ENDOCRINO- MET FOSFO-CÁLCIO Flashcards
Cálcio
Mineral mais abundante no organismo humano
Cálcio sérico total: 8,5 10,5 mg/ dL (valor varia de lab para lab)
- 45% ligado a proteínas (90% albumina)
- 15% ligado a aniões (citrato e fosfato)
- 40% ionizado forma biologicamente ativa
PTH
Hormona principal de regulação do cálcio
Papel
essencial na homeostasia do cálcio
Ca2 sérico principal regulador da secreção PTH
Relação inversa entre secreção de PTH e [Ca 2]
Secreção PTH é máxima [Ca2] <3,5 mg/dL
Secreção PTH está inibida [Ca 2] >5,5 mg/dL
a nível renal promove o aumento da reabsorção do cálcio, um aumento da excreção de fosfato e a passagem da vitamina D à sua forma ativa (1,25-hidroxivitamina D);
Hiperparatiroidismo primário (HPTP)
Hipercalcemia devido a prod excessiva de PTH por 1 ou+ glândulas tiroideias
Causa
mais comum de hipercalcemia diagnosticada em ambulatório (EUA)
Ca elevado e P baixo ou normal
HPTP epidemio
Prevalência 0,1 a 0,2% da população
Incidência 25 casos/100.000/ano
Predomínio entre 50 e 60 anos
Mais comum sexo feminino (2 3:1)
Causas HPTP
- 2 tipos:
o PTH dependente:
. HPTP
. Hipercalcemia hipocalciúrica familiar
. Hiperparatiroidismo terciário (insuf renal) - Um doente com IR, numa fase inicial, tem tendência a ter valores de cálcio normais ou baixos, isto porque há uma falência da função renal e consequente diminuição da reabsorção do cálcio, acumulação do fosfato, acumulação dos produtos fosfo-cálcicos e diminuição da ativação da vitamina D (provocando diminuição da reabsorção de cálcio no intestino). Por mecanismo de feedback negativo esta calcémia normal-baixa irá estimular as paratiroides a produzir PTH. Deste modo, numa fase inicial, um doente com IR terá uma PTH aumentada com um Ca2+ baixo. A estimulação constante das paratiroides, condiciona uma hiperplasia das glândulas tornando-as autónomas e independentes dos valores de calcémia. Quando isso acontece o doente passa a ter IR com PTH alta e cálcio alto.
Se um doente que aparecer na consulta pela primeira vez com uma PTH e Ca2+ altos, como distinguir entre HPTP e hiperparatiroidismo terciário? É necessário ver análises anteriores se estiverem disponíveis – se inicialmente o cálcio era normal com uma PTH já alta então significa que não é algo primário, mas sim algo que foi evoluindo com características de hiperparatiroidismo
o PTH-independente . Doenças malignas - Pulmão, mama,rim, mieloma, linfoma/leucemia, cabeça e pescoço . D. granulomatosas . Fármacos - Diuréticos t iazídicos , Lítio, Teriparatide , Vitamina D (intoxicação), Vitamina A (intoxicação), Teofilina (níveis tóxicos), Síndrome leite alcalino . Outros - Hipertiroidismo , acromegalia, feocromocitoma, Insuf . suprarrenal, nutrição parentérica
- Adenoma (único 80%, múltiplo 1-2%), Hiperplasia 4 glândulas (15-20%), Carcinoma (1%)- raro
- Esporádico
- Hereditário
. MEN 1 (MEN1) , MEN 2 (RET) e MEN 4 (CDKN1B)
. HPTP associado a tumores da mandíbula (CDC73/HRPT2)
. HPTP familiar isolado (MEN1, CDC73, CASR, CDKN1A, CDKN2B, CDKN2C, GCM2, CCND1/PRAD1)
Quando suspeitar de causa genética para HPTP
Idade jovem (< 40 anos) Doença multiglandular (≥2) Adenoma atípico Carcinoma paratiroide Características sindrómicas (outros tumores)
CX HPTP
Renal- Poliúria/Polidipsia,
Nefrolitíase/ Nefrocalcinose, Acidose tubular renal distal, Diabetes insípida nefrogénica ,IRA e IRC
MxEsq- Fraqueza mx, dor óssea, osteopenia/porose
Neuro- baixa concentração, confusão, fadiga, estupor/coma
GI- anorexia, náuseas, vómitos, obstipação, pancreatite, úlcera péptica
CV- Encurtamento QT, bradicardia, hipertensão
MAIORIA É ASSINTOMÁTICO NO DX - numa fase inicial e, mais tarde, a clínica principal é observada a nível renal e musculo-esquelético.
DX HPTP
clínico e geralmente antes dos sintomas
Investigação HPTP
Mulheres > 40 anos
Episódios de cólica renal (≥ 2), nefrolitíase ou nefrocalcinose
Osteoporose ou perda DMO > 1,5% / ano
Fraturas patológicas, osteíte fibrosa quística
Doenças neuropsiquiátricas
Disritmia com QT curto
História familiar de HPTP, MEN 1, MEN 2 e HPTP JT
Antecedentes de radioterapia cervical e 131 Iodo
- O rastreio é feito normalmente através do doseamento de Ca2+ e PTH.
- PTH N/elevada + Ca elev (Ca
2+ total corrigido = Ca 2+ total + 0,8 (4 albumina sérica)) - Outros exames - fósforo, 25 OHD, Creatinina, Ureia, ca urina 24h, Osteodensitometria óssea (coluna lombar, colo fémur, radio distal)-1ª alt no punho e depois colo femur, Ecografia abdominal (nefrolitíase ou nefrocalcinose)
1.2- HPTP normocalcémico - PTH elev e Ca normal - determinação de cálcio ionizado para auxiliar o diagnóstico.
Há uma situação particular denominada HPTP normocalcémico que ocorre quando os níveis de PTH são altos mas o cálcio está normal. É uma entidade relativamente recente e pensa-se ser uma fase inicial do HPTP com hipercalcémia. No entanto existem doentes que mantém a normocalcémia durante muitos anos. De qualquer forma, como não se sabe se os doentes irão evoluir para uma hipercalcémia há indicação para vigilância.
TX HPTP
- Cirurgia o Única terapêutica curativa (taxa de cura >95%) o Normalizar níveis Cálcio e PTH o Reduz risco litíase renal o Melhora remodelação óssea o Efeitos benéficos a nível CV, neurológico e GI
- No caso de ser assintomático temos indicação cirurgica para
- Idade <50 anos
- Cálcio sérico> 1,0 mg/dl acima do limite superior do valor de referência
- Clearance creatinina < 60 ml/min
- Cálcio urinário > 400 mg/24
horas e aumento do risco de
litíase por análises bioquímicas - Nefrolitíase ou
nefrocalcinose Rx , ecografia ou TC - DMO: T score ≤ 2.5 (col. lombar, colo fémur ou rádio)
- Fratura vertebral (Rx , TAC, RMN)
- Doentes que não podem ou não desejam manter vigilância médica e sem contraindicação para a cirurgia
- Médico - Doentes sem critérios, que recusam ou apresentam
contraindicação para cirurgia
o Dieta com aporte adequado de cálcio (800 1000 mg/dia) e vitamina D (400 800U/dia)
o Ingesta hídrica (1500 cc /dia)
o Bifosfonatos (alendronato ) → diminuem a reabsorção óssea/osteoporose. Ligeira redução da hipercalcemia
o Calcimiméticos (cinacalcet ) → ligeira redução da hipercalcemia
o Raloxifeno - diminuem a reabsorção óssea/osteoporose. Ligeira redução da hipercalcemia
o Estrogénios (THS) → Ligeira redução da hipercalcemia.
- HPTP assintomático sem indicação cirúrgica:
o Cálcio sérico (anualmente)
o Creatinina sérica (anualmente)
o Densitometria óssea (cada 1 2 anos) - suspeita de litíase renal: calcio urina 24h, creat urina 24h, rx abd, eco ou TC renal
Exames de localização para cirurgia
Eco, Gamagrafia c/
Tc Sestamibi, Sestamibi-SPECT, TAC-4D, RMN, PET-CTscan
Na ausência de imagem de paratiroide(s) aumentada(s) está indicada cirurgia exploradora
normalmente pede-se eco, se se não encontrar, TAC e se mesmo assim não encontram, cirurgia exploratoria
Hipoparatiroidismo
Distúrbio heterogéneo caracterizado
por HIPOCALCEMIA
devida ao défice de PTH
- Transitório (menos 6 meses)/Definitivo
Hipoparatiroidismo epidemio
Rara (prevalência?)
EUA: 80 000 100 000 indivíduos
Sem predomínio de género
Pode ocorrer em qualquer idade
Hipoparatiroidismo fpat
PTH baixa:
↓ Absorção intestinal Ca 2+ ↑ excreção renal Ca 2+ e Mg ↓ reabsorção óssea ↓ Excreção renal Fosfato
Hipocalcemia (aumento excitabilidade neuromx), hiperfosfatemia (calcificação tecidos com cataratas e calc nucleos base), hipercalciúria (litíase renal, nefrocalcinose, IRC)
Etiologia Hipoparatiroidismo
- PTH baixa (hipoparatiroidismo) • Genéticas Agenesia / disgenesia paratiroides; Alt. Síntese PTH; Mutações ativadoras do casr • Pós cirúrgica • Autoimune Síndrome poliglandular autoimune tipo 1; Ac ativadores do CaSR • Doenças infiltrativas Talassémia , hemocromatose, Doença Wilson • Radioterapia do pescoço • Hipomagnesiemia • HIV (tx anti-retroviral) • Perda Ca do espaço vascular Hiperfosfatemia , pancreatite aguda, sépsis
- PTH elevada (em respotas hipocalcémia) • Défice / resistência à Vitamina D • Resistência à PTH Pseudohipoparatiroidismo Hipomagnesiemia • Doença renal crónica • Fármacos Inibidores reabsorção óssea (se défice vit.D) Cinacalcet Quelantes (EDTA, citrato, fosfato) Fenitoína Fluor (intoxicação)
- Hipocalcémia com PTH elevada trata-se, no fundo, da resposta fisiológica normal para tentar normalizar a calcémia. Dentro desta categoria pode existir um défice de vitamina D, uma fase inicial de insuficiência renal (antes de evoluir para o hiperparatiroidismo terciário), a toma de vários fármacos como por exemplo os inibidores da reabsorção óssea, ou ainda uma situação relativamente rara que é a resistência à PTH denomidada pseudo- hipoparatiroidismo. Nesta última, o doente produz PTH mas esta não se consegue ligar aos recetores adequadamente. Como não há ativação dos recetores da PTH, os níveis de calcémia tendem a baixar, mas com PTH alta.