Diarreias_Apostila02_Capítulo01 Flashcards
Quais as principais funções do intestino delgado?
Absorção dos nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos), fluidos e eletrólitos.
Quais as principais funções do intestino grosso?
Absorver fluidos, moldar as fezes e controlar as evacuações.
Defina Diarreia.
Eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, com aumento do número de evacuações diárias (> 3x dia) e aumento da massa fecal (> 200g/dia).
Quando a diarreia ocorre?
Quando há um desequilíbrio no balaço entre a absorção e secreção de fluidos pelos intestinos, por redução da absorção e/ou pelo aumento da secreção.
Classificar as diarreias de acordo com o tempo de duração.
1- DIARREIA AGUDA: < 2 semanas;
2- DIARREIA PROTRAÍDA OU PERSISTENTE: entre 2 e 4 semanas;
3- DIARREIA CRÔNICA: > 4 semanas.
Quais as características da diarreia alta?
Episódios mais volumosos, além de poder apresentar má absorção de nutrientes.
Quais as características da diarreia baixa?
Pouca quantidade, muito frequente, associadas a tenesmo e urgência fecal.
Defina diarreia osmótica.
Diarreia provocada pela ingestão de substância osmoticamente ativa e não absorvível pelo epitélio intestinal, e cessa com o jejum. Ex.: Manitol, “deficiência de lactase”, “diarreia dos antibióticos”.
Defina diarreia secretória não invasiva.
Toxina, drogas ou substâncias neuro-hormonal estimula a secreção ou inibe a absorção hidroeletrolítica pelo epitélio intestinal. Não cessa com o jejum. Ex.: “Diarreia dos ácidos biliares”.
Defina diarreia invasiva ou inflamatória.
Decorrente da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal, o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade. O marco desse tipo de diarreia é a presença de sangue, muco ou pus nas fezes (disenteria). Ex.: GECA, DII.
Quais os mecanismos incluídos na Diarreia + Esteatorreia (Síndrome Disabsortiva)?
Mecanismo secretório colônico (“diarreia dos ácidos graxos”), o mecanismo osmótico da má absorção de carboidratos dissacarídeos e, em menor grau, a própria massa lipídica fecal.
Causa da Diarreia Funcional.
Causada pela hipermotilidade intestinal. Ex.: SII, diarreia diabética (neuropatia autonômica).
Qual o quadro clínico típico da diarreia aguda?
Geralmente, são diarreias leves, cursando com 3-7 evacuações diárias e perda de menos de 1 litro de líquido nas fezes.
O que é a Síndrome de Gastroenterite Aguda?
São diarreias leves, cursando com 3-7 evacuações diárias e perda de menos de 1 litro de líquido nas fezes, acompanhada de náuseas, vômitos e dor abdominal difusa.
Quais são as principais causas da GECA?
Habitualmente causada por infecções virais (Norovirus em adulto e Rotavirus em crianças) ou intoxicação alimentar (ingestão de toxinas pré-formadas presentes em alimentos - Staphylococcus aureus).
Caracterize a Diarreia aguda “inflamatória”.
Diarreia acompanhada de sangue, pus e muco nas fezes, febre e EAF positivo para hemácias, leucócito fecais e lactoferrina. Geralmente acomete o cólon, manifestando-se com diarreia de pequeno volume e múltiplos episódios ao dia, além de dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, tenesmo e urgência fecal.
Caracterize a Diarreia aguda “não inflamatória”.
Diarreia com fezes aquosas, ausência de sangue, pus e muco, sem febre, EAF normal (não solicitado de rotina nesse caso). Geralmente acomete o delgado, manifestando-se com diarreia de grande volume, poucos episódios e dor periumbilical, podendo ser acompanhada dos sinais e sintomas da GECA.
Quando solicitar exames para esclarecer a etiologia de uma diarreia aguda?
1- Diarreia > 7-10 dias;
2- Piora progressiva;
3- Maior ou igual a 6 episódios por dia;
4- Diarreia aquosa profusa, acompanhada de franca desidratação;
5- Paciente “idos frágil”;
6- Paciente imunodeprimidos (AIDS, pós-transplantes);
7- Diarreia adquirida em hospital (internação maior ou igual a 3 dias);
8- Sinais de comprometimento sistêmico;
Sinais de diarreia “inflamatória” ou “invasiva”:
a) Febre (Tax> 38,5ºC);
b) Presença de sangue, pus e muco (disenteria);
c) Dor abdominal intensa.
Exames iniciais para o diagnóstico etiológico das diarreias agudas.
1- EAF; 2- Coprocultura; 3- Pesquisa de toxina do C. difficile (se internação ou uso recente de ATB); 4- Teste parasitológico se: a) Diarreia > 10 dias; b) Região endêmica; c) Surto com origem em fonte de água comum; d) Infecção pelo HIV; e) Prática de sexo anal.
Qual o tratamento para a diarreia aguda?
1- Orientações sobre a dieta: preferência a refeições mais leves e de fácil digestão (sopas, chás, biscoito cream-cracker, torradas, arroz e frutas, como a banana);
2- Hidratação Oral: Soluções prontas (Pedyalite) ou soro caseiro (1L de água + 1 colher de café de sal + 1 colher de sopa de açúcar);
3- Probióticos: ajudar a restabelecer a microbiota intestinal normal do intestino (Floratil 100-200 mg 8/8 horas);
4- Agentes antidiarreicos: apenas em caso de diarreia aguda “não inflamatória” (Loperamida - Imosec);
5- Antibioticoterapia empírica: apenas em alguns pacientes.
Indicações de ATB empírico no tratamento das diarreias agudas.
1- Presença de leucócitos fecais no EAF;
2- Disenteria + febre + dor abdominal intensa;
3- Desidratação importante;
4- 8 ou mais evacuações por dia;
5- Paciente imunodeprimido;
6- Necessidade de hospitalização pela diarreia.
Exames complementares a serem solicitados diante do diagnóstico de diarreia crônica.
Hemograma e bioquímica plasmática, um exame de fezes completo com parasitológico (3 amostras + pesquisa de antígeno de Giardia e Ameba), EAF e gordura fecal.