Hepatites Virais Flashcards
Hepatite A
O problema da hepatite A é que muitos pacientes são assintomáticos, portanto, muitos casos deixam de ser registrados.
Esta doença é um problema de saúde no mundo inteiro, presenta inclusive países em desenvolvimento, apesar de estar mais ligadas a questões de higiene/ condições sanitárias.
A hepatite A corresponde a uma das doenças infecciosas notificáveis mais comuns.
A doença apresenta morbidade muito maior do que mortalidade – o problema é que a pessoa ficará 30-40 dias em isolamento.
A mortalidade está relacionada à insuficiência hepatica por hepatite A, porém são casos muito raros.
A hepatite A não cronifica.
As crianças geralmente são assintomáticas, enquanto os adultos são frequentemente sintomáticos.
x Transmissão: basicamente fecal-oral, podendo ocorrer também via pessoa a pessoa, água/ alimentos contaminados e raramente sangue.
x Viremia: início dos sintomas (às vezes até um pouco antes) e vai até o final da icterícia (30 a 50 dias – geralmente 40 dias).
x Grupos de risco: pessoas que vivem ou viajam para países endêmicos, pessoas que convivem com infectados, contatos sexuais e drogadictos.
x Quadro clínico: o Início com quadro gripal inespecífico: febre baixa, prostração intensa, anorexia e muitos sintomas gastrointestinais.
Evolui com a tríade clássica: colúria, hipocolia e icterícia. É um dos diagnósticos mais fáceis porque tem uma clínica muito característica.
Geralmente cursa com hepatomegalia, podendo ocorrer esplenomegalia eventualmente.
O tempo de evolução é longo: 30 – 40 dias.
15% dos pacientes apresentarão quadro prolongado ou sintomas recorrentes.
x Diagnóstico:
- Dosagem de anti HVA-IgM: fica positiva em cerca de 1 a 2 meses – nos 15% acima pode ficar positive até 6 meses.
- Depois HVA-IgG se torna positiva por toda a vida (lembrando que podemos ter a IgG porque a pessoa teve a doença ou por vacinação).
x Profilaxia:
- SUS: dose única aos 15 meses.
- No entanto, tanto a SBP quanto a sociedade brasileira de imunizações recomendam 2 doses (15 meses e depois aos 18 meses). Com 2 doses há proteção de 100%, com apenas uma dose, a proteção é um pouco mais baixa.
Hepatite B
Ao contrário da hepatite A, a hepatite B possui alta morbidade e alta mortalidade.
O grande problema aqui são as crianças que se infectam ao nascer – apresentam mais chance de cronificar, apresentar tumores e são mais graves.
A hepatite B é uma infecção altamente responsável pelo aumento de transplantes hepáticos e deve ser encarada como uma infecção a ser erradicada.
Os indivíduos que tem HBsAg + (antígeno de superfície) são infectantes.
Se o indivíduo tiver HBeAg (que representa replicação viral), ele é muito mais infectante do que aquele que possui apenas o HBsAg +.
Isso é importante para entendermos a transmissão no RN.
É estimado que tenhamos no mundo 450 milhões de portadores crônicos de hepatite B, sendo 2 milhões no Brasil. A principal faixa de transmissão é de 15-39 anos, isso ocorre porque a principal via de infecção é a sexual.
x Transmissão: via percutânea ou mucosa, exposição ao sangue infectado ou fluidos corporais que contenham sangue infectado (apenas sangue, sêmen e saliva são infecciosos).
Na criança, 2 formas de transmissão são mais preocupantes: perinatal (vertical) e intrafamiliar
(compartilhamento de objetos, como escova de dentes, e contato com feridas).
x Grupos de risco: múltiplos parceiros sexuais e uso de drogas.
x Em relação à transmissão para o RN:
Quando a mãe possui HBsAg + e HBeAg +, a chance de transmissão para a criança (e dela mesmo apresentar um quadro crônico) é de 70-90%. Quando apenas HBsAg é +, essa chance diminui para 10%.
Isso demonstra a importância da avaliação da sorologia materna.
x Transmissão intrafamiliar:
- Risco de 14 a 60%
- Contato com lesões dermatológicas, compartilhar escovas de dentes, contato com superficies contaminadas pelo vírus B
- Virus B pode permanecer viável em superficies por 7 dias ou mais.ii
x Reinfecções são mais comuns em adultos enquanto infecções crônicas são mais comuns quando a infecção aconteceu na infância.
x Diagóstico:
- Hepatite B aguda: HBsAg+ (sempre) e anti HBc IgM+.
- Hepatite B crônica: HBsAg+ e anti HBc IgG+.
Normalmente, o que é pedido é o anti HBc total, que estará aumentado às custas do aumento de IgG.
Dependendo da fase, o HBeAg e o anti Hbe + também.
- PCR e quantificação viral só serão usados para quem já está em tratamento para o acompanhamento da carga viral.
x Profilaxia: vacina anti HVB
- SUS: vacina ao nascer (primeiras 12 horas de vida – se for realizada, independentemente da sorologia materna, o RN estará protegido), depois repetir aos 2, 4 e 6 meses (pentavalente).
- Também está disponível para adolescents até 19 anos e para todos os
pacientes de áreas de risco (área da saúde principalmente).
Hepatite C
O grande problema do virus C é que o ser humano não consegue adquirir imunidade a ele – devido às suas mutações.
Possui altas taxas de cronificação (80%) e há possibilidade de infecções recorrentes.
Raramente há infecção aguda.
O virus C se multiplica principalmente à nível hepático, mas também possui tropismo por células fagocíticas mononucleares do sangue.
x Grupos de risco:
- Múltiplos parceiros sexuais
- Uso de drogas
- Pessoas que receberam fatores de coagulação antes de 1990
- Receptores de órgãos sólidos e transfusão
- Crianças que nascem de mãe infectada (risco intermediário)
- Trabalhadores da saúde
x Transmissão:
- Sangue contaminado: geralmente pelo uso de drogas injetáveis. Indivíduos que com risco de infecção pelo VHC,VHB e HIV estão associados.
- Transmissão perinatal: risco menor que no VHB – aqui é cerca de 4%. No entanto, se a mãe for HIV+, o risco passa para 19%.
x Diagnóstico:
- Dosagem de anticorpos anti-VHC (20-150 dias): significa contato com o virus.
Nos pacientes sintomáticos (raro), são detectados no início dos sintomas em 50-70% dos casos. Pode estar negativo em imunodeprimidos.
- PCR na viremia: significa que o virus está circulante. Detectável 7 – 21 dias após a exposição.
- Quantificação viral: apenas quando for tratar o paciente.
x Hepatite C em crianças: se foi feito um PCR em uma criança e deu positivo, é preciso acompanhá-la por 3 anos – muitas vezes a viremia cede espontaneamente.
x Na criança <18 meses com IgG + para hepatite C (mãe sabidamente portadora): fazer PCR (IgG atravessa barreira placentária)
fazer com 3m / repetir 6 a 12 meses após
x Não há vacinas – apenas medidas de prevenção.
Insuficiência hepática fulminante
Virus A : rara mas devastadora
Vírus B : principal causa nos países onde ele é endêmico e em muitos países desenvolvidos / mortalidade em até 84%/ crianças com HbsAg e anti Hbe positivos filhos de mãe com HB crônica tem risco grande nos primeiros meses
Vírus C também associada a IHF