Dores Recorrentes Flashcards

1
Q

Alguns fatores podem modificar a expressão da dor na criança, a forma como é manifestada por ela. É importante conhecê-las para interpretar corretamente as características da dor. Quais são esses fatores?

A

Idade (pequenos tem medo, adolescentes chamam atenção); sexo (meninas); cognição (percepção); experiências dolorosas prévias, aprendizado, padrões culturais, relações familiares (divórcio); repercurssões na rotina da criança (perde aula, atv esportiva,social ou tarefa doméstica)

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2
Q

Diferenciação da dor em aguda e crônica

A

Não existe um tempo pré-determinado para essa classificação, mas em geral, a partir de 2 ou 3 meses de dor já se diz que é crônica
Aguda: bem descrita, clareza, proximidade do evento
Crônica: um pouco vaga, pouca clareza (distancia cronologica do evento), informações incompletas

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3
Q

Qual a diferença entre dor persistente e dor recorrente

A

A dor persistente é contínua, sem período assintomático. É mais rara em crianças, pode ser uma doença de base

A recorrente é mais comum (>=3ep/3m, intenso suficiente para interferir nas atvds); tem períodos assintomáticos

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4
Q

Definição de dor recorrente (DR), no geral

A

3 ou mais episódios em um período de 3 meses, com intensidade suficiente para interferir nas atividades habituais da criança

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5
Q

Quais as principais DR ?

A

Cefaleia (20.6%)
Dor em membros (15.5%)
Dor abdominal (14.4%)

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6
Q

As consultas por queixa de dor são difíceis (sintomas vagos, pressão dos pais, interpretação subjetiva) e acabam levando o médico a dois extremos, que são…

A

Atitude simplista: “não é nada” (não alivia o sofrimento, não orienta adequadamente sobre sinais de alerta e não investiga adequadamente)

Exagero: investigação extensa e custos

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7
Q

No diagnóstico da DR é importante entrevistar a criança e os pais sozinhos, para conhecê-los melhor. Quais pontos podem ser interessantes de investigar quanto a criança?

A
Rotina
Atividades
Relacionamento com os pais
Possibilidade de violência
Convivência com amigos e professores
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8
Q

No diagnóstico da DR é importante entrevistar a criança e os pais sozinhos, para conhecê-los melhor. Quais pontos podem ser interessantes de investigar quanto aos pais?

A

Dor crônica?
Reação frente a dor da criança
Evento crítico na família
Reação a momentos de conflito

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9
Q

O que pesquisar sobre a dor numa consulta devida a DR?

A

Início, frequencia, duração, tipo, localização, irradiação, intesidade (difícil), localidade (onde e quando ocorre, escola, casa do pai, etc), fatores precipitantes/agravantes/atenuantes, sintomas associados, tratamentos anteriores

Identificar sinais de alerta !

Exames

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10
Q

EPD da DR abdominal: sexo, idade

A

Meninas
Picos de incidência: 4a6 anos e 7a12 anos; mais frequente em escolares e adolescentes

90 a 95% não tem etiologia bem definida
Muito ligado a fatores emocionais

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11
Q

Quantos % dos casos de DR abdominal tem etiologia orgânica?

A

5-10% ocorrem por doenças do TGI ou TGU

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12
Q

Quais os diagnósticos de doença orgânica do TGI ou TGU mais comuns em DR abdominal?

A
Constipação intestinal
DRGE
ITU, nefrolitíase
Doença péptica
Parasitose intestinal
Anormalidade anatômica de TGI/TGU
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13
Q

Apenas 5 a 10% dos casos de DR abdominal tem como base uma doença do TGI/TGU. Os outros 90 a 95% representam doença funcional. Quais os sintomas nesse caso? Quais as principais doenças ?

A

Nesses casos, a dor pode vir associado a outros sintomas, o que não é comum entre outras dor funcionais

Dor
Alteração da motilidade do TGI
Sintomas dispépticos (n/v, plenitude, distenção, eructações, soluços, saciedade precoce)
Disfunção do tubo digestivo (diarreia/comstp)
Paroxismo isolado de dor

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14
Q

Que indícios podem ser encontrados de que uma DR abdominal é funcional ?

A

DR ou desconforto periumbilical
Dor não aliviada pela defecção ou associada a uma mudança na frequência de evacuação ou forma das fezes
Ausência de evidências de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico que explique a dor

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15
Q

Critérios de ROMA IV (DR abdominal)

A

Dor abdominal episódica ou contínua
Critérios insuficientes para outras doenças funcionais
Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico

(dor abd >1x/semana; mínimo 2 meses)

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16
Q

Na anamnese e EF de DR abdominal, que aspectos devem ser investigados em particular?

A

Dor: frequencia, intensidade, localização
Sintomas associados: sudorese, náusea, tontura
Fatores desencadeantes: doença viral recente, alimentos específicos, relação com estresse e ansiedade
Uso concomitante ou prévio de medicação
Hábitos intestinais (e escala de Bristol)
HFam de dor abd
Conhecimento do paciente: situações geradoras de ansiedade, reação dos pais a dor, etc

Exame completo, com estado nutricional e curva de crescimento

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17
Q

Quais são os sinais de alerta para DR abdominal?

A
  • Dor periférica
  • Irradiação da dor para as costas (renal), escápula (biliar) ou MMII (ginecológico)
  • Dor que desperta repetidamente a criança do sono
  • Evidência de doença orgânica OU no EF: perda de pesa, parada ou desaceleração do crescimento, febre recorrente indeterminada, vômitos significasntes ou biliosos, visceromegalia, massa abd, anormalidades perianais, diarreia crônica, artrite, melena
  • HFam: doença orgânica, como anêmia falciforme, d. péptica, litíase
  • Alterações nos exames laboratoriais (VHS,PCR,anemia,leucocitose, alteração da urina)
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18
Q

Solicitação de exames na DR abdominal: nível 1

A
Hemograma
VHS
PCR qtt
Urina de rotina/urocultura
EPF
19
Q

Solicitação de exames na DR abdominal: nível 2

A

Prova de absorção de actose/sacarose
EDA
USG de abd
RX simples de abd

(aqui é + direcionado de acordo com a clínica)

20
Q

Quais as taxas de remissão na DR abdominal?

A

30% em 6 meses

Recidivas são frequentes, pode haver surgimentyo de DR em membros ou cefaleia

21
Q

Terapêutica na DR abdominal

A
  • Orientação detalhada para os pais
  • Orientar quanto aos sinais de alerta !
  • Identificasr a causa e ttr
  • Verificar possibilidade de vermífugo
22
Q

EPD da DR em membros: idade, sexo

A

Mais frequente em escolares, de 4 a 10 anos

Discreto predominio nas meninas

23
Q

Quantos % dos casos de DR em membros tem causa orgânica?

A

3 a 4 %

24
Q

Geralmente, como é a queixa de dor do paciente com DR em membros ?

A

Difusa e não articular

25
Q

Quais as causas mais frequentes de DR em membros sem manifestações sistêmicas?

A
Dor de Crescimento
Fibromialgia
Síndrome da Hipermotilidade Articular
Síndrome do superuso
Tumores ósseos
Outras>: doença de tecido conjuntivo, anemia falciforme é bem frequente, disvitaminoses, doenças endócrinas, outras hemoglobulinopatias
26
Q

EPD na dor de crescimento em membros: idade

A

Ocorre entre 6 e 13 anos (principalmente de 6 a 8)

27
Q

Dor de crescimento em membrios: como é a dor?

A

Dor musculoesquelética intensa, geralmente em MMII (a queixa isolada em MMSS é rara), não é muito localizada, pode ser unilateral e não ficar fixa em uma região.
Geralmente dura de 10 a 15 mim
Ocorre mais no final da tarde
Pode despertar a criança durante o sono !!
Não há outras queixas
Não há comprometimento
Melhora com calor, massagem e analgésicos
Piora com frio, atividade física e distúrbios emocionais

28
Q

Na dor de crescimento em membrios, o que pode encontrar no EF, exame laboratorial e RX?

A

Tudo normal

29
Q

DR em membros: fibromialgia

A

Adolescentes (feminino)
Dor musculoesquelética difusa, intermitente, geralmente associado a alterações do humor, sono e fadiga
DG: dor a digitopressão de pontos álgicos

30
Q

DR em membros: Síndrome da hipermotilidade articular

A
Hipermotilidade articular generalizada
Muito semelhante a dor de crescimento
Maiores de 5 anos
Ótimo desempenho atlético
Quedas frequentes
Froxidão excessiva das estruturas ligamentas das articulações (pode ter artralgia em algumas articulações)
31
Q

DR em membros: síndrome do superuso

A

Esforço repetitivo e microtraumatismos, incapacidade funcional (pode evoluir para dor contínua que piora com atividade)

Utilização excessiva de pc, games ou esforço repetitivo -> racionalizar

RX sem alterações significativas

32
Q

DR em membros: tumores ósseos

A

DR em membros, localizada, unilateral, fixa no local da lesão

Metade dos tumores osseos primários na infancia são malignos, mais frequentes: osteosarcoma e sarcoma de Ewing

Alterações radiológicas sugestivas

DG definitivo: biópsia

33
Q

Particularidaders para examinar no EF de pct com DR em membros

A

Especialmente no exame físico, fazer avaliação da postura, marcha, semiologia articular (inspeção, palpação, movimentação ativa e passiva das
articulações), palpação de pulsos periféricos, medida de comprimento dos membros, avaliação da força muscular.

34
Q

Solicitação de exames na DR em membros: nível 1

A

hemograma completo, prova inflamatória da fase aguda (VHS, PCR), radiografia simples (não é exame de rotina, faz o pedido se for dor localizada);

35
Q

Solicitação de exames na DR em membros: nível 2

A

aprofundamento se presença de sinais de
alerta (exames específicos em função dos
critérios presentes).

36
Q

Sinais de alerta para DR em membros

A
  • Dor localizada em pontos fixos
    • Dor com características diferentes: parestesias, formigamento, adormecimento, etc
    • Dor a palpação muscular;
    • Dor a movimentação passiva;
    • Diminuição da força muscular;
    • Dificuldades ou alterações a marcha como claudicação ou recusa para andar;
    • Manifestações sistêmicas como febre, palidez, perda de peso, etc;
    • Persistência da dor e/ou não resposta a analgésicos
37
Q

Terapêutica na DR em membros

A
  • Explicar a situação para os pais (a dor é real, pode ser forma de expressão)
  • Tratar a causa
  • o PRG na maioria das vezes é benigno e autolimitado, exercícios de relaxamento podem ajudar

HIPERMOTILIDADE: AINEs se dor intensa, fisioterapia, evitar alto impacto

FIBROMIALGIA: diminuição do estresse, condição emocional e depressão, mais atividades

38
Q

Cefaleias primárias e secundárias

A

As cefaleias primárias são aquelas que não são decorrentes de doenças orgânicas específicas, são as
mais frequentes: enxaquecas e cefaleia tipo tensional.

A secundária é devido a envolvimento de doença orgânica conhecida

39
Q

DR cefaleia: enxaqueca

A

Tem intensidade média a forte e interfere nas atividades diárias. É acompanhada na maioria das vezes de náuseas e vômitos, fotofobia, fonofobia e ocasionalmente por manifestações neurológicas transitórias como parestesia, paresia etc.

Geralmente dura 1-48hs e é bilateral, principalmente
bilateral, mas pode ser bifrontal e unilateral.

Normalmente, na criança, a enxaqueca está associada a náuseas, vômitos e dor abdominal, mas sem aura.
Quando tem aura, geralmente ocorre nos adolescentes e associa com sintomas visuais por 5 a 60 minutos antes ou durante a dor.

Tem história familiar
importante.

40
Q

DR cefaleia: cefaleia tensional

A

É a mais comum.

Dor contínua que pode limitar, mas não atrapalha as atividades diárias.

Na maioria das vezes é uma dor em aperto ou pressão, bilateral, que pode durar de 30 minutos até 7 dias. Sem
sintomas associados de náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia.

O diagnóstico geralmente é por exclusão.

Pode ser desencadeada por tensão familiar, ocorrência de eventos críticos, dificuldade escolares, dores crônicas em familiares e etc.

41
Q

DR cefaleias: cefaleias secundárias

A

Representam apenas 5% das cefaleias recorrentes em crianças.

A maior preocupação nesse tipo de cefaleia é de processo expansivo com hipertensão craniana, no qual há evolução crônica e progressiva.

Habitualmente, a dor é matutina, exacerba-se com mudanças na posição da cabeça e é acompanhada de
outros sinais neurológicos (hidrocefalia, paralisia de pares cranianos, sinais meníngeos, convulsões).

Outras causas: hipertensão arterial, sinusite (menos comum porque o ultimo seio a ser formado é o frontal, antes disso a criança tem sinusite em seio etmoidal,
maxilar… e não geram cefaleia) e causa oftalmológica.

42
Q

Sinais de alerta para Cefaleia Recorrente

A
  • Alterações neurológicas
  • Alterações oculares (edema de papila, anisocoria, nistagno, instalação de estrabismo, diplopia e diminuição da acuidade visual)
  • Vômitos persistentes com aumento na frequência ou de início recente
  • Mudança no padrão da cefaléia, com aumento na intensidade e frequência
  • Cefaléia recorrente matinal ou repetidamente desperta a criança
  • Crianças com desaceleração da velocidade de crescimento
  • Sintomas sugestivos de Diabetes insípido
  • Criança com idade inferior a 5 anos (principalmente < 3 anos)
  • Paciente com neurofibromatose
43
Q

Terapêutica da cefaleia recorrente

A
  • Identificação e tto da causa
  • Conhecimento dos fatores preciptantes
  • Medidas de relaxamento
  • Orientação e sinais de alerta para os pais