ESPONDILITE ANQUILOSANTE Flashcards
Quais os dois principais polos de acometimento das espondiloartrites e suas manifestações associadas?
Axial: coluna lombar e articulação sacroilíaca (dentro da pelve) → dor lombar inflamatória, rigidez matinal
Periférico: articulações (ex: joelhos) e entesites (ex: calcâneo, tendão de Aquiles) → dor e inchaço
Formas mistas também existem e são frequentes
Por que o termo “espondiloartrite” faz referência à coluna vertebral?
“Espondilo” refere-se à coluna, já que grande parte dos pacientes tem acometimento inflamatório da coluna, principalmente a lombar, de forma crônica e progressiva.
. Como diferenciar dor lombar mecânica de inflamatória nas espondiloartrites?
Mecânica: piora com esforço, melhora com repouso
Inflamatória (característica da espondiloartrite):
Piora com repouso (ex: à noite ou pela manhã)
Melhora com atividade física
Rigidez matinal > 30 minutos
Frequente em homens jovens
Sintomas recorrentes com resposta parcial a AINEs
Por que a presença de FR positivo não descarta Espondiloartrite?
Porque a doença é tipicamente soronegativa, mas FR positivo pode ocorrer em alguns casos sem excluir o diagnóstico. A interpretação deve ser contextual e clínica.
Qual é o perfil clínico clássico de paciente com Espondiloartrite, segundo o professor?
Homem jovem, com dor lombar crônica que não melhora com analgésico comum, mas responde muito bem a AINE, e relata que “só anti-inflamatório melhora a dor”. Isso indica ritmo inflamatório da dor — muitas vezes o próprio paciente entrega o diagnóstico na anamnese!
Como o fator genético HLA-B27 se relaciona com a Espondiloartrite?
Está fortemente associado a formas axiais, especialmente espondilite anquilosante
Presente em até 90% dos casos de EA
Não é diagnóstico isolado, mas sua presença aumenta a suspeita clínica
Por que a dor lombar deve ser avaliada com atenção em jovens?
Porque muitas vezes é atribuída a esforço físico ou causas mecânicas, mas quando é inflatória, progressiva, matinal e responsiva a AINE, pode ser o primeiro sinal de espondiloartrite axial — doença que precisa de diagnóstico precoce para evitar progressão.
Qual é a mensagem prática central da introdução da aula sobre Espondiloartrite?
Em homem jovem com dor lombar crônica que melhora com AINE, sempre considerar espondiloartrite axial, especialmente se a dor for pior de manhã e acompanhada de rigidez. O padrão inflamatório da dor é chave para suspeição clínica.
Qual é a principal doença protótipo da Espondiloartrite Axial?
Espondilite Anquilosante (EA) — afeta principalmente a coluna lombar e sacroilíaca e tem padrão inflamatório com imagem característica (ex: sindesmófitos, sacroileíte).
Por que o termo “anquilosante” está caindo em desuso?
Com o avanço da ressonância magnética, o diagnóstico pode ser feito antes da anquilose estrutural — ou seja, na fase inflamatória, permitindo diagnóstico precoce e tratamento antes da rigidez definitiva.
Qual é a Espondiloartrite protótipo da forma periférica?
Artrite Psoriásica (AP) — geralmente acomete articulações periféricas e enteses, e pode vir antes ou depois da psoríase cutânea.
O que é Artrite Reativa e qual seu desencadeador típico?
Tipo de espondiloartrite pós-infecciosa, associada a uretrite ou enterite prévia. Também chamada de Síndrome de Reiter. Exemplo clássico: após infecção geniturinária ou gastrointestinal.
O que é Artrite Enteropática?
Espondiloartrite associada a doenças inflamatórias intestinais como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Pode se manifestar com dor lombar ou periférica e entesite.
O que é a AIJ do tipo artrite com entesite e como ela se encaixa nas espondiloartrites?
É considerada a forma juvenil da espondiloartrite, com entesite e possível acometimento axial. Muito associada ao HLA-B27. Pode evoluir para EA.
. O que caracteriza a Espondiloartrite Indiferenciada?
Paciente apresenta componentes clínicos típicos, mas ainda não preenche critérios formais para uma das formas definidas.
Com o tempo, geralmente migra para alguma forma clássica, como EA, AP ou enteropática.
Como diferenciar clinicamente EA de Artrite Psoriásica?
EA: acometimento axial típico (coluna lombar e sacroilíaca), homem jovem, HLA-B27 positivo
AP: padrão periférico, psoríase cutânea ou ungueal, pode ser assimétrica, acomete articulações pequenas, como interfalangianas distais
Qual padrão de acometimento articular é típico das espondiloartrites?
Acometimento misto, envolvendo o esqueleto axial (coluna, sacroilíacas) e o periférico, com predomínio de:
Oligoartrite (até 4 articulações)
Assimétrica
Grandes articulações dos membros inferiores (joelhos, tornozelos, quadris)
O que são enteses e qual sua importância nas espondiloartrites?
Enteses são locais de inserção de tendões, ligamentos ou cápsulas articulares no osso. A inflamação dessas regiões (entesite) é uma das marcas registradas das espondiloartrites.
Quais estruturas formam as enteses e como elas funcionam?
São compostas por fibrocartilagem e tecido conjuntivo fibroso. Ligam tendões e ligamentos diretamente ao osso, sendo áreas de transição entre os tecidos.
Como se manifesta a entesite clinicamente?
Dor localizada, edema e hipersensibilidade em pontos de inserção ligamentar. Exemplo clássico: dor no tendão de Aquiles (retrocalcâneo) ou fáscia plantar (calcanhar).
Quais alterações ósseas podem ocorrer nas entesites crônicas?
Periostite (inflamação do periósteo)
Osteíte (inflamação do osso)
Entesófito: neoformação óssea no local da entese
Quando presentes na coluna, essas formações são chamadas de sindesmófitos
O que são sindesmófitos e onde ocorrem?
São entesófitos (neoformações ósseas) que ocorrem na coluna vertebral, entre os ligamentos e discos intervertebrais, e são característicos da espondilite anquilosante.
Por que os membros inferiores são mais acometidos na espondiloartrite periférica?
Devido à maior carga mecânica e densidade de enteses, locais como joelhos, tornozelos e calcanhares são frequentemente afetados.
O que diferencia a entesite das sinovites típicas da artrite reumatoide?
Na espondiloartrite, o processo inflamatório se concentra na transição entre tendão e osso, enquanto na AR, predomina a membrana sinovial intra-articular.
O que o resumo complementa sobre o acometimento entesítico?
O PDF reforça que entesites são critérios diagnósticos formais em várias classificações (ex: ASAS e CASPAR para AP) e que sua localização recorrente e bilateralidade ajudam na diferenciação clínica.
Por que as espondiloartrites são consideradas “soronegativas”?
Porque geralmente apresentam fator reumatoide (FR) negativo e ausência de nódulos reumatoides subcutâneos, diferenciando-as da Artrite Reumatoide (AR).
O que significa a associação entre HLA-B27 e Espondiloartrite?
É um marcador genético que aumenta o risco, especialmente para formas axiais (como a espondilite anquilosante), mas não é diagnóstico por si só.
Por que o HLA-B27 tem impacto populacional diferente?
Sua prevalência é muito maior em regiões como Europa (ex: Bélgica), onde há forte associação entre HLA-B27 e espondiloartrite axial, aumentando a carga genética da população.
Qual a importância clínica do HLA-B27 positivo?
Aumenta a chance de EA axial, principalmente se houver quadro clínico compatível
Pode reforçar o diagnóstico quando associado a sacroileíte ou entesite
Sua positividade isolada não tem valor diagnóstico
. O que significa dizer que um paciente pode mudar de “forma” de espondiloartrite?
É comum que um paciente comece com uma forma axial pura (ex: EA), e com o tempo desenvolva psoríase, DII ou artrite periférica, permitindo reclassificação dentro do grupo das espondiloartrites.
Essa mudança de fenótipo representa uma nova doença?
Não. Trata-se de uma variação da expressão clínica de uma mesma entidade, ou seja, a espondiloartrite pode se manifestar de forma dinâmica e progressiva.
Como isso impacta o raciocínio diagnóstico e o seguimento?
O clínico deve ter vigilância longitudinal: o paciente pode evoluir e passar a preencher critérios de outra forma de espondiloartrite com o tempo — sendo importante reavaliar periodicamente os sinais e comorbidades associadas (como DII e psoríase).
Qual é o principal mecanismo imune envolvido na fisiopatologia das espondiloartrites?
Predomínio de ativação da imunidade inata, especialmente em enteses, com menor participação da imunidade adaptativa (linfócitos T e B), ao contrário da artrite reumatoide.
Quais fatores ambientais podem atuar como gatilhos na espondiloartrite?
Estresse mecânico sobre enteses (ex: atividade física intensa)
Disbiose intestinal, com alteração da microbiota e permeabilidade intestinal
Esses fatores atuam sobre indivíduos geneticamente predispostos (HLA-B27)
Qual o papel do HLA-B27 na fisiopatologia das espondiloartrites?
Contribui com cerca de 40% do risco genético. Sua presença facilita a apresentação de antígenos anormais e resposta inflamatória inata exagerada.
O HLA-B27 está relacionado apenas ao acometimento axial?
Não. Também está fortemente ligado ao acometimento sistêmico, como:
Uveíte anterior aguda (recorrente, dolorosa)
Entesites em múltiplos locais
Essas manifestações são mais prováveis em pacientes HLA-B27 positivos.
Um paciente HLA-B27 negativo pode desenvolver espondiloartrite?
Sim, porém as manifestações são geralmente menos típicas, e a frequência de uveíte e entesite é menor.
O que diferencia o mecanismo de inflamação nas espondiloartrites da AR?
Nas espondiloartrites, o foco está na entesite, com neoformação óssea (entesófito/sindesmófitos) e imunidade inata.
Na AR, predomina sinovite crônica, destruição óssea e imunidade adaptativa (autoimunidade clássica).
O que explica a variabilidade fenotípica nas espondiloartrites?
A interação entre fatores genéticos (como HLA-B27) e gatilhos ambientais (trauma, infecção, disbiose) determina a extensão da resposta inflamatória e os órgãos acometidos (olhos, intestino, articulações).
O que propõe a teoria do peptídeo artritogênico na espondiloartrite?
Que o dobramento anômalo do HLA-B27 resulta na formação de um peptídeo mal apresentado ao sistema imune, gerando resposta inflamatória contra tecidos próprios (autoimunidade “disfarçada”).
O que é a dimerização não canônica do HLA-B27 e seu impacto?
É uma divisão anormal da molécula do HLA-B27, que forma dímeros que ativam vias pró-inflamatórias, especialmente da imunidade inata.
O que ocorre com a resposta imune ao HLA-B27 mal dobrado?
Há acúmulo intracelular da proteína mal formada, que gera estresse no retículo endoplasmático, ativando resposta inflamatória crônica por citocinas e células do sistema imune.
Qual o papel da IL-23 na espondiloartrite e qual seu estímulo?
A IL-23 é liberada em contextos de disbiose intestinal e atua promovendo a diferenciação de linfócitos Th17, que produzem IL-17, citocina-chave na inflamação das EpA.
Quais citocinas são centrais na fisiopatologia da espondiloartrite?
IL-23, IL-17, IL-22, IL-1β
TNF-alfa
Participação de linfócitos Th17
Elas causam inflamação crônica, erosões e neoformação óssea.
Como essas vias imunológicas se relacionam com os achados clínicos?
IL-17 e TNF → entesite e sinovite
IL-22 → contribui para neoformação óssea, como entesófitos e sindesmófitos
IL-1β e IL-6 → amplificam inflamação e febre sistêmica
. Qual é o achado radiológico mais característico da espondilite anquilosante?
A anquilose da coluna, causada pela neoformação óssea contínua nas enteses, promovida por citocinas inflamatórias.
Como essa fisiopatologia justifica o uso de terapias biológicas?
O conhecimento das vias IL-23/IL-17 e TNF permitiu o desenvolvimento de terapias-alvo, como:
Anti-TNF (adalimumabe, infliximabe)
Anti-IL-17 (secuquinumabe)
Anti-IL-12/23 (ustecinumabe, usado na AP e enteropática)
O que é o complexo sinovioentesial e sua relevância nas espondiloartrites?
É a interface anatômica e funcional entre a entese (ponto de inserção do tendão/ligamento) e as estruturas sinoviais adjacentes (bursas, bainhas, cápsulas).
➡️ Essa área sofre estresse mecânico e é altamente suscetível à inflamação crônica nas EpA.
Por que o complexo sinovioentesial é predisposto à inflamação?
A entese é avascular e rígida → propensa a microtraumas
A sinóvia é vascularizada e reativa → facilita entrada de células inflamatórias
Essa junção favorece o desenvolvimento de entesite crônica e remodelação óssea.
Onde ocorrem os entesófitos e o que os desencadeia?
Formam-se em regiões da entese sujeitas a forças de tensão (ex: porção distal da entese calcânea), como resposta adaptativa à tração excessiva.
➡️ Representam neoformações ósseas reacionais.
Onde ocorrem erosões ósseas e qual o estímulo envolvido?
Ocorrem em áreas de compressão mecânica (ex: porção proximal do calcâneo), onde o estresse contínuo e a inflamação causam destruição óssea.
➡️ Erosão e entesófito são processos distintos, mas coexistem.
Qual o papel das proteínas morfogenéticas ósseas (BMP) na espondiloartrite?
As BMPs, da família TGF-beta, estimulam a diferenciação de células-tronco mesenquimais em osteoblastos, promovendo neoformação óssea (como anquilose e sindesmófitos).
Como a via Wnt contribui para a fisiopatologia da espondiloartrite?
Atua na regulação da osteogênese. Sua ativação promove proliferação óssea patológica, especialmente nas enteses e ligamentos da coluna.
Qual é a importância clínica da osteoproliferação nas EpA?
É responsável por achados radiográficos como anquilose, entesófitos e sindesmófitos — que causam rigidez progressiva e limitação funcional, especialmente na coluna.
. Como o estresse mecânico contribui para a fisiopatologia da espondiloartrite?
Atua como gatilho crônico, principalmente em locais de repetição de carga (como calcâneo, joelhos e coluna lombar), provocando microtraumas que levam à inflamação persistente e remodelação óssea.
O que é disbiose intestinal e como ela se relaciona com a espondiloartrite?
Disbiose é a perda do equilíbrio da microbiota intestinal, rompendo o comensalismo entre bactérias e o hospedeiro, e favorecendo respostas inflamatórias patológicas, inclusive extraintestinais (ex: articulações).
Qual o papel da disbiose na fisiopatologia das EpA?
Favorece a ativação da imunidade inata e liberação de IL-23, que estimula células Th17 → aumento de IL-17 e TNF, causando inflamação em enteses, articulações e coluna vertebral.
Existe correlação entre inflamação intestinal e atividade da espondiloartrite?
Sim. A inflamação intestinal, mesmo subclínica, está associada à gravidade da inflamação axial (coluna vertebral), podendo ter valor prognóstico em pacientes com EpA.
A inflamação intestinal é sempre sintomática nas EpA?
Não. Muitos pacientes têm inflamação intestinal assintomática, identificada apenas em exames de imagem ou histologia, o que sugere envolvimento sistêmico silencioso.
O transplante fecal tem efeito nas espondiloartrites?
Estudos iniciais mostram resposta positiva ao transplante de microbiota fecal, especialmente em subgrupos com disbiose documentada, mas ainda são necessários mais dados para recomendação ampla.
Qual o possível valor da avaliação da microbiota na prática clínica das EpA?
Pode se tornar um marcador prognóstico e um alvo terapêutico futuro, principalmente em pacientes com formas refratárias ou associadas à DII (doença inflamatória intestinal).
Qual é a definição de Espondilite Anquilosante (EA)?
É uma artrite inflamatória crônica do esqueleto axial, caracterizada por dor lombar de ritmo inflamatório e potencial para anquilose vertebral.
Qual o perfil epidemiológico clássico da EA?
Início em adultos jovens (< 40 anos)
Homens mais acometidos (3:1)
Maior prevalência em caucasianos
Forte associação com HLA-B27
. Como se caracteriza a dor lombar inflamatória na EA?
Intensa, localizada em região glútea (com dor alternante nas nádegas)
Geralmente unilateral ou intermitente, podendo tornar-se bilateral
Piora à noite e com repouso
Melhora com atividade física
Como diferenciar clinicamente dor inflamatória x dor mecânica?
Inflamatória (EA): piora com repouso, acorda à noite, melhora com movimento
Mecânica (ex: hérnia): piora com esforço, melhora com repouso, pode irradiar (ex: lombociatalgia)
A dor da EA costuma irradiar para membros inferiores?
Não. Irradiação com parestesia sugere diagnóstico diferencial como lombociatalgia (compressão do nervo ciático).
Qual é uma queixa típica do paciente com EA durante a noite?
“Deito para descansar à noite, piora muito a dor. Preciso ficar me mexendo na cama ou levantar para andar um pouco até conseguir voltar a deitar.”
➡️ Isso caracteriza rigidez matinal + dor noturna inflamatória.
Quais estruturas são afetadas inicialmente na EA?
Geralmente articulações sacroilíacas e coluna lombar, com progressão ascendente pela coluna vertebral.
Qual a etiologia da EA?
Desconhecida, mas envolve susceptibilidade genética (HLA-B27) e gatilhos ambientais, como disbiose e microtrauma em enteses.
. Qual o valor da descrição do paciente na anamnese da EA?
Altíssimo. A narrativa espontânea da dor inflamatória pode ser mais diagnóstica do que exames iniciais, especialmente na fase pré-radiográfica.
Qual é a duração típica da rigidez matinal na espondilite anquilosante?
Pode durar até 3 horas, especialmente nas fases mais ativas da doença.
➡️ A rigidez prolongada é um marcador clássico de atividade inflamatória.
. Qual é o comportamento da dor lombar da EA em relação à atividade e ao repouso?
Não melhora com repouso (ao contrário da dor mecânica)
Melhora com mobilização articular e exercício leve
Qual sintoma sistêmico frequentemente acompanha a EA?
Fadiga, associada à inflamação crônica, distúrbio do sono (dor noturna) e rigidez matinal.
. O que é a “postura de esquiador” na EA?
Padrão postural observado em fases tardias da EA, com:
Retificação da lordose lombar
Acentuação da cifose torácica
Retificação da lordose cervical com cabeça projetada para frente (sinal da flecha)
➡️ Representa perda da mobilidade e anquilose progressiva da coluna.
. Como a postura de esquiador afeta a qualidade de vida?
Dificuldade para dormir e relaxar
Necessidade de múltiplos travesseiros
Limitação funcional severa, perda de equilíbrio e dor postural crônica
Quais alterações estruturais da coluna levam à postura de esquiador?
A fusão progressiva das articulações intervertebrais por neoformação óssea (sindesmófitos), levando à anquilose e rigidez da coluna axial.
O que é o “sinal da flecha” e sua utilidade clínica?
É a projeção da cabeça para frente devido à cifose torácica acentuada e retificação cervical.
➡️ Usado na avaliação postural de pacientes com EA avançada.
. Quais os principais diagnósticos diferenciais para dor lombar na suspeita de EA?
Espondilite: inflamação medular
Espondilodiscite: infecção discal/vertebral (ex: TB, S. aureus)
Artrose facetária: causa mecânica comum na coluna (envelhecimento)
Artrite costoclavicular
Osteíte esternal (pode ter entesite associada)
Qual a importância clínica da espondilodiscite no diferencial?
É uma infecção da coluna, podendo simular dor inflamatória axial. Associada a febre, dor intensa localizada, e história de imunossupressão ou foco infeccioso prévio.
. Quando suspeitar de artrose facetária como causa de lombalgia?
Em pacientes idosos, com dor mecânica (piora com esforço, melhora com repouso), rigidez leve, e exames mostrando desgaste facetário.
Quais são os 6 critérios clássicos de dor lombar inflamatória?
(Para dor > 3 meses)
Idade < 40 anos
Início insidioso
Melhora com exercício físico
Não melhora com repouso
Piora à noite, melhora ao levantar
Rigidez matinal e sensação de “levantar duro, em bloco”
Como diferenciar dor inflamatória de dor crônica inespecífica?
Dor inflamatória tem padrão matinal, insidioso, melhora com atividade física.
Dor inespecífica costuma ser mecânica, intermitente, relacionada a postura/esforço.
Qual é a definição prática de “rigidez matinal” na EA?
Sensação de travamento da coluna ao acordar, com dificuldade para se mexer, descrita como “levantar duro, sem dobrar a coluna”.
Qual a principal aplicação clínica dos critérios de dor inflamatória?
Identificar precocemente pacientes com espondiloartrite axial, mesmo antes de alterações visíveis no RX, otimizando o uso de ressonância e tratamento precoce.
Quais são as principais complicações do envolvimento vertebral na EA?
Deformidades vertebrais (cifose acentuada)
Fraturas por fragilidade (coluna anquilosada é mais frágil!)
Síndrome da cauda equina (compressão neurológica grave, embora rara)
O que é a síndrome da cauda equina e como se manifesta na EA?
Compressão das raízes lombossacrais, levando a:
Dor lombar intensa
Incontinência urinária/fecal
Anestesia em “sela”
Urgência neurocirúrgica!
Qual o padrão de artrite periférica típico nas espondiloartrites?
Oligoartrite assimétrica, predominante em membros inferiores, especialmente em articulações grandes como joelhos e tornozelos.
O que é entesite e qual sua localização mais frequente?
Entesite é a inflamação do ponto de inserção de tendões ou ligamentos no osso.
Local mais comum: tendão de Aquiles e fáscia plantar.
Quais outras localizações comuns de entesite além do calcâneo?
Inserções costovertebrais e cost esternais
Sífise púbica
Cristas ilíacas
Inserções musculares profundas
➡️ Dor é provocada à palpação da entese.
Qual manifestação oftalmológica típica das espondiloartrites?
Uveíte anterior aguda (iridociclite):
Unilateral
Início súbito
Hiperemia intensa
Dor ocular, visão borrada, fotofobia e lacrimejamento
Duração: dias a semanas
Como diferenciar clinicamente a uveíte da conjuntivite?
A uveíte apresenta:
Dor profunda
Fotofobia
Visão borrada
Hiperemia perilímbica (em torno da íris)
Conjuntivite tem secreção purulenta, sem dor intensa ou fotofobia.
. Quais manifestações sistêmicas podem acompanhar as espondiloartrites?
Psoríase cutânea
Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite)
Uveíte anterior
Fadiga e inflamação subclínica em locais diversos
Qual a relação entre espondiloartrite e DII?
Pacientes com DII podem desenvolver espondiloartrite enteropática, com sintomas articulares, entesites e/ou sacroileíte — mesmo na ausência de queixas intestinais ativas.
. O que é acrostéolise e onde costuma ocorrer?
É a reabsorção do osso distal (falanges dos dedos), mais comum na artrite psoriásica, podendo gerar encurtamento e deformidade digital.
Como é a dor da entesite em exame físico?
É uma dor localizada e pontual à palpação do tendão, frequentemente sem sinais inflamatórios externos evidentes (como edema ou calor).
Por que entesite é um marcador importante nas EpA?
Ela é quase patognomônica do grupo das espondiloartrites, sendo critério diagnóstico formal (ex: ASAS, CASPAR) e diferencial de artrite reumatoide (que atinge principalmente sinovial articular).
Quais são as manifestações cardiovasculares raras da espondilite anquilosante?
Distúrbios de condução cardíaca: bloqueios de ramo ou atrioventricular (alterações no ECG)
Aortite por IgA (frequentemente acomete a aorta ascendente)
Pericardite e miocardite (menos comuns)
Por que a aortite por IgA pode confundir com a aortite sifilítica?
Porque ambas causam alargamento da aorta ascendente e sintomas como dispneia e dor torácica.
➡️ Diagnóstico diferencial importante em pacientes com história prévia de sífilis mal tratada.
. Como é feito o diagnóstico diferencial entre aortite sifilítica e aortite por EA?
Sífilis: VDRL positivo, história compatível
EA: paciente HLA-B27+, com artrite axial, geralmente jovem
➡️ Exames de imagem + sorologia ajudam na distinção.
Como a EA pode afetar a condução elétrica do coração?
A fibrose inflamatória do sistema de condução pode causar bloqueios atrioventriculares ou bloqueios de ramo, mesmo em pacientes jovens, sendo detectados em ECG.
Quais manifestações respiratórias podem ocorrer na EA?
Espessamento pleural
Apneia obstrutiva do sono
Fibrose pulmonar apical bilateral (rara, mas característica)
Qual padrão espirométrico pode ser observado na EA avançada?
Restritivo, por redução da expansibilidade torácica, especialmente quando há anquilose das articulações costovertebrais ou esternoclaviculares.
Por que a expansibilidade torácica pode estar diminuída na EA?
Devido à anquilose das articulações torácicas (costovertebrais e costoestrais), limitando a movimentação da caixa torácica e prejudicando a ventilação.
Quais exames podem detectar alterações respiratórias na EA?
Espirometria: padrão restritivo
TC de tórax: fibrose apical
Rx simples: alterações torácicas avançadas
Gasometria: nos casos mais graves
Qual é a lesão renal mais comum associada à EA?
Nefropatia induzida por AINEs (nefropatia intersticial crônica), devido ao uso prolongado para controle da dor e inflamação.
Qual glomerulopatia pode ocorrer na EA?
Nefropatia mesangial por IgA, frequentemente associada à EA, podendo cursar com hematúria ou síndrome nefrótica.
➡️ Diagnóstico: biópsia renal.
. A EA aumenta o risco de nefrolitíase? Como?
Sim. A hipercalciúria, hiperfosfatúria e hiperoxalatúria podem levar à formação de cálculos renais.
➡️ Pode estar associada à desidratação e uso prolongado de AINEs.
. O que é amiloidose tipo AA e como se relaciona com a EA?
É uma complicação rara da inflamação crônica persistente, com depósito de proteína amiloide nos rins → síndrome nefrótica e doença renal terminal.
➡️ Raríssima com tratamento adequado.
. Qual manifestação prostática pode ocorrer na EA?
Prostatite asséptica, mais comum em homens com EA ou artrite reumatoide.
➡️ Pode gerar piúria estéril sem infecção comprovada.
Qual complicação neurológica rara pode ocorrer na EA avançada?
Síndrome da cauda equina, por fratura vertebral, anquilose grave ou aracnoidite.
Quais os sintomas da síndrome da cauda equina?
Dor em “sela”
Parestesias em nádegas, coxas e pernas
Déficits motores em MMII
Incontinência urinária/fecal
➡️ Urgência neurocirúrgica!
Como a luxação atlantoaxial entra no diagnóstico diferencial?
Ela é mais comum na artrite reumatoide, mas pode ocorrer na EA por anquilose grave → compressão medular ou mielopatia.
Como a biópsia renal auxilia no diagnóstico diferencial de nefropatias na EA?
Permite distinguir entre:
Nefropatia por AINE (túbulointersticial)
Nefropatia por IgA (mesangial)
Amiloidose AA (depósitos corados por vermelho do Congo)
. Qual a sequência correta para exame físico na EA?
Avaliar esqueleto axial e periférico
Seguir a ordem: inspeção, palpação, testes específicos e manobras funcionais
Como é feita a avaliação da rotação cervical com o goniômetro?
Paciente sentado, de costas para o examinador
Goniômetro posicionado com 0° na ponta do nariz
Solicita-se rotação máxima da cabeça (direita e esquerda)
Qual é o valor normal da rotação cervical?
90 graus para cada lado.
→ Classificação da rotação pode ser feita em faixas:
0–30°
30–70°
70–90°
O que significa quando o paciente só consegue rotacionar até 30°?
Comprometimento funcional significativo da coluna cervical, com redução importante da mobilidade — marcador de gravidade ou evolução da doença.
A rotação cervical reduzida é suficiente para diagnóstico de EA?
Não isoladamente, mas é um forte indicativo de anquilose cervical avançada, sendo útil para monitoramento de progressão da doença e resposta ao tratamento.
Quando a rotação cervical deve ser medida no acompanhamento?
Na primeira consulta
A cada 6 meses → Para avaliar eficácia do tratamento
Por que avaliar o esqueleto axial é essencial na EA?
Porque a coluna vertebral (principalmente lombar e cervical) é o alvo primário da doença, e a perda progressiva da mobilidade é uma das complicações mais impactantes da EA.
Como é feita a medida tragus-parede?
Paciente de costas, com calcanhares encostados na parede
Mede-se a distância do tragus da orelha até a parede
➡️ Avalia a retificação cervical e cifose torácica.
. O que indica um aumento da medida tragus-parede?
Sugere perda da postura fisiológica, com projeção anterior da cabeça — achado típico da postura de esquiador na EA.
Como se avalia a expansibilidade torácica na EA?
Com fita métrica na altura dos mamilos
Mede-se a circunferência torácica na inspiração máxima e expiração máxima
Repete-se 2 vezes e calcula-se a média
Qual é o valor de referência da expansibilidade torácica?
Normal > 5 cm
➡️ Valor patológico: ≤ 3 cm, indicando anquilose costovertebral.
Por que a EA reduz a expansibilidade torácica?
Devido à anquilose das articulações costovertebrais e esternocostais, o tórax perde sua mobilidade normal e não se expande adequadamente.
. Como a espirometria reflete o comprometimento torácico da EA?
Mostra um padrão restritivo, podendo ser misto se houver componente pulmonar associado (ex: fibrose apical).
Qual achado pulmonar pode ser típico na EA de longa evolução?
Fibrose pulmonar apical bilateral, visível em exames de imagem (Rx/TC), embora rara e associada a doença avançada.
O que o teste de Schober avalia na espondilite anquilosante?
Avalia a flexibilidade da coluna lombar (mobilidade em flexão anterior).
➡️ Importante para detectar anquilose lombar precoce.
Como é realizado o teste de Schober?
Marca-se um ponto sobre L5
Mede-se 10 cm acima e 5 cm abaixo com fita métrica
Paciente flexiona a coluna (tenta encostar as mãos nos pés)
Reavalia-se a distância entre os pontos: ganho ≥ 5 cm é normal
O que significa um teste de Schober com ganho < 5 cm?
Indica redução da mobilidade lombar, sugerindo anquilose lombar típica da EA.
. Para que serve o teste de Patrick-FABERE?
Ajuda a diferenciar sacroileíte (patologia sacroilíaca) de coxartrose (patologia do quadril).
→ Paciente em decúbito dorsal, perna em forma de “4”.
. Como interpretar o resultado do teste de Patrick-FABERE?
Dor no lado oposto ao joelho dobrado: indica sacroileíte (teste positivo)
Dor no mesmo lado: pode indicar patologia do quadril (ex: coxartrose)
O que significa FABERE?
Flexão, Abdução, Extensão, Rotação Externa do quadril — sequência de movimentos usada para provocar dor na articulação sacroilíaca.
Para que serve o teste de Gaenslen?
Detecta sacroileíte por provocação mecânica.
→ Estressa a articulação sacroilíaca com hiperextensão passiva do quadril.
Como se faz o teste de Gaenslen?
Paciente em decúbito dorsal
Um quadril é flexionado e o outro é hiperestendido para fora da maca
A dor na articulação ipsilateral ao membro hiperestendido indica teste positivo
Qual a diferença entre Patrick-FABERE e Gaenslen na localização da dor?
FABERE: dor contralateral indica sacroileíte
Gaenslen: dor ipsilateral ao quadril em extensão sugere sacroileíte
Para que serve o teste de flexão tóraco-lombar lateral?
Avalia a capacidade de flexão lateral da coluna, importante para mensurar mobilidade tóraco-lombar e detectar anquilose axial.
Como o teste de flexão lateral do tronco é realizado?
Paciente em pé, braços ao longo do corpo
Marca-se com fita métrica onde o dedo médio encosta na perna (posição neutra)
Paciente faz flexão lateral máxima
Marca-se novamente onde o dedo alcança
Calcula-se a diferença entre as medidas
. Qual interpretação é feita com base na diferença entre as marcas?
Quanto menor a diferença, maior a limitação funcional
Ex: se antes a medida era 26 cm e após lateralização foi 24 cm → diferença de 2 cm = ruim
Há valores de referência exigidos para esse teste?
Não. Prova não cobra valor de referência — apenas se o teste está preservado, levemente, moderadamente ou gravemente alterado.
Quais regiões da coluna são mais envolvidas nesse teste?
O teste mobiliza a coluna tóraco-lombar, sendo útil principalmente para avaliar rigidez nesses segmentos.
Por que esse teste é relevante no acompanhamento da EA?
Porque ajuda a quantificar a perda funcional axial e monitorar a resposta ao tratamento ao longo do tempo.
Os exames laboratoriais são específicos para EpA?
Não. Os achados são geralmente inespecíficos, mas úteis para avaliação de inflamação e exclusão de outras doenças.
Quais alterações laboratoriais podem estar presentes nas espondiloartrites?
Anemia (normocítica, normocrômica ou hipocrômica)
Leucocitose leve
↑ VHS e PCR
↑ Fosfatase alcalina (FA) e IgA
A ausência de elevação de VHS/PCR exclui atividade da doença?
Não. Níveis normais de VHS e PCR não excluem inflamação ativa ou gravidade da espondiloartrite.
Quando a pesquisa de HLA-B27 é útil?
Em pacientes com suspeita clínica de EpA, especialmente com sintomas axiais.
→ Positividade sugere fortemente o diagnóstico, mas não é diagnóstica isoladamente.
→ Negativo não exclui EpA.
Que outras sorologias devem ser solicitadas na investigação?
HIV, hepatites B e C, VDRL
➡️ Importantes para exclusão de mimetizadores e evitar imunossupressão em pacientes infectados.
Por que avaliar função tireoidiana?
Hipotireoidismo e hipertireoidismo podem mimetizar dor musculoesquelética ou agravar deformidades ósseas
Hiperparatireoidismo pode gerar erosão óssea e dor vertebral
Por que é essencial investigar comorbidades antes do tratamento?
Porque algumas comorbidades interferem na escolha terapêutica.
➡️ Exemplo: não usar AINEs em paciente com disfunção renal.
→ Controle de comorbidades é parte do tratamento da EpA.
Qual o achado radiográfico típico das espondiloartrites?
A presença simultânea de:
Dano osteolítico (erosão/reabsorção óssea)
Dano osteoproliferativo (neoformação óssea)
→ Essa combinação é marcador típico das EpAs.
. Que estruturas demonstram essas alterações ósseas nas EpAs?
Sindesmófitos: crescimento ósseo em ligamentos vertebrais
Anquilose articular: fusão progressiva das articulações sacroilíacas e intervertebrais
Quais incidências radiográficas são indicadas para suspeita de EpA?
Coluna: AP e perfil
Sacroilíacas: AP oblíqua (Ferguson)
→ Aumenta a sensibilidade para alterações iniciais.
O Rx é sempre suficiente para o diagnóstico de EpA?
Não. Alterações iniciais podem não estar visíveis no Rx → RM é mais sensível, especialmente para identificar edema ósseo (osteíte) e inflamação ativa.
O que justifica iniciar a investigação por Rx antes da RM?
Acessibilidade, baixo custo e padronização diagnóstica
Rx pode diferenciar outras causas (ex: trauma, infecção, tumor)
Toda sacroileíte visível na imagem significa EpA?
Não. Sacroileíte não é patognomônica. Pode estar presente em:
Infecções (ex: tuberculose, criptococose)
Trauma repetitivo (ex: esforço físico intenso)
Espondiloartropatias indiferenciadas
. Qual a importância de sempre avaliar causas infecciosas de sacroileíte?
Porque o tratamento é completamente diferente e imunossupressão pode piorar infecção ativa (como no caso citado de criptococose).
Qual lição clínica se tira do caso apresentado no slide?
Antes de rotular uma sacroileíte como EpA, excluir infecção e causas sistêmicas com exames laboratoriais e história clínica.
➡️ Um diagnóstico errado pode levar a imunossupressão perigosa em pacientes com doenças infecciosas não diagnosticadas.
Qual é o exame padrão usado nos Critérios de Nova York (1984) para avaliação da sacroileíte?
Radiografia simples da articulação sacroilíaca, em projeção oblíqua (Ferguson).
Quais são os 4 graus de sacroileíte segundo os Critérios de Nova York (1984)?
Grau 1: Suspeita, sem alteração definida
Grau 2: Alteração mínima (esclerose, irregularidades marginais)
Grau 3: Alteração moderada (esclerose bilateral, erosões, estreitamento)
Grau 4: Anquilose total (fusão óssea completa da articulação)
Quais graus de sacroileíte confirmam diagnóstico de espondiloartrite axial segundo o Rx?
Grau 3 bilateral
Grau 4 unilateral ou bilateral
Por que os graus 1 e 2 não são confiáveis isoladamente?
Porque são alterações muito sutis, com baixa sensibilidade e alta variabilidade interobservador.
→ Para dúvida diagnóstica, o ideal é fazer RM.
. O que caracteriza a sacroileíte grau 3?
Esclerose bilateral, borramento das margens articulares, erosões, e estreitamento do espaço articular (pseudolargamento).
O que caracteriza a sacroileíte grau 4?
Anquilose óssea completa: fusão articular visível sem linha articular preservada. “Osso com osso”.
Qual é a principal diferença fisiopatológica entre artrite reumatoide e espondiloartrite axial no Rx?
AR: Predomínio de erosão
Espondiloartrite: Erosão + muita neoformação óssea (entessofitos e sindesmófitos)
Quais vias imunológicas estão envolvidas na neoformação óssea da espondiloartrite?
Resposta Th17, com destaque para as interleucinas:
→ IL-17, IL-23, IL-22, IL-1
Qual a melhor incidência para Rx de sacroilíacas? E de coluna?
Sacroilíacas: Obliqua (Ferguson)
Coluna: AP e perfil
Como são, habitualmente, as alterações radiográficas da sacroileíte nas EpA?
São simétricas e progressivas, com perda de definição das margens articulares, esclerose subcondral, erosões, redução do espaço articular e anquilose.
Quais os achados radiográficos típicos da sacroileíte?
Perda da nitidez dos contornos
Esclerose óssea subcondral
Erosões marginais
Estreitamento do espaço articular
Fusão parcial ou total das articulações (anquilose)
O que são os “pseudolargamentos” na sacroileíte?
Alterações nas bordas articulares que geram falsa impressão de espaço aumentado, devido à erosão e irregularidade.
Qual é o principal diagnóstico diferencial radiológico da sacroileíte nas EpAs?
Osteíte Condensante do Ílio, condição benigna e não inflamatória.
. Como se diferencia a osteíte condensante do ílio da sacroileíte inflamatória?
Osteíte Condensante:
→ Esclerose triangular no lado ilíaco,
→ Base voltada para a articulação
→ Sacro preservado
→ Mais comum em mulheres
Sacroileíte EpA: erosões + esclerose + anquilose, geralmente bilateral e simétrica
Qual o aspecto típico da osteíte condensante do ílio na radiografia?
Área triangular de esclerose densa no lado ilíaco da articulação sacroilíaca, parecendo “cera de vela”.
Qual é a principal alteração óssea inicial da coluna lombar na EA?
Erosões nos ângulos superiores e inferiores dos corpos vertebrais, chamadas de lesões de Romanus.
Qual população é mais acometida pela osteíte condensante do ílio?
Mulheres, especialmente multíparas, devido à sobrecarga biomecânica na pelve.
O que são as lesões de Romanus?
Erosões nas bordas dos corpos vertebrais, principalmente nas bordas anteriores superior e inferior, causadas por inflamação nas inserções ligamentares.
O que é o “shining corner” na ressonância magnética?
É a hipersinal na RM (realce por edema ósseo) nas bordas anteriores do corpo vertebral, representando fase aguda da inflamação nas lesões de Romanus.
Qual é a sequência fisiopatológica após o shining corner?
Após inflamação, há fibrose e posterior ossificação das camadas externas do anel fibroso e dos ligamentos longitudinais, levando à formação dos sindesmófitos.
O que são sindesmófitos?
Pontes ósseas finas e verticais entre os corpos vertebrais, resultantes da ossificação das fibras do anel fibroso (fibras de Sharpey) e ligamentos.
Como é o padrão dos sindesmófitos na EA?
Distribuição simétrica e vertical, com formato fino e delicado — diferentemente de osteófitos da artrose, que são assimétricos e marginais.
Qual o aspecto clássico da coluna lombar na EA avançada?
Coluna em bambu — fusão vertebral completa pela formação contínua de sindesmófitos, levando à rigidez total da coluna.
Quais alterações ósseas da coluna lombar são típicas da Artrite Psoriásica (AP)?
A AP forma parasindesmófitos, que são pontes ósseas laterais, grosseiras, assimétricas e aleatórias, ao contrário dos sindesmófitos verticais e simétricos da EA.
O que são parasindesmófitos e como diferem dos sindesmófitos?
Parasindesmófitos são formações ósseas laterais e irregulares vistas na AP; não seguem sequência anatômica. Sindesmófitos da EA são verticais, finos e simétricos.
Como se comporta o acometimento sacroilíaco na EA versus AP?
EA compromete sacroilíacas simetricamente, enquanto a AP costuma ser unilateral e grosseira, favorecendo o lado direito ou esquerdo, mas não ambos igualmente.
Como diferenciar dor lombar inflamatória de causas não inflamatórias em pacientes jovens?
Se < 45 anos e com sintoma na porção ínfero-posterior-anterior do ílio, pense em inflamatória (EA/AP). Local típico de inflamação sacroilíaca verdadeira.
Qual é a importância da porção superior da sacroilíaca em exames de imagem?
Alterações nessa região sugerem diagnóstico diferencial como neoplasias, infecções ou lesões mecânicas. Ela não faz parte da articulação verdadeira, pois tem cartilagem hialina.
Por que o acometimento na porção superior da sacroilíaca raramente indica espondiloartrite?
Porque essa região não possui sinóvia, sendo composta por cartilagem hialina. Lesões aí geralmente envolvem partes moles e sugerem outras causas.
O que é o “trilho de bonde” na radiografia e qual sua causa?
É o aspecto radiográfico causado pela ossificação do ligamento interespinhoso, levando à anquilose dos processos espinhosos.
Como a entesite do calcâneo pode se manifestar na imagem?
Com erosões ósseas e esporões, especialmente na junção da fáscia plantar ao subcalcâneo e do tendão do calcâneo ao retrocalcâneo.
. Quais regiões do corpo apresentam entesopatias características na espondiloartrite?
Regiões como calcanhar (tendão de Aquiles e fáscia plantar), coluna (ligamentos interespinhosos), e coluna cervical (atlantoaxial).
. A subluxação atlantoaxial pode ocorrer na espondiloartrite?
Sim, especialmente na coluna cervical, podendo simular acometimento visto na AR.
Qual é a manifestação cervical mais comum em mulheres com espondiloartrite?
Acometimento atlantoaxial, apesar de ser menos típico, pode ser observado, principalmente em pacientes HLA-B27 positivas com PCR aumentada.
Qual tratamento foi eficaz para uma paciente com espondiloartrite cervical que queria engravidar?
Uso de Pegol (Anti-TNF), após diagnóstico confirmado por positividade de HLA-B27, entesite e inflamação laboratorial.
Quais os dois principais polos de acometimento nas espondiloartrites?
→ Esqueleto axial (coluna lombar e articulações sacroilíacas) e esqueleto periférico (articulações, calcâneo, aquileu).
O que diferencia uma dor lombar inflamatória de uma dor mecânica?
→ A inflamatória piora com repouso, melhora com movimento, é mais intensa ao acordar e pode ter rigidez matinal >30 min.
Quais são os principais subtipos de espondiloartrites?
→ Espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artrite reativa, artrite enteropática, AIJ com entesite e forma indiferenciada.
Por que as espondiloartrites são chamadas de soronegativas?
→ Porque costumam cursar com fator reumatoide (FR) negativo e ausência de nódulos reumatoides.
Qual marcador genético está mais associado às espondiloartrites e qual sua importância clínica?
→ HLA-B27; aumenta o risco, especialmente na forma axial, e está relacionado com uveíte e entesite.
Qual tipo de imunidade está mais envolvida na fisiopatologia das espondiloartrites?
→ Imunidade inata, com destaque para a resposta Th17 e citocinas como IL-17, IL-23, IL-22 e TNF.
Quais teorias explicam o papel do HLA-B27 na doença?
→ Teoria do peptídeo artritogênico, dimerização não canônica do HLA e resposta ao HLA-B27 mal dobrado.
Qual a relação entre estresse mecânico e formação de entesófitos e erosões?
→ Entesófitos surgem em áreas de tensão (tração) e erosões em áreas de compressão, principalmente na entese calcânea.
Como a disbiose intestinal pode impactar a gravidade da doença?
→ Leva à inflamação intestinal (mesmo subclínica), associando-se à maior gravidade da inflamação vertebral.
Quais são os critérios clínicos para dor lombar inflamatória?
→ Idade < 40 anos, início insidioso, melhora com exercício, piora com repouso, dor noturna e rigidez matinal.
O que é a “coluna em bambu” e qual estrutura está envolvida?
→ Aparece na EA por ossificação de ligamentos vertebrais (sindesmófitos), levando à anquilose.
O que é a “postura de esquiador”?
→ Retificação lombar, cifose torácica e cervical com projeção anterior da cabeça, indica EA avançada.
Como se manifesta a artrite periférica na espondiloartrite?
→ Oligoartrite assimétrica, predominando em MMII, muitas vezes acompanhada de entesite (principalmente em calcâneo).
Quais as manifestações extra-articulares comuns?
→ Uveíte anterior aguda, psoríase e doença inflamatória intestinal.
Quais as manifestações extra-articulares incomuns, porém importantes?
Aortite por IgA, distúrbios de condução cardíaca, fibrose pulmonar apical, nefropatia por IgA, amiloidose AA e síndrome da cauda equina.
Quais são os testes físicos úteis para sacroileíte?
Testes de Schober, Patrick-FABERE, Gaenslen, medida Tragus-parede, expansibilidade torácica, flexão lateral do tronco.
Qual o valor considerado anormal na medida de expansibilidade torácica?
Menor que 3 cm.
Qual exame de imagem é mais sensível para detectar lesões precoces de sacroileíte?
Ressonância magnética (detecta edema ósseo, sinovite, entesite e capsulite).
O que define sacroileíte ativa na RM?
Presença de edema ósseo subcondral (EMO) em dois cortes consecutivos ou em dois quadrantes diferentes.
O que diferencia radiograficamente a espondiloartrite da osteíte condensante do ilíaco?
A osteíte é triangular, poupa o sacro e aparece mais em mulheres; espondiloartrite é simétrica e com erosões/entesófitos.
Qual é a principal via imunológica envolvida nas espondiloartrites?
➡️ Imunidade inata, com ativação da via IL-23/Th17, liberação de IL-17, IL-22, TNF-α e formação de entesófitos.
Qual é o papel do HLA-B27 na espondiloartrite?
➡️ Está associado ao risco de desenvolver a doença, especialmente na forma axial. Responde por até 40% da suscetibilidade genética.
Quais são as teorias envolvendo o HLA-B27 na fisiopatologia?
➡️ Teoria do peptídeo artritogênico (dobramento errado), dimerização não canônica do HLA e resposta inflamatória ao HLA mal dobrado.
. O que a disbiose intestinal pode causar nas espondiloartrites?
➡️ Perda da tolerância imune intestinal, inflamação subclínica e maior gravidade da inflamação vertebral.
Quais os principais grupos afetados pela espondiloartrite axial?
➡️ Homens jovens (<40 anos), principalmente caucasianos, com dor lombar inflamatória e HLA-B27 positivo.
Quais os 6 subtipos de espondiloartrite?
➡️ Espondilite anquilosante, Artrite Psoriásica, Artrite Reativa, Artrite Enteropática, AIJ com entesite e forma Indiferenciada.
O paciente pode migrar de uma forma para outra?
➡️ Sim. Por exemplo, de quadro axial puro para psoriático ou DII com o tempo. É chamada de “extensão da expressão clínica”.
Qual o padrão da dor lombar inflamatória típica?
➡️ Início < 40 anos, insidioso, piora com repouso, melhora com exercício, piora à noite e rigidez matinal >30min.
Quais os achados clínicos na espondilite anquilosante avançada?
➡️ Postura de esquiador, coluna em “bambu”, rigidez axial, perda de mobilidade, necessidade de vários travesseiros para dormir.
Quais são as manifestações periféricas comuns?
➡️ Oligoartrite assimétrica em MMII, entesites (calcâneo, crista ilíaca), dactilite e acrosteólise na AP.
Qual a manifestação ocular mais comum nas espondiloartrites?
➡️ Uveíte anterior aguda, unilateral, com dor ocular, fotofobia, visão borrada e início súbito.
Quais são as manifestações sistêmicas mais raras?
➡️ Aortite por IgA, distúrbios de condução, fibrose pulmonar apical, amiloidose AA, nefropatia por IgA e síndrome da cauda equina.
Quais testes físicos são usados para avaliar acometimento axial?
Schober: <15 cm indica rigidez lombar.
Tragus-parede: mede flexão cervical.
Expansibilidade torácica <3 cm = alterada.
Patrick-FABERE e Gaenslen: testam sacroileíte.
Goniômetro cervical e flexão lateral: mobilidade.
Como é o padrão laboratorial na espondiloartrite?
➡️ PCR/VHS elevados em fases ativas; HLA-B27 positivo; sorologias para exclusão de infecciosas; FR e FAN negativos.
O que é mais importante na imagem da sacroileíte pela RM?
➡️
Edema ósseo (EMO): agudo.
Erosões.
Capsulite e entesite.
Pontes ósseas (anquilose).
RM detecta lesões até 7 anos antes do RX!
Quais os achados radiográficos da sacroileíte (critério de Nova York)?
➡️
Grau 0: normal
Grau 1: suspeita
Grau 2: alterações mínimas
Grau 3: esclerose, erosões bilaterais (confirma)
Grau 4: anquilose completa
Como diferenciar osteíte condensante do ilíaco?
➡️ Esclerose unilateral do ilíaco, sem alterações na articulação sacroilíaca. Mais comum em mulheres.
Quais são os critérios de classificação de Espondiloartrite Axial segundo ASAS 2009?
Pacientes com dor lombar ≥3 meses e <45 anos:
Imagem positiva (Rx ou RM) + ≥1 característica de EpA
OU
HLA-B27 positivo + ≥2 características de EpA
. Quais as características clínicas mais comuns usadas como critérios?
→ Dor lombar inflamatória, artrite, entesite (calcâneo), uveíte, dactilite, psoríase, DII, HLA-B27, resposta aos AINEs, história familiar, PCR elevada.
Qual instrumento é usado no dia a dia para avaliação da atividade da espondiloartrite axial?
→ ASDAS (Ankylosing Spondylitis Disease Activity Score)
Qual a diferença entre o uso do BASDAI e o do ASDAS?
BASDAI: usado em pesquisas ou controle a cada 6 meses.
ASDAS: usado em todas as consultas clínicas (mais prático e objetivo).
Quais componentes formam o escore do ASDAS?
Dor no pescoço/coluna lombar/quadril
Dor ou edema articular periférica
Intensidade da rigidez matinal
Atividade global da doença (autoavaliação)
PCR ou VHS
Qual mudança mínima no ASDAS indica melhora clínica significativa?
Redução de pelo menos 1,1 ponto em relação à última avaliação.
Qual marcador inflamatório é usado preferencialmente no ASDAS?
PCR (mg/L), mas pode-se usar VHS (mm/hora) caso não haja PCR disponível.
Qual manifestação cutânea está associada à Artrite Psoriásica?
→ Lesões eritematosas com escamas (psoríase), geralmente com acometimento axial e dactilite.
Quais são as manifestações clássicas da Artrite Reativa (Síndrome de Reiter)?
→ Tríade:
Artrite
Uretrite ou enterite
Conjuntivite
Obs: pode ocorrer ceratodermia blenorrágica (lesão palmoplantar queratótica e descamativa).
Qual achado intestinal está associado às Artrites Enteropáticas?
→ Aspecto em pedras de calçamento (Cobblestone) na colonoscopia, típico da Doença de Crohn.
. O que é a Síndrome SAPHO e qual seu significado?
→ SAPHO = Sinovite, Acne, Pustulose e Hiperostose/Osteíte.
É uma síndrome rara com acometimento osteoarticular e cutâneo, podendo mimetizar espondiloartrite.
Como diferenciar a artrite enteropática de outras espondiloartrites?
→ História de doença inflamatória intestinal crônica (Crohn ou retocolite ulcerativa) associada a artrite.
Quando suspeitar de Artrite Reativa pós-infecção?
→ Quadro de artrite 4 a 6 semanas após infecção urogenital ou entérica, principalmente em pacientes HLA-B27 positivos.
Qual é o principal objetivo do tratamento das espondiloartrites?
Melhorar dor, rigidez e fadiga; manter ou melhorar mobilidade e flexibilidade; prevenir dano estrutural e preservar a função.
Qual é o papel dos AINEs no tratamento das espondiloartrites?
São a primeira linha de tratamento; usados por 30 a 90 dias, com avaliação de função renal e tolerância gastrointestinal.
Quais são as principais estratégias de tratamento não farmacológico nas espondiloartrites?
Educação do paciente, atividade física, fisioterapia e terapia ocupacional, adaptadas a cada fase da doença.
Quando a sulfassalazina é indicada nas espondiloartrites?
Apenas para pacientes com predomínio de acometimento periférico. Não é eficaz na forma axial no Brasil.
. Em quais casos o metotrexato é recomendado nas espondiloartrites?
Somente para formas periféricas da doença, com dose de 15 a 25 mg/semana associada a ácido fólico.
Quais são os medicamentos biológicos anti-TNF utilizados e quando são indicados?
Infliximabe, etanercepte e adalimumabe; indicados como primeira escolha, especialmente se não houver melhora após 3 meses de AINE.
O que fazer se o paciente não responde a um anti-TNF após 3 meses?
Trocar por outro anti-TNF ou mudar para um biológico anti-IL17 (como secuquinumabe ou execequimumabe).
Por que o anti-IL17 pode ser preferido em certos casos?
Porque não interfere com tuberculose latente, podendo ser usado sem risco aumentado de reativação.
Qual o tratamento recomendado para uveíte anterior aguda associada à espondiloartrite?
Adalimumabe ou infliximabe; o etanercepte não é eficaz para uveíte.
Qual deve ser o tempo de observação antes de considerar falha do tratamento com AINE nas espondiloartrites?
Aguardam-se de 30 a 90 dias. Se após esse período não houver resposta, considera-se falha terapêutica.
Qual a conduta se a espondiloartrite axial não responder bem após 3 meses de AINE?
Indica-se iniciar medicação biológica, preferencialmente um anti-TNF.
Por que é necessário rastreio infeccioso antes de iniciar biológicos nas espondiloartrites?
Para detectar tuberculose latente e hepatites B e C, com exames como RX ou TC de tórax, PPD ou IGRA e sorologias.
Qual a frequência e dose da sulfassalazina recomendada?
Dose de 2 a 3 g/dia. Inicia-se com 1 comp de 8h/8h por 1 mês, depois ajusta para 1 comp de 8g de 12/12h.
Quais os principais efeitos adversos da sulfassalazina?
Náuseas, diarreia e vômitos — efeitos colaterais gastrointestinais comuns.
Qual a recomendação em caso de remissão sustentada com biológico anti-IL17?
Pode-se considerar retirada do biológico após mais de 2 anos de remissão sustentada.
Qual é a primeira linha de tratamento para espondiloartrite e por quanto tempo deve ser utilizada?
AINEs por 30 a 90 dias. Se não houver resposta, reavaliar o diagnóstico antes de prosseguir.
Qual a conduta na falha de AINE após 30 dias em espondiloartrite?
Interromper o AINE e utilizá-lo apenas sob demanda, iniciando a próxima linha terapêutica conforme o subtipo da doença.
Qual a sequência terapêutica para esqueleto axial na espondiloartrite?
Inicia com sulfassalazina (SSZ); se falhar, passa para anti-TNF; se falhar novamente (após 3 meses), troca para outro anti-TNF; se ainda sem resposta, usa anti-IL-17.
Qual a conduta em espondiloartrite com envolvimento axial + periférico?
Segue a mesma sequência do axial isolado: SSZ → anti-TNF → troca de anti-TNF → anti-IL-17.
Como é a sequência terapêutica para espondiloartrite periférica?
Inicia com metotrexato (MTX); se falhar após 3 meses, vai para anti-TNF; se falhar, troca de anti-TNF; se ainda sem resposta, usa anti-IL-17.