Inquérito Policial e Investigação Criminal Flashcards
Em que consiste a Persecução Penal?
Como é dividida a persecução penal?
- Conjunto de atos praticados pelo Estado a fim de que aplique a pena em relação àquele que cometeu um delito.
- Divide-se em duas fases: uma fase preliminar investigatória (que se dá, em regra, por meio de inquérito policial, mas que não é o único meio) e uma fase judicial.
Fale acerca da dupla função do inquérito policial.
- Função preservadora: o inquérito policial busca evitar a instauração de ações penais temerárias, infundadas, resguardando a liberdade do inocente e evitando custos desnecessário para o Estado.
- Preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo.
Verdadeiro ou Falso:
É inviável a anulação do processo penal por alegada irregularidade no inquérito policial (como suspeição da autoridade policial), vez que se trata de mera peça informativa, de que se serve o MP para o início da ação penal.
Verdadeiro.
STF, HC 131450/DF.
Quais as finalidades do inquérito policial.
2 finalidades.
- Identificar fontes de prova: todas as pessoas ou coisas que possuam algum conhecimento sobre crime, que contribuirá para a definição da autoria e materialidade do crime.
- Colheita de elementos informativos acerca da materialidade e autoria da infração penal, úteis para a decretação de medidas cautelares e auxiliam na formação da opinio delicti (convicção do titular da ação penal).
- Elementos informativos são diferentes de Provas. Estas provas são produzidas em juízo, sob o véu do contraditório e da ampla defesa. Os elementos informativos são produzidos na fase investigatória, não havendo, necessariamente, contraditório e ampla defesa.
Verdadeiro ou Falso:
Juiz não deve agir de ofício na fase investigatória, somente intervindo quando necessário e desde que seja provocado nesse sentido. Tem o objetivo de preservar o sistema acusatório e a sua imparcialidade.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Padece de falta de Justa causa a condenação que se funde exclusivamente em elementos informativos do inquérito policial.
Verdadeiro. Os elementos informativos possuem caráter apenas subsidiário, devendo ser somados às provas produzidas em juízo, ressalvadas as provas (1) cautelares, (2) não repetíveis e (3) antecipadas.
Faça a distinção entre elementos informativos e provas.
- ELEMENTO INFORMATIVO: produzido em inquérito Penal, sem haver, necessariamente, obediência ao contraditório e à ampla defesa.
- PROVA: em regra, produzida na fase judicial, com obrigatória observância do contraditório e ampla defesa.
2.1 A prova deve ser produzida na presença (direta ou remota) do juiz.
2.2. O juiz pode determinar a produção da prova de ofício, desde que maneira subsidiária.
Diz o art. 155 do CPP, que o juiz não pode decidir exclusivamente com base em elementos informativos produzidos em inquérito policial, ressalvadas as provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas.
Diferencie tais conceitos.
- Cautelares: a) produzidas em razão do risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo. b) Podem ser produzidas tanto na fase investigatória quanto na judicial. c) Depende de autorização judicial e o contraditório será diferido. Ex.: interceptação telefônica.
- Não Repetíveis: a) são aquelas que já foram produzidas e não podem ser novamente produzidas, em razão do seu desaparecimento. b) podem ser produzidas tanto na fase investigatória quanto judicial. c) não dependem de autorização judicial e o contraditório será diferido. Ex.: exame de corpo de delito cujos vestígios podem desaparecer.
- Antecipada: a) produzidas em situação de urgência e relevância, b) em momento processual distinto daquele legalmente previsto, c) podem ser produzidas tanto na fase judicial quanto investigatória d) depende de autorização judicial e observa-se o contraditório real. Ex.: art. 225.
De quem é a atribuição para a presidência do inquérito policial?
- Do delegado de polícia.
- Polícia judiciária: CIVIL e FEDERAL.
Verdadeiro ou Falso:
Embora o inquérito policial seja presidido exclusivamente por autoridade policial, a função investigativa não é exclusiva da policia.
Verdadeiro. Art. 8ª, § único, do CPP.
Verdadeiro ou Falso:
Para preservar a capacidade investigativa do delegado de polícia, a lei 12.830/13 trouxe importante regra em seu art. 2º, §5º, segundo o qual, a remoção de tal autoridade somente se dará por meio de ato fundamentado.
Verdadeiro.
Segundo a lei 12.830/13, art. 2º, §4º, o inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei somente poderá ser avocado ou redistribuído por quem e em quais hipóteses?
- Somente pelo superior hierárquico.
- Por razões de:
a) motivo de interesse público; ou
b) inobservância dos procedimentos legais que prejudiquem a eficácia da investigação.
De quem será a competência para proceder com as investigações em caso de crime de Natureza Militar de Competência da Justiça Militar da União.
Será de um oficial das forças armadas, encarregado de presidir um inquérito policial militar.
De quem será a competência para proceder com as investigações em caso de crime de Natureza Militar de Competência da Justiça Militar do Estado.
Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros, que designará um oficial.
De quem será a competência para proceder com as investigações em caso de crime de Natureza Eleitoral.
- Em regra, será de competência da Polícia Federal.
- Se não houver delegacia de polícia federal, pode ser exercido pela Polícia Civil.
De quem será a competência para proceder com as investigações em caso de crime de competência da Justiça Federal.
Polícia Federal.
De quem será a competência para proceder com as investigações em caso de crime comum da competência da Justiça Estadual.
Em regra, da Polícia Civil.
Entretanto, poderá a Polícia Federal investigar se o crime for de repercussão interestadual ou internacional (art. 144, §1º, CF).
Fale acerca do acesso do advogado aos autos do inquérito.
- Limites?
- Exige-se procuração?
- Exige-se autorização judicial prévia?
O acesso do advogado está restrito aos ELEMENTOS JÁ PRATICADOS E DOCUMENTADOS, não abrangendo as diligências em andamento, no interesse do representado (SV 14)
- Em regra, para ter acesso aos autos não há necessidade de instrumento de procuração.
2.1. Entretanto, se houver informações sigilosas acerca do investigado, será necessário. - Em regra, não há necessidade de autorização judicial prévia.
3.1. Exceção: lei das organizações criminosas: quando o sigilo for decretado pelo próprio juiz (autoridade judicial), o acesso aos autos pelo advogado dependerá de prévia autorização judicial.
Em caso de negativa de acesso aos autos do inquérito pela autoridade policial, quais são os instrumentos passíveis de serem utilizados pelo defensor.
- Reclamação Constitucional ao STF, baseado no art. 103-A, §3º, vez que baseado em súmula vinculante (40).
- Mandado de Segurança, em nome do próprio advogado, por ter sido violado um direito líquido e certo.
- Habeas corpus, em favor do advogado. Somente quando houver risco a liberdade de locomoção do investigado. Não há necessidade de o investigado estar preso, mas ser a infração investigada punida com prisão (súmula 693, STF).
Fale acerca das posições doutrinárias acerca do exercício do direito de defesa no inquérito policial.
- A doutrina majoritária defende não haver o exercício nem da defesa ou do contraditório no inquérito policial.
- Doutrina minoritária entende, porém, ser perfeitamente cabível o exercício da defesa no inquérito policial, seja fora do inquérito (remédios, como habeas corpus para trancar o inquérito) ou dentro do inquérito (como seria o interrogatório do acusado).
Verdadeiro ou Falso:
No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência. Entretanto, quem decidirá se a diligência será ou não praticada será a autoridade policial. Essa liberdade, porém, fica limitada a aqueles que o delegado considere impertinentes ou protelatórias, devendo fundamentar sua decisão.
Verdadeiro. Art. 14, CPP c/c art. 2º’ §2º, Lei 12.830/13.
Verdadeiro ou Falso:
A discricionariedade da autoridade policial dentro do inquérito policial é mitigada em relação à requisição do MP para a realização de diligências, quando legais, sendo obrigado a realizar tais diligências, baseado no princípio da obrigatoriedade.
Verdadeiro.
Em que hipóteses poderá se dar a instauração do inquérito policial nos casos de crimes de ação penal pública condicionada e ação penal privada?
Art. 5º, §2º.
Não pode ser iniciado de ofício.
- REPRESENTAÇÃO da vítima ou de seu representantes legal, sem necessidade de formalismos (DELATIO CRIMINIS POSTULATORIA).
1.1. Diretamente ao delegado, ou ao Juiz ou Promotor. Se dirigido a estes, deverão REQUISITAR à autoridade policial.
2.1. Essa representação pode se dar até o prazo de 6 meses, a contar da data em que o autor tomou conhecimento da autoria do fato, sob pena de decadência - Auto de prisão em flagrante, desde que haja REPRESENTAÇÃO do ofendido em até 24 horas, caso contrário deverá o preso ser solto. Subsiste o direito de representar no prazo de 6 meses.
Em que hipóteses poderá ocorrer a instauração do inquérito em caso de crimes de ação penal pública incondicionada (art. 5º).
- De OFÍCIO: devendo lavrar uma PORTARIA, como Peça inicial do inquérito, quando tomar conhecimento de um fato criminoso, independentemente do meio (NOTITIA CRIMINIS IMEDIATA);
- Mediante REQUISIÇÃO do Ministério Público ou do JUIZ (NOTITIA CRIMINIS MEDIATA);
- REQUERIMENTO do OFENDIDO ou de seu REPRESENTANTE LEGAL (só instaura se entender procedentes as informações) (NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO MEDIATA);
- Notícia de QUALQUER PESSOA do povo (DELATIO CRIMINIS SIMPLES) que PODERÁ comunicar à autoridade policial, escrita ou oralmente, cabendo a este, se verificada a procedência das informações, mandar instaurar o inquérito (§3º);
- Auto de prisão em flagrante delito (NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA).
Segundo a doutrina majoritária, poderá o Juiz requisitar a instauração de inquérito policial, quando se tratar de crime ação penal pública incondicionada?
Falso. Por ser incompatível com o sistema acusatório e com a garantia da imparcialidade do Juízo. Embora previsto no art. 5º, II, não se compatibiliza com a CF.
O ideal é que se aplique o art. 40, CPP, dando vistas ao MP.
Verdadeiro ou Falso:
O auto de prisão em flagrante, quando contiver informações suficientes acerca da autoria e materialidade da conduta criminosa, dispensará a instauração do Inquérito Policial para que o MP proceda com a propositura da Ação Penal.
Verdadeiro.
Em que consiste o NOTITIA CRIMINIS.
É o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial, acerca de um fato delituoso.
Em que consiste a NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA ou DELAÇÃO APÓCRIFA?
É possível a instauração de inquérito policial nessa hipótese?
- É conhecido como denúncia anônima.
- Por si só, não pode servir para instaurar o inquérito policial, devendo o delegado realizar diligências antes acerca da procedência das informações.
Fale acerca da incomunicabilidade do preso.
- Previsto no art. 21, CPP.
- Segundo a doutrina majoritária, não foi recepcionado pela CF/88, vez que é garantida a comunicação com o seu advogado.
- Sequer no Estado de Defesa é permitida a incomunicabilidade do preso (art. 136, §3º, IV, CF).
Em que consiste a identificação criminal e quais as espécies.
Genericamente considerado, consiste nos métodos utilizados para permitir a identificação da pessoa envolvida em determinada infração penal, criando um banco de dados criminais.
Espécies:
1. Identificação fotográfica: em padrão 3x4.
2. Datiloscópica: digitais.
3. Identificação do perfil genético.
Em que hipóteses será cabível a identificação criminal?
Lei 12.037/09, art. 3º.
- Quanto não se identificar civilmente;
- Mesmo identificado civilmente, poderá ser submetido à identificação criminal nas hipóteses previstas em lei:
A. Documento apresentar rasura ou houver indício de falsificação;
B. Documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
C. Quando portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
D. A identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo DESPACHO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do MP ou da defesa;
E. Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
F. Quando o Estado de conservação ou distância temporal da expedição do documento impedir a completa identificação dos carácteres principais.
Salvo na hipótese 4, não há necessidade de autorização judicial.
Verdadeiro ou Falso:
Quando a investigação policial o exigir, o delegado que preside o inquérito determinará a identificação criminal do indiciado, ainda que este tenha se identificado civilmente, sem necessidade de autorização prévia da autoridade judiciária prévia.
Falso.
Necessidade de autorização judiciária prévia. Art. 12.037/09, art. 3º, IV.
Acerca do indiciamento, responda:
- Em que consiste?
- Até que momento pode-se proceder com o indiciamento?
- De quem é a atribuição para proceder com o indiciamento?
- Em que consiste o desindiciamento?
- Consiste em atribuir a alguém a autoria ou participação em determinada infração penal. A pessoa passa a ser o principal foco do inquérito.
1.1. Sai de um juízo de possibilidade para um juízo de probabilidade, exigindo a existência de um lastro probatório mínimo. - Em qualquer momento até a conclusão das investigações.
- Competência exclusiva do delegado de polícia. (Lei 12.830/13, art. 2º, §6º).
3.1. Não pode ser requisitado pelo Juiz e nem pelo MP. - Consiste na cassação do indiciamento, por entender que o indiciado não se encontra vinculado ao delito, a ser feito pela autoridade policial até o relatório de encerramento do inquérito.
4.1. Também pode ser feito pelo juiz, em caso de HC.
Verdadeiro ou Falso:
É perfeitamente cabível o indiciamento após o recebimento da denúncia e no decorrer da Ação Penal.
Falso.
STJ, 6ª Turma, HC 182.455/SP.
Espécies de indiciamento:
- Direto: quando é feito na presença do investigado (regra).
- Indireta: quando é feito na ausência do investigado, como ocorre quando se trata de foragido.
Quais são os pressupostos para o indiciamento.
Deve ser devidamente fundamentado, contendo elementos informativos de autoria, materialidade e circunstâncias do crime.
Lei 12.830/13, art. 2º, §6º.
Quem pode e quem não pode ser indiciado pela autoridade policial?
- PODE: em regra, qualquer pessoa.
- Exceções:
- Membros do Ministério Público e Magistrados, devendo encaminhar ao Chefe da respectiva instituição.
- Autoridades com foro por prerrogativa de função nos tribunais em geral, dependendo de prévia autorização do relator (STF, HC 133835 MC), excetuados aqueles com foro no STF, quando tiver obtido autorização do relator para a instauração do inquérito (STF, Inq. 4621).
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Policial no CPP.
Art. 10, caput.
- SE PRESO: 10 dias. A requerimento da autoridade policial, após ouvido o Ministério Público, pode o juiz prorrogar por MAIS 15 DIAS, UMA ÚNICA VEZ. Após esse prazo, a prisão deve ser relaxada.
- SE SOLTO: 30 dias, prorrogáveis.
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Penal quando de competência da Polícia Federal.
- SE PRESO: 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias, pedido fundamentado.
- SE SOLTO: aplica-se subsidiariamente a Lei Geral, 30 dias, prorrogáveis.
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Penal na Lei de Drogas.
- Se preso, 30 dias.
- Se solto, 90 dias.
- Esses prazos podem ser duplicados pelo Juiz, ouvido o MP, mediante pedido da autoridade de polícia judiciária.
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Penal no CPPM.
- 20 dias, se preso.
- 40 dias, se solto, podendo ser prorrogado por mais 20 dias.
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Penal nos casos de crimes contra a economia popular.
- 10 dias, se preso ou solto.
Qual o prazo para a conclusão do Inquérito Penal na Lei dos Crimes Hediondos.
- aplicando-se analogamente, o prazo será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, se preso.
Aponte as divergências acerca da natureza do prazo para a conclusão do inquérito policial.
- SE SOLTO, não há dúvidas de que se trata de prazo de natureza processual (exclui-se o primeiro e incluí-se o último).
- SE PRESO, existem divergências:
2.1. 1ª CORRENTE (NUCCI): diz que é prazo Penal, incluindo o dia do início e excluindo o dia final, e não pode ser prorrogado até o primeiro dia útil subsequente [POSIÇÃO MAJORITÁRIA NA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA].
2.2. 2ª CORRENTE (Mirabette): defende ser um prazo processual, a contagem começa a correr do primeiro dia útil subsequente e inclui o último dia, prorrogando-se ao primeiro dia útil subsequente.
Consequências decorrentes do não cumprimento do prazo para a conclusão do inquérito (se solto ou se preso).
- Se Solto: não há qualquer consequência processual.
- Se Preso: se o excesso for abusivo, a prisão deve ser relaxada, sem prejuízo do prosseguimento das investigações.
Acerca do inquérito policial, responda:
- Em que consiste o relatório?
- Como deve ser o relatório e a quem será encaminhado?
- Poderá a autoridade policial indicar testemunhas?
- Casos de difícil elucidação e possibilidade de novas diligências?
Art 10, §§1º a 3º.
- Peça elaborada pelo Delegado de Polícia, no encerramento do inquérito policial, de caráter descritivo, com uma síntese das diligências realizadas na fase investigatória.
- O relatório deve ser MINUCIOSO e encaminhado ao juízo competente.
2.1. Em regra, deve se abster de fazer um juízo de valor.
2.2. Exceção: quando se tratar de crimes envolvendo a lei de drogas, pois deve justificar as razões que o levaram à classificação do delito. - Poderá a autoridade INDICAR TESTEMUNHAS que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
- Quando o FATO FOR DE DIFÍCIL ELUCIDAÇÃO e o INDICIADO ESTIVER SOLTO, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Verdadeiro ou Falso:
Os membros do MP e as autoridades judiciárias não ficam vinculadas à classificação criminal realizada pelo Delegado de Polícia, devendo prevalecer, sempre, o livre convencimento destes.
Verdadeiro.
Quais as providências a serem adotadas pelo MP ao tomar vista dos autos do inquérito?
- Verificar a natureza do crime (as providências podem ser aplicadas de forma simultânea ao mesmo caso):
1.1. SE DE AÇÃO PENAL PRIVADA, remeterá os autos do IP ao Juízo competente, para que disponibilize os autos em cartório, onde permanecerão durante até o fim do prazo decadencial (6 meses, a contar da data em que a vítima tem conhecimento da autoria), aguardando a iniciativa do ofendido ou de seu representante, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
1.2. Se de ação penal pública:
a) oferecer a denúncia;
b) promover o arquivamento (a ser homologado pelo juiz);
c) requisição de diligências, sujeitas ao deferimento pelo magistrado (art. 16, CPP);
d) declinação da competência quando concluir que o juízo perante o qual atua não tem competência para o julgamento do feito;
e) suscitar conflito de competência, quando houve manifestação de outro órgão jurisdicional no sentido da incompetência.
Dispõe o art. 16 do CPP que o MP pode devolver os autos do inquérito policial à autoridade policial para que proceda com diligências.
Qual o entendimento da doutrina quanto à realização de diligências e o fato de investigado estar solto ou preso?
- A realização de diligências prevê a dilação do prazo para a conclusão do inquérito.
- Se o investigado estiver solto, não há qualquer problema.
- Se o investigado estiver preso, deve a prisão ser relaxada, salvo se outra justificativa para a prisão preventiva subsistir..
Qual o recurso cabível no caso de o magistrado negar o pedido para a realização de novas diligências feita pelo MP.
- Não existe recurso, cabendo alegar correição parcial.
De quem a competência para solucionar conflito de competência entre juiz de direito da vara criminal e juiz de direito do Juízo militar.
- Se no Estado houver TJM, a competência será do STJ.
- Se no Estado não houver TJM, a competência será do TJ.
Em que consiste o arquivamento do inquérito policial, e como se dará?
- Consiste em uma decisão judicial, embora ainda não haja ação penal em curso.
2.1. Quando a ação for PÚBLICA, depende de pedido do Ministério Público, que será apreciado pelo Juiz e, eventualmente, homologado.
2.2. Quando a ação for PRIVADA, o arquivamento depende de requerimento do ofendido.
- Não pode ser arquivado de ofício pelo Juiz, nem pelo delegado e nem pelo membro do Ministério Público.
Em caso de competência originária de Tribunal, como aqueles que investigam autoridades com foro por prerrogativa de função, pode o Tribunal determinar, de ofício, o arquivamento do inquérito policial.
Falso. A competência ainda permanece ao Ministério Público para proceder com tal pedido.
Quais são os fundamentos para o arquivamento do inquérito policial.
- Atipicidade formal ou material;
- Excludente da ilicitude/culpabilidade (salvo inimputabilidade);
- Causa extintiva da punibilidade;
- Ausência de elementos informativos quanto à autoria e materialidade.
- Cumprimento do acordo de não persecução penal.
Fale acerca da coisa julgada no arquivamento do inquérito policial.
- O arquivamento pode produzir coisa julgada Formal e/ou material.
- Faz apenas coisa julgada FORMAL:
- Insuficiência de provas;
- Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação;
- Falta de justa causa para a ação penal;
- Causa excludente da ilicitude (STF). - Faz coisa julgada MATERIAL:
- Atipicidade;
- Causa excludente da culpabilidade; e
- Causa extintiva da punibilidade (exceto certidão de óbito falsa).
Verdadeiro ou Falso:
No caso de decisão que resolveu pelo arquivamento do inquérito policial com base na ausência de Justa causa ou dos pressupostos ou condições para a propositura da Ação, entende-se que há a aplicação da cláusula do direito civil do “Rebus Sic Standibus”.
Verdadeiro.
Enquanto mantidas as condições que ensejaram o arquivamento, permanece mantida a decisão pelo arquivamento. Alteradas as condições, pôde-se desarquivar o inquérito.
Quais as condições para que seja oferecida uma denúncia após a ocorrência do arquivamento do inquérito policial.
- Aparecimento de prova nova que auxilie na elucidação do crime.
- Pode ser substancial (prova nunca produzida no processo) ou formal (uma nova versão para prova já produzida no processo).
- Art. 524, STF.
O MP poderá requerer o arquivamento do inquérito ou de qualquer outra peça de informação.
Verdadeiro.
Fale acerca do procedimento de arquivamento do inquérito policial nas hipóteses de ATRIBUIÇÃO ORIGINÁRIA DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA ou PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA.
- Em regra, não há necessidade de o arquivamento ser homologado perante o Tribunal Competente, pois não há hierárquico superior. TRATA-SE DE ATO ADMINISTRATIVO.
- Excepcionalmente, quando houver a possibilidade de o arquivamento formar coisa julgada formal e material, será necessário o controle do Tribunal Competente.
2.1. Homologando, fará coisa formal e material.
2.2. Se não homologar, haverá o arquivamento, mas não haverá coisa julgada.
Em que consiste o arquivamento implícito?
É admitido no Brasil?
- Ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia algum fato delituoso ou algum investigado (indiciado) relatado no inquérito sem se manifestar acerca do arquivamento quanto a isso.
- Não é admitido pela Jurisprudência majoritária, devendo o MP se manifestar expressamente, podendo o juiz aplicar o art. 28 do CPP, submetendo a matéria ao órgão competente (Procurador-Geral ou Comissão de Coordenação e Revisão). Informativo 605 do STF.
Em que consiste o arquivamento indireto?
- Ocorre quando o MP deixa de oferecer a denúncia quando entender que o juiz é incompetente para o caso concreto, requerendo a remessa ao órgão competente, mas o Juiz entende ser competente, e recebe o pedido de declínio de competência como uma espécie de pedido indireto de arquivamento.
- O juiz não vai poder obrigar o MP a oferecer a denúncia, deve submeter à autoridade competente.
Cabe recurso contra a decisão homologatória de arquivamento?
- Em regra, a decisão é irrecorrível, não sendo cabível Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, vez que não há inércia do MP.
- Exceções:
a) Crimes CONTRA A ECONOMIA POPULAR OU À SAÚDE PÚBLICA: remessa necessária da decisão pelo arquivamento do inquérito.
b) Contravenção do JOGO DO BICHO E CORRIDAS DE CAVALO fora do hipódromo: cabe ao autor da representação interpor RESE.
c) Atribuição originária do Procurador-Geral de Justiça: o Colégio dos Procuradores de Justiça terá competência para rever a decisão de arquivamento de inquérito policial ou de peças de informação determinadas pelo Procurador-Geral de Justiça.
Verdadeiro ou Falso:
Em caso de crimes que envolvam tráfico de drogas, por envolver questão de saúde pública, entende-se que o juiz deve recorrer de ofício, em caso de arquivamento do inquérito pelo MP.
Falso.
Fale acerca do arquivamento de ofício pelo Juiz.
- Não é possível, passível de Correição Parcial.
O que ocorre em caso de arquivamento determinado por juiz absolutamente incompetente.
- Parte da doutrina defende não ser passível de formar coisa julgada formal e material, podendo ser rescindida (MPF).
- A MAIOR PARTE da doutrina e Tribunais Superiores entende que a decisão judicial, ainda que proferida por juízo absolutamente incompetente, a decisão é existente, podendo formar coisa julgada formal e material.
- Em que consiste a Investigação criminal defensiva.
- Conjunto de atividades investigatórias desenvolvidas pelo Defensor em qualquer fase da persecução penal, inclusive antes do oferecimento da Peça Acusatória;
- Objetiva a colheita de elementos informativos para possam ser utilizados em benefício do investigado.
- Previsto na proposta do NCPP.
- O defensor não goza de imperatividade/coercibilidade.
Verdadeiro ou falso:
No distrito federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos que esteja presidindo, ORDENAR DILIGÊNCIAS EM CIRCUNSCRIÇÃO DE OUTRA, INDEPENDENTEMENTE DE PRECATÓRIAS OU REQUISIÇÕES, e bem assim providenciará, até que compareça autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Verdadeiro.
Art. 22.
Qual a função primordial da Polícia Militar? Tem ela competência para instaurar inquérito policial?
- A função primordial da polícia militar é de PREVENIR CRIMES, não tendo, em regra, competência para a sua apuração.
- Em regra, não tem função investigatória. A exceção é nas hipóteses de crimes militares de competência da justiça militar estadual.
Do despacho da autoridade policial que indefere o requerimento para a instauração do inquérito policial cabe recurso?
- Sim, cabe recurso ao chefe de Polícia.
Art. 5º, §2º.
Acerca da REQUISIÇÃO DIRETA, prevista no art. 13-A do CPP, responda:
- Quais crimes poderão ensejar tal ato?
- Quem pode requisitar?
- A quem se pode requisitar?
- O que podem requisitar?
- A requisição deve conter que dados e qual o prazo para ser atendida?
- Cabível aos crimes de:
A. Sequestro ou cárcere privado;
B. Extorsão mediante sequestro;
C. Extorsão mediante restrição da liberdade;
D. Redução à condição análoga à de escravo;
E. Tráfico de pessoas; e
F. Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior. - Podem requisitar o DELEGADO e o MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
- Podem requisitar à órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada.
- Podem requisitar dados e informações cadastrais da vítima ou dos suspeitos.
- A requisição deve ser atendida em 24 horas e deve conter:
- Nome da autoridade requisitante;
- Número do inquérito policial; e
- Identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
De acordo com o art. 13-B do CPP, quando necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o (1) membro do MP ou o (2) delegado de polícia poderão requisitar MEIOS TÉCNICOS ADEQUADOS QUE PERMITAM A LOCALIZAÇÃO DA VÍTIMA OU DOS SUSPEITOS DO DELITO.
- É necessário autorização judicial?
1.1. Se sim, qual é o prazo para que haja manifestação judicial? - A quem se destinam tais requisições?
- Tal autorização inclui permissão de acesso ao conteúdo da comunicação?
- Por qual prazo tais informações deverão ser prestadas?
- Qual é o prazo para a instauração do inquérito policial quando se tratar de tais crimes?
- Sim, é necessária prévia autorização judicial.
1.1. Se não houver pronunciamento judicial no PRAZO DE 12 HORAS, a autoridade requisitará diretamente os meios adequados à localização, com imediata comunicação ao juiz. - Se destinam às empresas prestações de serviços de telecomunicações e/ou telemática.
- Não se permitirá o acesso ao conteúdo da comunicação, que depende de autorização judicial, nas hipóteses legais;
- Tais meios deverão ser prestados por período não superior a 30 dias, prorrogável por UMA ÚNICA VEZ, por igual período.
4.1. Para períodos superiores, será necessária a apresentação de ordem judicial. - O inquérito policial deverá ser instaurado em até 72 horas, contados do registro da ocorrência policial.
Verdadeiro ou Falso:
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Verdadeiro. Art. 158 do CPP.
Verdadeiro ou Falso:
Quanto à identificação criminal por meio de demonstração do perfil genético: estes dados deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. Essas informações poderão relevar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, além da determinação genética de gênero.
Falso. Lei 12.654/12, art. 5º-A
[…]
§1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos NÃO PODERÃO revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos.
Verdadeiro ou Falso:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Verdadeiro. Súmula Vinculante nº 14.
Verdadeiro ou Falso:
Enquanto a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é indispensável, a sua presença no interrogatório POLICIAL é dispensável, devendo ser garantido, apenas, o direito de o indiciado poder constituir ou não um advogado para acompanhá-lo.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiro, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Verdadeiro. SV 11.
Verdadeiro ou Falso:
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Verdadeiro. Súmula 524 - STF.
Verdadeiro ou Falso:
Segundo o entendimento jurisprudencial, o Ministério Público não possui legitimidade para investigar.
Falso. Tanto o STF quanto o STJ entendem que o Ministério Público possui competência investigatória.
Verdadeiro ou Falso;
Membro do Ministério Público ordenará o arquivamento do inquérito policial se verificar que o fato investigado é atípico.
Falso. Deverá requerer ao Juiz o arquivamento do Inquérito Policial.
Verdadeiro ou Falso:
Sendo o crime de ação penal privada, o arquivamento do inquérito policial depende de decisão do juiz, após pedido do Ministério Público.
Falso.
Quando se trata de ação penal privada, o arquivamento depende de requerimento do ofendido ou de seu representante.
Verdadeiro ou Falso:
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Verdadeiro.
Art. 18 do CPP.