Distocia Flashcards
Distocias do Trabalho de Parto
Definição
- qualquer perturbação no bom andamento do parto
- alterações dos fatores de parto:
- força motriz ou contração uterina: distocia funcional
- objeto: distocia fetal
- trajeto (bacia e partes moles): distocia do trajeto
Características normais/anormais das contrações durante trabalho de parto
Tono: entre 8 a 10 mmHg;
Hipotonia: tono < 8 mmHg
Hipertonia: tono > 20 mmHg
Intensidade : entre 25 a 50 mmHg;
Hipersistolia: contrações acima de 50 mmHg
Hipossistolia: contrações abaixo de 25 mmHg
Frequência: entre 3 a 5 contrações em 10 minutos;
Taquissistolia: mais de 5 contrações em 10 minutos
Bradissistolia: menos de 2 contrações em 10 minutos
Duração: em média 69 a 70 segundos.
Tríplice Gradiente Descendente
Tríplice Gradiente Descendente -> fibras uterinas apresentam uma disposição circular das tubas ate o colo -> no trabalho de parto a contração ocorre de forma coordenada -> as contrações começam e são mais intensas no fundo uterino e se propagam do fundo para o colo uterino
Distocia Funcional - distocia por hipoatividade uterina
Baixa força motriz -> contrações fracas, ineficientes, gerando parto lento
Hipotonia: tono < 8 mmHg
- hipoatividade primária: diagnosticada desde o início do trabalho de parto
- hipoatividade secundária: inicialmente normal, ficou lento ou parou de evoluir
Conduta: aumentar a força motriz (contração)
- amniotomia
- infusão de ocitocina (aumentar a dinâmica uterina) -> evitar decantação lenta da placenta -> manter occitocina
Distocia Funcional - distocia por hiperatividade uterina
Alta força motriz -> contração estão acima do normal, mas não geram necessariamente um parto rápido
Hipertonia: tono > 20 mmHg
Uso exagerado de occitonina (não permite progressão da dilatação do colo)
Descolamento prematura da placenta
Taquissistolia ( frequência acima de 6 contrações em 10 minutos)
Assincronismo (múltiplos focos de contrações)
Superdistensão uterina ( macrossomia, polidrâmnio e gestações múltiplas)
Hiperatividade com obstrução: tumor de trajeto, desproporção cefalopélvica, sinequia de colo
Conduta:
- suspender o uso de ocitocina
- amniotomia tardia se não for sobredistensão uterina
- rotura da bolsa ou amniodrenagem em casos de distensão uterina
- analgesia precoce
Distocia Funcional - distocia da dilatação
Diagnostico de exclusão -> ausência da dilatação cervical ou progressão lenta
- atividade uterina e o tônus normais e a evolução não é favorável
- paciente poliqueixosa, ansiosa - liberação de catecolaminas decorrentes do estresse: incoordenação uterina
- oferecer analgesia peridural
- inversão de gradiente ou incoordenação de primeiro grau idiopático
Conduta: medidas ocitócicas: ocitocina sensibiliza o marcapasso uterino
Presença de taquissistolia pode indicar (3)
- eliminação meconial,
- administração inadvertida de ocitócicos
- quadros de corioamnionite
Distocia de Trajeto - Distocias Ósseas
- anormalidades no formato, tamanho ou nas angulações da pelve
- anormalidades no estreito superior, médio e inferior
- diagnóstico pela avaliação clínica: pelvimetria
- diagnóstico radiológico do quadril ou ressonância magnética da pelve
Distocia de Trajeto - Distocias de Partes Moles
- são alterações do canal de parto que impedem a progressão do trabalho de parto
- vulva e períneo:
- varizes, estenose ou edema de vulva, condiloma acuminado gigante
- vagina:
- septos vaginais (intravenosos ou longitudinais)
- colo:
- hipertrofia, estenose cervical pós cirúrgica (conização, cerclagem) ou cicatricial e edema de colo
- tumores prévios:
- miomas ou neoplasia do colo uterino
Distocia de Objeto - são anormalidades atribuídas ao feto e às relações materno-fetais
Tamanho Fetal
- desproporção céfalo-pélvica
- feto GIG - peso de mais de 4.000g
- feto AIG - bacia materna com diâmetros menores
IMPORTANTE: IDENTIFICAR desproporção céfalo-pélvica antes do TP
- altura uterina acima do percentil 95 para idade gestacional
- presença de edema suprapúbico, sem insinuação do polo cefálico no estreito superior da bacia
- estimativa do peso fetal por meio de ultrassonografia obstétrica
Distocia de Objeto - Distocia Biacromial (Distocia de Ombros), associação com:
- obesidade
- pós-datismo
- diabetes gestacional
CONSEQUENCIAS PARA O FETO E MAE
- consequências maternas:
- lacerações (canal de parto)
- atonia uterina (com hemorragia)
- rotura uterina
- disjunção da sínfise púbica
- consequências ao feto:
- lesões de plexo braquial
- fratura de clavícula ou úmero
- óbito intraparto ou neonatal
Distocia de Objeto - Distocia Biacromial (Distocia de Ombros) - CONDUTA
(protocolo de ALEERTA)
A: chamar ajuda; avisar parturiente, anestesia a postos
L: levantar os membros inferiores em hiperflexão (manobra de McRoberts)
E: pressão suprabúbica externa (manobra de Rubin I)
E: considerar episiotomia
R: remover braço posterior
T: toque para manobras internas:
- manobra de Rubin II
- manobra de Woods
- manobra do parafuso invertido
A: alterar a posição - paciente em quatro apoios (manobra de Gaskin)
- na impossibilidade de alcançar os ombros: resolução da gestação por via alta, reintroduzindo a cabeça na pelve materna até as espinhas isquiáticas (manobra de Zavaneli)
Distocia de Objeto - Anormalidades de Situação e Apresentação
- situação transversa
- apresentação pélvica
- apresentação de face
- apresentação de fronte
- apresentação composta
- variedade de posição occipitoposterior
- variedade de posição occipitotransversa
PERÍODOS DO TP e fase latente e ativa
Período:
- Preparatório
- Dilatação
- Pélvico
Fases:
- Latente: Início do TP até 3 cm, com 2 ou mais contrações
- Ativa: Após 3 cm de dilatação - OMS ( 2018): dilatação ≥ 5,0cm
Distocias Funcionais - em relação aos períodos e fases do TP
fase de dilatação:
- fase ativa prolongada
- parada secundária da dilatação
- parto precipitado ou taquitócico
fase pélvica:
- período pélvico prolongado
- parada secundária da descida