Distúrbios da Água Flashcards

1
Q

Qual a importância da concentração sérica de sódio (natremia)?

A

É o principal determinante da osmolaridade plasmática.

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2
Q

Como pode ser quantificada a osmolaridade plasmática?

A

Através do cálculo dela (questão seguinte) ou através da quantificação direta com um osmômetro.

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3
Q

Como calcular a osmolaridade plasmática?

A

Osm (pl) = 2xNa + glicose/18 + ureia/6 (ou nitrogênio da ureia - BUN - /2,8). Apesar de outras substâncias contribuirem também para a osmolaridade, são muito pequenos e podem ser desprezados na fórmula.

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4
Q

O que é a osmolaridade efetiva (ou tonicidade)?

A

É a osmolaridade dada por solutos que são osmoticamente ativos, ou seja, que não atravessam a MP. A fórmula para seu cálculo é 2xNa + glicose/18, pois a ureia atravessa livremente a MP.

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5
Q

O que é o gap osmótico?

A

É a diferença de osmolaridade entre aquela calculada pela fórmula e a medida pelo osmômetro. Caso esse GAP osmolar seja maior do que 10, significa que existe um soluto não contemplado na fórmula que está presente em concentração significativa no plasma = sugere intoxicação exógena.

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6
Q

Quais os mecanismos regulatórios da natremia?

A

ADH e o centro da sede.

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7
Q

Qual a consequência de alterações na natremia e qual célula é mais afetada?

A

Promove alteração na osmolaridade e alteração nos volumes intracelular. As células mais afetadas são os neurônios.

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8
Q

Qual a importância epidemiológica da hiponatremia?

A

É o distúrbio hidroeletrolítico mais comum em pacientes hospitalizados (até 30%).

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9
Q

Qual a relação da hiponatremia com a osmolaridade?

A

Apesar de existirem outros tipos de hiponatremia, como o sódio é o principal determinante da osmolaridade plasmática, a hiponatremia geralmente é hiposmolar (hipotônica).

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10
Q

Quais condições promovem hiponatremia com osmolaridade efetiva baixa porém osmolaridade plasmática total normal/elevada?

A

Azotemia (retenção de ureia -> não contribui para a osm efetiva) e intoxicação por etanol.

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11
Q

O que hiponatremia significa em relação à água?

A

Significa um excesso de água no organismo e não falta de sódio. É a hiponatremia hipotônica.

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12
Q

Quais os tipos de hiponatremias hipotônicas?

A

Hipovolêmicas, normovolêmicas e hipervolêmicas.

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13
Q

Como ocorre e quais os tipos de hiponatremia hipovolêmica?

A

Ocorre pela liberação não osmótica de ADH (queda da volemia) e pode ter o sódio < 20 ou > 40.

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14
Q

Quais as causas de hiponatremia hipovolêmica com sódio baixo e por que ocorre?

A

São as perdas extrarrenais de água: vômito, diarreia e hemorragia. Ocorre pelo estímulo do ADH (hiponatremia hipotônica - retenção de água livre) e pelo estímulo do SRAA, promovendo maior reabsorção de sódio (< 20 mEq/L). É a hiponatremia por IRA pré-renal.

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15
Q

Quais as causas de hiponatremia hipovolêmica com sódio > 40 e por que ocorre?

A

Ocorre nas síndromes perdedoras de sal por via renal (> 40 mEq/L). As causas são os diuréticos tiazídicos, o hipoaldosteronismo e a síndrome cerebral perdedora de sal. A perda de sódio urinário aumentada promove a perda de volume com estímulo para a liberação de ADH -> aumento da reabsorção de água livre.

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16
Q

O que é a síndrome cerebral perdedora de sal?

A

Ocorre na primeira semana após uma lesão cerebral grave, sendo por uma hiperativação simpática (desregulação do SNA) com natriurese pressórica aumentada e por secreção anômala de peptídeo natriurético cerebral (BNP). É um importante ddx da SIADH.

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17
Q

Qual é a marca da hiponatremia hipervolêmica?

A

O edema: ascite, derrame pleural e pericárdico.

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18
Q

Quais as causas de hiponatremia hipervolêmica?

A

ICC, cirrose hepática e insuficiência renal.

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19
Q

Como a ICC e a cirrose hepática promove hiponatremia hipervolêmica?

A

Reduzem o volume circulante efetivo (VCE) para o interstício e para o 3° espaço, promovendo estímulo para a secreção de ADH e retenção de água livre (diluição do sódio -> hiponatremia).

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20
Q

Como a IR promove hiponatremia hipervolêmica?

A

Qualquer queda na TFG predispõe à hiponatremia em caso de ingesta excessiva de água, pois a queda na filtração estimula os néfrons remanescentes a filtrarem mais solutos, concentrando a urina e diminuindo a capacidade de eliminação de água livre (eu perco água mas junto com íons - sódio).

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21
Q

Quais os tipos de hiponatremia normovolêmicas?

A

Com diurese hipertônica ou com diurese hipotônica.

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22
Q

Como ocorre e quais as causas de hiponatremia normovolêmica com diurese hipertônica?

A

Ocorre por uma incapacidade renal de excretar água livre secundária à hiperssecreção de ADH. As causas são insuficiência suprarrenal 2ária (cortisol faz feedback negativo para liberação de ADH), hipotireoidismo e SIADH (síndrome da antidiurese inapropriada).

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23
Q

Por que ocorre e como a SIAD promove hiponatremia?

A

Ocorre por um estímulo exacerbado dos receptores de ADH no TC medular. A urina desses pacientes está inapropriadamente concentrada para o nível de natremia, mesmo em níveis de sódio muito baixos. A volemia é mantida pois há liberação do ANP (peptídeo natriurético atrial), promovento Na(u) > 40. ex: uma hiponatremia de 120 deveria cursar com osmolaridade urinária de 50 mOsm (alta perda de água livre), porém como o paciente apresenta SIAD, ele retém essa água livre e a osmolaridade fica fixa geralmente acima de 300.

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24
Q

Qual outro dado é muito característico da SIAD?

A

A hipouricemia, pois o ANP também estumula a uricosúria. Além disso, a osmolaridade urinária está SEMPRE acima de 100.

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25
Q

Quais as causas de SIADH?

A

S: SNC (meningite, TCE, AVC, HSA, tumores). Ia: iatrogenia (psicofármacos - clorpropamida, carbamazepina). D: doença pulmonar (Legionella e ca de células pequenas - oat cells). H: HIV (AIDS).

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26
Q

Qual a relação do ca oat cells com a SIADH?

A

É uma importante causa de SIADH, sendo que eu devo investigar o pulmão de um paciente tabagista e com hiponatremia sem causa aparente.

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27
Q

Qual o principal ddx de SIADH? Por que é importante fazer essa diferenciação?

A

A sínrome cerebral perdedora de sal (CSWS). A diferenciação é importante pela diferente abordagem terapêutica, sendo que a conduta inadequada pode levar o paciente a óbito.

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28
Q

Como fazer a diferenciação entre SIADH e CSWS?

A

Através da volemia: hipovolemia fala a favor de CSWS (hipotensão postural, taquicardia responsiva a volume e PVC diminuída) e normovolemia fala a favor de SIADH. Além disso, quando feita reposição de SF 0,9%, há diminuição da osmolaridade urinária com aumento do DU na CSWS, enquanto que na SIADH haverá inalteração da diurese e pode haver piora da hiponatremia.

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29
Q

Comente sobre a hiponatremia do maratonista (induzida por exercícios físicos).

A

Durante a atividade física, há estímulo para a secreção de ADH, aumetando seus níveis no sangue. Além disso, há vasoconstrição esplâncnica, reduzindo a absorção de água no intestino. Após o atleta cessar a atividade física, a vasoconstrição esplâncnica diminui e há grande absorção intestinal de água. Isso associado a níveis ainda elevados de ADH promove uma tendêndia à hiponatremia hipotônica normovolêmica, podendo ser grave. Portanto o atleta só deve beber água quando sentir sede (soluções hipotônicas não previnem isso).

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30
Q

Quais as causas da hiponatremia hipotônica normovolêmica com diurese hipotônica?

A

São as únicas formas que promovem uma diurese adequadamente hipotônica. As causas são polidipsia primária, cirrugia de ressecção transuretral de próstata (uso de manitol hipotônico ou solução isotônica), alcoolismo (baixa ingesta de solutos + ingesta excessiva de água - potomania).

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31
Q

Quais as causas de hiponatremia hipertônica?

A

Síndromes hiperglicemiantes do diabético (aumento da glicemia -> aumento da osmolaridade plasmática -> puxa água do IC). A cada 100 pontos de glicemia acima de 100 mg/dl, eu devo adicionar 1,6 à natremia (sódio corrigido); Adm de manitol hipertônico (funciona de forma semelhante à glicose em excesso).

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32
Q

O que é a pseudo-hiponatremia?

A

Ocorre na mensuração do sódio sérico pelo espectrofotômetro em pacientes com hiperlipidemia e hiperproteinemia. Não existe repercussão clínica dessa “hiponatremia”.

33
Q

Parâmetros urinários para cada causa de hiponatremia.

A
34
Q

Qual é a prova terapêutica para diferenciar entre hiponatremia hipovolêmica e normovolêmica por SIADH?

A

Eu faço infusão de SF 0,9% 500-1000 mL. Se houver queda na osmolaridade urinária, é hipovolemia. Isso pois neste caso haverá melhora da volemia e redução no estímulo do ADH, diminuindo a reabsorção de água e diminuindo a osmolaridade urinária. Porém, se for por SIADH, não haverá diminuição na osmolaridade, pois o organismo ainda estará com aumento na atividade dos receptores de ADH e continuará a reabsorver água livre.

35
Q

Algorítmo investigação diagnóstica da hiponatremia

A
36
Q

Quando a hiponatremia hipotônica promove sintomas?

A

Quando a hiponatremia se instala de forma aguda (horas) e cai abaixo de 125 mEq/L em pacientes sem lesão neurológica (HIC ou idosos -> abaixo de 130 já pode ser deletério).

37
Q

Como a hiponatremia promove sintomas?

A

Como há hipo-osmolaridade plasmática, há transferência de líquido para o meio intracelular, promovendo edema celular. Os neurônios são as células mais sensíveisao aumento de volume -> edema cerebral (citotóxico - neuronal).

38
Q

Qual o QC da hiponatremia?

A

Edema cerebral citotóxico = encefalopatia hipo-osmolar: cefaleia, náuseas/vômitos, cãibras musculares, agitação, sonolência, hiporreflexia, letargia, desorientação, rigidez, tremor, nistagmo, ataxia, … Na hiponatremia aguda grave (< 110-115) é frequente surgir convulsões tônico-clônicas generalizadas com mortalidade de 50%, coma, HIC, herniação.

39
Q

Qual a peculiaridade do quadro clínico na hiponatremia de instalação lenta? Justifique.

A

Quando a instalação é lenta (> 48h), é comum um paciente apresentar níveis muito baixos de sódio sérico (110) sem nenhum sintoma. Isso pois os neurônios tiveram tempo hábil para se adaptarem eliminando solutos para ficarem com a osmolaridade celular semelhante a do plasma.

40
Q

Qual cuidado eu devo ter com o paciente hiponatrêmico assintomático?

A

Como houve essa adaptação neuronal com eliminação de solutos, uma correção abrupta da osmolaridade é extremamente perigosa, pois tornará o meio intracelular hipo-osmolar em relação ao EC, promovendo perda de água dos neurônios com desidratação neuronal (crenação) -> lesão neurológica potencialmente irreversível e fatal.

41
Q

Por que eu não devo corrigir a natremia de forma rápida na hiponatremia?

A

Pois promove alteração na permeabilidade da BHE, extravasando leucócitos que atacam oligodendrócitos, promovendo a síndrome da desmielinização osmótica (SDO).

42
Q

Quais os FR para a SDO?

A

Mulheres pré-menopausa, portadores de desnutrição, alcoolismo, hepatopatia e HIPOcalemia.

43
Q

Qual a lesão anatomopatológica típica da SDO?

A

Mielinólise pontina.

44
Q

O que eu devo identificar antes de fazer o tto da hiponatremia hipotônica?

A

Se essa hiponatremia é hipovolêmica ou não.

45
Q

Qual o tto da hiponatremia hipovolêmica?

A

SF 0,9%. Aqui, a restauração da natremia não é aprenas pela reposição de sódio, mas sim pela restauração da volemia, diminuindo o estímulo por ADH e diminuindo a retenção de água livre (diminui a diluição da natremia). *CSWS: associar maior aporte de sal na dieta e/ou fludrocortisona (reabs Na).

46
Q

Devo tratar a hiponatremia crônica assintomática? Justifique.

A

Sim, pois podem ser acompanhadas de déficits neurológicos discretos.

47
Q

Como tratar os pacientes com hiponatremia crônica assintomática normovolêmica ou hipervolêmica?

A

Tratar a causa específica (retirar medicamentos, terapia hormonal na insuf suprarrenal e hipotir). A conduta básica é a restrição hídrica (exceto na hipovolêmica - reposição hidrossalina). Pode fazer furosemida caso apenas a restrição não seja suficiente.

48
Q

Qual o tto da SIADH no paciente assintomático?

A

Restrição hídrica + ingesta aumentada de sódio. Caso não haja resposta -> furosemida. Caso ainda não funcione: adição de 30g/dia de ureia na dieta. Caso mesmo assim não funcione (ou haja CI para uso de ureia e sal - ICC, IRC, cirrose), pode-se usar bloqueador do receptor de ADH (vaptanos - conivaptan).

49
Q

Comente sobre o aumento na ingesta de ureia na SIADH.

A

O objetivo é o aumento da excreção obrigatória de soluto pela urina, fazendo com que ele perca, em conjunto com esse aumento da osmolaridade urinária, água livre.

50
Q

Qual o tto da hiponatremia hipervolêmica?

A

Restrição hídrica + furosemida.

51
Q

Devo usar solução hipertônica de NaCl (3%) no paciente com hiponatremia crônica assintomático ou oligossintomático? Justifique.

A

É CONTRAINDICADO, pois nesses pacientes a correção rápida predispõe muito ao desenvolvimento da desmielinização osmótica pontina.

52
Q

Quanto de natremia eu devo aumentar no paciente hiponatrêmico crônico assintomático?

A

No máximo 8-10 mEq/L por dia e 18 por 48h.

53
Q

Qual a diferença no tto do paciente hiponatrêmico crônico assintomático e no agudo sintomático?

A

Os agudos sintomáticos apresentam urgência da reposição de sódio e o risco de desmielinização é menor, pois ainda não houve tempo da adaptação neuronal ocorrer. Nesses pacientes que eu vou fazer a salina hipertônica.

54
Q

Qual a conduta no paciente hiponatrêmico agudo e sintomático?

A

Aumentar a natremia de 1-2 meqs por hora nas primeiras 3h (3-6 em 3h) para tirar o paciente do estado de crises convulsivas e melhorar seu estado neurológico. Em seguida, respeita a elevação máxima de 12 meqs/24h.

55
Q

Qual a solução de escolha na reposição da natremia no paciente hiponatrêmico agudo e sintomático?

A

Usa-se a salina hipertônica (NaCl 3%) - a solução reposta deve ter osmolaridade MAIOR do que da urina.

56
Q

Por que a osmolaridade da solução para repor a natremia deve ser hipertônica em relação à urina?

A

Pois, imagine o seguinte exemplo: paciente 70 kg com SIAD e Na = 123 com Osm urinária de 500. A SF 0,9% possui osmolaridade de 308. Caso eu reponha 1000 mL de SF 0,9%, os 308 mOsm de soluto serão eliminados em 620 mL de urina, produzindo um balanço hídrico positivo de 380 mL e piorando a hiponatremia. Portanto quando eu dou uma solução hipertônica em relação à urina, eu preciso de mais volume para eliminar esse soluto e consequentemente eu perco água livre.

57
Q

Como saber o quanto de salina hipertônica eu devo repor no paciente hiponatrêmico agudo sintomático?

A

Eu uso a seguinte fórmula: déficit de Na = 0,6 (0,5 para mulheres) x peso x variação desejada de Na, sendo que essa variação é o quanto de natremia eu desejo alterar (3 meqs em 3h e 12 em 24h, por exemplo). Eu chego no déficit de sódio a ser reposto em meqs, porém eu preciso saber em mL. Sabe-se que 1g de NaCl possui 17 meqs de Na e que a salina NaCl 3% possui 3g em 100 mL. Isso faz com que, para uma variação desejada de 3 meqs de Na em um paciente homem com 70kg, eu tenha que repor 210 mL (0,6x70x3 = 108 meqs -> 108/17 = 6,35 x 100/3 = 210 mL).

58
Q

Qual a conduta durante a adm de salina hipertônica no hiponatrêmico agudo sintomático?

A

Devo monitorizar regularmente (2-4h) a natremia desse paciente, ajustando conforme necessário. Caso aumente muito a natremia, posso fazer SG 5% para reduzir um pouco a natremia.

59
Q

Qual a conduta em paciente evoluindo para SMO?

A

SG 5%, sendo capaz de reduzir a desmielinização e até mesmo reverter.

60
Q

Qual a relação da hipernatremia com a tonicidade?

A

Toda hipernatremia é hipertônica, já que o sódio é o principal determinante da osmolaridade plasmática.

61
Q

Qual a relação da hipernatremia com a água?

A

Entende-se hipernatremia como, na enorme maioria das vezes, perda de água (desidratação).

62
Q

Quais as causas bases de hipernatremia?

A

Perda de água livre ou fluidos hipotônicos (perco mais água que sal) ou incapacidade de ingerir líquidos.

63
Q

Quais os pacientes mais acometidos por hipernatremia e por quê?

A

Na prática, o paciente que apresenta o centro da sede funcionando bem e tem acesso a líquidos nunca fica hipernatrêmico, portanto os pacientes que ficam são RNs, lactentes, idosos, intubados, pacientes com NC rebaixado (não tem acesso livre à água).

64
Q

Como se dá o aumento da perda de água livre causando hipernatremia?

A

Ocorre por aumento nas perdas insensíveis: transpiração (febre, clima quente), respiração (hiperpneia) e fezes (diarreia).

65
Q

Quais as principais causas de hipernatremia?

A

Perdas cutâneas, diarreia osmótica, poliúria osmótica, DI, furosemida, hiperaldosteronismo primário, hipodipsia e administração de sódio (raro).

66
Q

Quais situações promovem aumento da perda de água por via cutânea?

A

Exercícios físicos prolongados, queimaduras, febre alta diária.

67
Q

Comente sobre a diarreia osmótica como causa de hipernatremia.

A

A ingestão de uma substância não absorvível atrai água e promove diarreia com baixa quantidade de Na e K. São as diarreias virais e a substância é o açúcar da dieta que a absorção está prejudicada. Outras causas: lactulona e manitol.

68
Q

Comente sobre a poliúria osmótica como causa de hipernatremia.

A

A principal é a DM -> glicosúria (lembrar que a natremia pode estar camuflada pelo efeito da hiperglicemia). Outras causas são o uso de manitol hipertônico e o aumento da ureia urinária (alimentação hiperproteica).

69
Q

Qual a abordagem diagnóstica em um paciente hipernatrêmico?

A

Devo me perguntar por onde ele perdeu água livre: transpiração, fezes, respiração ou urina. Nos casos de perda urinária, a urina está necessariamente aumentada (poliúria) e hipo-osmolar. Nas outras, está necessariamente oligúrico e com a urina concentrada.

70
Q

Quais os ddx de DI e como fazer a diferenciação?

A

DM e polidipsia primária, pois ambos tem poliúria e polidipsia. Em relação à polidipsia primária, o ddx pode ser feito através do teste da restrição hídrica, respondendo à seguinte questão: ele urina muito pq bebe muito ou bebe muito pq urina muito? Esse teste é CI na vigência de hipernatremia. Em relação à DM, dosar glicemia.

71
Q

Por que ocorrem as manifestações clínicas na hipernatremia e quais são?

A

Ocorre pela perda de água dos neurônios para o sangue hiperosmolar, promovendo desidratação neuronal. Promove encefalopatia hiperosmolar: rebaixamento do NC, coma e crise convulsiva. Fraqueza e dor muscular são indícios de rabdomiólise hipernatrêmica.

72
Q

Qual a peculiaridade nos pacientes que desenvolveram a hipernatremia de forma crônica?

A

Assim como na hiponatremia, os neurônios apresentam capacidade adaptativa, captando solutos para tentar igualar sua osmolaridade à do plasma. Portanto, a reposição de volume de forma muito rápida pode promover edema cerebral agudo.

73
Q

Qual o tto da hipernatremia?

A

Assim como em todos os outros estados hiperosmolares, o tratamento é feito com reposição de água livre, dando preferência para a VO ou enteral por sonda.

74
Q

Caso o tratamento da hipernatremia seja por via parenteral (comatosos ou obstrução intestinal), qual a solução de escolha?

A

SG 5% ou salina hipotônica 0,2 ou 0,45%.

75
Q

Qual diferenciação eu devo fazer antes de iniciar o tratamento para hipernatremia?

A

Diferenciar se a perda foi de água livre (pele, respiração, DI) ou de fluido hipotônico (urina, diarreia). Isso pois a reposição é diferente, sendo feita com água livre pura ou SG 5% no 1° caso e salina hipotônica no 2° caso, pois o paciente está hipovolêmico muitas vezes e perdeu, junto com água, sal.

76
Q

Qual a variação máxima da natremia para tratamento da hipernatremia?

A

10 meqs/24h, fazendo com que uma redução mais rápida do que isso possa favorecer muito o edema cerebral agudo.

77
Q

Como calcular o déficit de água livre?

A

0,5 (0,4 para mulher) x peso x (Na paciente/Na desejado) - 1. O volume reposto é o resultado da conta, mas para salina 0,2% devo multiplicar por 1,33 e para salina 0,45% devo multiplicar por 2. Lembrar de colocar as perdas insensíveis de água na reposição (10 ml/kg/dia).

78
Q

Qual o tto do DI?

A

Central: desmopressina (dDAVP) 5-20 mcg intranasal 2x/dia + restrição salina e proteica (diminuir a poliúria). Nefrogênico: restrição salina e proteica, podendo associar tiazídicos e amilorida.

79
Q

Por que dar diurético tiazídico para o paciente com DI?

A

Os tiazídicos e a amilorida reduzem a poliúria no DI, isso pois promove um aumento da osmolaridade urinária, e o débito urinário = [solutos]/osmolaridade, portanto reduzindo o DU. Além disso, há dimiuição da volemia com menor natriurese, reduzindo solutos também.