GRANDES SÍNDROMES ENDÓCRINAS Flashcards
Quais as indicações de cirurgia nos casos de Hiperparatireoidismo primário?
Em pacientes com Hiperparatireoidismo primário, a pesquisa de nefrolitíase está indicada mesmo em pacientes assintomáticos.
VERDADEIRO
O diagnóstico de hiperparatireoidismo requer apenas a demonstração laboratorial de hipercalcemia acompanhada de aumento do PTH, independentemente da presença de sintomas. Assim, já temos o nosso diagnóstico: hiperparatireoidismo primário! Sabemos ainda que nefrolitíase por cálculos de oxalato e fosfato de cálcio é uma possível manifestação clínica desta condição, motivo pelo qual recomenda-se pesquisa de nefrolitíase mesmo em pacientes aparentemente assintomáticos. Aliás, a presença de nefrolitiase já transforma a nossa paciente, por definição, em sintomática, mesmo na ausência de queixas! Isso indicaria, inclusive, procedimento cirúrgico.
Em pacientes com Hiperparatireoidismo, a hipercalciuria confirmaria o diagnóstico de Hiperparatireoidismo secundário.
FALSO
A hipercalciúria é esperada em quadros de hiperparatireoidismo primário (na verdade, no hiperparatireoidismo secundário, o que podemos ter é uma calcemia normal ou mesmo baixa).
Quais os estigmas da Síndrome de Cushing?
Equimose espontânea;
Estria violácea com > 1cm de largura;
Osteopenia ou Osteoporose - TSCORE (que compara a densidade mineral óssea do meu paciente com o de outros adultos jovens) < - 2,5 OU ZSCORE (que compara a densidade mineral óssea do meu paciente com a média da idade dele) </= -2.
Miopatia proximal;
Qual o principal mecanismo envolvido na Hipercalcemia da Malignidade?
O mecanismo mais comum é a secreção de PTH-rP pelas células malignas.
Sempre que estivermos diante de um paciente com hipercalcemia, devemos pensar em dois diagnósticos diferenciais principais: (1) hiperparatireoidismo primário: comum em pacientes mais jovens, em bom estado geral, no ambiente ambulatorial; (2) hipercalcemia da malignidade: geralmente em pacientes mais velhos, internados, com diagnóstico prévio de câncer.
Portanto, no caso em tela, não temos dúvidas: a nossa principal hipótese é de hipercalcemia da malignidade. Existem basicamente 3 mecanismos principais pelos quais a hipercalcemia da malignidade pode ocorrer: secreção de PTH-rP: é a causa mais comum em pacientes com tumores sólidos não metastáticos, sendo responsável por 80% dos casos de hipercalcemia da malignidade. Os tipos de câncer mais comumente envolvidos são carcinomas de células escamosas (pulmão, cabeça e pescoço) ou carcinomas renais, de bexiga, mama ou ovário. Além disso, pacientes com linfoma não Hodgkin, leucemia mieloide crônica e linfoma de células T também podem ter hipercalcemia induzida por PTH-rP;
metástases osteolíticas: esse mecanismo é muito comum em tumores sólidos com metástases ósseas (ex: CA de mama) e no mieloma múltiplo. Outros tipos de neoplasia que produzem metástases ósseas, embora menos prováveis, também podem cursar com hipercalcemia, como é o caso do melanoma e de algumas doenças malignas gastrointestinais;
hiperprodução de 1,25-OH-vitamina D (calcitriol): é a causa de quase todos os casos de hipercalcemia no linfoma de Hodgkin e aproximadamente um terço dos casos no linfoma não Hodgkin.
A hipercalcemia pode causar diabetes insipidus nefrogênico? Explique.
SIM. A hipercalcemia pode causar diabetes insipidus nefrogênico, cursando com poliúria aquosa e, consequentemente, desidratação. O mecanismo de lesão tubular não é completamente compreendido, mas a regulação negativa dos canais de água da aquaporina-2 e a deposição de cálcio na medula renal com lesão tubulointersticial secundária e prejuízo na geração do gradiente osmótico intersticial parecem desempenhar papéis importantes.
O principal pilar do tratamento é a hidratação venosa com solução salina! Isso é importante como medida de suporte e também como método auxiliar na redução da hipercalcemia
Entenda: acabamos de ver que tais pacientes costumam se apresentar desidratados e, para compensar, há um aumento da reabsorção de sódio. O problema é que o sódio é reabsorvido junto com o cálcio no túbulo proximal e na alça de Henle, o que piora a hipercalcemia. O racional aqui então é simples: hidratar com solução salina para aumentar a excreção de sódio e cálcio.
Paciente com TSH elevado e T4L normal. Qual a próxima conduta?
REPETIR EXAME EM TRÊS MESES PARA CONFIRMAR DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO SUBCLINICO
Quais as situações em que devo tratar os pacientes com hipotireoidismo subclínico?
(1) Risco de evolução para hipotireoidismo franco:
TSH » 10
autOAc POSITIVOS
glandula heterogênea no US (sinal de que glândula tá inflamada)
(2) Gestação ou desejo de gestar
O hipo aumenta risco de aborto
(3) Alto risco CV
Principalmente se ‹ 65 anos e TSH > 7
Hipo aumenta risco de coronariopatia e de AVE
Paciente com Hipotireoidismo subclinico e sintomas, já de via tratar?
Não.
Os sintomas sao muito inespecífico (queda de cabelo, fraqueza, ser obeso….). Se não houver nenhuma etiologia mais provável para a causa desses sintomas, pode ser feito o teste terapêutico. Começa a Levotiroxina e faz por 3 meses. Se paciente melhora, mantém. Se não melhora, suspende (a culpa aí não é da tireoide).
Mulher de 32 anos, apresenta quadro de náuseas, vômitos, dor abdominal e astenia há 4 semanas. Ao exame físico apresenta hipotensão ortostática, hiperpigmentação em região areolar, áreas de dobras cutâneas e gengival. Sem outras alterações ao exame do sistema cardiovascular, respiratório e palpação abdominal. Apresenta os seguintes exames laboratoriais: glicemia = 65 mg/dl; sódio = 138 mEq/L; potássio = 6,4 mEq/L; magnésio = 1,8 mg/dl; hemoglobina = 12,8 g/dl; leucócitos = 7.800/mm?; hormônio tiroestimulante = 1,35
Ul/ml. Na sequência da propedêutica laboratorial, espera-se encontrar:
A) Níveis séricos de cortisol baixo, de ACTH e renina aumentados.
B) Níveis séricos de cortisol e de renina baixos e de ACTH aumentado.
C) Níveis séricos de cortisol baixo, de renina aumentado e de ACTH normal.
D) Níveis séricos de cortisol, aldosterona e de ACTH baixos.
A)
diante de uma mulher com dor abdominal, hipotensão ortostática, hiperpigmentação, hipercalemia e glicemia de 65 mg/dl. Bom, o quadro clínico e as próprias alternativas indicam o diagnóstico mais provável: insuficiência adrenal! Como não há relato de uso de corticoides exógenos, a hipótese principal é de doença de Addison (insuficiência adrenal primária). Nessa condição, toda a glândula pode ser afetada, inclusive a zona glomerulosa, responsável pela produção de aldosterona. Agora, vamos ver o que acontece com os exames citados nas opções…
Como a glândula foi “atacada”, a secreção de cortisol fica comprometida. Com isso, a hipófise passa a liberar mais ACTH, no intuito de estimular a adrenal a retomar a produção de glicocorticoides (o que não ocorre, já que a suprarrenal é “destruída”). Pelo fato de a secreção de aldosterona também ficar prejudicada, a renina, seu principal estimulante, aumenta.
Resposta: letra A.
Qual a principal causa de tireotoxicose?
hipertireoidismo
Qual a principal causa de hipertireoidismo em mulher jovem com bócio difuso indolor ?
Doença de Graves
Qual a alteração ocular específica Da Doença de Graves?
A oftalmopatia de graves é a PROPTOSE OCULAR: a presença do TRAB (anticorpo antirreceptor de TSH) na região ocular retrô-orbitaria estimula fibroblastos que se proliferam e depositam tecido colágeno dentro da cavidade ocular e isso empurra globo ocular pra frente
Uma mulher de 46 anos de idade foi ao ambulatório da endocrinologia após a realização de tireoidectomia total por carcinoma medular de tireoide há trinta dias. Relata que perdeu as receitas das medicações que deveria tomar, porém segue tomando levotiroxina na dose adequada. Queixa-se de constipação importante, evacuando a cada cinco dias, mediante o uso de medicações laxativas, e de câimbras difusas. Seus familiares relatam que ela está muito irritada. Considerando o principal diagnóstico nessa situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta a alteração eletrocardiográfica mais provável de ser encontrada na paciente.
A) Alargamento do intervalo QT.
B) Fibrilação atrial.
C) Flutter atrial.
D) Encurtamento do intervalo OT.
E) Bloqueio atrioventricular.
A)
Questão clássica. Aqui, o raciocínio principal é fazer a ponte entre a cirurgia a que a paciente foi submetida há um mês e os sintomas atuais… Qualquer manipulação cirúrgica de tireoide, pela proximidade anatômica, traz risco de lesão das paratireoides. A disfunção dessas últimas pode ser transitória - geralmente assintomática - ou permanente, devido à remoção acidental de uma ou mais glândulas. Neste caso, certamente houve lesão às paratireoides… Ué, mas cadê as manifestações clássicas - e graves - de hipocalcemia, como tetania, laringoespasmo e convulsões, acompanhadas pelos sinais de Chvostek e Trousseau? Entenda: quando a hipocalcemia é leve, as manifestações podem ser arrastadas, exatamente como as descritas - constipação, cãibra, parestesias… Se a hipocalcemia persiste cronicamente, podem até aparecer outras queixas, como alterações dentárias, catarata, calcificação dos gânglios da base e distúrbios extrapiramidais. Ao eletrocardiograma, a manifestação clássica da hipocalcemia é o alargamento do intervalo QT (guarde isso: o QT é inversamente proporcional ao cálcio sérico).
Quando da pesquisa diagnóstica do hiperparatireoidismo primário, o exame que consensualmente apresenta o melhor resultado para confirmação é localização é?
CINTILOGRAFIA COM SESTAMIBI SPECT
O melhor exame para localização não invasiva das paratireoides é a cintilografia com Tc-99m sestamibi. Tal exame, além de possuir elevada acurácia para localização das glândulas, também consegue identificar eventuais glândulas ectópicas. Ultrassonografia, RM e TC podem nos auxiliar, mas como a questão pede o exame com maior acurácia, não temos como “fugir” da cintilografia.