Doenças Respiratórias do RN Flashcards
EPD: doenças respiratórias
2% dos nascidos vivos apresentam doenças respiratórias.
A maior parte das admissões em unidades de terapia intensiva no período neonatal ocorre por conta de problemas respiratórios.
Cerca de 1/3 da mortalidade neonatal é devido à doenças respiratórias.
Causas não pulmonares.
Entre as não pulmonares estão: manifestações cardíacas, sepse, hipotermia e distúrbios metabólicos
FR para doenças respiratórias no RN
Pré-natais (maternos)
- Quadro infeccioso durante a gestação.
- Febre
- ITU
- diabetes
- colonização por Strepto do grupo B
- polidrâmnio ou oligodrâmnio (qualquer situação em que haja pouco líquido ou muito líquido, demonstra que pode haver sofrimento fetal)
- Uso de AINEs (seu uso está ligado a partos prematuros).
Na hora do nascimento (natais)
- Sofrimento fetal agudo – como um parto muito demorado, por exemplo;
- Crianças que nascem banhadas em mecônio – quando há uma situação de sofriemento fetal tem relaxamento esfincteriano pelo bebê, liberação de mecônio no líquido amniótico, caso o mecônio seja aspirado, levará a um quadro infeccioso no bebê;
- Cesária eletiva sem trabalho de parto (principalmente antes da 39ª semana de gestação): no trabalho de parto são liberadas catecolaminas e corticoide que rapidamente levam à reabsorção do líquido que estava nos pulmões do bebê, se não houver o trabalho de parto ou se a cesária for antes da 39ª semana, não haverá maturidade pulmonar total + líquido nos pulmões que não serão reabsorvidos de maneira eficaz, levará a cansaço + taquipneia.
Pós natais
- Grande relação com a idade gestacional, necessidade de reanimação e malformações
Doenças respiratórias no RN: DG
A clínica muitas vezes é inespecífica e a criança pode nascer com sintomas ou desenvolvê-los ao longo de dias após o nascimento.
A radiografia às vezes ajuda a esclarecer os casos, visto que os sintomas são inespecíficos.
No entanto, antes mesmo de ser feito o diagnóstico final, o importante é fornecer o suporte adequado ao RN.
ESTABILIZAR RECÉM NASCIDO ANTES DOS PROCEDIMENTOS PARA ELUCIDAR DIAGNÓSTICO
Apneia da prematuridade: definição
Os RN apresentam uma respiração chamada de periódica – ciclos respiratórios irregulares, de 10-15 segundos e que são interrompidos por pausas respiratórias.
Essas pausas geralmente duram de 3 a 7 segundos, podendo chegar até 15 segundos em alguns casos. Essa situação é normal.
Para ser classificada como apneia patológica, deve haver interrupção da respiração por um tempo igual ou maior que 20 segundos OU menor que 20 segundos quando associada a manifestações clínicas (bradicardia, cianose ou palidez).
Atualmente sabemos que a apneia patológica está muito associada à prematuridade (nos prematuros com <1000g, 100% apresentam apneia patológica).
Período: 2 a 4 semanas de vida
Não existe uma causa aparente (não há uma malformação que desencadeie essa situação, por exemplo) exceto por imaturidade do sistema neurológico e respiratório.
Obs: essa situação também pode ocorrer em RN a termo (incomum).
Apneia da prematuridade: classificação
A apneia é classificada em central, obstrutiva ou mista:
x Central: não há estímulos à nível do SNC para a realização dos movimentos respiratórios.
x Obstrutiva: existe o comando central para que os movimentos respiratórios sejam efetuados, porém há alguma obstrução à passagem de ar que impede a respiração normal. Pode ser observado esforço respiratório.
x Mista: quando ocorre as duas situações acima, podendo ocorrer qualquer uma antes da outra.
Quando falamos em apneia no RN prematuro (<37 semanas), estamos falando na apneia mista, existe uma imaturidade central + imaturidade pulmonar.
CENTRAL: ausência de movimentos respiratórios
OBSTRUTIVA : ausência de fluxo de ar nas vias aéreas superiores na vigência de movimentos respiratórios (esforço)
MISTA : ocorre quando a obstrução das vias aéreas com esforços inspiratórios precede ou sucede a apnéia central (50%)
Condições do RNPT que contribuem para Apneia da Prematuridade
Alguns fatores irão “estimular” a piora dessa apneia. Entre eles estão:
x Hipotonia muscular: geralmente o prematuro apresenta hipotonia muscular, principalmente da musculatura que deveria projetar a língua para frente. Portanto, existe uma queda da musculatura da língua levando à obstrução respiratória alta.
x Quadros infecciosos: contribuem para a hipóxia.
x Causas circulatórias: quando há persistência do canal arterial e estados de choque, por exemplo.
x Anemia: o prematuro normalmente tem anemia, dificuldade de oxigenação.
x Refluxo gastroesofágico: risco de broncoaspiração.
x Hipotermia/ hipertermia: representam estímulos inibitórios à respiração.
x Problemas metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia, etc).
A respiração do RN é extremamente dependente da quantidade/ qualidade de estímulos sensoriais aferentes ( estímulos excitatórios > inibitórios)
Avaliação da Apn da PT
Diante de uma situação de apneia no RN prematuro, é preciso analisar alguns fatores.
Primeiramente, avalia-se quantos episódios de apneia ocorrem durante 24 horas.
A maioria dos serviços considera que quando ocorrem 3 ou mais
episódios em 24 horas deve haver intervenção (ressuscitação com ambú).
Avalia-se, além disso, a duração dos episódios (na apneia patológica: episódios acima de 20 segundos ou menor que 20 segundos quando associada a manifestações clínicas).
Observa-se as repercussões clínicas (há cianose, bradicardia, etc).
Deve ser feita uma associação com procedimentos e posição.
Por fim, deve ser avaliado quais manobras são necessárias para a reversão dos episódios (exemplo: alguns bebês só necessitam de estimulação tátil enquanto outros precisam de ser “ambuzados”).
- Numero de episódios nas 24 horas
- Duração dos episódios
- Repercussão clínica
- Associação com procedimentos e posição
- Manobras necessárias para reversão
Apneia da Prematuridade: TTO
O tratamento da apneia patológica na prematuridade envolve medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Não farmacológico
x Oxigenioterapia: para pacientes que n(?) apresentam os critérios.
Se tiver 3 ou mais apneias com intervenção, serão utilizados CPAP ou ventilação mecânica
x Transfusão sanguínea: quando houver anemia.
x Estimulação tátil.
Farmacológico:
x Teofilina: vêm sendo abandonada. Seu grande problema é que a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica.
x Aminofilina (EV): 4 a 6 mg/kg/dia (ataque)
1,5 a 3 mg/kg/dia (manutenção)
x Citrato de cafeína: muito menos tóxica, melhor sobrevida e menos efeitos colaterais que xantinas – mais usada.
20 mg/kg/dose (ataque)
5 mg/kg/dose (24/24horas)
TTRN: definição
De todas as doenças apresentadas, a TTRN é a mais leve.
É um distúrbio autolimitado que afeta RN a termo ou pré-termo (mas não muito, bebês que nascem por volta de 36 semanas).
Caracteriza-se por taquipneia com sinais de leve desconforto respiratório.
“Pulmão molhado”
Reabsorção inadequada ou retardada do liquido pulmonar
Incidência : 5,7/ 1000 nascidos a termo e mais de 10/1000 em pré termos
TTRN: FR
Os fatores de risco neonatais são: prematuridade (quando bem próximo de ser à termo), cesárea eletiva sem trabalho de parto, asfixia perinatal e prolapso de cordão umbilical.
Entre os fatores maternos estão asma e diabetes.
TTRN: FPat
Durante a gestação, o epitélio pulmonar da criança é secretor (pulmão se enche de líquido).
Assim que o bebê nasce, o epitélio rapidamente reabsorve esse líquido – estímulo que o próprio parto provoca.
Na TTRN, por algum motivo, há um retardo na reabsorção de líquido, levando a um edema pulmonar transitório – o líquido será reabsorvido, porém há um atraso para tal. Com isso há redução da complacência pulmonar e taquipnneia
Epitelio pulmonar na gestação é predominantemente secretor : ocorre transporte ativa de cloro e agua do intersticio para o espaço alveolar por ação da bomba de cloro
A secreção de liquido diminui na hora do parto e após o nascimento , o epitélio passa a reabsorver esse liquido para o intersticio.
As causas de falha na reabsorção pelos vasos e linfáticos não é totalmente conhecida : nos pretermos ,a imaturidade dos canais de sodio e do epitelio pulmonar.
O trabalho de parto espontâneo é caracterizado por liberação de catecolaminas e esteroides endógenos que parecem aumentar a atividade dos canais de sódio o que explica o retardo na reabsorção do liquido nas cesáreas.
TTRN: QC e RX
O quadro clínico resultante é uma disfunção respiratória leve/moderada e com início imediato após o nascimento.
Sua duração geralmente é de 48 a 72 horas, podendo durar até 5 dias.
Entre os sintomas, haverá taquipneia (FR > 60 IRPM – podendo chegar até 100 IRPM), batimentos de aletas nasais, tiragem intercostal e gemência.
À radiografia, serão verificados sinais de edema pulmonar. Haverá diminuição da transparência pulmonar, trama vascular peri-hilar proeminentes (ingurgitamento de vasos linfáticos), alterações simétricas e cissurite (cisuras [??? fissuras???] do pulmão repletas de líquido).
Os sinais radiológicos geralmente são solucionados em 48 horas.
Ao se fazer uma gasometria, pode haver graus variados de hipoxemia, podendo chegar a acidose respiratória – incomum.
TTRN: TTO
Em relação ao tratamento da doença:
x A evolução da doença costuma ser benigna.
x Devem ser aplicados os cuidados gerais da UTI.
x Tratamento de causas subjacentes.
x Oxigenioterapia: dependerá do quanto a criança precisará – pode ser um capacete (HOOD) ou CPAP nasal. A saturação deve ser mantida acima de 90%.
Obs: Indicações do HOOD:
x RN respirando espontaneamente;
x RN a termo sem grande esforço respiratório;
x Hipoxemia sem hipercapnia;
x No desmame do CPAP.
O CPAP (continuous positive airway pressure - pressão positiva contínua nas vias aéreas) é um circuito no qual há um misturador de oxigênio com o ar, que chega ao bebê através do nariz (não está intubado). Suas indicações são:
x Gemido;
x Hipoxemia com ou sem hipercapnia;
x Apneias;
x Doença da membrana hialina, TTRN, pneumonia neonatal;
x Síndrome de aspiração de mecônio;
x Todas as causas de DR do RN de causa pulmonar;
x RN cardiopata.
O CPAP precoce diminui muito as chances de precisar de ventilação mecânica (pode levar a lesões pulmonares).
Indicações de HOOD e CPAP
Indicações do HOOD:
x RN respirando espontaneamente;
x RN a termo sem grande esforço respiratório;
x Hipoxemia sem hipercapnia;
x No desmame do CPAP.
O CPAP (continuous positive airway pressure - pressão positiva contínua nas vias aéreas) é um circuito no qual há um misturador de oxigênio com o ar, que chega ao bebê através do nariz (não está intubado). Suas indicações são:
x Gemido;
x Hipoxemia com ou sem hipercapnia;
x Apneias;
x Doença da membrana hialina, TTRN, pneumonia neonatal;
x Síndrome de aspiração de mecônio;
x Todas as causas de DR do RN de causa pulmonar;
x RN cardiopata.
O CPAP precoce diminui muito as chances de precisar de ventilação mecânica (pode levar a lesões pulmonares).