DIP Flashcards
Quais microrganismos mais frequentes de causarem DIP?
Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealiticos
O que é a síndrome de Fitz-Hugh-Curtis?
Quadro de perihepatite em consequência da infecção. Após esse quadro agudo, pode haver aderências entre a cápsula hepática de Glisson e a parede abdominal, caracterizando assim, a imagem em cordas de violino
O diagnóstico é feito a partir de quais critérios?
3 critérios mínimos + 1 adicional ou 1 critério definitivo.
• Critérios mínimos
o Dor no abdome inferior.
o Dor à palpação dos anexos.
o Dor à mobilização do colo uterino.
• Critérios adicionais
o Temp. Axilar maior que 37,8 ºC (febre)
o Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal. (Visualiza vindo do orifício, mucopurulenta)
o Massa pélvica palpável
o Presença de mais de 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice.
o Leucocitose com desvio para esquerda (leucocitose infecciosa)
o Proteína C reativa ou VHS elevada.
o Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasmas.
• Critérios definitivos
o Evidência histopatológica de endometrite (histeroscopia e curetagem às cegas)
o Presença de abcesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem (USG pélvica ou TC).
o Laparoscopia com evidência de DIP (abcesso ou pus saindo da tuba uterina) (Padrão ouro, alta especificidade, mas baixa sensibilidade)
Qual classificação em estágios?
- I (leve): salpingite aguda sem irritação peritoneal.
- II (moderada sem abcesso): salpingite com irritação peritoneal (pelviperitonite).
- III (moderada com abcesso): salpingite aguda com oclusão tubária ou abcesso tubo-ovariano integro ou abcesso pélvico.
- IV (grave): abcesso tubo-ovariano roto ou sinais de choque séptico ou abcesso tubo-ovariano > 10cm.
Quando e como é feito o tratamento ambulatorial?
quadro clínico leve + exame abdominal e ginecológico sem sinais de pelviperitonite (estágio 1) e que não estejam incluídas para tratamento hospitalar. As mulheres indicadas para este tratamento devem ser reavaliadas em 48-72 e se não houver melhora, indicar tratamento hospitalar.
o Esquema 1: Ceftriaxone (250mg, IM, dose única) + Doxaciclina (100mg, VO, 12/12h) com ou sem Metronidazol (500mg, VO, 12/12h) por 14 dias. – retorno c 72h e reavaliar o parceiro
Ceftriaxona para gonococo, Doxaciclina para clamídia e Metronidazol para anaeróbios.
o Esquema 2: Cefoxitina (2g, IM, dose única) + Probenecide (1g, VO, dose única) + Doxaciclina (100mg, VO, 12/12h) com ou sem metronidazol (500mg, VO, 12/12h) por 14 dias. Cefoxitina ou Cefotetan, que não tem no Brasil.
o Esquema 3: Outra cefalosporina de 3ª geração (Ceftizoxime ou Cefotaxima) + Doxaciclina (100mg, VO, 12/12h) com ou sem Metronidazol (500mg, VO, 12/12h) por 14 dias.
Quando e como é feito o tratamento hospitalar?
o Indicadas para tratamento hospitalar: (estágios 2 em diante)
Na gravidez
Falta de resposta ou tolerância a medicações orais
Mulheres com falha na terapia ambulatorial ou não aderentes à terapia
Incapacidade de tomar medicamentos VO devido a náuseas ou vômitos
Doença clínica grave (febre alta, náuseas, vômitos, dor abdominal grave)
DIP complicada com abcesso pélvico (incluindo abcesso tubo ovariano)
Possível necessidade de intervenção cirúrgica ou exploração diagnóstica para etiologia alternativa (por exemplo: apendicite)
Esquema 1: Penicilina Cristalina: 1 milhão UI IV 4/4h + Gentamicina 80mg IV 8/8h + Metronidazol 500mg IV 8/8h
Esquema 2: Cefoxitina 2g IV 6/6h + Doxiciclina 100mg VO 12/12h
Esquema 3: Clindamicina 900mg IV 8/8h + Gentamicina 2mg/kg IV 8/8h (ataque) – a seguir dose de manutenção 1,5mg/kg