Fraturas de Maxila Flashcards
Quais são as principais características das fraturas de maxila?
- Causadas por traumas de ALTA energia
- Via aérea pode estar comprometida
- TCE/TRM associado
- Frequentemente são cominutivas
- Envolvimento orbitário e sinusal
Quais são os pilares ósseos da maxila?
- Pilar medial: nasomaxilar**
- Pilar lateral: zigomático-maxilar**
- Pilar posterior: ptérigo-maxilar
** Figura à direita demonstra a quantidade de energia necessária para fraturar cada osso.
Observa-se que para fraturar a maxila necessita 2x a quantidade necessária para o osso zigomático e 3x o osso nasal.
Como o segmento maxilar normalmente apresenta-se após um trauma com fratura?
- O segmento maxilar normalmente está desviado para trás e inferiormente, resultando em:
—> Oclusão classe III
—> Mordida aberta
Quais são os principais sinais e sintomas de fraturas da maxila?
- Epistaxe
- Equimose periorbital, subconjuntival e/ou escleral
- Edema facial
- Hematoma subcutâneo
- Hematomas na mucosa bucal e/ou palatal
- Observa-se aumento no comprimento da região média da face.
Como avaliar pelo exame físico uma fratura de maxila?
- A manipulação da maxila pode confirmar o movimento de todo terço médio da face, segurando a cabeça firmemente com uma mão e movendo a maxila com a outra mão.
- Má oclusão dental quando não explicada por alteração mandibular (mandíbula intacta)
- Pode apresentar fístula liquórica: rinorreia hialina.
—> Testo do halo duplo positivo*.
Quais são sinais e sintomas de uma fratura da maxila?
- Blefarohematoma
- Aplainamento/retrusão do 1/3 médio facial
—> “Dish face” - Hemorragia subconjuntival
- Parestesia do nervo infra-orbitário
*** MÁ OCLUSÃO classe III - Mobilidade da maxila
- Diastema traumático
- Rinorragia/epistaxe
- Fístula liquórica (Le Fort III)
Exemplo de “Dish Face”
- A retrusão do 1/3 médio fica com uma certa concavidade em relação à região periférica
Exemplo de blefarohematoma
- Sinal do Guaxinim
- Não é patognômonico para fratura de maxila, podendo ocorrer em fraturas nasoetmoidal, base de crânio…
- Pode haver ou não hemorragia subconjuntival
Exemplo de parestesia do nervo infra-orbitário
- Compressão ao nível do assoalho da órbita
- Normalmente em Le Fort I e Le Fort II, podendo haver no Le Fort III
- Anestesia/hipoestesia no lábio superior, asa do nariz e pálpebra inferior.
Exemplo de diastema traumático
- Má oclusão, sinal clínico mais comum
- Paciente parece que é prognata mas não o é
- Mandíbula está na posição normal, sua maxila é que está retraída
Qual alteração na TC é sugestiva de fratura maxilar?
- Opacidade bilateral do seio maxilar
Quais são os principais tipos de fratura de maxila?
- Fraturas de Le Fort
—> Le Fort I (Guerin)
—> Le Fort II (Piramidal)
—> Le Fort III (Disjunção craniofacial) - Fratura de Lannelongue
O que é a fratura Le Fort I (Guerin)?
- Fratura horizontal
- Corre no assoalho do nariz, acima das raízes dentárias.
- Disjunção da maxila desde a abertura piriforme até a região posterior na tuberosidade da maxila, na fissura pterigomaxilar (processo pterigoide), soltando-a do resto da face como se fosse uma prótese dentária.
Qual acesso cirúrgico utilizado na sua fixação?
- Acesso intra-oral (Caldwell Luc)
O que é a fratura Le Fort II (Piramidal)?
- Disjunção piramidal
- Vem desde a junção nasofrontal, corre pelos rebordos infraorbitários e vai para região posterior da maxila.
Qual o acesso cirúrgico utilizado na sua fixação?
- Acesso intra-oral (Caldwell Luc)
+ - Acesso infra-orbitário
O que é a fratura Le Fort III (Disjunção craniofacial)?
- Disjunção craniofacial
- Existe a disjunção entre o esqueleto da face (1/3 médio) e o esqueleto do crânio (1/3 superior).
- Há ruptura das junções frontozigomáticas e nasofrontais
Qual o acesso cirúrgico utilizado na sua fixação?
- Acesso coronal + Palpebral
O que é a fratura de Lannelongue?
- Disjunção mediana/paramediana da maxila com a separação/afastamento dentário (diastema) traumático.
- Laceração da mucosa palatal no sentido da lesão.
- Pode estar acompanhada com uma fratura Le Fort I (Guerin).
O que é a fratura de Whalters?
- Fratura em quatro fragmentos.
- Associação das fraturas mediana + transversa do palato, frequentemente na sutura maxilopalatar (próximo ao 1º e 2º pré molares).
O que é a fratura de Richet?
- Ocorre fratura mediana associada com um traço de fratura transversa baixa, tipo Le Fort I, unilateralmente.
Quando realizar tratamento conservador (redução fechada)?
- Não deslocada
- Gravemente cominutiva
- Fraturas associadas à perda importante de partes moles
- Maxila edêntula
- Em crianças com dentição em desenvolvimento
Quando realizar tratamento cirúrgico (redução aberta)?
- Deslocada
- Múltiplas fraturas de ossos na face
- Maxila edêntula porém com grande deslocamento
- Maxila edêntula em conjunto com mandíbula edêntula
- Atraso no tratamento
- Interposição de tecidos moles entre os segmentos deslocados entre si
- Condição sistêmica contraindicado BIM
Quanto tempo após o trauma deve-se abordar o paciente?
- Pode ser realizado nas primeiras horas ou 7-14 dias após, aguardando a redução do edema.
Quais são os princípios do tratamento cirúrgico?
- Aplicação do método de bloqueio intermaxilar
- Acesso aos pilares ósseos comprometidos
- Redução da fratura / BIM
- Aplicação de FIR nos pilares ósseos
- Abertura do bloqueio / checagem da oclusão.
Qual é o instrumento cirúrgico utilizado na mobilização da maxila?
- Fórceps de Rowe
Qual parafuso pode ser utilizado na mobilização da maxila em uma fratura Le Fort III?
- Parafuso de Carroll-Girard
Qual o acesso cirúrgico na fratura Le Fort I?
- Intraoral (Caldwell Luc)
- Incisão no sulco gengival-bucal
Características do tratamento cirúrgico da fratura Le Fort I:
- A colocação do paciente em fixação intermaxilar pode ser o suficiente no caso de uma fratura minimamente móvel, devendo ser mantido por 4-5 semanas.
- Entretanto, na maioria dos casos, a redução deve ser aberta e as fraturas reduzidas e estabilizadas com placas e parafusos nos pilares naso-maxilares e zigomático-maxilares.
- A irrigação do segmento maxilar submetido a osteotomia é realizado principalmente pela artéria palatina menor.
Qual o acesso cirúrgico na fratura Le Fort II?
- Incisão no sulco gengival-bucal (Caldwell Luc)
+ - Incisão palpebral subperiosteal (subciliar ou transconjuntival)
Características do tratamento cirúrgico da fratura Le Fort II:
- Redução aberta com placas e parafusos nos pilares zigomático-maxilares, naso-maxilares e nos rebordos orbitais inferiores.
Qual o acesso cirúrgico na fratura Le Fort III?
- Incisão coronal
+ - Incisão palpebral
Características do tratamento cirúrgico da fratura Le Fort III:
- Redução aberta combinando os procedimentos de redução de Le Fort I, Le Fort II e redução zigomática em uma única cirurgia.
Quais são complicações precoces da fratura de maxila?
- Hemorragia
- Edema
- Obstrução das vias aéreas
- Fístula liquórica
- Anosmia
- Amaurose
Quais são complicações tardias da fratura de maxila?
- Exposição dos meios de fixação
- Enoftalmo
- Alterações nas dimensões horizontais/verticais da face
- Diplopia
- Lesão de nervo infra-orbitário
- Má oclusão dental
- Lesões dentárias
RESUMO FRATURAS MAXILA
Em termos oncológicos, em quanto subtipos são divididos os defeitos da maxila?
- São 4 subtipos.
- A maxila deve ser encarada como se fosse uma cubo:
—> Teto: assoalho orbital
—> Parede medial: divide o seio maxilar com o nariz
—> Parede lateral: mucosa jugal
—> Assoalho: palato duro anterior e rebordo alveolar
—> Parede anterior: região acima dos dentes onde está o forame infraorbitário
—> Parede posterior: base do crânio
Qual o tipo I de defeitos de maxilectomia?
- Defeitos PARCIAL.
- São aqueles que envolvem uma ou duas paredes da maxila, mais comumente as paredes anterior e medial.
Qual o tipo II de defeitos de maxilectomia?
- Defeito SUBTOTAL.
- São aqueles que envolvem a ressecção das cinco menores paredes da maxila, INCLUINDO O PALATO, MAS DEIXANDO O ASSOALHO ORBITAL INTACTO.
—> IIa: preserva > 50% palato
—> IIb: preserva < 50% do palato
Qual o tipo III de defeitos de maxilectomia?
- Defeito TOTAL.
- Envolvem a ressecção das seis paredes da maxila.
—> IIIa: preserva globo ocular.
—> IIIb: remove globo ocular.
Qual o tipo IV de defeitos de maxilectomia?
- Envolvem a ressecção das cinco paredes SUPERIORES da maxila e geralmente INCLUEM A RESSECÇÃO DOS CONTEÚDOS ORBITAIS, deixando a dura-máter e o cérebro exposto; o PALATO geralmente é deixado INTACTO.
Quais são os objetivos da reconstrução do terço médio da face?
- Fechamento da ferida
- Restauração da barreira entre a cavidade nasossinusal e a fossa craniana anterior.
- Separação das cavidades oral e nasossinusal.
- Suporte do conteúdo orbital/manutenção da posição do globo ocular.
- Continência oral.
- Mastigação.
- Fala.
- Evitar ectrópio.
- Manutenção da via área patente.
- Aparência facial mais próximo da normalidade: simetria, cicatrizes e posição da pálpebra.
Observação: para tal, não é necessário reconstruir todas as paredes da maxila que foram dissecadas.