IVAS Flashcards
Qual a importância de estudar as infecções respiratórias agudas?
- Elevada incidência.
- Apesar da maioria ser autolimitada, elas podem representar causa de óbito < 5 anos.
O que é o resfriado comum?
Quadro autolimitado de infecção viral, que pode acometer mucosa nasal, mucosa dos seios paranasais e mucosa da nasofaringe. Inclui-se a rinite viral aguda, rinossinusite viral aguda, rinofaringite viral aguda (relaciona-se ao ponto anatômico inflamado). Apresenta período de incubação de 1 a 3 dias.
Qual a incidência de resfriado comum em crianças saudáveis?
6-8x/ano, durando de 7-8d, nos primeiros 5 anos de vida. (10-12x/ano em crianças que frequentam a creche/escola).
Quais os principais agentes etiológicos do resfriado comum?
- Rinovírus (principal etiologia) -> desenvolvendo imunidade sorotipos diferentes.
- Outros: coronavírus, influenza, parainfluenza, VSR.
Qual a clínica de resfriado comum?
- Coriza, obstrução nasal, espirros (dx com rinite alérgica), roncos (indica secreção em via aérea superior).
- 1 a 3d de doença: secreção hialina.
- A partir do 3°d pode apresentar secreção purulenta.
- Dor de garganta, hiperemia de mucosas (nasal, faríngea).
- Tosse NOTURNA (nem sempre está presente) - devido gotejamento posterior, com irritação da hipofarínge.
- Febre.
Como deve ser dado o diagnóstico do resfriado comum?
Diagnóstico clínico.
Qual o tratamento para resfriado comum?
- Como é um quadro autolimitado, trata-se os sintomas.
- Antipirético: dipirona, paracetamol, ibuprofeno em dose baixa.
- Desobstrução nasal - lavagem com solução fisiológica, com seringa de 5-20ml, sempre que necessário.
- NÃO USAR medicamentos desnecessários.
- Mel no período noturno (<1 ano proscrito pelo risco de botulismo): efeito antitussígeno.
Qual medicação não deve ser utilizada em casos de resfriado comum? E por qual motivo?
AAS, porque em casos de infecção por influenza ou varicela o uso de AAS aumenta o risco de Síndrome de Reye, em indivíduos com predisposição genética.
Qual o nome da Síndrome que cursa com ENCEFALOPATIA + DISFUNÇÃO HEPÁTICA GRAVE? E qual medicação aumenta a predisposição para o desenvolvimento da síndrome?
Síndrome de Reye. Uso de AAS.
Como evitar o resfriado comum?
Com lavagem das mãos!! Pois a forma mais comum de transmissão é por contato direto.
Qual a complicação bacteriana mais frequente nos casos de resfriado comum?
Otite média aguda - em que a disfunção tubária (devido edema de mucosa pelo processo inflamatório), levando ao acúmulo de secreção (inicialmente estéril) na orelha média, favorecendo a proliferação bacteriana (que ascenderam da nasofaringe) -> formação de “abscesso” na orelha média -> secreção pode escoar pela tuba auditiva ou pelo conduto auditivo externo (se perfuração da membrana timpânica).
Quais são as 3 principais funções da tuba auditiva?
1 - Ventilação da orelha média.
2 - Clearance de secreção acumulada na orelha média.
3 - Evita a ascensão de bactérias patogênicas (proteção).
Quais as principais bactérias envolvidas na otite média aguda?
- S. pneumoniae (existe vacina para pneumococo).
- H. influenzae (não tipável).
- Moraxella catarrhalis (menos frequente).
Qual o quadro clínico da otite média aguda?
- Otalgia (pode apresentar-se com irritabilidade e choro).
- Otorreia.
Como deve ser dado a diagnóstico de otite média aguda?
Clínica + Otoscopia (com abaulamento de membrana timpânica). Alterada: membrana timpânica alterada, hiperemiada, abaulada (mais específico para OMA). OU, se perfuração, presença de otorreia em conduta auditivo externo.
Quais as características na otoscopia em orelha normal?
- Membrana timpânica transparente, brilhante (triângulo luminoso presente), côncava e móvel.
Otorreia ocorre somente em crianças com otite média aguda?
NÃO. Pode ocorrer também em crianças com otite externa (diferença pelo exame físico + história).
- Otite externa: após banho de piscina + conduto auditivo externo inflamado, edemaciado.
Qual o tratamento da otite média aguda?
- Analgésico: dipirona, paracetamol, ibuprofeno em dose baixa.
- Avaliar antibioticoterapia.
- Amoxicilina 40-50mg/kg/dia (Tto até 10**) OU Amoxicilina - Clavulanato - pode iniciar quando criança não melhora; OMA + conjuntivite (H. influenzae); uso recente de ATB (últimos 30 dias).
Quais as indicações para uso de ATB em otite média aguda?
- Crianças com <6 meses (1° atendimento).
- Crianças de 6m-2a com quadro grave/ otorreia/ bilaterais (se não for grave, pode sugerir reavaliar com 48h somente com uso de analgésico).
- Crianças ≥ 2a: quadros graves/ otorreia.
- Grave: T≥39°C / dor moderada-intensa/ >48h de doença.
Nos casos de crianças com otite média aguda com bactérias resistentes a amoxicilina?
Hemófilo e moraxela: beta-lactamase.
Pneumo: menor afinidade PBP
- Nesses casos, recomenda-se usar o dobro da dose habitual.
No que consiste a otite média serosa?
Pode-se chamar também de otite média com efusão, sendo uma complicação dos quadros de otite média aguda/ ou sem otite média aguda prévia.
Qual a fisiopatologia envolvida nos casos de otite média por efusão?
Acúmulo de efusão em orelha média, mas sem sinais de inflamação. Apenas nível hidroaéreo e diminuição da mobilidade. Isso ocorre porque mesmo com o tratamento da infecção, ainda demora algum tempo para a tuba auditiva retornar ao ritmo adequado da drenagem de líquido.
Como deve ser feito o acompanhamento da criança com otite média por efusão?
Faz a observação com 3 meses, e se o quadro não se resolver, a criança deve ser encaminhada para o otorrino, que irá avaliar a necessidade de timpanostomia.
No que consiste a mastoidite aguda? E ela pode ser uma complicação de qual quadro inicial?
Inflamação do periósteo do osso mastoide, com presença de sinais de inflamação retroauricular. Pode ser uma complicação da otite média aguda.
Qual o quadro clínico da mastoidite aguda?
Otalgia, dor e hiperemia retroauricular e edema (desaparecimento do sulco retroauricular, com deslocamento do pavilhão auricular).
Qual a conduta nos casos de mastoidite aguda?
Internação hospitalar + ATB parenteral + TC da região.
No que consiste o quadro de sinusite bacteriana aguda?
Refere-se a disfunção da drenagem dos seios paranasais, levando ao acúmulo de secreção, favorecendo a proliferação bacteriana.
V ou F
A sinusite bacteriana aguda pode ser uma complicação dos quadros de resfriado comum.
Verdadeiro.
Quais ossos compõe os seios paranasais em crianças <5 anos, e em >5 anos?
<5anos: seios etmoidal e maxilar.
>5anos: seios etmoidal, maxilar e frontal.
Quais os critérios clínicos que favorecem o diagnóstico de sinusite bacteriana aguda?
- Resfriado “arrastado” (≥10 dias): coriza abundante, mucopurulenta, tosse intensa (diurna e noturna).
- Quadro grave (≥ 3 dias): febre alta e coriza mucopurulenta, tosse.
- Quadro que piora (bifásico): piora após início inicial de melhora.
Como é dado o diagnóstico de sinusite bacteriana aguda?
CLÍNICO (Critérios que indicam quadro bacteriano).
Como é feito o tratamento para sinusite bacteriana aguda?
Mesmos agentes etiológicos da OMA.
- ATB: Amoxicilina.
(Manter por mais 7 dias após melhora clínica).
Criança de 2 anos, afebril, com obstrução nasal e secreção fétida à direita. Qual o diagnóstico provável?
Presença de corpo estranho. Conduta: retirar corpo estranho.
“Parece sinusite, mas é unilateral: corpo estranho nasal”.
Qual infecção respiratória aguda que cursa com queixa principal dor de garganta? E qual a etiologia mais prevalente?
Faringite aguda. Etiologia mais comum é viral -> autolimitada.
Qual a etiologia mais frequente de faringite bacteriana?
Streptococcus B-hemolítico do grupo A (S. pyogenes).
Qual a importância de tratar a faringite bacteriana por S. pyogenes?
Porque apresenta como uma das complicações a febre reumática (complicação não supurativa).
Qual idade mais prevalente da faringite bacteriana por streptococcus? E qual a clínica?
5-15 anos de idade. Apresenta-se com febre e manifestações inespecíficas (vômito e dor abdominal - pode simular abdome agudo), dor de garganta, exsudato amigdaliano (presente ou não), petéquias no palato (maior valor preditivo positivo), adenopatia cervical.
NÃO TEM TOSSE (indica mais origem viral).
V ou F
O exsudato amigdaliano pode está presente nas faringites bacterianas e virais.
Verdadeiro.
Como é feito o diagnóstico de faringite bacteriana?
- O ideal é fazer a prova bacteriológica (teste rápido com swab): alta especificidade.
- Cultura de orofaringe: mais sensível.
Conduta: faz o teste rápido -> Deu (+)? trata. Deu (-)? Coleta amostra para cultura e pede pra criança voltar com o resultado.
Como deve ser feito o tratamento da faringite bacteriana por S. pyogenes?
- Analgésico e antipirético.
- ATB:
1. DU de Penicilina Benzatina (iniciar até o 9° dia - prevenção de febre reumática).
2. Amoxicilina por 10 dias.
Segunda escolha: macrolídeos.
Quais as complicações supurativa da faringite bacteriana?
- Abscesso periamigdaliano/ peritonsilar (adolescentes/ adultos jovens).
- Abscesso retrofaríngeo (< 5 anos).
Qual o quadro clínico do Abscesso periamigdaliano?
- Amigdalite
- Disfagia/ sialorreia (marcador de disfagia grave)
- Trismo.
- Desvio da úvula.
Qual deve ser o tratamento para o Abscesso Periamigdaliano?
- Esvaziamento do abscesso.
- Antibióticoterapia (ex: clindamicina).
Qual a fisiopatologia do Abscesso Retrofaríngeo?
Crianças menores de 5 anos apresetam uma cadeia de gânglios retrofaríngeo, em que, em casos de história de IVA (ex: faringite bacteriana) podem ser colonizados -> causar adenite -> e evoluir para abscesso.
Qual o quadro clínico do Abscesso Retrofaríngeo?
- Febre alta e odinofagia.
- Disfagia e sialorreia.
- Dor a mobilização do pescoço (dx: torcicolo).
Como deve ser feito o diagnóstico de Abscesso Retrofaríngeo?
- Utilizando um raio-x (alargamento dos tecidos moles pré-vertebrais), mas o exame confirmatório é por tomografia de face.
Qual o quadro clínico das faringites virais - febre faringoconjuntival?
- Mais comum: Adenovírus.
- Quadro: faringite + conjuntivite + adenomegalia pré-auricular.
Qual o quadro clínico das faringites virais - herpangina?
- Mais comum: Coxsackie A.
- Quadro clínico: febre alta, odinofagia com presença de úlceras em região posterior da cavidade oral.
Qual o quadro clínico das faringites virais - mononucleose infecciosa?
- Mais comum: Epstein-Barr.
- Quadro clínico: tosse, febre, manifestações inespecíficas (vômito e dor abdominal - pode simular abdome agudo), dor de garganta, exsudato amigdaliano (presente ou não), petéquias no palato, linfadenopatia generalizada, esplenomegalia (50% dos casos).