ESPONDILITE ANQUILOSANTE Flashcards

1
Q

Quais os dois principais polos de acometimento das espondiloartrites e suas manifestações associadas?

A

Axial: coluna lombar e articulação sacroilíaca (dentro da pelve) → dor lombar inflamatória, rigidez matinal

Periférico: articulações (ex: joelhos) e entesites (ex: calcâneo, tendão de Aquiles) → dor e inchaço

Formas mistas também existem e são frequentes

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2
Q

Por que o termo “espondiloartrite” faz referência à coluna vertebral?

A

“Espondilo” refere-se à coluna, já que grande parte dos pacientes tem acometimento inflamatório da coluna, principalmente a lombar, de forma crônica e progressiva.

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3
Q

. Como diferenciar dor lombar mecânica de inflamatória nas espondiloartrites?

A

Mecânica: piora com esforço, melhora com repouso

Inflamatória (característica da espondiloartrite):

Piora com repouso (ex: à noite ou pela manhã)

Melhora com atividade física

Rigidez matinal > 30 minutos

Frequente em homens jovens

Sintomas recorrentes com resposta parcial a AINEs

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4
Q

Por que a presença de FR positivo não descarta Espondiloartrite?

A

Porque a doença é tipicamente soronegativa, mas FR positivo pode ocorrer em alguns casos sem excluir o diagnóstico. A interpretação deve ser contextual e clínica.

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5
Q

Qual é o perfil clínico clássico de paciente com Espondiloartrite, segundo o professor?

A

Homem jovem, com dor lombar crônica que não melhora com analgésico comum, mas responde muito bem a AINE, e relata que “só anti-inflamatório melhora a dor”. Isso indica ritmo inflamatório da dor — muitas vezes o próprio paciente entrega o diagnóstico na anamnese!

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6
Q

Como o fator genético HLA-B27 se relaciona com a Espondiloartrite?

A

Está fortemente associado a formas axiais, especialmente espondilite anquilosante

Presente em até 90% dos casos de EA

Não é diagnóstico isolado, mas sua presença aumenta a suspeita clínica

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7
Q

Por que a dor lombar deve ser avaliada com atenção em jovens?

A

Porque muitas vezes é atribuída a esforço físico ou causas mecânicas, mas quando é inflatória, progressiva, matinal e responsiva a AINE, pode ser o primeiro sinal de espondiloartrite axial — doença que precisa de diagnóstico precoce para evitar progressão.

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8
Q

Qual é a mensagem prática central da introdução da aula sobre Espondiloartrite?

A

Em homem jovem com dor lombar crônica que melhora com AINE, sempre considerar espondiloartrite axial, especialmente se a dor for pior de manhã e acompanhada de rigidez. O padrão inflamatório da dor é chave para suspeição clínica.

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9
Q

Qual é a principal doença protótipo da Espondiloartrite Axial?

A

Espondilite Anquilosante (EA) — afeta principalmente a coluna lombar e sacroilíaca e tem padrão inflamatório com imagem característica (ex: sindesmófitos, sacroileíte).

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10
Q

Por que o termo “anquilosante” está caindo em desuso?

A

Com o avanço da ressonância magnética, o diagnóstico pode ser feito antes da anquilose estrutural — ou seja, na fase inflamatória, permitindo diagnóstico precoce e tratamento antes da rigidez definitiva.

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11
Q

Qual é a Espondiloartrite protótipo da forma periférica?

A

Artrite Psoriásica (AP) — geralmente acomete articulações periféricas e enteses, e pode vir antes ou depois da psoríase cutânea.

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12
Q

O que é Artrite Reativa e qual seu desencadeador típico?

A

Tipo de espondiloartrite pós-infecciosa, associada a uretrite ou enterite prévia. Também chamada de Síndrome de Reiter. Exemplo clássico: após infecção geniturinária ou gastrointestinal.

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13
Q

O que é Artrite Enteropática?

A

Espondiloartrite associada a doenças inflamatórias intestinais como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Pode se manifestar com dor lombar ou periférica e entesite.

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14
Q

O que é a AIJ do tipo artrite com entesite e como ela se encaixa nas espondiloartrites?

A

É considerada a forma juvenil da espondiloartrite, com entesite e possível acometimento axial. Muito associada ao HLA-B27. Pode evoluir para EA.

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15
Q

. O que caracteriza a Espondiloartrite Indiferenciada?

A

Paciente apresenta componentes clínicos típicos, mas ainda não preenche critérios formais para uma das formas definidas.
Com o tempo, geralmente migra para alguma forma clássica, como EA, AP ou enteropática.

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16
Q

Como diferenciar clinicamente EA de Artrite Psoriásica?

A

EA: acometimento axial típico (coluna lombar e sacroilíaca), homem jovem, HLA-B27 positivo

AP: padrão periférico, psoríase cutânea ou ungueal, pode ser assimétrica, acomete articulações pequenas, como interfalangianas distais

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17
Q

Qual padrão de acometimento articular é típico das espondiloartrites?

A

Acometimento misto, envolvendo o esqueleto axial (coluna, sacroilíacas) e o periférico, com predomínio de:

Oligoartrite (até 4 articulações)

Assimétrica

Grandes articulações dos membros inferiores (joelhos, tornozelos, quadris)

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18
Q

O que são enteses e qual sua importância nas espondiloartrites?

A

Enteses são locais de inserção de tendões, ligamentos ou cápsulas articulares no osso. A inflamação dessas regiões (entesite) é uma das marcas registradas das espondiloartrites.

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19
Q

Quais estruturas formam as enteses e como elas funcionam?

A

São compostas por fibrocartilagem e tecido conjuntivo fibroso. Ligam tendões e ligamentos diretamente ao osso, sendo áreas de transição entre os tecidos.

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20
Q

Como se manifesta a entesite clinicamente?

A

Dor localizada, edema e hipersensibilidade em pontos de inserção ligamentar. Exemplo clássico: dor no tendão de Aquiles (retrocalcâneo) ou fáscia plantar (calcanhar).

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21
Q

Quais alterações ósseas podem ocorrer nas entesites crônicas?

A

Periostite (inflamação do periósteo)

Osteíte (inflamação do osso)

Entesófito: neoformação óssea no local da entese

Quando presentes na coluna, essas formações são chamadas de sindesmófitos

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22
Q

O que são sindesmófitos e onde ocorrem?

A

São entesófitos (neoformações ósseas) que ocorrem na coluna vertebral, entre os ligamentos e discos intervertebrais, e são característicos da espondilite anquilosante.

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23
Q

Por que os membros inferiores são mais acometidos na espondiloartrite periférica?

A

Devido à maior carga mecânica e densidade de enteses, locais como joelhos, tornozelos e calcanhares são frequentemente afetados.

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24
Q

O que diferencia a entesite das sinovites típicas da artrite reumatoide?

A

Na espondiloartrite, o processo inflamatório se concentra na transição entre tendão e osso, enquanto na AR, predomina a membrana sinovial intra-articular.

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25
Q

O que o resumo complementa sobre o acometimento entesítico?

A

O PDF reforça que entesites são critérios diagnósticos formais em várias classificações (ex: ASAS e CASPAR para AP) e que sua localização recorrente e bilateralidade ajudam na diferenciação clínica.

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26
Q

Por que as espondiloartrites são consideradas “soronegativas”?

A

Porque geralmente apresentam fator reumatoide (FR) negativo e ausência de nódulos reumatoides subcutâneos, diferenciando-as da Artrite Reumatoide (AR).

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27
Q

O que significa a associação entre HLA-B27 e Espondiloartrite?

A

É um marcador genético que aumenta o risco, especialmente para formas axiais (como a espondilite anquilosante), mas não é diagnóstico por si só.

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28
Q

Por que o HLA-B27 tem impacto populacional diferente?

A

Sua prevalência é muito maior em regiões como Europa (ex: Bélgica), onde há forte associação entre HLA-B27 e espondiloartrite axial, aumentando a carga genética da população.

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28
Q

Qual a importância clínica do HLA-B27 positivo?

A

Aumenta a chance de EA axial, principalmente se houver quadro clínico compatível

Pode reforçar o diagnóstico quando associado a sacroileíte ou entesite

Sua positividade isolada não tem valor diagnóstico

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29
Q

. O que significa dizer que um paciente pode mudar de “forma” de espondiloartrite?

A

É comum que um paciente comece com uma forma axial pura (ex: EA), e com o tempo desenvolva psoríase, DII ou artrite periférica, permitindo reclassificação dentro do grupo das espondiloartrites.

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30
Q

Essa mudança de fenótipo representa uma nova doença?

A

Não. Trata-se de uma variação da expressão clínica de uma mesma entidade, ou seja, a espondiloartrite pode se manifestar de forma dinâmica e progressiva.

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31
Q

Como isso impacta o raciocínio diagnóstico e o seguimento?

A

O clínico deve ter vigilância longitudinal: o paciente pode evoluir e passar a preencher critérios de outra forma de espondiloartrite com o tempo — sendo importante reavaliar periodicamente os sinais e comorbidades associadas (como DII e psoríase).

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32
Q

Qual é o principal mecanismo imune envolvido na fisiopatologia das espondiloartrites?

A

Predomínio de ativação da imunidade inata, especialmente em enteses, com menor participação da imunidade adaptativa (linfócitos T e B), ao contrário da artrite reumatoide.

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33
Q

Quais fatores ambientais podem atuar como gatilhos na espondiloartrite?

A

Estresse mecânico sobre enteses (ex: atividade física intensa)

Disbiose intestinal, com alteração da microbiota e permeabilidade intestinal

Esses fatores atuam sobre indivíduos geneticamente predispostos (HLA-B27)

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34
Q

Qual o papel do HLA-B27 na fisiopatologia das espondiloartrites?

A

Contribui com cerca de 40% do risco genético. Sua presença facilita a apresentação de antígenos anormais e resposta inflamatória inata exagerada.

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35
Q

O HLA-B27 está relacionado apenas ao acometimento axial?

A

Não. Também está fortemente ligado ao acometimento sistêmico, como:

Uveíte anterior aguda (recorrente, dolorosa)

Entesites em múltiplos locais
Essas manifestações são mais prováveis em pacientes HLA-B27 positivos.

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36
Q

Um paciente HLA-B27 negativo pode desenvolver espondiloartrite?

A

Sim, porém as manifestações são geralmente menos típicas, e a frequência de uveíte e entesite é menor.

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37
Q

O que diferencia o mecanismo de inflamação nas espondiloartrites da AR?

A

Nas espondiloartrites, o foco está na entesite, com neoformação óssea (entesófito/sindesmófitos) e imunidade inata.
Na AR, predomina sinovite crônica, destruição óssea e imunidade adaptativa (autoimunidade clássica).

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38
Q

O que explica a variabilidade fenotípica nas espondiloartrites?

A

A interação entre fatores genéticos (como HLA-B27) e gatilhos ambientais (trauma, infecção, disbiose) determina a extensão da resposta inflamatória e os órgãos acometidos (olhos, intestino, articulações).

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39
Q

O que propõe a teoria do peptídeo artritogênico na espondiloartrite?

A

Que o dobramento anômalo do HLA-B27 resulta na formação de um peptídeo mal apresentado ao sistema imune, gerando resposta inflamatória contra tecidos próprios (autoimunidade “disfarçada”).

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40
Q

O que é a dimerização não canônica do HLA-B27 e seu impacto?

A

É uma divisão anormal da molécula do HLA-B27, que forma dímeros que ativam vias pró-inflamatórias, especialmente da imunidade inata.

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41
Q

O que ocorre com a resposta imune ao HLA-B27 mal dobrado?

A

Há acúmulo intracelular da proteína mal formada, que gera estresse no retículo endoplasmático, ativando resposta inflamatória crônica por citocinas e células do sistema imune.

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42
Q

Qual o papel da IL-23 na espondiloartrite e qual seu estímulo?

A

A IL-23 é liberada em contextos de disbiose intestinal e atua promovendo a diferenciação de linfócitos Th17, que produzem IL-17, citocina-chave na inflamação das EpA.

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43
Q

Quais citocinas são centrais na fisiopatologia da espondiloartrite?

A

IL-23, IL-17, IL-22, IL-1β

TNF-alfa

Participação de linfócitos Th17
Elas causam inflamação crônica, erosões e neoformação óssea.

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44
Q

Como essas vias imunológicas se relacionam com os achados clínicos?

A

IL-17 e TNF → entesite e sinovite

IL-22 → contribui para neoformação óssea, como entesófitos e sindesmófitos

IL-1β e IL-6 → amplificam inflamação e febre sistêmica

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45
Q

. Qual é o achado radiológico mais característico da espondilite anquilosante?

A

A anquilose da coluna, causada pela neoformação óssea contínua nas enteses, promovida por citocinas inflamatórias.

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46
Q

Como essa fisiopatologia justifica o uso de terapias biológicas?

A

O conhecimento das vias IL-23/IL-17 e TNF permitiu o desenvolvimento de terapias-alvo, como:

Anti-TNF (adalimumabe, infliximabe)

Anti-IL-17 (secuquinumabe)

Anti-IL-12/23 (ustecinumabe, usado na AP e enteropática)

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47
Q

O que é o complexo sinovioentesial e sua relevância nas espondiloartrites?

A

É a interface anatômica e funcional entre a entese (ponto de inserção do tendão/ligamento) e as estruturas sinoviais adjacentes (bursas, bainhas, cápsulas).
➡️ Essa área sofre estresse mecânico e é altamente suscetível à inflamação crônica nas EpA.

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48
Q

Por que o complexo sinovioentesial é predisposto à inflamação?

A

A entese é avascular e rígida → propensa a microtraumas

A sinóvia é vascularizada e reativa → facilita entrada de células inflamatórias
Essa junção favorece o desenvolvimento de entesite crônica e remodelação óssea.

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49
Q

Onde ocorrem os entesófitos e o que os desencadeia?

A

Formam-se em regiões da entese sujeitas a forças de tensão (ex: porção distal da entese calcânea), como resposta adaptativa à tração excessiva.
➡️ Representam neoformações ósseas reacionais.

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50
Q

Onde ocorrem erosões ósseas e qual o estímulo envolvido?

A

Ocorrem em áreas de compressão mecânica (ex: porção proximal do calcâneo), onde o estresse contínuo e a inflamação causam destruição óssea.
➡️ Erosão e entesófito são processos distintos, mas coexistem.

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51
Q

Qual o papel das proteínas morfogenéticas ósseas (BMP) na espondiloartrite?

A

As BMPs, da família TGF-beta, estimulam a diferenciação de células-tronco mesenquimais em osteoblastos, promovendo neoformação óssea (como anquilose e sindesmófitos).

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52
Q

Como a via Wnt contribui para a fisiopatologia da espondiloartrite?

A

Atua na regulação da osteogênese. Sua ativação promove proliferação óssea patológica, especialmente nas enteses e ligamentos da coluna.

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53
Q

Qual é a importância clínica da osteoproliferação nas EpA?

A

É responsável por achados radiográficos como anquilose, entesófitos e sindesmófitos — que causam rigidez progressiva e limitação funcional, especialmente na coluna.

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54
Q

. Como o estresse mecânico contribui para a fisiopatologia da espondiloartrite?

A

Atua como gatilho crônico, principalmente em locais de repetição de carga (como calcâneo, joelhos e coluna lombar), provocando microtraumas que levam à inflamação persistente e remodelação óssea.

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55
Q

O que é disbiose intestinal e como ela se relaciona com a espondiloartrite?

A

Disbiose é a perda do equilíbrio da microbiota intestinal, rompendo o comensalismo entre bactérias e o hospedeiro, e favorecendo respostas inflamatórias patológicas, inclusive extraintestinais (ex: articulações).

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56
Q

Qual o papel da disbiose na fisiopatologia das EpA?

A

Favorece a ativação da imunidade inata e liberação de IL-23, que estimula células Th17 → aumento de IL-17 e TNF, causando inflamação em enteses, articulações e coluna vertebral.

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57
Q

Existe correlação entre inflamação intestinal e atividade da espondiloartrite?

A

Sim. A inflamação intestinal, mesmo subclínica, está associada à gravidade da inflamação axial (coluna vertebral), podendo ter valor prognóstico em pacientes com EpA.

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58
Q

A inflamação intestinal é sempre sintomática nas EpA?

A

Não. Muitos pacientes têm inflamação intestinal assintomática, identificada apenas em exames de imagem ou histologia, o que sugere envolvimento sistêmico silencioso.

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59
Q

O transplante fecal tem efeito nas espondiloartrites?

A

Estudos iniciais mostram resposta positiva ao transplante de microbiota fecal, especialmente em subgrupos com disbiose documentada, mas ainda são necessários mais dados para recomendação ampla.

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60
Q

Qual o possível valor da avaliação da microbiota na prática clínica das EpA?

A

Pode se tornar um marcador prognóstico e um alvo terapêutico futuro, principalmente em pacientes com formas refratárias ou associadas à DII (doença inflamatória intestinal).

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61
Q

Qual é a definição de Espondilite Anquilosante (EA)?

A

É uma artrite inflamatória crônica do esqueleto axial, caracterizada por dor lombar de ritmo inflamatório e potencial para anquilose vertebral.

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62
Q

Qual o perfil epidemiológico clássico da EA?

A

Início em adultos jovens (< 40 anos)

Homens mais acometidos (3:1)

Maior prevalência em caucasianos

Forte associação com HLA-B27

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63
Q

. Como se caracteriza a dor lombar inflamatória na EA?

A

Intensa, localizada em região glútea (com dor alternante nas nádegas)

Geralmente unilateral ou intermitente, podendo tornar-se bilateral

Piora à noite e com repouso

Melhora com atividade física

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64
Q

Como diferenciar clinicamente dor inflamatória x dor mecânica?

A

Inflamatória (EA): piora com repouso, acorda à noite, melhora com movimento

Mecânica (ex: hérnia): piora com esforço, melhora com repouso, pode irradiar (ex: lombociatalgia)

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65
Q

A dor da EA costuma irradiar para membros inferiores?

A

Não. Irradiação com parestesia sugere diagnóstico diferencial como lombociatalgia (compressão do nervo ciático).

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66
Q

Qual é uma queixa típica do paciente com EA durante a noite?

A

“Deito para descansar à noite, piora muito a dor. Preciso ficar me mexendo na cama ou levantar para andar um pouco até conseguir voltar a deitar.”

➡️ Isso caracteriza rigidez matinal + dor noturna inflamatória.

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67
Q

Quais estruturas são afetadas inicialmente na EA?

A

Geralmente articulações sacroilíacas e coluna lombar, com progressão ascendente pela coluna vertebral.

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68
Q

Qual a etiologia da EA?

A

Desconhecida, mas envolve susceptibilidade genética (HLA-B27) e gatilhos ambientais, como disbiose e microtrauma em enteses.

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69
Q

. Qual o valor da descrição do paciente na anamnese da EA?

A

Altíssimo. A narrativa espontânea da dor inflamatória pode ser mais diagnóstica do que exames iniciais, especialmente na fase pré-radiográfica.

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70
Q

Qual é a duração típica da rigidez matinal na espondilite anquilosante?

A

Pode durar até 3 horas, especialmente nas fases mais ativas da doença.
➡️ A rigidez prolongada é um marcador clássico de atividade inflamatória.

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71
Q

. Qual é o comportamento da dor lombar da EA em relação à atividade e ao repouso?

A

Não melhora com repouso (ao contrário da dor mecânica)

Melhora com mobilização articular e exercício leve

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72
Q

Qual sintoma sistêmico frequentemente acompanha a EA?

A

Fadiga, associada à inflamação crônica, distúrbio do sono (dor noturna) e rigidez matinal.

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73
Q

. O que é a “postura de esquiador” na EA?

A

Padrão postural observado em fases tardias da EA, com:

Retificação da lordose lombar

Acentuação da cifose torácica

Retificação da lordose cervical com cabeça projetada para frente (sinal da flecha)
➡️ Representa perda da mobilidade e anquilose progressiva da coluna.

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74
Q

. Como a postura de esquiador afeta a qualidade de vida?

A

Dificuldade para dormir e relaxar

Necessidade de múltiplos travesseiros

Limitação funcional severa, perda de equilíbrio e dor postural crônica

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75
Q

Quais alterações estruturais da coluna levam à postura de esquiador?

A

A fusão progressiva das articulações intervertebrais por neoformação óssea (sindesmófitos), levando à anquilose e rigidez da coluna axial.

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76
Q

O que é o “sinal da flecha” e sua utilidade clínica?

A

É a projeção da cabeça para frente devido à cifose torácica acentuada e retificação cervical.
➡️ Usado na avaliação postural de pacientes com EA avançada.

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77
Q

. Quais os principais diagnósticos diferenciais para dor lombar na suspeita de EA?

A

Espondilite: inflamação medular

Espondilodiscite: infecção discal/vertebral (ex: TB, S. aureus)

Artrose facetária: causa mecânica comum na coluna (envelhecimento)

Artrite costoclavicular

Osteíte esternal (pode ter entesite associada)

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78
Q

Qual a importância clínica da espondilodiscite no diferencial?

A

É uma infecção da coluna, podendo simular dor inflamatória axial. Associada a febre, dor intensa localizada, e história de imunossupressão ou foco infeccioso prévio.

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79
Q

. Quando suspeitar de artrose facetária como causa de lombalgia?

A

Em pacientes idosos, com dor mecânica (piora com esforço, melhora com repouso), rigidez leve, e exames mostrando desgaste facetário.

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80
Q

Quais são os 6 critérios clássicos de dor lombar inflamatória?

A

(Para dor > 3 meses)

Idade < 40 anos

Início insidioso

Melhora com exercício físico

Não melhora com repouso

Piora à noite, melhora ao levantar

Rigidez matinal e sensação de “levantar duro, em bloco”

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81
Q

Como diferenciar dor inflamatória de dor crônica inespecífica?

A

Dor inflamatória tem padrão matinal, insidioso, melhora com atividade física.
Dor inespecífica costuma ser mecânica, intermitente, relacionada a postura/esforço.

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82
Q

Qual é a definição prática de “rigidez matinal” na EA?

A

Sensação de travamento da coluna ao acordar, com dificuldade para se mexer, descrita como “levantar duro, sem dobrar a coluna”.

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83
Q

Qual a principal aplicação clínica dos critérios de dor inflamatória?

A

Identificar precocemente pacientes com espondiloartrite axial, mesmo antes de alterações visíveis no RX, otimizando o uso de ressonância e tratamento precoce.

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84
Q

Quais são as principais complicações do envolvimento vertebral na EA?

A

Deformidades vertebrais (cifose acentuada)

Fraturas por fragilidade (coluna anquilosada é mais frágil!)

Síndrome da cauda equina (compressão neurológica grave, embora rara)

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85
Q

O que é a síndrome da cauda equina e como se manifesta na EA?

A

Compressão das raízes lombossacrais, levando a:

Dor lombar intensa

Incontinência urinária/fecal

Anestesia em “sela”

Urgência neurocirúrgica!

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86
Q

Qual o padrão de artrite periférica típico nas espondiloartrites?

A

Oligoartrite assimétrica, predominante em membros inferiores, especialmente em articulações grandes como joelhos e tornozelos.

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87
Q

O que é entesite e qual sua localização mais frequente?

A

Entesite é a inflamação do ponto de inserção de tendões ou ligamentos no osso.
Local mais comum: tendão de Aquiles e fáscia plantar.

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88
Q

Quais outras localizações comuns de entesite além do calcâneo?

A

Inserções costovertebrais e cost esternais

Sífise púbica

Cristas ilíacas

Inserções musculares profundas

➡️ Dor é provocada à palpação da entese.

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89
Q

Qual manifestação oftalmológica típica das espondiloartrites?

A

Uveíte anterior aguda (iridociclite):

Unilateral

Início súbito

Hiperemia intensa

Dor ocular, visão borrada, fotofobia e lacrimejamento

Duração: dias a semanas

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90
Q

Como diferenciar clinicamente a uveíte da conjuntivite?

A

A uveíte apresenta:

Dor profunda

Fotofobia

Visão borrada

Hiperemia perilímbica (em torno da íris)

Conjuntivite tem secreção purulenta, sem dor intensa ou fotofobia.

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91
Q

. Quais manifestações sistêmicas podem acompanhar as espondiloartrites?

A

Psoríase cutânea

Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite)

Uveíte anterior

Fadiga e inflamação subclínica em locais diversos

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92
Q

Qual a relação entre espondiloartrite e DII?

A

Pacientes com DII podem desenvolver espondiloartrite enteropática, com sintomas articulares, entesites e/ou sacroileíte — mesmo na ausência de queixas intestinais ativas.

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93
Q

. O que é acrostéolise e onde costuma ocorrer?

A

É a reabsorção do osso distal (falanges dos dedos), mais comum na artrite psoriásica, podendo gerar encurtamento e deformidade digital.

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94
Q

Como é a dor da entesite em exame físico?

A

É uma dor localizada e pontual à palpação do tendão, frequentemente sem sinais inflamatórios externos evidentes (como edema ou calor).

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95
Q

Por que entesite é um marcador importante nas EpA?

A

Ela é quase patognomônica do grupo das espondiloartrites, sendo critério diagnóstico formal (ex: ASAS, CASPAR) e diferencial de artrite reumatoide (que atinge principalmente sinovial articular).

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96
Q

Quais são as manifestações cardiovasculares raras da espondilite anquilosante?

A

Distúrbios de condução cardíaca: bloqueios de ramo ou atrioventricular (alterações no ECG)

Aortite por IgA (frequentemente acomete a aorta ascendente)

Pericardite e miocardite (menos comuns)

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97
Q

Por que a aortite por IgA pode confundir com a aortite sifilítica?

A

Porque ambas causam alargamento da aorta ascendente e sintomas como dispneia e dor torácica.
➡️ Diagnóstico diferencial importante em pacientes com história prévia de sífilis mal tratada.

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98
Q

. Como é feito o diagnóstico diferencial entre aortite sifilítica e aortite por EA?

A

Sífilis: VDRL positivo, história compatível

EA: paciente HLA-B27+, com artrite axial, geralmente jovem
➡️ Exames de imagem + sorologia ajudam na distinção.

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99
Q

Como a EA pode afetar a condução elétrica do coração?

A

A fibrose inflamatória do sistema de condução pode causar bloqueios atrioventriculares ou bloqueios de ramo, mesmo em pacientes jovens, sendo detectados em ECG.

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100
Q

Quais manifestações respiratórias podem ocorrer na EA?

A

Espessamento pleural

Apneia obstrutiva do sono

Fibrose pulmonar apical bilateral (rara, mas característica)

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101
Q

Qual padrão espirométrico pode ser observado na EA avançada?

A

Restritivo, por redução da expansibilidade torácica, especialmente quando há anquilose das articulações costovertebrais ou esternoclaviculares.

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102
Q

Por que a expansibilidade torácica pode estar diminuída na EA?

A

Devido à anquilose das articulações torácicas (costovertebrais e costoestrais), limitando a movimentação da caixa torácica e prejudicando a ventilação.

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103
Q

Quais exames podem detectar alterações respiratórias na EA?

A

Espirometria: padrão restritivo

TC de tórax: fibrose apical

Rx simples: alterações torácicas avançadas

Gasometria: nos casos mais graves

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104
Q

Qual é a lesão renal mais comum associada à EA?

A

Nefropatia induzida por AINEs (nefropatia intersticial crônica), devido ao uso prolongado para controle da dor e inflamação.

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105
Q

Qual glomerulopatia pode ocorrer na EA?

A

Nefropatia mesangial por IgA, frequentemente associada à EA, podendo cursar com hematúria ou síndrome nefrótica.
➡️ Diagnóstico: biópsia renal.

106
Q

. A EA aumenta o risco de nefrolitíase? Como?

A

Sim. A hipercalciúria, hiperfosfatúria e hiperoxalatúria podem levar à formação de cálculos renais.
➡️ Pode estar associada à desidratação e uso prolongado de AINEs.

107
Q

. O que é amiloidose tipo AA e como se relaciona com a EA?

A

É uma complicação rara da inflamação crônica persistente, com depósito de proteína amiloide nos rins → síndrome nefrótica e doença renal terminal.
➡️ Raríssima com tratamento adequado.

108
Q

. Qual manifestação prostática pode ocorrer na EA?

A

Prostatite asséptica, mais comum em homens com EA ou artrite reumatoide.
➡️ Pode gerar piúria estéril sem infecção comprovada.

109
Q

Qual complicação neurológica rara pode ocorrer na EA avançada?

A

Síndrome da cauda equina, por fratura vertebral, anquilose grave ou aracnoidite.

110
Q

Quais os sintomas da síndrome da cauda equina?

A

Dor em “sela”

Parestesias em nádegas, coxas e pernas

Déficits motores em MMII

Incontinência urinária/fecal
➡️ Urgência neurocirúrgica!

111
Q

Como a luxação atlantoaxial entra no diagnóstico diferencial?

A

Ela é mais comum na artrite reumatoide, mas pode ocorrer na EA por anquilose grave → compressão medular ou mielopatia.

112
Q

Como a biópsia renal auxilia no diagnóstico diferencial de nefropatias na EA?

A

Permite distinguir entre:

Nefropatia por AINE (túbulointersticial)

Nefropatia por IgA (mesangial)

Amiloidose AA (depósitos corados por vermelho do Congo)

113
Q

. Qual a sequência correta para exame físico na EA?

A

Avaliar esqueleto axial e periférico

Seguir a ordem: inspeção, palpação, testes específicos e manobras funcionais

114
Q

Como é feita a avaliação da rotação cervical com o goniômetro?

A

Paciente sentado, de costas para o examinador

Goniômetro posicionado com 0° na ponta do nariz

Solicita-se rotação máxima da cabeça (direita e esquerda)

115
Q

Qual é o valor normal da rotação cervical?

A

90 graus para cada lado.
→ Classificação da rotação pode ser feita em faixas:

0–30°

30–70°

70–90°

116
Q

O que significa quando o paciente só consegue rotacionar até 30°?

A

Comprometimento funcional significativo da coluna cervical, com redução importante da mobilidade — marcador de gravidade ou evolução da doença.

117
Q

A rotação cervical reduzida é suficiente para diagnóstico de EA?

A

Não isoladamente, mas é um forte indicativo de anquilose cervical avançada, sendo útil para monitoramento de progressão da doença e resposta ao tratamento.

118
Q

Quando a rotação cervical deve ser medida no acompanhamento?

A

Na primeira consulta

A cada 6 meses → Para avaliar eficácia do tratamento

119
Q

Por que avaliar o esqueleto axial é essencial na EA?

A

Porque a coluna vertebral (principalmente lombar e cervical) é o alvo primário da doença, e a perda progressiva da mobilidade é uma das complicações mais impactantes da EA.

120
Q

Como é feita a medida tragus-parede?

A

Paciente de costas, com calcanhares encostados na parede

Mede-se a distância do tragus da orelha até a parede
➡️ Avalia a retificação cervical e cifose torácica.

121
Q

. O que indica um aumento da medida tragus-parede?

A

Sugere perda da postura fisiológica, com projeção anterior da cabeça — achado típico da postura de esquiador na EA.

122
Q

Como se avalia a expansibilidade torácica na EA?

A

Com fita métrica na altura dos mamilos

Mede-se a circunferência torácica na inspiração máxima e expiração máxima

Repete-se 2 vezes e calcula-se a média

123
Q

Qual é o valor de referência da expansibilidade torácica?

A

Normal > 5 cm
➡️ Valor patológico: ≤ 3 cm, indicando anquilose costovertebral.

124
Q

Por que a EA reduz a expansibilidade torácica?

A

Devido à anquilose das articulações costovertebrais e esternocostais, o tórax perde sua mobilidade normal e não se expande adequadamente.

125
Q

. Como a espirometria reflete o comprometimento torácico da EA?

A

Mostra um padrão restritivo, podendo ser misto se houver componente pulmonar associado (ex: fibrose apical).

126
Q

Qual achado pulmonar pode ser típico na EA de longa evolução?

A

Fibrose pulmonar apical bilateral, visível em exames de imagem (Rx/TC), embora rara e associada a doença avançada.

127
Q

O que o teste de Schober avalia na espondilite anquilosante?

A

Avalia a flexibilidade da coluna lombar (mobilidade em flexão anterior).
➡️ Importante para detectar anquilose lombar precoce.

128
Q

Como é realizado o teste de Schober?

A

Marca-se um ponto sobre L5

Mede-se 10 cm acima e 5 cm abaixo com fita métrica

Paciente flexiona a coluna (tenta encostar as mãos nos pés)

Reavalia-se a distância entre os pontos: ganho ≥ 5 cm é normal

129
Q

O que significa um teste de Schober com ganho < 5 cm?

A

Indica redução da mobilidade lombar, sugerindo anquilose lombar típica da EA.

130
Q

. Para que serve o teste de Patrick-FABERE?

A

Ajuda a diferenciar sacroileíte (patologia sacroilíaca) de coxartrose (patologia do quadril).
→ Paciente em decúbito dorsal, perna em forma de “4”.

131
Q

. Como interpretar o resultado do teste de Patrick-FABERE?

A

Dor no lado oposto ao joelho dobrado: indica sacroileíte (teste positivo)

Dor no mesmo lado: pode indicar patologia do quadril (ex: coxartrose)

132
Q

O que significa FABERE?

A

Flexão, Abdução, Extensão, Rotação Externa do quadril — sequência de movimentos usada para provocar dor na articulação sacroilíaca.

133
Q

Para que serve o teste de Gaenslen?

A

Detecta sacroileíte por provocação mecânica.
→ Estressa a articulação sacroilíaca com hiperextensão passiva do quadril.

134
Q

Como se faz o teste de Gaenslen?

A

Paciente em decúbito dorsal

Um quadril é flexionado e o outro é hiperestendido para fora da maca

A dor na articulação ipsilateral ao membro hiperestendido indica teste positivo

135
Q

Qual a diferença entre Patrick-FABERE e Gaenslen na localização da dor?

A

FABERE: dor contralateral indica sacroileíte

Gaenslen: dor ipsilateral ao quadril em extensão sugere sacroileíte

136
Q

Para que serve o teste de flexão tóraco-lombar lateral?

A

Avalia a capacidade de flexão lateral da coluna, importante para mensurar mobilidade tóraco-lombar e detectar anquilose axial.

137
Q

Como o teste de flexão lateral do tronco é realizado?

A

Paciente em pé, braços ao longo do corpo

Marca-se com fita métrica onde o dedo médio encosta na perna (posição neutra)

Paciente faz flexão lateral máxima

Marca-se novamente onde o dedo alcança

Calcula-se a diferença entre as medidas

138
Q

. Qual interpretação é feita com base na diferença entre as marcas?

A

Quanto menor a diferença, maior a limitação funcional

Ex: se antes a medida era 26 cm e após lateralização foi 24 cm → diferença de 2 cm = ruim

139
Q

Há valores de referência exigidos para esse teste?

A

Não. Prova não cobra valor de referência — apenas se o teste está preservado, levemente, moderadamente ou gravemente alterado.

140
Q

Quais regiões da coluna são mais envolvidas nesse teste?

A

O teste mobiliza a coluna tóraco-lombar, sendo útil principalmente para avaliar rigidez nesses segmentos.

141
Q

Por que esse teste é relevante no acompanhamento da EA?

A

Porque ajuda a quantificar a perda funcional axial e monitorar a resposta ao tratamento ao longo do tempo.

142
Q

Os exames laboratoriais são específicos para EpA?

A

Não. Os achados são geralmente inespecíficos, mas úteis para avaliação de inflamação e exclusão de outras doenças.

143
Q

Quais alterações laboratoriais podem estar presentes nas espondiloartrites?

A

Anemia (normocítica, normocrômica ou hipocrômica)

Leucocitose leve

↑ VHS e PCR

↑ Fosfatase alcalina (FA) e IgA

144
Q

A ausência de elevação de VHS/PCR exclui atividade da doença?

A

Não. Níveis normais de VHS e PCR não excluem inflamação ativa ou gravidade da espondiloartrite.

145
Q

Quando a pesquisa de HLA-B27 é útil?

A

Em pacientes com suspeita clínica de EpA, especialmente com sintomas axiais.
→ Positividade sugere fortemente o diagnóstico, mas não é diagnóstica isoladamente.
→ Negativo não exclui EpA.

146
Q

Que outras sorologias devem ser solicitadas na investigação?

A

HIV, hepatites B e C, VDRL
➡️ Importantes para exclusão de mimetizadores e evitar imunossupressão em pacientes infectados.

147
Q

Por que avaliar função tireoidiana?

A

Hipotireoidismo e hipertireoidismo podem mimetizar dor musculoesquelética ou agravar deformidades ósseas

Hiperparatireoidismo pode gerar erosão óssea e dor vertebral

148
Q

Por que é essencial investigar comorbidades antes do tratamento?

A

Porque algumas comorbidades interferem na escolha terapêutica.
➡️ Exemplo: não usar AINEs em paciente com disfunção renal.
→ Controle de comorbidades é parte do tratamento da EpA.

149
Q

Qual o achado radiográfico típico das espondiloartrites?

A

A presença simultânea de:

Dano osteolítico (erosão/reabsorção óssea)

Dano osteoproliferativo (neoformação óssea)
→ Essa combinação é marcador típico das EpAs.

150
Q

. Que estruturas demonstram essas alterações ósseas nas EpAs?

A

Sindesmófitos: crescimento ósseo em ligamentos vertebrais

Anquilose articular: fusão progressiva das articulações sacroilíacas e intervertebrais

151
Q

Quais incidências radiográficas são indicadas para suspeita de EpA?

A

Coluna: AP e perfil

Sacroilíacas: AP oblíqua (Ferguson)
→ Aumenta a sensibilidade para alterações iniciais.

152
Q

O Rx é sempre suficiente para o diagnóstico de EpA?

A

Não. Alterações iniciais podem não estar visíveis no Rx → RM é mais sensível, especialmente para identificar edema ósseo (osteíte) e inflamação ativa.

153
Q

O que justifica iniciar a investigação por Rx antes da RM?

A

Acessibilidade, baixo custo e padronização diagnóstica

Rx pode diferenciar outras causas (ex: trauma, infecção, tumor)

154
Q

Toda sacroileíte visível na imagem significa EpA?

A

Não. Sacroileíte não é patognomônica. Pode estar presente em:

Infecções (ex: tuberculose, criptococose)

Trauma repetitivo (ex: esforço físico intenso)

Espondiloartropatias indiferenciadas

155
Q

. Qual a importância de sempre avaliar causas infecciosas de sacroileíte?

A

Porque o tratamento é completamente diferente e imunossupressão pode piorar infecção ativa (como no caso citado de criptococose).

156
Q

Qual lição clínica se tira do caso apresentado no slide?

A

Antes de rotular uma sacroileíte como EpA, excluir infecção e causas sistêmicas com exames laboratoriais e história clínica.
➡️ Um diagnóstico errado pode levar a imunossupressão perigosa em pacientes com doenças infecciosas não diagnosticadas.

157
Q

Qual é o exame padrão usado nos Critérios de Nova York (1984) para avaliação da sacroileíte?

A

Radiografia simples da articulação sacroilíaca, em projeção oblíqua (Ferguson).

158
Q

Quais são os 4 graus de sacroileíte segundo os Critérios de Nova York (1984)?

A

Grau 1: Suspeita, sem alteração definida

Grau 2: Alteração mínima (esclerose, irregularidades marginais)

Grau 3: Alteração moderada (esclerose bilateral, erosões, estreitamento)

Grau 4: Anquilose total (fusão óssea completa da articulação)

159
Q

Quais graus de sacroileíte confirmam diagnóstico de espondiloartrite axial segundo o Rx?

A

Grau 3 bilateral

Grau 4 unilateral ou bilateral

160
Q

Por que os graus 1 e 2 não são confiáveis isoladamente?

A

Porque são alterações muito sutis, com baixa sensibilidade e alta variabilidade interobservador.
→ Para dúvida diagnóstica, o ideal é fazer RM.

161
Q

. O que caracteriza a sacroileíte grau 3?

A

Esclerose bilateral, borramento das margens articulares, erosões, e estreitamento do espaço articular (pseudolargamento).

162
Q

O que caracteriza a sacroileíte grau 4?

A

Anquilose óssea completa: fusão articular visível sem linha articular preservada. “Osso com osso”.

163
Q

Qual é a principal diferença fisiopatológica entre artrite reumatoide e espondiloartrite axial no Rx?

A

AR: Predomínio de erosão

Espondiloartrite: Erosão + muita neoformação óssea (entessofitos e sindesmófitos)

164
Q

Quais vias imunológicas estão envolvidas na neoformação óssea da espondiloartrite?

A

Resposta Th17, com destaque para as interleucinas:
→ IL-17, IL-23, IL-22, IL-1

165
Q

Qual a melhor incidência para Rx de sacroilíacas? E de coluna?

A

Sacroilíacas: Obliqua (Ferguson)

Coluna: AP e perfil

166
Q

Como são, habitualmente, as alterações radiográficas da sacroileíte nas EpA?

A

São simétricas e progressivas, com perda de definição das margens articulares, esclerose subcondral, erosões, redução do espaço articular e anquilose.

167
Q

Quais os achados radiográficos típicos da sacroileíte?

A

Perda da nitidez dos contornos

Esclerose óssea subcondral

Erosões marginais

Estreitamento do espaço articular

Fusão parcial ou total das articulações (anquilose)

168
Q

O que são os “pseudolargamentos” na sacroileíte?

A

Alterações nas bordas articulares que geram falsa impressão de espaço aumentado, devido à erosão e irregularidade.

169
Q

Qual é o principal diagnóstico diferencial radiológico da sacroileíte nas EpAs?

A

Osteíte Condensante do Ílio, condição benigna e não inflamatória.

170
Q

. Como se diferencia a osteíte condensante do ílio da sacroileíte inflamatória?

A

Osteíte Condensante:
→ Esclerose triangular no lado ilíaco,
→ Base voltada para a articulação
→ Sacro preservado
→ Mais comum em mulheres

Sacroileíte EpA: erosões + esclerose + anquilose, geralmente bilateral e simétrica

171
Q

Qual o aspecto típico da osteíte condensante do ílio na radiografia?

A

Área triangular de esclerose densa no lado ilíaco da articulação sacroilíaca, parecendo “cera de vela”.

172
Q

Qual é a principal alteração óssea inicial da coluna lombar na EA?

A

Erosões nos ângulos superiores e inferiores dos corpos vertebrais, chamadas de lesões de Romanus.

172
Q

Qual população é mais acometida pela osteíte condensante do ílio?

A

Mulheres, especialmente multíparas, devido à sobrecarga biomecânica na pelve.

173
Q

O que são as lesões de Romanus?

A

Erosões nas bordas dos corpos vertebrais, principalmente nas bordas anteriores superior e inferior, causadas por inflamação nas inserções ligamentares.

174
Q

O que é o “shining corner” na ressonância magnética?

A

É a hipersinal na RM (realce por edema ósseo) nas bordas anteriores do corpo vertebral, representando fase aguda da inflamação nas lesões de Romanus.

175
Q

Qual é a sequência fisiopatológica após o shining corner?

A

Após inflamação, há fibrose e posterior ossificação das camadas externas do anel fibroso e dos ligamentos longitudinais, levando à formação dos sindesmófitos.

176
Q

O que são sindesmófitos?

A

Pontes ósseas finas e verticais entre os corpos vertebrais, resultantes da ossificação das fibras do anel fibroso (fibras de Sharpey) e ligamentos.

177
Q

Como é o padrão dos sindesmófitos na EA?

A

Distribuição simétrica e vertical, com formato fino e delicado — diferentemente de osteófitos da artrose, que são assimétricos e marginais.

178
Q

Qual o aspecto clássico da coluna lombar na EA avançada?

A

Coluna em bambu — fusão vertebral completa pela formação contínua de sindesmófitos, levando à rigidez total da coluna.

179
Q

Quais alterações ósseas da coluna lombar são típicas da Artrite Psoriásica (AP)?

A

A AP forma parasindesmófitos, que são pontes ósseas laterais, grosseiras, assimétricas e aleatórias, ao contrário dos sindesmófitos verticais e simétricos da EA.

180
Q

O que são parasindesmófitos e como diferem dos sindesmófitos?

A

Parasindesmófitos são formações ósseas laterais e irregulares vistas na AP; não seguem sequência anatômica. Sindesmófitos da EA são verticais, finos e simétricos.

181
Q

Como se comporta o acometimento sacroilíaco na EA versus AP?

A

EA compromete sacroilíacas simetricamente, enquanto a AP costuma ser unilateral e grosseira, favorecendo o lado direito ou esquerdo, mas não ambos igualmente.

182
Q

Como diferenciar dor lombar inflamatória de causas não inflamatórias em pacientes jovens?

A

Se < 45 anos e com sintoma na porção ínfero-posterior-anterior do ílio, pense em inflamatória (EA/AP). Local típico de inflamação sacroilíaca verdadeira.

183
Q

Qual é a importância da porção superior da sacroilíaca em exames de imagem?

A

Alterações nessa região sugerem diagnóstico diferencial como neoplasias, infecções ou lesões mecânicas. Ela não faz parte da articulação verdadeira, pois tem cartilagem hialina.

184
Q

Por que o acometimento na porção superior da sacroilíaca raramente indica espondiloartrite?

A

Porque essa região não possui sinóvia, sendo composta por cartilagem hialina. Lesões aí geralmente envolvem partes moles e sugerem outras causas.

185
Q

O que é o “trilho de bonde” na radiografia e qual sua causa?

A

É o aspecto radiográfico causado pela ossificação do ligamento interespinhoso, levando à anquilose dos processos espinhosos.

186
Q

Como a entesite do calcâneo pode se manifestar na imagem?

A

Com erosões ósseas e esporões, especialmente na junção da fáscia plantar ao subcalcâneo e do tendão do calcâneo ao retrocalcâneo.

187
Q

. Quais regiões do corpo apresentam entesopatias características na espondiloartrite?

A

Regiões como calcanhar (tendão de Aquiles e fáscia plantar), coluna (ligamentos interespinhosos), e coluna cervical (atlantoaxial).

188
Q

. A subluxação atlantoaxial pode ocorrer na espondiloartrite?

A

Sim, especialmente na coluna cervical, podendo simular acometimento visto na AR.

189
Q

Qual é a manifestação cervical mais comum em mulheres com espondiloartrite?

A

Acometimento atlantoaxial, apesar de ser menos típico, pode ser observado, principalmente em pacientes HLA-B27 positivas com PCR aumentada.

190
Q

Qual tratamento foi eficaz para uma paciente com espondiloartrite cervical que queria engravidar?

A

Uso de Pegol (Anti-TNF), após diagnóstico confirmado por positividade de HLA-B27, entesite e inflamação laboratorial.

191
Q

Quais os dois principais polos de acometimento nas espondiloartrites?

A

→ Esqueleto axial (coluna lombar e articulações sacroilíacas) e esqueleto periférico (articulações, calcâneo, aquileu).

192
Q

O que diferencia uma dor lombar inflamatória de uma dor mecânica?

A

→ A inflamatória piora com repouso, melhora com movimento, é mais intensa ao acordar e pode ter rigidez matinal >30 min.

193
Q

Quais são os principais subtipos de espondiloartrites?

A

→ Espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artrite reativa, artrite enteropática, AIJ com entesite e forma indiferenciada.

194
Q

Por que as espondiloartrites são chamadas de soronegativas?

A

→ Porque costumam cursar com fator reumatoide (FR) negativo e ausência de nódulos reumatoides.

194
Q

Qual marcador genético está mais associado às espondiloartrites e qual sua importância clínica?

A

→ HLA-B27; aumenta o risco, especialmente na forma axial, e está relacionado com uveíte e entesite.

195
Q

Qual tipo de imunidade está mais envolvida na fisiopatologia das espondiloartrites?

A

→ Imunidade inata, com destaque para a resposta Th17 e citocinas como IL-17, IL-23, IL-22 e TNF.

196
Q

Quais teorias explicam o papel do HLA-B27 na doença?

A

→ Teoria do peptídeo artritogênico, dimerização não canônica do HLA e resposta ao HLA-B27 mal dobrado.

197
Q

Qual a relação entre estresse mecânico e formação de entesófitos e erosões?

A

→ Entesófitos surgem em áreas de tensão (tração) e erosões em áreas de compressão, principalmente na entese calcânea.

198
Q

Como a disbiose intestinal pode impactar a gravidade da doença?

A

→ Leva à inflamação intestinal (mesmo subclínica), associando-se à maior gravidade da inflamação vertebral.

199
Q

Quais são os critérios clínicos para dor lombar inflamatória?

A

→ Idade < 40 anos, início insidioso, melhora com exercício, piora com repouso, dor noturna e rigidez matinal.

200
Q

O que é a “coluna em bambu” e qual estrutura está envolvida?

A

→ Aparece na EA por ossificação de ligamentos vertebrais (sindesmófitos), levando à anquilose.

201
Q

O que é a “postura de esquiador”?

A

→ Retificação lombar, cifose torácica e cervical com projeção anterior da cabeça, indica EA avançada.

202
Q

Como se manifesta a artrite periférica na espondiloartrite?

A

→ Oligoartrite assimétrica, predominando em MMII, muitas vezes acompanhada de entesite (principalmente em calcâneo).

203
Q

Quais as manifestações extra-articulares comuns?

A

→ Uveíte anterior aguda, psoríase e doença inflamatória intestinal.

204
Q

Quais as manifestações extra-articulares incomuns, porém importantes?

A

Aortite por IgA, distúrbios de condução cardíaca, fibrose pulmonar apical, nefropatia por IgA, amiloidose AA e síndrome da cauda equina.

205
Q

Quais são os testes físicos úteis para sacroileíte?

A

Testes de Schober, Patrick-FABERE, Gaenslen, medida Tragus-parede, expansibilidade torácica, flexão lateral do tronco.

206
Q

Qual o valor considerado anormal na medida de expansibilidade torácica?

A

Menor que 3 cm.

207
Q

Qual exame de imagem é mais sensível para detectar lesões precoces de sacroileíte?

A

Ressonância magnética (detecta edema ósseo, sinovite, entesite e capsulite).

208
Q

O que define sacroileíte ativa na RM?

A

Presença de edema ósseo subcondral (EMO) em dois cortes consecutivos ou em dois quadrantes diferentes.

209
Q

O que diferencia radiograficamente a espondiloartrite da osteíte condensante do ilíaco?

A

A osteíte é triangular, poupa o sacro e aparece mais em mulheres; espondiloartrite é simétrica e com erosões/entesófitos.

210
Q

Qual é a principal via imunológica envolvida nas espondiloartrites?

A

➡️ Imunidade inata, com ativação da via IL-23/Th17, liberação de IL-17, IL-22, TNF-α e formação de entesófitos.

211
Q

Qual é o papel do HLA-B27 na espondiloartrite?

A

➡️ Está associado ao risco de desenvolver a doença, especialmente na forma axial. Responde por até 40% da suscetibilidade genética.

212
Q

Quais são as teorias envolvendo o HLA-B27 na fisiopatologia?

A

➡️ Teoria do peptídeo artritogênico (dobramento errado), dimerização não canônica do HLA e resposta inflamatória ao HLA mal dobrado.

213
Q

. O que a disbiose intestinal pode causar nas espondiloartrites?

A

➡️ Perda da tolerância imune intestinal, inflamação subclínica e maior gravidade da inflamação vertebral.

214
Q

Quais os principais grupos afetados pela espondiloartrite axial?

A

➡️ Homens jovens (<40 anos), principalmente caucasianos, com dor lombar inflamatória e HLA-B27 positivo.

215
Q

Quais os 6 subtipos de espondiloartrite?

A

➡️ Espondilite anquilosante, Artrite Psoriásica, Artrite Reativa, Artrite Enteropática, AIJ com entesite e forma Indiferenciada.

216
Q

O paciente pode migrar de uma forma para outra?

A

➡️ Sim. Por exemplo, de quadro axial puro para psoriático ou DII com o tempo. É chamada de “extensão da expressão clínica”.

217
Q

Qual o padrão da dor lombar inflamatória típica?

A

➡️ Início < 40 anos, insidioso, piora com repouso, melhora com exercício, piora à noite e rigidez matinal >30min.

218
Q

Quais os achados clínicos na espondilite anquilosante avançada?

A

➡️ Postura de esquiador, coluna em “bambu”, rigidez axial, perda de mobilidade, necessidade de vários travesseiros para dormir.

219
Q

Quais são as manifestações periféricas comuns?

A

➡️ Oligoartrite assimétrica em MMII, entesites (calcâneo, crista ilíaca), dactilite e acrosteólise na AP.

220
Q

Qual a manifestação ocular mais comum nas espondiloartrites?

A

➡️ Uveíte anterior aguda, unilateral, com dor ocular, fotofobia, visão borrada e início súbito.

221
Q

Quais são as manifestações sistêmicas mais raras?

A

➡️ Aortite por IgA, distúrbios de condução, fibrose pulmonar apical, amiloidose AA, nefropatia por IgA e síndrome da cauda equina.

222
Q

Quais testes físicos são usados para avaliar acometimento axial?

A

Schober: <15 cm indica rigidez lombar.

Tragus-parede: mede flexão cervical.

Expansibilidade torácica <3 cm = alterada.

Patrick-FABERE e Gaenslen: testam sacroileíte.

Goniômetro cervical e flexão lateral: mobilidade.

223
Q

Como é o padrão laboratorial na espondiloartrite?

A

➡️ PCR/VHS elevados em fases ativas; HLA-B27 positivo; sorologias para exclusão de infecciosas; FR e FAN negativos.

224
Q

O que é mais importante na imagem da sacroileíte pela RM?

A

➡️

Edema ósseo (EMO): agudo.

Erosões.

Capsulite e entesite.

Pontes ósseas (anquilose).

RM detecta lesões até 7 anos antes do RX!

225
Q

Quais os achados radiográficos da sacroileíte (critério de Nova York)?

A

➡️

Grau 0: normal

Grau 1: suspeita

Grau 2: alterações mínimas

Grau 3: esclerose, erosões bilaterais (confirma)

Grau 4: anquilose completa

226
Q

Como diferenciar osteíte condensante do ilíaco?

A

➡️ Esclerose unilateral do ilíaco, sem alterações na articulação sacroilíaca. Mais comum em mulheres.

227
Q

Quais são os critérios de classificação de Espondiloartrite Axial segundo ASAS 2009?

A

Pacientes com dor lombar ≥3 meses e <45 anos:

Imagem positiva (Rx ou RM) + ≥1 característica de EpA
OU

HLA-B27 positivo + ≥2 características de EpA

228
Q

. Quais as características clínicas mais comuns usadas como critérios?

A

→ Dor lombar inflamatória, artrite, entesite (calcâneo), uveíte, dactilite, psoríase, DII, HLA-B27, resposta aos AINEs, história familiar, PCR elevada.

229
Q

Qual instrumento é usado no dia a dia para avaliação da atividade da espondiloartrite axial?

A

→ ASDAS (Ankylosing Spondylitis Disease Activity Score)

230
Q

Qual a diferença entre o uso do BASDAI e o do ASDAS?

A

BASDAI: usado em pesquisas ou controle a cada 6 meses.

ASDAS: usado em todas as consultas clínicas (mais prático e objetivo).

231
Q

Quais componentes formam o escore do ASDAS?

A

Dor no pescoço/coluna lombar/quadril

Dor ou edema articular periférica

Intensidade da rigidez matinal

Atividade global da doença (autoavaliação)

PCR ou VHS

232
Q

Qual mudança mínima no ASDAS indica melhora clínica significativa?

A

Redução de pelo menos 1,1 ponto em relação à última avaliação.

233
Q

Qual marcador inflamatório é usado preferencialmente no ASDAS?

A

PCR (mg/L), mas pode-se usar VHS (mm/hora) caso não haja PCR disponível.

234
Q

Qual manifestação cutânea está associada à Artrite Psoriásica?

A

→ Lesões eritematosas com escamas (psoríase), geralmente com acometimento axial e dactilite.

235
Q

Quais são as manifestações clássicas da Artrite Reativa (Síndrome de Reiter)?

A

→ Tríade:

Artrite

Uretrite ou enterite

Conjuntivite
Obs: pode ocorrer ceratodermia blenorrágica (lesão palmoplantar queratótica e descamativa).

236
Q

Qual achado intestinal está associado às Artrites Enteropáticas?

A

→ Aspecto em pedras de calçamento (Cobblestone) na colonoscopia, típico da Doença de Crohn.

237
Q

. O que é a Síndrome SAPHO e qual seu significado?

A

→ SAPHO = Sinovite, Acne, Pustulose e Hiperostose/Osteíte.
É uma síndrome rara com acometimento osteoarticular e cutâneo, podendo mimetizar espondiloartrite.

238
Q

Como diferenciar a artrite enteropática de outras espondiloartrites?

A

→ História de doença inflamatória intestinal crônica (Crohn ou retocolite ulcerativa) associada a artrite.

239
Q

Quando suspeitar de Artrite Reativa pós-infecção?

A

→ Quadro de artrite 4 a 6 semanas após infecção urogenital ou entérica, principalmente em pacientes HLA-B27 positivos.

240
Q

Qual é o principal objetivo do tratamento das espondiloartrites?

A

Melhorar dor, rigidez e fadiga; manter ou melhorar mobilidade e flexibilidade; prevenir dano estrutural e preservar a função.

241
Q

Qual é o papel dos AINEs no tratamento das espondiloartrites?

A

São a primeira linha de tratamento; usados por 30 a 90 dias, com avaliação de função renal e tolerância gastrointestinal.

242
Q

Quais são as principais estratégias de tratamento não farmacológico nas espondiloartrites?

A

Educação do paciente, atividade física, fisioterapia e terapia ocupacional, adaptadas a cada fase da doença.

243
Q

Quando a sulfassalazina é indicada nas espondiloartrites?

A

Apenas para pacientes com predomínio de acometimento periférico. Não é eficaz na forma axial no Brasil.

244
Q

. Em quais casos o metotrexato é recomendado nas espondiloartrites?

A

Somente para formas periféricas da doença, com dose de 15 a 25 mg/semana associada a ácido fólico.

245
Q

Quais são os medicamentos biológicos anti-TNF utilizados e quando são indicados?

A

Infliximabe, etanercepte e adalimumabe; indicados como primeira escolha, especialmente se não houver melhora após 3 meses de AINE.

246
Q

O que fazer se o paciente não responde a um anti-TNF após 3 meses?

A

Trocar por outro anti-TNF ou mudar para um biológico anti-IL17 (como secuquinumabe ou execequimumabe).

247
Q

Por que o anti-IL17 pode ser preferido em certos casos?

A

Porque não interfere com tuberculose latente, podendo ser usado sem risco aumentado de reativação.

248
Q

Qual o tratamento recomendado para uveíte anterior aguda associada à espondiloartrite?

A

Adalimumabe ou infliximabe; o etanercepte não é eficaz para uveíte.

249
Q

Qual deve ser o tempo de observação antes de considerar falha do tratamento com AINE nas espondiloartrites?

A

Aguardam-se de 30 a 90 dias. Se após esse período não houver resposta, considera-se falha terapêutica.

250
Q

Qual a conduta se a espondiloartrite axial não responder bem após 3 meses de AINE?

A

Indica-se iniciar medicação biológica, preferencialmente um anti-TNF.

251
Q

Por que é necessário rastreio infeccioso antes de iniciar biológicos nas espondiloartrites?

A

Para detectar tuberculose latente e hepatites B e C, com exames como RX ou TC de tórax, PPD ou IGRA e sorologias.

252
Q

Qual a frequência e dose da sulfassalazina recomendada?

A

Dose de 2 a 3 g/dia. Inicia-se com 1 comp de 8h/8h por 1 mês, depois ajusta para 1 comp de 8g de 12/12h.

253
Q

Quais os principais efeitos adversos da sulfassalazina?

A

Náuseas, diarreia e vômitos — efeitos colaterais gastrointestinais comuns.

254
Q

Qual a recomendação em caso de remissão sustentada com biológico anti-IL17?

A

Pode-se considerar retirada do biológico após mais de 2 anos de remissão sustentada.

255
Q

Qual é a primeira linha de tratamento para espondiloartrite e por quanto tempo deve ser utilizada?

A

AINEs por 30 a 90 dias. Se não houver resposta, reavaliar o diagnóstico antes de prosseguir.

256
Q

Qual a conduta na falha de AINE após 30 dias em espondiloartrite?

A

Interromper o AINE e utilizá-lo apenas sob demanda, iniciando a próxima linha terapêutica conforme o subtipo da doença.

257
Q

Qual a sequência terapêutica para esqueleto axial na espondiloartrite?

A

Inicia com sulfassalazina (SSZ); se falhar, passa para anti-TNF; se falhar novamente (após 3 meses), troca para outro anti-TNF; se ainda sem resposta, usa anti-IL-17.

258
Q

Qual a conduta em espondiloartrite com envolvimento axial + periférico?

A

Segue a mesma sequência do axial isolado: SSZ → anti-TNF → troca de anti-TNF → anti-IL-17.

259
Q

Como é a sequência terapêutica para espondiloartrite periférica?

A

Inicia com metotrexato (MTX); se falhar após 3 meses, vai para anti-TNF; se falhar, troca de anti-TNF; se ainda sem resposta, usa anti-IL-17.