febre tifoide e salmoneloses Flashcards

1
Q

Agente etiológico da febre tifóide

A

bactéria gram-negativa do genero salmonella e da familia enterobacteriacea. Antígeno O, no LPS, e antígeno H, no flagelo, determinam sorogrupo (A,B,C,D). Fagotipagem - determina sorotipo (salmonela typhi, enteritidis,paratyphi..)
Classificação das salmonelas segundo quadro clínico: incriminadas na febre entérica (typhi e paratyphi A,B ou C) e incriminadas nos quadros clássicos de gastroenterite bacteriana aguda (enteritidis, typhimurium). Sorogrupo possui sorotipos de quadro clínico oposto (sorogrupo D).

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2
Q

Epidemiologia e transmissão da febre tifoide.

A

Cosmopolita, problema em paises subdesenvolvidos. 3-4% são portadores crônicos assintomáticos. Eliminam bacilos nas fezes e tornam fonte de infecção (alimentos, aperto de mao). Maior fonte = fonte hidrica (relação com falta de saneameno básico). + no Norte e Nordeste

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3
Q

Patogênese da febre tifoide

A

Varias fases. Porta de entrada é a digestiva. Necessário inóculo de 10 a quinta. Hipo ou acloridria são mais suscetíveis! Chega ao íleo, adere as celulas M da placa de Peyer, internalizada por macrógados e linfocitos locais - proliferação. Atinge linfonodos mesentéricos satélites - 2ª proliferação, atinge circulação linfatica e sanguinea no interior de monócitos iniciando bacteremia. Dissemina pelos órgãos, e acesta no fígado, baço e medula óssea (mt macrófago).

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4
Q

Fale sobre as fases da febre tifoide.

A

A 1ª semana (fase bacterêmica) - febre progressiva + sintomas GI brandos (constipação) - hemocultura + e coprocultura -!! O bacilo vai se multiplicando nos macrofagos do sistema reticuloendotelial, a bacteremia persiste e a reação inflamatória começa a ganhar vulto na segunda semana e seu pico é na 3ª semana. Esta é a segunda fase da doença, a mais grave, fase hiper-reativa. Nota-se hepatoesplenomegalia e hemocultura + apenas em 50% dos casos. Dois aspectos desta fase: lesão tecidual local (focos inflamatórios - nódulos tíficos - que podem sofrer hiperplasia e necrose nos linfonodos e placas de Peyer, determinando dor abdominal na FID. Inflamação da parede intestinal pode levar a diarreia (frequente). Casos extremos - necrose na mucosa - úlceras e enterorragia ou perfuração intestinal. Repercussão sistêmica: macrófagos infectados liberam citoquinas - pior afebre e quadro encefalopático (cefaleia, bradipsiquismo, delirium, torpor, coma).

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5
Q

Quando suspeitar de febre tifoide

A

febre inexplicada há 1-2 semanas e historia epidemiologica compativel.

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6
Q

Sinais e sintomas da febre tifoide fase 1.

A

Dividido em 3 fases.
Fase 1 = febre e mal-estar. Febre insidiosa, no 3º dia já é alta, progressiva, contínua ou irregular. Sinal de faget em 20% = dissociação pulso-temperatura, febre sem taquicardia. Sintomas associados: cefalei, astenia, hiporexia, náuseas e vômitos, mialgia, tosse seca, dor de garganta, constipação intestinal.

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7
Q

Sinais e sintomas da febre tifoide fase 2.

A

Segunda e terceira semanas. febre alta sustentada, cefaleia contínua e prostração intensa. Alteração do estado de consciencia em 10-15% (bradipsiquismo, apatia, desorientação, delirium, torpor, coma (estado tifoso). Sinais de desidratação. Dor abdominal e diarreia. Dor na FID (confusão com apendicite aguda). Fezes de aspecto sopa de ervilha. Hepatomegalia (leve a moderado), esplenomegalia, exantema (roseola tifica - tronco e abdome), lingua saburrosa.

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8
Q

sinais e sintomas da febre tifoide fase 3

A

quarta semana. febre diminui, outros sintomas melhoram. sinais de desnutrição, atrofia muscular, queda de cabelo, sinais de imobilização.

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9
Q

Exames laboratoriais na febre tifoide

A

20% tem leucopenia (<5000). Pode ter leve anemia normocitica normocromica. Queda do hematocrito - enterorragia. Raro - plaquetopenia. Transaminases podem estar elevadas, reflete hepatite discreta.

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10
Q

Complicações da febre tifoide.

A

As que mais mataram gente: enterorragia e perfuração intestinal. Em poucos, a partir da terceira semana. Enterorragia 3-10%. Perfuração - mais grave 3% (dor na FID)

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11
Q

Recaídas da febre tifoide

A

ressurgimento de febre ou outros sintomas no periodo de convalescência. 3-20% dos pacientes. hemocultura é positiva de novo. Devido a permanência de focos replicativos de salmonela na vesícula biliar ou nos linfonodos mesentéricos. Fatores de risco para recaídas: tto de apenas 7-10 dias ao invés de 14 dias especialmente se for cloranfenicol.

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12
Q

Como é feito o diagnóstico de febre tifoide?

A

hemocultura, que tem positividade em 75-90% na primeira semana e declina ate 40-50%no final da terceira semana.
Mielocultura é o de maior sensibilidade, + em 90%, mantem + após primeira semana mesmo com uso de ATB.
Coprocultura - + maxima na terceira e quarta semana com 40-60%, sendo mais utilizada no controle de cura (portador cronico assintomatico)
Outros: cultura da biopsia da roseola tifica, urina e aspirado duodenal.

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13
Q

Exames sorológicos sao uteis para diagnosticar febre tifoide?

A

sao secundarios no diagnostico de febre tifoide. Mais comum é a reação de Widal. Dosa anti-O e anti-H, sugestivo = títulos > 1:100. Falso negativo 5-30% = reação cruzada com outras salmonelas.

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14
Q

Como é feito o tratamento padrão para febre tifoide?

A

monoterapia antibiótica. CLORANFENICOL VO, 50mg/kg/dia, 4x por dia. Baixo custo, toxicidade medular, cepas resistentes ao cloranfenicol, aumento das taxas de recaídas. TIANFENICOL é alternativa, menos aplasia medular.

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15
Q

Quais outros tratamento podem ser feitos para a febre tifoide?

A

Aminopenincilinas (amoxicilia, ampicilina) e sulfametoxazol-trimetropim. Vantagem: melhor concentração nas vias biliares - reduz casos de portadores assintomaticos e recaídas.
Cepas resistentes: Fluoroquinolonas (ciprofloxacina, ofloxacina) ou cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxone, cefotaxime, cefixime, cefoperazona)

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16
Q

Quais as doses do cloranfenicol, amoxicilina e ciprofloxacina para febre tifoide?

A
cloranfenicol = 50mg/kg/dia VO, 4x por dia, até 15 dias após ultimo dia de febre
amoxicilina = 3g/dia, VO, 3x por dia, por 14 dias
Ciprofloxacina = 500mg/dose, VO, 2x por dia, 10 dias.
17
Q

O que deve ser feito no tto de pacientes com febre tifoide muito grave (choque e alteração do estado de consciência)?

A

adicionar corticosteróide (dexametazona) por 48h mais dose de ataque de 3mg/kg.

18
Q

Como tratar as recaídas e os portadores crônicos de febre tifoide?

A

recaida = aminopenincilina ou ciprofloxacina.

portador cronico = amoxicilina 6g/dia por 6 semanas ou ciprofloxacina 500mg VO 2x por dia por 4 semanas.

19
Q

O que deve ser feito para evitar a febre tifoide (profilaxia)?

A

MEDIDAS GERAIS (saneamento basico e vigilancia sanitária), IMUNIZAÇÃO (viagem para áreas endêmicas, recrutas/ vacina com bacteria viva atenuada ou vacina polissacaridica), EPIDEMIAS (procurar caso-índex e não vacinar pq dificulta diagnostico sorologico de casos suspeitos).

20
Q

Epidemiologia das salmoneloses não tifoides

A

Geralmente causadas por s. enteritiis, s. cholerasuis e s. typhimurium. Uma das principais causas de surtos de diarreia associada a alimentos. Associado a falta de saneamento, agua nao potavel, baixas condições de educação e desmame precoce.

21
Q

Quadro clínico das salmoneloses nao tifoides

A

pode ter colonizaçao assintomatica, gastroenterite, invasão da corrente sanguínea com foco metastatico.
Febre, colicas abdominais e diarreia que pode ter nauseas e vomitos. Autolimitada 2-7 dias.

22
Q

Complicações das salmonelas nao tifoides

A

Desidratação e distúrbio hidroeletrolítico. Bacteremia em RN lactentes jovens, imunodeficientes, anemia falciforme podem levar a septicemias, abscesso cerebral e osteomielite. Artrites reativas;

23
Q

DIagnóstico da salmonela nao tifoide

A

cultura positiva para salmonella em fezes, sangue, líquor ou outro material

24
Q

tratamento da salmonelose nao tifoide é atb em todos os casos?

A

nao, apenas para os pacientes com risco de disseminação: rn, lactentes com <3meses, HIV/AIDS, terapia imunossupressora, anemia falciforme, malaria e bartonelose, doença vascular do colageno, doença inflamatoria intestinal, acloridria ou uso de antiacido. RN - cefotaxima; Lactentes e crianças - ceftriaxona; adolescentes e adultos - quinolonas; Reposição de fluidos é vital, zinco