Finanças Comportamentais Flashcards
Um investidor que está considerando adquirir ações de uma empresa assiste a uma palestra em que o apresentador fornece apenas dados positivos sobre a companhia, enaltecendo o retorno acima de 20% ao ano, registrado nos últimos três anos. O investidor decide então por comprar a ação, mas, quando solicita que o corretor execute a ordem de compra, recebe um relatório afirmando que o retorno dessa ação ajustado ao risco nos últimos três anos foi bastante desfavorável. Isso faz com que o investidor desista de comprar a ação. Nesse caso, pode-se afirmar que esse investidor apresenta o viés comportamental conhecido por:
A aversão a perdas.
B framing.
C desconto hiperbólico.
D autoatribuição.
B
De acordo com a teoria de framing (ou enquadramento), a forma pela qual uma pergunta foi elaborada ou uma situação foi exposta pode influenciar a decisão. Nesse caso, os relatórios apresentaram situações diferentes sobre a mesma empresa, fazendo com que a decisão de adquirir tais papéis fosse influenciada. Inicialmente, retornos superiores a 20% ao ano foram considerados positivos; porém, quando ajustados ao risco, se mostraram desfavoráveis para o investidor. Já a autoatribuição pode ser verificada quando o investidor atribui a ele mesmo os créditos por eventos ocorridos no passado que tiveram resultados favoráveis, ainda que esse investidor tenha tido pouca ou nenhuma influência. Por sua vez, o desconto hiperbólico está associado a processos que envolvem recompensas rápidas e, por isso, tendem a ser preferíveis àqueles com benefícios superiores, mas com recebimentos mais lentos. Por fim, a aversão à perda refere-se à relutância do indivíduo em aceitar uma perda. Uma ação pode estar consideravelmente desvalorizada em relação ao seu preço de compra, mas o investidor a mantém, esperando que seu preço se recupere.
Um gestor diz ao seu assessor que gostaria de investir exclusivamente em empresas que tiveram altos lucros nos últimos três anos. A heurística que melhor caracteriza a atitude deste gestor é denominada:
A aversão à perda.
B excesso de confiança.
C representatividade.
D ancoragem.
C
A representatividade faz com que investidores vejam acontecimentos históricos específicos como representativos de desempenho futuro. Essa tendência leva os investidores a ver os altos lucros e bom desempenho históricos das ações como representativos de desempenho futuro.
Os efeitos comuns prováveis do viés de excesso de confiança incluem:
I. alta rotatividade na carteira.
II. diversificação baixa.
III. peso elevado de grandes empresas.
IV. subestimar o risco.
Está correto o que se afirma apenas em:
A I, II e IV.
B I e III.
C II e IV.
D I, II, III e IV
A
A afirmativa III está incorreta. O excesso de confiança dos investidores atribui muita convicção na informação e na sua capacidade de interpretá-la. Ele também faz com que os investidores reajam quando uma nova informação é liberada, o que pode levar à negociação excessiva (alta rotatividade). O excesso de confiança em sua capacidade de interpretar a informação também faz com que os investidores subestimem o risco. Como resultado, suas carteiras tendem a ser pouco diversificadas e contêm um risco elevado. A subestimação do risco é mais prevalente para as pequenas e novas empresas (e não as grandes empresas). Em resumo, o excesso de confiança faz com que o investidor negocie com frequência pequenas e novas ações, deixando a carteira pouco diversificada.
Roberto comprou ações de determinada empresa pelo preço de R$ 10,00 cada. Devido à crise econômica, o preço dessa ação caiu para R$ 7,00 (cada) e a perspectiva era de uma queda ainda maior. Ele se arrependeu de tê-las comprado e afirmou: “Vou vendê-las assim que o preço voltar para R$ 10,00. Zerarei o prejuízo”. Segundo a Teoria das Finanças Comportamentais, Roberto apresenta o viés comportamental denominado:
A otimismo.
B armadilha da confirmação.
C excesso de confiança.
D aversão à perda.
D
A aversão à perda é um viés emocional que leva os investidores a não quererem assumir uma perda ou prejuízo. Como consequência, eles se apegam e seguram ações perdedoras por muito tempo e vendem ações ganhadoras rapidamente, como Roberto. O otimismo ocorre quando o investidor espera que as ações subam muito, não que revertam uma perda, como consta na questão. O excesso de confiança leva os investidores a girar muito a carteira de ativos, não a segurar os ativos. A armadilha da confirmação é um erro cognitivo em que o investidor leva mais em consideração fatos que confirmam suas crenças e ignora fatos que as contestam. Não há indícios de que isso ocorreu nessa questão.
Um investidor, ao descontar no tempo o valor de algo a receber, o faz com uma taxa variável, dependendo do quão distante a espera se localiza no futuro. Esse comportamento é típico de investidores que apresentam o viés denominado:
A Representatividade.
B Status Quo.
C Ancoragem.
D Desconto Hiperbólico.
D
O Desconto Hiperbólico está relacionado com a predisposição humana para descontar um valor quando tem que adiar a satisfação. Algumas pessoas tendem a conferir um peso maior ao presente do que ao futuro. Em consequência, a percepção do valor de uma coisa pode decrescer do presente para o futuro. O Desconto Hiperbólico faz com que pessoas, levadas a escolher entre receber R$ 100 hoje ou R$ 110 amanhã, muitas preferem a 1ª opção. No entanto, entre receber R$ 100 daqui a um mês ou R$ 110 daqui a um mês e um dia, costumam escolher a 2ª.
Um investidor que compra ações que lucraram pouco nos últimos meses e que vende ações que lucraram muito apresenta o viés denominado:
A. disponibilidade.
B ancoragem.
C representatividade.
D teoria da perspectiva.
D
A Teoria de Perspectiva aborda a o comportamento do investidor que tende a não aceitar perdas. Ele reluta em se desfazer de posições perdedoras e liquida rapidamente as ganhadoras. Os outros vieses não estão claramente presentes na questão.
Carlos acredita que não precisa formar uma reserva de emergência ou ter um plano financeiro. Sua decisão se baseia na crença de que ele não sofrerá imprevistos ou dificuldades na sua vida financeira. O comportamento de Carlos está relacionado ao viés comportamental denominado:
A armadilha da confirmação.
B autocontrole.
C otimismo.
D ilusão de controle.
C
O viés do otimismo é a tendência a superestimar a probabilidade de eventos positivos e a subestimar o risco de ocorrerem eventos negativos. No caso de Carlos, ao subestimar os riscos ou não considerar imprevistos, ele pode, inadvertidamente, estar colocando a si mesmo e quem dele depende em situação de fragilidade financeira.
Todos os comportamentos abaixo são consistentes com o viés de Arrependimento:
I. A venda de ações perdedoras rapidamente.
II. A contratação de um corretor que oferece serviços completos.
III. Falta de diversificação da carteira.
Está correto o que se afirma apenas em:
A I e II.
B I.
C II e III.
D I, II e III.
C
Os investidores tentam evitar arrependimento por manter ações perdedoras esperando um aumento no valor das ações. Se as ações voltarem ao preço de compra original, podem ser vendidas sem arrependimento. O investidor também pode tentar evitar o arrependimento por se distanciar de suas decisões através da contratação de um corretor que oferece serviços completos. Para evitar a possibilidade de sentir arrependimento, os investidores tendem a manter investimentos confortáveis, como ações e títulos (ou seja, arrependimento pode levar a falta de variedade de investimentos).
Nas finanças comportamentais, o uso por parte do investidor do último preço de uma ação, que esteja mais vívido em sua memória, segue o princípio heurístico de:
A disponibilidade.
B ancoragem.
C track-record.
D representatividade.
A
Os indivíduos tendem a julgar como mais prováveis os acontecimentos que recordam melhor, por serem mais salientes ou mais recentes, do que acontecimentos de igual frequência, mas cujas instâncias não são tão facilmente recordadas: heurística da disponibilidade.
Dois investidores, que apresentam viés comportamental de aversão à perda, investiram em uma ação que subiu a R$ 100,00 e retrocedeu a R$ 75,00. Qual a reação mais provável de cada investidor após a ação retroceder a R$ 75,00, sendo que o investidor A comprou por R$ 50,00 e o investidor B comprou por R$ 100,00?
A Ambos os investidores compram mais uma ação.
B Ambos os investidores vendem a ação.
C O investidor A não vende a ação e o investidor B compra mais uma ação.
D O investidor A compra mais uma ação e o investidor B não vende a ação.
C
Investidores que exibem um viés comportamental de aversão à perda sentem menos prazer com um ganho do que dor com uma perda de mesmo valor. Como consequência, incorrem riscos ao manter ativos que se deterioram em qualidade e perderam valor, reação que seria a mais provável para o investidor A. Também tendem a aumentar suas posições quando ocorre um declínio inicial de valor, mesmo incorrendo risco adicional na esperança de recuperar o capital investido, reação esta que seria a mais esperada para o investidor B.
Um investidor está analisando a possibilidade de adquirir um Fundo Imobiliário no Brasil. Se ele optar por não investir, receoso de haver uma crise imobiliária no Brasil, a exemplo do ocorrido em 2008 nos Estados Unidos, estaria apresentando mais claramente a heurística denominada:
A ancoragem.
B disponibilidade.
C framing.
D aversão a perda.
B
Ao relutar por investir em um fundo imobiliário no Brasil, receoso de que algo ocorrido no passado pudesse vir a se repetir no futuro, o investidor apresenta mais claramente a Heurística da Disponibilidade em seu processo decisório. Essa Heurística colabora para acelerar o processo decisório, resumindo a decisão a uma associação de que o passado, mais fácil de ser lembrado, poderá se repetir no futuro.
Um gestor, ao demorar para investir em classes de ativos que iniciam uma tendência de valorização, após períodos de desvalorização, mais provavelmente apresenta o viés cognitivo denominado:
A Ancoragem.
B Incorreta
C Confirmação.
D Representatividade.
C
O viés mais evidente na situação descrita é a armadilha da confirmação, que ocorre quando o investidor procura dados para dar suporte à sua decisão, evitando conflito com aquilo que já tem em mente. Suas consequências podem ser percebidas, por exemplo, em investidores que consideram informações negativas, mas ignoram positivas, o que implica na demora de investir em classes de ativos que já reverteram uma tendência anterior de baixa e passaram a se valorizar.