Farmacologia da dor Flashcards
Estímulos mecânicos, químicos e físicos ou outros mediadores liberam ácido araquidônico da membrana fosfolipídica através da
ação de fosfolipases celulares
*principalmente fosfolipases A2
Mediadores derivados do ácido araquidônico são sintetizados por duas classes principais de enzimas:
(2)
- ciclo-oxigenases (que geram as prostaglandinas)
-
lipoxigenases (que produzem os leucotrienos e
lipoxinas).
Em adição a seus efeitos locais, as prostaglandinas estão envolvidas na patogenia da
dor e febre na inflamação
Fosfolipídeos de membrana são transformados em ácido araquidônico pelas
Fosfolipases
Ácido Araquidônico é transformado em Prostaglandinas G2 (PGG2) pelas
Ciclo-Oxigenases
Prostaglandinas G2 (PGG2) > Prostaglandinas H2 (PGH2) dá origem
Prostaciclina (PGI2), Tromboxano A2 (TXA2), PGD2 e PGE2
Prostaciclina (PGA2) causa
vasodilatação e inibe agregação plaquetária
Tromboxano A2 causa
vasoconstrição e agregação plaquetária
PGD2 e PGE2 causa
Vasodilatação e permeabilidade vascular aumentada
Ácido araquidônico > 5-HPETE
(enzima relacionada)
5-lipoxigenase
5-HPETE origina
Lipoxinas A4 e B4
efeitos
inibem adesão e quimiotaxia dos neutrófilos
5-HETE efeito junto com o Leucotrieno B4
Quimiotaxia
Efeitos Leucotrienos C4, D4, E4
(3)
Vasoconstrição, broncoespamo, permeabilidade vascular aumentada
COX-1 é
constitutiva
sempre presente e ativa
COX-1
contribuições fisiológicas (5)
- citoproteção gástrica,
- homeostase vascular,
- agregação plaquetária
- função reprodutiva
- função renal
COX-1 inibida
efeitos (4)
- lesões às mucosas
- distúrbios da função renal
- alterações hemodinâmicas
- distúrbios da função uterina
COX-2 é
induzida pelos
processos inflamatórios e produz prostaglandinas
* constitutiva (cérebro, rins e ossos).
As prostaglandinas produzidas pelas COX-2 provocam
(3)
sensibilização de nociceptores, febre e estimulam inflamação por meio da vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular
Expressão de COX-2 é induzida por mediadores inflamatório como:
(2)
- TNF-alfa
- IL-1
* pode ser inibida por glicocorticoides
AINEs atuam inibindo as
ciclo-oxigenases
*redução da síntese de prostaglandinas efeitos desejáveis e indesejáveis
AINES
Ação anti-inflamatória (e provavelmente a maioria das ações analgésicas e antipiréticas) dos AINE esteja relacionada à inibição de
COX-2
AINES
efeitos indesejáveis – particularmente os que afetam o trato gastrintestinal – resultem sobretudo de sua inibição de
COX-1
AINES
ação inibitória seletiva sobre COX-2 estão hoje em uso clínico; no entanto, apesar de esses fármacos apresentarem menos efeitos gastrintestinais adversos
não estão nem perto de
serem tão bem tolerados como esperado.
A biossíntese de prostanoides está significativamente
aumentada nos tecidos inflamados.
principais prostanoides que medeiam a inflamação
(2)
prostaglandina E2 (PGE2) e a prostaciclina (PGI2)
^ fluxo sanguíneo, permeabilidade vascular e infiltração dos leucócitos
dor
Mediadores inflamatórios relacionados a maior sensibilização dos nociceptores
(7)
- bradicinina
- serotonina
- prostaglandina
- H+
- ATP
- neurotrofinas
- leucotrienos
dor
PGE2 e a PGI2
mecanismo para sensibilização periférica
reduzem o limiar
para a estimulação dos nociceptores
dor
Base mecânica para o componente periférico da atividade
analgésica dos AINE.
reversão da sensibilização periférica
manejo da dor
Escada Analgésica (OMS)
(3)
- primeiro degrau: dores leves (1 a 3)
- segundo degrau: dores moderadas (4 a 6)
- terceiro degrau: dores fortes (7 a 10)
manejo da dor
Primeiro degrau
recomendação
AINES ou analgésicos simples (paracetamol, dipirona)
manejo da dor
Segundo degrau
recomendação
opioides fracos (como codeína) associados ou não com AINES/Analgésicos simples
manejo da dor
Terceiro degrau
recomendação
opioides fortes (morfina)
dor
EFEITO TETO no controle da dor
analgésicos simples e os AINEs
doses maiores não controlam melhor a dor, só aumentam os efeitos adversos
*opioides não possuem efeito teto.
dor
ponto de vista químico e farmacológico, paracetamol e dipirona podem ser classificados como:
AINEs
do ponto de vista clínico, não
dor
acredita-se que tais analgésicos simples atuem inibindo uma enzima denominada
COX-3, por isso não têm os mesmos efeitos adversos dos AINEs e também não possuem efeito anti-inflamatório relevante
febre
infecção ou o resultado de lesão tecidual, inflamação, rejeição de enxerto ou neoplasia maligna intensificam a formação de
citocinas, como
(4)
- IL-1B
- IL-6
- TNF-Alfa
- Interferons
pirógenos endógenos
febre
A resposta de termorregulação é mediada pela indução coordenada da
COX-2 e PGE2
PGE2 mecanismo para estímulo do hipotálamo
atravessa a barreira hematencefálica e atua sobre receptores EP3 e, talvez, receptores EP1 em neurônios termossensíveis > estimula o hipotálamo a elevar a temperatura corporal
AINES
Efeito anti-inflamatório
diminuição das prostaglandinas vasodilatadoras (PGE2 e PGI2),
resultando em menor vasodilatação e menos edema.
AINES
Efeito Analgésico
diminuição das prostaglandinas (PGI2, PGE1 e PGE2), diminuindo a sensibilização das terminações nervosas nociceptivas a mediadores inflamatórios.
AINES
Efeito antipirético
diminuição da interleucina 1 (que também é uma prostaglandina), responsável pela elevação do ponto de ajuste hipotalâmico para o controle da temperatura.
AINES
Efeito antitrombótico:
diminuição do tromboxano (TXA2) nas plaquetas. → Ácido acetilsalicílico
ácido acetilsalicílico (AAS) pode ser considerado o
protótipo dos AINEs
dose dependente, efeito anti-inflamatório apenas em dosagens altas
AINES
Aspectos farmacológicos
(7)
- ácidos fracos
- boa biodisponibilidade via oral
- baixo metabolismo de primeira passagem
- alta ligação à albumina
- baixo volume de distribuição
- metabolizados no fígado
- meia-vida variável
AINES
de curta ação
< 6 hrs
- Ibuprofeno
- AAS
- Diclofenaco
- Cetoprofeno
- Indometacina
AINES
de longa ação
> 6 hrs
- Naproxeno
- Celocoxibe
- Meloxicam
- Nabumetome
- Piroxicam
AINES
eficácia AINES seletivos e não seletivos
similares
os inibidores seletivos da COX-2 parecem possuir
menos efeitos gastrointestinais quando comparados com os inibidores não seletivos
observou-se que o uso dos COX-2 seletivos
provoca menos alterações
gastrointestinais observáveis na endoscopia digestiva alta.
diminuam os eventos clínicos > sem evidência qualitativa
inibidores COX-2 efeitos adversos
significativos
*aumentam a chance de cardiopatia isquêmica de maneira dose-dependente.
resposta aos AINEs é definida como
melhora sintomática em até duas semanas
*trocar o fármaco por algum de outro grupo, caso objetivo não atingido
Devido aos eventos adversos associados é preferível usar os AINEs
na menor dosagem eficaz e pelo menor tempo possível.
Efeitos cardiovasculares - AINES
ocorrem especialmente com o uso de
AINEs seletivos para COX-2
Efeitos cardiovasculares - AINES
como as plaquetas expressam primariamente a COX-1, inibidores COX-2 não têm
propriedades antitrombóticas
Efeitos cardiovasculares - AINES
efeito pró-trombótico (inibidores COX-2)
resulta da (2)
- produção predominante de tromboxano A2 pela COX-1 (que não está inibida)
- inibição da formação de prostaciclina mediada pela COX-2 no endotélio
aumento a chance de cardiopatia isquêmica - dose dependente
Efeitos cardiovasculares - AINES
na realidade, os AINEs não seletivos também podem
causar efeitos cardiovasculares.
Efeitos cardiovasculares - AINES
AAS, em doses baixas, possui
maior seletividade pela COX-1
*inibe a produção de tromboxano A2
Efeitos cardiovasculares - AINES
naproxeno é um AINE que, segundo estudos,
não está relacionado a efeitos
cardiovasculares.
Efeitos cardiovasculares - AINES
risco absoluto de aumento da incidência de doença cardiovascular em pacientes sem doença prévia
parece ser pequeno
Efeitos gastrointestinais - AINES
as prostaglandinas atuam na
(2)
- proteção gástrica
- reparação do epitélio
Efeitos gastrointestinais - AINES
a inibição da síntese de prostaglandinas pelos AINEs resulta em
(5)
- redução da secreção epitelial de muco e bicarbonato,
- aumento da secreção ácida
- diminuição do fluxo sanguíneo,
- menor reparação da mucosa
- suscetibilidade a dano
Efeitos gastrointestinais - AINES
fármacos que inibem a COX-1 resultam em aumento do risco de
sangramento gastrointestinal e ulcerações
Efeitos gastrointestinais - AINES
Fármacos com maior seletividade relativa para a COX-1 podem ter maior risco de eventos gastrointestinal se comparados àqueles
com menor seletividade pela COX-1 (isto é, maior seletividade pela COX-2).
p/ evitar > AINES máx uma semana
Efeitos gastrointestinais - AINES
De acordo com estudos, AINES menos relacionado a efeitos gastrointestinais
Ibuprofeno
Efeitos gastrointestinais - AINES
Pacientes de alto risco:
(5)
- idade > 60 anos
- evento gastrointestinal prévio
- uso de glicocorticoides
- uso de anticoagulantes
- alta doses de AINES
Efeitos gastrointestinais - AINES
Caso seja necessária a utilização de AINEs em pacientes de alto risco (prevenção primária)
(4)
- usar AAS revestido
- tratar H. pylori, se presente
- usar AINEs seletivos para COX-2
- usar concomitantemente inibidores da bomba de prótons/antagonistas de histamina.
Efeitos gastrointestinais - AINES
Caso o paciente já tenha doença ulcerosa e precise fazer uso de AINEs, a prevenção secundária pode ser feita com uso
concomitantemente inibidores da bomba de prótons/antagonistas de histamina, erradicação de H. pylori ou uso de AINEs seletivos para COX-2.
Efeitos renais
AINEs previnem a síntese de PGE2 e PGI2, que são prostaglandinas responsáveis pela
manutenção do fluxo sanguíneo renal (promovendo a vasodilatação da arteríola aferente).
Efeitos renais
diminuição da síntese de prostaglandinas pode resultar em
(3)
- insuficiência renal aguda
- necrose da papila renal
- necrose intersticial aguda
Efeitos renais
AINES - praticamente proscritos em pacientes com
insuficiência renal crônica
*usados com muito cuidado em pacientes com TFG < 60 mL/min
Efeitos pulmonares:
os AINEs – principalmente o AAS – devem ser usados com cautela em pacientes com asma, pois teoriza-se que a inibição da síntese de prostaglandinas pode causar
desvio em direção à produção de leucotrienos, aumentando as manifestações da asma
Efeitos hematológicos
possíveis
(2)
- neutropenia
- disfunção plaquetária
Outros efeitos adversos importantes dos AINEs
(2)
- piora da PA em HAS
- distúrbios hidroeletrolíticos (hipercalemia e
hiponatremia).
Interações medicamentosas
Com outros medicamentos ligados a proteínas:
(2)
- fenitoína
- varfarina
Interações medicamentosas
AINEs aumentam os níveis de
metotrexato ao diminuir a depuração renal
Interações medicamentosas
AINES-IECA
antagonismo farmacodinâmico, diminuindo a efetividade desses fármacos.
Interações medicamentosas
AINES-Glicocorticoides
aumenta a chance de
doença ulcerosa péptica.
Interações medicamentosas
AINEs-Inibidores da recaptação de serotonina
aumenta a chance de
efeitos adversos gastrointestinais
Interações medicamentosas
AINEs-Anticoagulantes e antiplaquetários
aumenta a chance de
sangramento