Doença do Refluxo Gastroesofágico_Apostila01_Capítulo04 Flashcards
Como é caracterizada a DRGE?
É composta por refluxo patológico interprandial recorrente, de longa duração, associado à pirose retroesternal e regurgitação ácida, resultando em agressão à mucosa esofágica. Pode estar associado uma dor precordial indistinguível da angina pectoris!!!
Qual o motivo da presença de DRGE na gestação?
relaxamento do EEI promovido pela progesterona + aumento da pressão intra-abdominal exercido pelo útero gravídico.
Como é caracterizado o Esôfago de Barret e qual a sua importância?
Representa uma metaplasia do tipo intestinal do terço distal da mucosa esofágica, sendo este epitélio mais adaptado ao pH do conteúdo gástrico refluído.
O problema é que o epitélio metaplásico do EB é mais propenso a evoluir com displasia, o que pode culminar em transformação neoplásica maligna (adenocarcinoma).
A infecção por H. pylori é fator de proteção para o adenocarcinoma?
SIM! O H. pylori coloniza tanto o antro quanto o fundo gástrico (“pangastrite”), e seus efeitos patogênicos diretos podem levar à redução da secreção ácida. Dessa forma, indivíduos com pangastrite por H. pylori que possuem DRGE ficariam protegidos do dano mucoso ácido, com menor risco de esofagite erosiva e, consequentemente, menor probabilidade de desenvolver esôfago de Barrett, displasia e adenocarcinoma!
Quais as três anormalidades básicas que podem originar o refluxo gastroesofágico?
1- Relaxamentos transitórios do EEI não relacionados
à deglutição (mais comum);
2- Hipotonia verdadeira do EEI;
3- Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato).
Como são os relaxamentos transitórios do EEI não relacionados à deglutição?
São relaxamentos patológicos mais duradouros (> 10 segundos) e não seguidos de peristalse esofagiana eficaz.
Qual o principal mecanismo patogênico da DRGE em pacientes que apresentam esofagite erosiva grave, e quais as suas princiapais etiologias?
Hipotonia verdadeira do EEI (< 10 mmHg) devido ao refluxo mais intenso e mais prolongado.
As principais etiologias são: esclerose sistêmica, lesão cirúrgica do EEI, tabagismo, uso de drogas com efeito anticolinérgico ou miorrelaxantes, gestação, esofagite erosiva, hormônios colecistocinina e secretina.
Conceitue o termo “Acid pocket” e sua importância clínica!
Consiste na coleção líquida de suco gástrico que fica “boiando” por cima do bolo alimentar após a ingesta de alimentos. Ele se localiza próximo à cárdia e reflui para o esôfago durante o relaxamento do EEI no período periprandial (primeiras 3 horas).
Quais os mecanismos de defesa contra o refluxo?
1- Bicarbonato salivar;
2- Peristalse esofagiana;
Quais os sintomas típicos da DRGE?
Pirose retroesternal e regurgitação ácida!!!
Quais os sinais de alarme sugestivos de CA esofágico?
Disfagia rapidamente progressiva, perda ponderal, sangue oculto nas fezes e anemia.
Quais os principais sintomas extraesofágicos, ou seja, sintomas atípicos na DRGE?
Relacionados ao refluxo ácido para a boca (erosão do esmalte dentário), faringe (irritação da garganta, sensação de globus), laringe (rouquidão, granuloma de corda vocal), cavidade nasal (sinusite crônica, otite média) e árvore traqueobrônquica (tosse crônica, broncoespasmo, pneumonite aspirativa).
Quais os principais diagnósticos diferenciais da DRGE?
(1) Esofagite infecciosa (CMV, HSV, Candida)
(2) Esofagite eosinofílica
(3) Dispepsia não ulcerosa
(4) Úlcera péptica gastroduodenal
(5) Doença do trato biliar
(6) Distúrbios motores do esôfago
(7) Doença coronariana.
Como é feito o diagnóstico de DRGE na maior parte das vezes?
Diagnóstico clínico!!! Paciente com histórico de pirose retroesternal pelo menos uma vez por semana, por um período mínimo de 4 a 8 semanas, associado a resposta à prova terapêutica (redução sintomática > 50%após 1-2 semanas de uso de IBP).
Quais os principais exames complementares que podem ser solicitados na DRGE?
EDA, pHmetria de 24 horas com impedanciometria, esofagomanometria; Esofagografia baritada.
Quais as principais finalidades da EDA na DRGE?
Identificar complicações como esofagite, estenose péptica, EB e adenocarcinoma. Além de ser útil para o diagnóstico diferencial!
Quais as indicações para EDA na DRGE?
1) Presença de “sinais de alarme”: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento gastrointestinal e anemia.
2) Sintomas refratários ao tratamento (outra causa associada?).
2) História prolongada de pirose (> 5-10 anos): maior risco de esôfago de Barrett.
3) Idade > 45-55 anos.
4) Presença de náuseas e vômitos, história familiar de câncer e sintomas intensos ou noturnos devem levar o médico a “considerar” a realização de EDA.
O que é esofagite de refluxo?
Quando o paciente desenvolve alterações inflamatórias na mucosa esofagiana visível pela EDA.
Qual a conduta diagnóstica em caso de esofagite erosiva na EDA?
Biópsia!!! –> Hiperplasia da camada basal associado à papilomatose e aumento do espaço intercelular!!!! Pesquisa de EB e displasia/neoplasia.
Defina a classificação de Los Angeles!!!
GRAU A - uma (ou mais) solução de continuidade da mucosa confinada às pregas mucosas, não
maiores que 5 mm cada;
GRAU B - pelo menos uma solução de continuidade da mucosa com mais de 5 mm de
comprimento, confinada às pregas mucosas e não contíguas entre o topo de duas pregas;
GRAU C - pelo menos uma solução de continuidade da mucosa contígua entre o topo de duas (ou
mais) pregas mucosas, mas não circunferencial (ocupa menos que 75% da circunferência do
esôfago);
GRAU D - uma ou mais solução de continuidade da mucosa circunferencial (ocupa no mínimo
75% da circunferência do esôfago).