DM - tipo 2 Flashcards
Fatores de risco?
Estima-se que cerca de 90% dos casos seriam evitáveis se os doentes seguissem uma dieta saudável, praticassem exercício, não fumassem e consumissem alcoól com moderação.
Os principais genes associados ao DM-2 são TCF7L2, SLC30A8, IRS1 e FTO
Qual a relação entre obesidade e a resistência à insulina na DM-2?
É um fenómeno multifatorial. No entanto, a obesidade é um dos principais fatores.
Numa fase inicial o paciente tem hiperglicémia e hiperinsulinémia em simultâneo.
A obesidade aumenta os níveis de resistina que contribuem para a resistência à insulina e de leptina, no entanto, existe um aumento na resistência da ação desta última, e diminui os níveis de adiponectina. Além disso, os níveis de FFA encontram-se elevados pelo que os níveis de triglicéridos nos músculos e fígado leva à inibição da sinalização pela insulina e ocorre produção de mediadores inflamatórios que contribuem também para a inibição da sinalização.
De que forma ocorre a resistência à insulina na DM-2?
Existem alterações na sinalização IRS/PI3K, são vias de regulação do processo metabólico, aumento dos níveis de DAG que irão ativar a PKC, Disfunção mitocondrial levando a ROS, inflamação e stress no RE que ativam a via JNK. Todos estes processos contribuem para o aumento da fosforilação de serinas no IRS, diminuição de fosforilação de tirosinas e, consequentemente, diminuição da sinalização
Que tipos de patologias também podem originar DM-2?
Acromegalia Síndrome de Cushing Feocromocitoma Hipertiroidismo/hipotiroidismo Mutações no gene do recetor de insulina Mutações no gene da insulina Mutações no DNA mitocondrial
Qual a complicação mais comum da DM-2 e quais os seus mecanismos?
Estado hiperglicémico hiperosmular, caracterizado por um quadro de hiperglicémia, desidratação e hiperosmolaridade. A diferença em relação à cetoacidose é que nesta complicação não existe produção de corpos cetónicos, pois a pouca insulina existente é suficiente para a impedir.
Quais são os tecidos mais afetados pela hiperglicémia?
São os tecidos cujos transportadores (GLUT 1,2 e 3) não são regulados pela insulina, como: neurónios, células de Schwann, medula renal, cristalino, vasos, músculo liso e tecido conjuntivo
O que leva ao aparecimento de macroangiopatias?
Os AGEs possuem um papel fundamental nesta complicação, eles comportam-se como uma “cola” biomolecular, provocando inflamação e consequente hipertrofia do músculo liso vascular. Ocorre um espessamento da membrana basal por deposição de colagénio.
Como se processam as complicações oculares?
No caso do glaucoma, oftalmoplegia, neuropatia ótica isquémica e retinopatia diabética estes acontecem devido ao espessamento da membrana basal dos vasos, ocorrendo um aumento da permeabilidade vascular e rotura da barreira hemato-retiniana. Isto leva à transdução do conteúdo instravascular para a retina, causando neovascularização pelo aparecimento de novos capilares devido ao desaparecimento de células endoteliais e degenerescência de pericitos
Relativamente às cataratas, estas acontecem devido à acumulação de frutose e sorbitol ao nível do cristalino.
Como se processa a nefropatia diabética?
Dá-se o espessamento da membrana basal dos capilares glomerulares, resultantes da hiperglicémia que, por sua vez, leva ao aumento da via dos polióis, de AGEs, de stress oxidativo e da PKC, consequentemente, estes aumentam a inflamação e causam hipertonicidade. Seguidamente dá-se o aumento difuso da matriz mesangial e depósito da mesma na periferia dos glomérulos resultante das mesmas vias anteriores, que também aumentam a produção de TGFbeta, VEGF, fibronectina e colagénio. Existe também a diminuição de proteoglicanos que leva à diminuição da carga dos poros e consequente microalbuminúria. Tudo isto provoca esclerose glomerular
Como se processa a neuropatia diabética?
A microangiopatia leva a uma deficiente irrigação e degeneração das fibras nervosas. Por outro lado, o aumento do sorbitol leva a alterações na condução neuronal. Isto provoca alterações nas fibras sensitivas, perda de sensação, nas fibras autonómicas, diminuição de sudorese, e nas fibras motoras, fraqueza muscular.