SAM: Prevenção e TTO

A

A prevenção e o tratamento da criança com líquido amniótico meconial será feita através de medidas como o adequado seguimento no pré-natal e assistência na sala de parto (não fazer parto domiciliar).

O programa de reanimação neonatal da sociedade brasileira de pediatria segue as mesmas recomendações da academia americana de pediatria, depende da vitalidade ao nascer.

Quando RN vigoroso: passos iniciais da reanimação e cuidados na sala de parto.

Quando RN deprimido: aspirar hipofaringe e traqueia sob visualização direta sob fonte de calor radiante (obs: aspiração deve ser feita uma única vez – não ficar “indo e voltanto” para não empurrar o mecônio).

O tratamento da SAM:

x Cuidados gerais: monitorização clinica e por aparelhos

x Manutenção de assistência respiratória: o CPAP o Ventilação mecânica

x Prevenção e tratamento: hipoxemia/acidose

x Tratamento medicamento: o Antibioticoterapia o Surfactante exôgeno

x Oxigenação por membrana extra corpórea (ECMO) – situações refratárias

CUIDADOS GERAIS INCLUEM SUPORTE CARDIOVASCULAR , ASSGURAR PA E PERFUSÃO PERIFÉRICA , MANTER TEMPERATURA CORPORAL , HOMEOSTASE ELETROLÍOTICA , CORRIGIR ANEMIA , USO DE ANALGÉSICOS E SEDATIVOS

ANTIBIOTICO CONTROVERSO MAS UTILIZADO NOS CASOS MAIS GRAVES COM NECESSIDADE DE VM OU ATÉ QUE A POSSIBILIDADE DE INF SEJA DESCARTADA

A VM ESTA INDICADA NOS CASOS DE INSUF RESPIRATÓRIA E HIPOXEMIA PERSISTENTE

A ADMINISTRAÇÃO DE SURFACTANTE NOS CASOS GRAVES DIMINUI A NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA

Ecom reduz mortalidade nos casos graves com hipoxemia refratária