CLÍNICA MÉDICA Flashcards

1
Q

DPOC

A
  • Obstrução de fluxo aéreo de causa persistente

VEF1/CVF <0,7 pós prova broncodilatadora
Prevalência estimada 10%
3 milhões de mortes anualmente por DPOC

Doença genético-ambiental: alfa-1-antitripsina, exposição a tabagismo e queima de biomassa

Clínica
- Dispneia crônica: escala MRC modificado
0: dispneia a exercício intenso
1: dispneia ao subir escadas ou ladeiras ou ao andar rápido no plano
2: ao passo normal no plano ou dificuldade de acompanhar pessoa da mesma idade
3: menos de 100 metros no plano ou após poucos minutos ou para tomar banho
4: para sair de casa/se vestir ou despir

  • Bronquite crônica (30%): tosse com expectoração
  • Fadiga
  • Perda de peso, sintomas psiquiátricos

Diagnóstico:
VEF1/CVF < 0,7 PÓS BD

Classificação GOLD: usa só o VEF1
CLASSIFICAÇÃO ESPIROMÉTRICA
1(LEVE): maior ou igual a 80% do predito
2 (MODERADA): entre 50 e 80% do predito
3 (SEVERA): entre 30 e 50% do predito
4 (MUITO GRAVE): menor que 30% do predito

CLASSIFICAÇÃO GOLD ABE (histórico de exacerbação - nos últimos 12 meses)
A ou B: 0 a 1 exacerbação moderada - que não exige hospitalização
A - mMRC 0-1 ou CAT < 10
B - mMRC 2 ou mais ou CAT maior ou igual a 10

E: 2 ou mais exacerbações moderadas ou 1 que leve a hospitalização

A: no máximo 1 exacerbação sem hospitalização, mMRC 0 ou 1
B: no máximo 1 exacerbação sem hospitalização, mMRC 2 ou mais
E: 2 exacerbações ou pelo menos 1 hospitalização

Tratamento:
A: um único broncodilatador (podendo ser SABA ou SAMA, mas preferência por LAMA ou LABA)

B: TERAPIA DUPLA: LABA + LAMA (baixas a moderadas)

E: TERAPIA DUPLA: LABA + LAMA (dose alta)
Se tiver eosinofilia (maior igual a 300), pode fazer corticoide inalatório
obs: o uso de ctc inalatório pode aumentar a ocorrência de pneumonia

Indicação de oxigenoterapia:
Quando há hipoxemia
SatO2 < 88% em ar ambiente
Gasometria arterial PaO2 < 55 ou entre 55-60 se tiver eritrocitose ou insuficiência cardíaca direita

Para manter SatO2 maior igual a 90%
- Reavaliar em 60-90 dias para retirar se desnecessário

Observações:
- Exacerbação é a piora dos sintomas do paciente, em uso do tratamento
- A exacerbação não necessariamente leva a mudança no tratamento, pois pode ser por má adesão

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Asma

A
  • Inflamação crônica das vias aéreas
  • Definida pela presença de sintomas respiratórios
  • Doença heterogênea
  • Limitação variável do efluxo aéreo
  • Asma inicio tardio mais comum em mulheres e necessita de doses maiores para controle

Diagnóstico clínico (principalmente) e espirométrico (como é variável o sintoma, pode não vir nada)
Prevalência 1-29%

Sintomas
- Sibilo, dispneia, tosse
- Piora noturna
- Variação em intensidade e com o tempo
- Gatilhos: infecções virais, exercício, alérgenos, estações do ano

Espirometria
- Prova BD +: VEF1 melhora maior ou igual a 12% ou de 200ml (ou em peek flow maiora maior igual a 20%)
- Após 4 semanas de tratamento, deve ser observada melhora espirométrica

Controle dos sintomas:
Sintomas diurnos mais de 2x por semana?
Acordou a noite devido a asma?
Uso do broncodilatador de curte duração mais de 2x na semana?
Alguma limitação de atividade devido a asma?

  • Asma Controlada: todas as respostas não
    1-2 SIM: parcialmente controlada
    3-4 SIM: não controlada

Gravidade:
Leve: bom controle com baixas doses de CI (ex: CI sos ou CI + SABA sos)
Moderada: controle com CI e LABA baixa a moderada dose
Grave: não controlado apesar de tto otimizado com altas doses de CI e LABA OU necessita de altas doses de CI para manter controle (também considera grave, apesar de controlada)

Tratamento: sempre buscando desescalar, somente a dose que o paciente necessita

Para todos: SOS CI baixa dose + formoterol
Steps 1 e 2: só SOS
3: CI + formoterol contínuo dose baixa
4: CI + formoterol contínuo dose moderada
5: considerar CI + formoterol contínuo dose alta, LAMA, referenciar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

COVID-19

A

Síndrome respiratória aguda
Transmissão por gotículas respiratórias ou contato com superfícies infectadas
Maioria dos casos leve: febre, tosse seca, fadiga autolimitados

Período de transmissibilidade: torno de 48h antes do início dos sintomas
Incubação 2-10 dias

Fases da doença:
Até 5 dias: replicação viral (fase para uso de antivirais)
Após isso: resposta imune e inflamatória desregulada (terapias imunossupressoras/anti-inflamatórias)

Diagnósticos:
RT-PCR (padrão ouro)
Teste antígeno (sensibilidade 40-90%)

Isolamento:
Padrão: 7 dias, assintomático há 24h
ou
5 dias, assintomático há 24h com novo teste negativo

Se ao fim dos 7 dias ainda houver sintomas:
Prolonga até 10 dias

Apresentação clínica:
Assintomática
Leve: com sintomas, mas sem dispneia ou alteração radiológica
Moderada: alteração de imagem com sat>94%
Severa: sat < 94%, Pao2/FiO2 < 300mmHg, FR > 30 ou infiltrado pulmonar de mais de 50% em imagem
Crítica: IR, choque séptico e/ou disfunção de múltiplos órgãos

Tratamento Min. Saúde
Divide em pacientes:
- sem necessidade de O2
- baixo fluxo
- alto fluxo
- ventilação invasiva

a) Sem necessidade: COM INTERNAMENTO
- Anticoagulante em dose terapêutica
- Heparina não fracionada ou Enoxaparina
obs: sim, os menos graves usam dose terapêutica, enquanto os outros usam dose profilática)

b) Baixo fluxo
- Anticoagulante em dose terapêutica
- ADICIONA CORTICOIDE (dexametasona 6mg IV ou VO 1x por 10 dias)
+ PODE acrescentar tocilizumabe IV em dose única, pode repetir uma vez em 12-24h se necessário

c) Alto fluxo
- Anticoagulante em dose PROFILATICA
- CTC: dexatmetasona 6mg IV ou VO 10 dias
- Tocilizumabe (dose unica) ou Baricitinibe (14 dias ou até alta)

d) Ventilação mecânica ou ECMO
- Anticoagulante em dose PROFILATICA
- Dexametasona
- IMUNOMODULADORES NÃO TEM BENEFÍCIO

ANTIVIRAIS

A) Remdesivir: necessidade de o2 suplementar ou com alto risco de progressão p/ covid grave (fatores de risco)
- 3 dias de tratamento

B) Nirmatrelvir + ritonavir: casos leves/moderados com risco aumentado de progressão em adultos
- 5 dias de tratamento

C) Monulpiravir: casos leves/moderados com risco aumentado de progressão em adultos
- última opção, na ausências das anteriores

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

COVID Longa (Condições pós-covid)

A

Continuam ou se desenvolvem
APÓS 4 SEMANAS da infecção
Não podem ser justificados por diagnóstico alternativo (diagnóstico de exclusão)
- independe da gravidade da infecção
- Prevalência de 25%

Sintomas mais comuns:
- Fadiga/astenia
- Dispneia
- Distúrbios do sono
- Dificuldade de concentração
- Alopécia

Demência NÃO!!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Choque circulatório

A

Estado de hipóxia tecidual - desequilíbrio entre demanda e fornecimento de oxigênio
Boa perfusão depende: Volume circulante efetivo (VCE), Débito cardíaco (DC), Resistência Vascular Periférica (RVP)
Diagnóstico clínico

Obs: PRIMEIRA MEDIDA é sempre manter via aérea pérvia e suplementar oxigênio

Mortalidade: 30-70%

Clínica:
*- Taquicardia e taquipneia
*- Diminuição do débito urinário e AUMENTO tempo de enchimento capilar
- Hipotensão não responsiva a reposição volêmica
- Alteração do estado mental
- Acidose metabólica e hiperlactatemia
- Livedo: joelho roxo - quanto maior a área de livedo, pior o prognóstico

Classificação dos choques
a) Hipovolêmico:
Hemorrágico: sangramentos, dengue
Não hemorrágico: queimadura, vômitos
- Diminui Volume Circulante Efetivo
- DC - diminui
- RVP: AUMENTA como resposta
Tratamento: reposição volêmica
Critérios para transfusão:
- Sangramento ativo grande quantidade (ex: facada na barriga, mesmo que não cite que está sangrando muito, pode-se supor)
- Hemodinamicamente instáveis após reposição volêmica vigorosa
- Hb < 7

b) Cardiogênico: causa cardíaca
- IAM, arritmias, valvopatias
- DC DIMINUI
- RVP: Aumenta como resposta
Tratamento: drogas inotrópicas (problema não é volume) - ex: dobutamina
Não há evidência para vasopressores (noradrenalina, vasopressina)

c) Obstrutivo: causa não cardíaca
- Fatores extracardíacos que atrapalham o funcionamento do coração ou dos grandes vasos
- Pneumotórax HIPERTENSIVO, tamponamento cardíaco, TEP maciço
- DC DIMINUI
- RVP aumenta como resposta
Tratamento: retirar a obstrução, na maioria das vezes precisa ser feito ainda na emergência

d) Distributivo: causa periférica
- Tipo mais comum
- Choque séptico
- Único tipo que DIMINUI RVP
- DC normal ou aumentado
- Se divide em 4 tipos:
Séptico: citocinas inflamatórias vasodilatadoras, como interleucinas e óxido nítrico
- pacote inicial: volume, atb, culturas, dosagem de lactato
Anafilático: histamina
Neurogênico: lesão centro vasomotor no SNC
Adrenal: insuficiência adrenal
Tratamento:
- Cristaloides IV
- O resto depende:
ATB para séptico
Adrenalina para anafilaxia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

HAS

A

Definição:
- elevação persistente da PA: MAIOR OU IGUAL as 140 e/ou 90
- em pelo menos duas ocasiões diferentes
- na ausência de medicação hipertensiva
- Preferência por medidas fora do ambiente de saúde (MAPA, MRPA)

  • PRINCIPAL FATOR DE RISCO MODIFICÁVEL para doenças cardiovasculares, DRC e morte prematura

Fatores que influenciam:
Não modificáveis:
- sexo, idade, medicações, baixa renda familiar

Modificáveis:
- ingesta de sódio (menos de 6g/dia de sal de cozinha - que contém 2g de NaCl), pouca ingesta de potássio, sedentarismo, álcool, apneia obstrutiva do sono, obesidade
- No brasil, não há diferença estatística entre etnias

Classificação (BRASIL 2020)
ÓTIMA: 120/80
NORMAL: 120-129/80-84
PRÉ-HAS: 130-139/85-89

Estágio 1: 140-159/90-99
Estágio 2: 160-179/100-109
Estágio 3: mais de 180 ou mais de 110

Classificação Europa 2024
Não elevada: menor que 120/70
Elevada: 120-140/70-90
HAS: maior igual 140/90

Tratamento:
META:
1) Baixo risco CV: menor que 140/90
2) Alto risco CV (DAC, DM, DRC, IC, AVC previo)
Entre 120-130 / 70-80

Em idosos:
1) Saudáveis:
- só iniciar tratamento se PAS > 140
- meta 130-139/70-79
2) Idoso frágil:
- só inicia tratamento se PAS > 160
- meta 140-149/70-79

Não medicamentoso:
- Cessar tabagismo
- 150 min atividade física moderada por semana
- Perda de peso
- Reduzir gorduras, doces e carnes vermelhas
- Ingesta de sódio máximo 2g/dia de NaCl ( 6g de sal de cozinha)

Medicamentoso:
- Sempre olhar
Estágio
Meta
Risco CV

Iniciar:
Monoterapia:
- alto risco CV + pré-HAS
- baixo risco estágio 1
- idoso frágil

Terapia dupla:
- Estágios 2 e 3
- Estágio 1 com risco CV moderado ou elevado

Monoterapia:
IECA ou BRAA ou Bloq do canal de cálcio ou Diurético Tiazídico

2 medicações: IECA ou BRAA + BCC ou TIAZIDICO
3 medicações: IECA ou BRAA + BCC + TIAZIDICO
4 medicação: em regra espironolactona (contraindicações: hipercalemia e DRC)

obs: IECA fator de proteção renal, priorizar em doença renal, exceto quando tem hiperpotassemia

Beta bloq só entra se outra condição justificar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Crises hipertensivas

A
  • Aumento súbito PA (maior ou igual a 180/120 mmHg - arbitrário, pode ser trazido valor diferente)
    Pseudocrise: sem sintomas

a) Urgência hipertensiva
- sem lesão aguda e progressiva em órgão-alvo
- sem risco iminente de morte
- sintomas leves com exame físico normal
Tratamento: VO -> captopril ou clonidina
(não tem tratamento sublingual)

b) Emergência Hipertensiva
- lesão nova ou progressiva em órgão-alvo (retina, cérebro, coração, grandes vasos, rins) - CRÔNICA NÃO
- risco iminente de morte
Tratamento: imediato com anti-hipertensivo venoso e internamento em UTI

Obs:
- objetivo do tratamento não é trazer a pressão para a normalidade
- Tabagismo diminui a resposta a anti-hipertensivos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Emergência Hipertensiva

A

Principais: AVE, edema agudo de pulmão, síndrome coronariana aguda

Tratamento:
Em 1h: diminuição de 25% da PAM
2h: PAS < 160mmHg
24h: PAS < 140mmHg

Medicamentos:
Nitroprussiato de sódio: usado na maioria
Nitroglicerina: principalmente nas de origem cardíaca (ex: edema agudo de pulmão)
Beta-bloq venoso (metoprolol, esmolol): usado principalmente nas que precisam de controle da FC, como dissecção de aorta
Hidralazina: de escolha na ECLÂMPSIA
Furosemida: em quadro congestivo

A) AVE:
- Principal fator de risco é HAS
- Diferencial com encefalopatia hipertensiva
- Gravidade: NIHSS
11 ITENS: avalia
Nivel de consciência
Atividade verbal
Atividade motora
Atividade ocular
- Sinais focais (déficit motor, crise convulsiva)
- Agitação, sonolência, delírio, tontura, distúrbio visual, náusea, vômitos
***- TODOS os pacientes com: crise hipertensiva + sintomas relacionados ao SNC devem realizar imagem de crânio (sendo a RM mais sensível para infartos incipientes)

Tratamento: a diminuição da PA DEVE SER MAIS LENTO
Alvo: abaixo de 180/110 - principalmente nos que estarão submetidos a trombólise

Trombólise:
- Janela: até 4,5h desde o início dos sintomas
+ Sem contraindicações: qualquer condição que aumente a possibilidade de sangramento, como AVC hemorrágico, cirurgia recente, punção arterial recente, PA descompensada, uso de anticoagulantes
- Escolha: alterplase (rt-PA)
PARA OS QUE NÃO FARÃO TROMBÓLISE: AAS + estatina de alta potência

B) EDEMA AGUDO DE PULMÃO
- Isquemia miocárdica aguda, descompensação de IC, arritmia e valvopatias são as principais causas
Sintomas: dispneia intensa, inquietação e ansiedade, sensação de sufocação
- Estertores pulmonares, ritmo de “galope” e hipertensão
obs: Hipercapnia - ocorre nas fases finais (mau prognóstico)

Exames complementares: realizar
- RX tórax: sinais de congestão (derrame pleural, trama vascular)
- BNP e pró-BNP: se elevam, independente da causa
obs: marcadores de necrose miocárdica - estarão um pouco elevados independente da causa, não seria sinônimo de síndrome coronariana aguda)
- ECG e ecocardio: determinação de etiologia

Tratamento:
1) Garantir ou melhorar oxigenação: cateter de o2 (geralmente não suficiente), máscara não reinalante, VNI, IOT
2) Furosemida EV (DEVIDO AO QUADRO CONGESTIVO)
3) Nitroglicerina ou nitroprussiato
4) Tratar causa base
TRIPÉ: OXIGENIO + FUROSEMIDA + NITROGLICERINA/NITROPRUSSIATO

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Síndrome Coronariana Aguda

A

Principal causa cardiovascular de dor torácica
Classificação:
A) Definitivamente anginosa: independe de exames complementares
B) Provavelmente anginosa: SCA é principal hipótese mas necessita de exames complementares para confirmação
C) Provavelmente não-anginosa: principal hipótese não é SCA, necessitando de complementares para definição
D) Definitivamente não-anginosa: não inclui SCA no diagnóstico etiológico

Angina: 3 características
- Dor torácica aguda ou retroesternal opressiva, com irradiação (pode ser dorso, membros, mandíbula)
- Desencadeada ou piora com estresse (físico ou psicológico)
- Alívio com nitrato ou repouso
3 desses: típica
2 desses: atípica
somente 1: provavalmente não anginosa
nenhuma: tipo D

Após isso, faz o ECG: 3 tipos
1) SCACSST: dor torácica + supra ST persistente ou bloqueio de ramo esquerdo novo
2) SCASSST: dor torácica sem supra ST, associado ou não a alterações de ECG que sugerem isquemia miocárdica
- IAM: ecg alterado ou não + alteração de troponina
- Angina instável: dor torácica + ecg normal + troponina normal
3) MINOMA: IAM sem obstrução das artérias, com enzimas elevadas, é constatado que não há obstrução pelo CATE

Classificação: tipo de etiologia que levou ao IAM
Tipo 1: instabilidade da placa
Tipo 2: desbalanço oferta x demanda
- hemorragia, pico hipertensivo, taquiarritmias
Tipo 3: morte súbita
Tipo 4: durante a intervenção coronariana percutânea ou trombose do stent
Tipo 5: relacionado a uma cirurgia cardíaca

Definição:
SUPRAST:
≥ 1 mm em pelo menos duas derivações contíguas com exceção de V2 e V3
OU
Em V2 e V3, o critério depende do gênero e da idade do paciente:
se mulher: ≥1,5 mm
se homem ≥ 40 anos: ≥2 mm
se homem < 40 anos: ≥2,5 mm

obs:
MAIS FREQUENTE: sem supra ST
MAIS GRAVE: com supra ST
- Com supra, a artéria tá totalmente ocluída, então as enzimas sobem muito mais

Triagem inicial:
Anamnese + Exame físico + ECG 12 derivações + troponina - EM 10 MINUTOS
- Estratificação com escore HEART
História (até 2 pontos)
ECG: infra de ST (marcador de gravidade)
ANOS: mais de 65, mais de 45, menos de 45
Risco (fatores)
Troponina

Obs:
1) ECG normal não exclui SCA
- repetir ECG
- considerar V3, V4R, V7-V9
2) Troponina qualitativa ultrassensível em toda suspeita de IAMSST
- na admissão
- repetir na primeira ou segunda hora

3) Clínica + ECG normal + baixo risco:
- pode receber alta com realização de teste ergométrico em 12 horas
4) SCASST alto risco: transferência monitorizado
5) Dor torácica aguda: considerar angioTC de coronárias

Indicação de CATE de urgência
- supra ST:
tempo balão até 90 minutos - direto pro CATE
maior de 90 min - faz trombólise e depois CATE
- sem supra ST:
angina refratária + instabilidade hemodinâmica ou elétrica

Fibrinólise:
- Se sintomas < 12h
- Fibrinolítico disponível
- Tempo porta-balão > 90 min
- Preferência: tenecteplase

Tratamento clínico: quando não vai fazer CATE
- AAS: ataque 162-300mg + manutenção 81-100mg
- Clopidogrel: ataque + manutenção 75mg
- Controle glicêmico se > 180mg/dL
- Nitrato: para angina, HAS e IC
- O2 2 a 4L/min SOMENTE SE SATO2 < 90%
- Uso rotineiro de anticoagulação: enoxaparina

obs: saíram de recomendação inicial, sendo agora recomendações específicas: morfina, benzodiazepínico, beta bloqueador

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Dislipidemia

A
  • Elevação de colesterol OU
  • Elevação de triglicerídeos OU
  • Redução de HDL
    Dx: medida colesterol total, triglicerídeos e lipoproteínas

Causas secundárias: DM, obesidade, cirrose, ANOREXIA NERVOSA, DRC AVANÇADO
- distúrbios endócrinos: cushing, hipotireoidismo, insuficiência adrenal
- medicações: antipsicóticos, antidepressivos, insulina, ctc, anticoncepcionais

Metas LDL: depende do risco CV
Muito alto < 50
Alto risco < 70
Intermediário < 100
Baixo <130

Hipertrigliceridemia > 150

HDL baixo
Homem < 40
Mulher < 50

obs:
- Omega-3: mostra aumento do HDL e redução do TG, mas não tem impacto no LDL
- Fibrato: usado para TG > 500

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Obesidade

A
  • Distúrbio crônico, multifatorial e recidivante caracterizado pelo excesso de peso corporal e definido por IMC > 30
  • Circunferência abdominal e composição corporal trazem informações mais acuradas
    CA: homem < 102
    mulher < 88

Complicações: doenças CV, DM, colelitíase, doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica, cirrose, osteoartrite, distúrbios reprodutivos, morte prematura

Classificação:
Classe 1: IMC 30-35
Classe 2: IMC 35-40
Classe 3: IMC > 40 (pode ter indicação direta de bariátrica)

Tratamento: MEV, medicamentos e cirurgia bariátrica
- Objetivo inicial é uma perda de 5-10% do peso corporal
MEV: alimentação equilibrada, atividade física
Medicamentos: análogos de GLP1, naltrexona + bupropiona, orlistate
Invasivos: balão intragástrico e bariátrica

Análogos do GLP1:
Tirzepatida: atua também nos receptores GIP (saciedade)
Semaglutida: de escolha nos pacientes com doença CV
Liraglutida: primeira geração
CONTRAINDICAÇÃO: em pacientes com hx pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide e gestantes

Indicações de procedimento invasivo
1) IMC >40
2) IMC 35-39 + comorbidades (DM, apneia obstrutiva do sono, IAM prévio)
3) IMC > 35 só em pacientes sem resposta aos outros tratamentos (MEV + medicamentosos)

Centros/receptores da fome:
- centro da saciedade: hipotálamo, onde atuam:
Receptores de glicose, distensão gástrica, colecistocinina e leptina
- estimulador da fome: neuropeptideo Y

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Risco Cardiovascular

A

Condição multifatorial
- aumento modesto em vários fatores pioram mais que piora acentuada de apenas um fator
- equações/algoritmos - sociedade brasileira de cardiologia

O que mais impacta: PA + fatores de risco cardiovascular presentes + existência de lesões em órgãos-alvo

Estratificação:

1) Risco Muito Alto:
- Doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) com ou sem eventos clínicos, ou
- Obstrução > 50% em qualquer território arterial

**2) Risco Alto: 1 em a e 1 em b
- DM + HAS = ALTO RISCO

a) pessoas com:
- aterosclerose subclínica (escore de cálcio coronariano, indice tornozelo-braquial, USG de carótidas)
- aneurisma de aorta abdominal
- DRC (TFG < 60)
- LDL > 190
- DM 1 ou 2
b) Estratificadores de risco:
- homem com mais de 49
- mulher com mais de 56
- DM por mais de 10 anos
- História familiar de doença cerebro-vascular prematura ( menos de 55 homens/ menos de 65 mulher)
- tabagismo
- HAS
- síndrome metabólica
- albuminúria > 30mg/g de cretina
- retinopatia diabética
- neuropatia autonômica cardiovascular

3) Risco intermediário:
- Homens acima de 40
- Mulheres acima de 50
- Homens com DM entre 38-49
- Mulheres com DM entre 46-56
(que não apresentam nenhum dos critérios de estratificação anteriores)

Metas: LDL
Muito alto risco < 50
Alto risco < 70
Intermediário < 100
Baixo risco < 130

Metas de PA
Baixo/intermediário risco CV: < 140/90
Alto risco: 120-130/70-80

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

DM

A

Diagnóstico: um exame isolado não fecha dx (exceto glicemia ao acaso > 200 em paciente sintomático) - podendo repetir o mesmo ou fazer outro
- GJ
- Hemoglobina glicada
- TTOG: pode ser feito com 1h ou 2h

GJ:
NORMAL: menor de 100
pré-DM: 100-125
DM: maior ou igual a 126

Hb glicada:
normal: menor de 5,7
pré-dm: 5,7-6,4
DM: maior ou igual a 6,5

Sintomas de hiperglicemia:
a) Típicos:
4 P: poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso inexplicada
Desidratação

b) Sugestivos:
- Noctúria, visão turva, cansaço, infecções de repetição, má cicatrização de feridas, albuminúria transitória em pacientes com DM1 com menos de 5 anos de doença

Tratamento:
- Avaliação do risco CV
- Níveis de Hb glicada
- Presença ou ausência de obesidade

Risco CV para tratamento de DM: algumas diferenças
1) Presença de DAC subclínica ou lesão de órgão-alvo já vai para o ALTO RISCO
- 3 fatores de risco já pula para MUITO ALTO RISCO
2) Doença CV clínica ou subclínica E lesão importante de órgão-alvo já vai para MUITO ALTO RISCO

Metas de tratamento
Baseado na Hb glicada
6,5-7,5: METFORMINA
- SE alto risco CV ou obesidade: PODE associar iSGLT2 ou análogo do GLP1

7,5-9: TERAPIA DUPLA
METFORMINA +
iSLGT2: se alto risco CV
aGLP1: se obesidade
ou metformina e outro hipoglicemiante oral

+ 9%:
SEM SINTOMAS
terapia dupla e avaliar terapia tripla ou insulina

+9%
COM SINTOMAS
insulina

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

**Complicações Crônicas da DM

A

1) Retinopatia diabética:
- Complicação microvascular
- Sua presença é preditora de outras complicações vasculares
- Bom controle glicêmico retarda seu aparecimento

2) Nefropatia:
- Causa mais comum de DRC
- Fator de risco para DCV
- Progressão lenta
- Pacientes com DRC avançada tem maior risco de hipoglicemia (recirculação de drogas)
PODEM DIMINUIR NECESSIDADE MEDICAMENTOSA

3) Neuropatia diabética
- Mais prevalente
- Mais subdiagnosticada
- Padrões variados (mono ou poli)
- Dx de exclusão

4) Ulcerações no pé diabéticos
- intimamente associada a neuropatia
- Fatores de risco: perda de sensibilidade, presença de doença arterial periférica, deformidade nos pés
- Os que não tem: devem ter avaliação anual e orientações para evitar

OBS:
DM tipo 1A: autoimune - destruição das células beta das ilhotas pancreáticas, confirmada pela positividade de um ou mais anticorpos, como anti-ilhota, anti-insulina e o antitransportador de zinco

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Emergências em DM

A

Principais complicações: hipoglicemia, cetoacidose diabética e estado hiperglicêmico hiperosmolar

1) Hipoglicemia: MAIS GRAVE
- em paciente diabético, qualquer glicemia < 70
Apresentação clínica: ansiedade, aumento de apetite, tremor, palpitação, sudorese, queda de nivel de consciencia
- Podendo causar óbito se não for corrigida a tempo

Classificação:
1: entre 70-54
2: Menor que 54
3: qualquer evento que cause estado mental alterado e/ou incapacidade física, independente do valor da glicemia

Fatores de risco:
a) Relacionados ao paciente: extremos de idade, baixa ingestão nutricional, presença e gravidade de doenças crônicas, gravidade de doença de base, cirurgia bariátrica disabstortiva

b) Iatrogenias: esquema inadequado de insulinoterapia, uso de hipoglicemiantes orais

Tratamento:
a) Desperto e via oral preservada: regra do 15 e 15
- 15g de carboidrato de rápida absorção e rever valor em 15 minutos
(1 colher de sopa de açúcar ou 3 ampolas de glicose)

b) Paciente sonolento ou sem se alimentar e com acesso periférico
- 30ml de glicose a 50% em 100ml de SF
- Repetir HGT em 5 minutos

c) Sonolento ou sem se alimentar E SEM ACESSO
- 1 ampola de glucagon por via intramuscular ou subcutânea

2) CETOACIDOSE DIABÉTICA
- Causa mais comum de morte em crianças e adolescentes com DM 1
- Insulinopenia e aumento dos hormônios contrarreguladores (glucagon e cortisol) = aumento da produção de glicose e diminuição de sua captação pelos tecidos periféricos
- Hiperglicemia causa DIURESE OSMÓTICA, provocando DESIDRATAÇÃO e DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS

Fatores desencadeantes:
- Principais: INFECÇÃO e USO INCORRETO DE MEDICAÇÃO
- AVC, ingestão excessiva de álcool, pancreatite aguda, IAM, traumas, uso de ctc
- Uso de drogas ilícitas e de antipsicóticos (olanzapina e clozapina)
- Cetoacidose diabética euglicêmica: pode acontecer em alcoolistas, cirrose hepática e relacionado ou uso de iSGLT2

Critérios diagnósticos:
- Cetonemia ou cetonúria
- Hiperglicemia > 200
- Acidose metabólica com ânion-gap aumentado (pH< 7,3 e AG > 12)

Quadro clínico:
- Náusea, vomitos
- Sonolencia
- Torpor
- Dor abdominal
- Desidratação
- Taquipneia (tentativa de compensar acidose metabólica)

Achados laboratoriais:
- Leucocitose, hiponatremia, disfunção renal
- Potássio costuma estar normal
- AP aumentado (Sódio - Cloro - Bic) - normal 8 a 10

Classificação da cetoacidose: baseada no pH)
Leve: ph entre 7,2 e 7,3
Moderada: ph entre 7,1 e 7,2
Grave: menor que 7,1

Outros critérios de gravidade: cetonemia > 6, bic < 5, hipocalemia, AG > 16, instabilidade clínica

Tratamento:
- Cristaloide IV
- Corrigir hipopotassemia
- Insulina IV (se K for maior igual a 3,3)
- Bic IV (em alguns poucos casos)

  • Volume inicial: rápida de 1-1,5L, seguida de 250-500ml/hora
  • Insulina: SÓ INICIAR SE POTÁSSIO 3,3 OU MAIS
    INICIAL: 0,1unidade/kg em boulos
    CONTINUA: 0,1unidade/kg por hora em SF
  • Potássio: abaixo de 5 começa reposição, tentando manter entre 4-5, é feito 20-30mEq por litro de solução salina
  • Infusão de insulina deve ser mantido até correção de acidose, mesmo se HGT abaixo de 200
  • Reposição de bic: só se ph<7, infundir em 2 horas

TRATAMENTO REDUZ RISCO: Hipocalemia, edema agudo de pulmão, edema cerebral

RESOLUÇÃO:
Glicemia < 200
pH > 7,3 e BIC > 18
Correção da cetonemia (cetonúria não vale)

3) Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar
- Hiperglicemia -> Diurese Osmótica -> Desidratação
- HGT > 600 sem acidose
- Hiperosmolaridade > 320
Fórmula: 2x SÓDIO + Glicose/18

Fatores precipitantes: semelhante a CAD
- infecções graves, SCA, cirurgias de urgência, fármacos que prejudicam a tolerância a glicose (corticoides) ou aumentam a perda de líquidos (diuréticos)
- Má adesão ao tratamento do DM

Clínica:
- queda do nível de consciência
- DESIDRATAÇÃO
- taquipneia, dor abdominal, náusea e vômitos
- menos frequente que CAD, maior mortalidade

Tratamento:
- Hidratação vigorosa
- Insulina (não iniciar se potássio menor que 3,3)
- Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos

Critérios de resolução
- Paciente alerta
- Osm < 315
- Glicemia entre 250-300
- Desidratação resolvida

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

IC

A

Incapacidade de bombear sangue para atender as necessidades teciduais OU
às custas de elevadas pressões de enchimento

  • Sobrevida de 35% em 5 anos (menor nos de fração de ejeção reduzida)
  • Principal etiologia: isquêmica
  • Associada a: FA, HAS, DSLP, obesidade e caquexia, DM, tireoideopatia, DRC, DPOC, deficiência de Ferro, etc

Diagnóstico: CLÍNICO
Critério de Farmingham: 2 maiores ou 1 maior e 2 menores
Sintomas de coração direito: edemas…
De coração esquerdo: dispneia, tosse, estertores…
Para avaliar e confirmar deve pedir também:
- ECG
- Ecocardiograma
- BNP (maior que 100-400) - obesidade pode reduzir, sarcubitril valsartana pode elevar falseadamente
- pro-BNP (maior que 400-1800)

Classificação:
ESTRUTURAL
A: em risco de IC
B: doença estrutural presente, sem sintomas
C: doença estrutural, sintomas prévios ou atuais
D: doença refratária com tto otimizado, persiste sintomático - paliativos

***FRAÇÃO DE EJEÇÃO
Preservada: maior ou igual a 50% (normal)
Intermediária/levemente reduzida: 41-49%
Reduzida: menor de 40%
Melhorada: inicialmente reduzida, ou seja abaixo de 40%, que passa a ser maior que 40% e com aumento relativo de 10%
Gravidade dos sintomas: NYHA
1: ausência de sintomas em atividades cotidianas
2: sintomas leves em ativ. cotidianas
3: sintomas em atividades menos intensas que as cotidianas ou aos pequenos esforços
4: sintomas aos mínimos esforços ou ao repouso

Descompensação:
- Crônica
- Aguda
- Crônica agudizada

Perfil hemodinâmico
EM REPOUSO:
- Congestão: horizontal
- Perfusão: vertical
A B
QUENTE E SECO QUENTE E CONGESTO

L C
FRIO E SECO FRIO E CONGESTO

Tratamento:
- não existe evidência de restrição de Na e Água

ICFER

QUE REDUZEM MORTALIDADE

1) iECA: se alguma intolerância pode usar o BRA
- se não funcionar nenhum: sarcubitril-valsartana (inibidor da neprisilina e inibidor dos receptores de angiotensina)

2) Beta bloq: carvedilol, bisoprolol ou metoprolol
- INICIAR no paciente SEM CONGESTÃO
- evitar suspensão ou redução de dose

3) Antagonistas dos Receptores dos Mineralocorticoides (espironolactona e eplerenone)
- Cuidado com K (é poupador de potássio e IECA/BRA também - risco de hiperpotassemia)

OS DEMAIS: podem reduzir o risco combinado e internação e mortalidade, mas não reduzem mortalidade

4) Nitrato + hidralazina
- intolerância a iECA/BRAA
5) Ivabradina:
- FC MAIOR QUE 70 e ritmo sinusal
6) iSGLT2
- independente de DM
7) Diuréticos e digitálicos
- sintomáticos

IC Fração Ejeção Preservada
- iSGLT2
- Diuréticos: no sintomático

17
Q

Endocardite

A

Infecção do endocárdio e/ou próteses valvares cardíacas
- ALTA gravidade e (morbi-mortalidade)
- Idade média: 50 anos
- Risco maior em usuários de drogas injetáveis
- Lesão cardíaca prévia é comum (75%): doença reumática, prótese mecânica, cardiopatias congênitas ou degenerativas
(difícil em pessoas saudáveis)

Classificação:
AGUDA
- Staphilococcus é mais frequente
- localmente destrutiva e rapidamente progressiva
- disseminação e embolização com formação de abcessos

SUBAGUDA
- Agentes menos virulentos (cavidade oral)
- Valvas com predisposição e anormalidades previamente
- Menos grave

VALVAS NATURAIS:
- agentes mais comuns: strepto, staphilo, enterococcus
- HACEK: hemoculturas frequentemente negativas
- fungos: tratamento complexo
- valvas: aórtica e mitral

USUÁRIOS DE INJETÁVEIS:
- S. aureus, enterococcus e fungos
- tricúspide (50%), aórtica (25%) e mitral (20%)
- sem valvopatia prévia necessariamente

PRÓTESES VALVARES
- Aórtica
- Staphilo
- Precoce ou tardia

a) PRECOCE: até 60 dias
- deiscência de sutura, disfunção e insuficiência valvar

b) TARDIA:
- Paciente que tem implante e faz uma bacteremia transitória, pela predisposição pelo uso de implante valvar faz endocardite
- Subaguda (longo período de latência)

CLÍNICA:
- Febre, perda de apetite, peso, adinamia
- Sopro novo
- Esplenomegalia
- Nódulos de Osler: na mão por deposição de imunocomplexos
- Manchas de Janeway: Máculas hemorrágicas em mãos e pés
- Manchas de roth: hemorragia retiniana
ou seja, nódulos em mão, máculas hemorragicas em mãos e pés e hemorragia retiniana
- Artralgias e artrites sépticas
- Pneumonia e abscesso pulmonar

TRÍADE CLÁSSICA: FEBRE + SOPRO (novo ou piora) + ANEMIA

DIAGNÓSTICO:
- Clínica
- Hemoculturas
- Ecocardiograma
ECOTT - mais barato porém menos sensível
ECOTEsofágico - mais sensível (90-100%)

Critérios de Duke:
- 2 maiores
- 1 maior e 3 menores
- 5 menores

obs: sopro não é critério, apenas nova regurgitação (ou piora) vista em Ecocardio, que é critério maior

TRATAMENTO:
Clínico:
Streptococcus: Pen Cristalina + Genta
Staphilo
- Valva nativa: Oxa ou Vanco + Genta
- Valva protética: Vanco + Rifampicina + Genta
HACEK: ceftriaxone ou (ampicilina + Genta)

Cirúrgico:
- IC por valvopatia e fístula entre câmaras
- Abscesso miocárdico ou valvar
- Bacteremia persistente apesar de tto clinico
- Retirada de marca-passo quando este for o foco

18
Q

Tromboembolismo Venoso

A

TVP e TEP
- Mesma entidade
- Maioria dos casos de TEP iniciam com TVP

  • 3 DOENÇA CV AGUDA mais comum, depois de SCA e AVC
  • TRÍADE DE VIRCHOW (FISIOPATOLOGIA)
    ESTASE
    LESÃO ENDOTELIAL
    HIPERCOAGULABILIDADE

Classificação TVP
- Se ocorre em membros inferiores
- Se é superficial o profunda (risco de TEP)

LOCAL: mais proximal, mais risco de TEP e mais risco de gravidade
Proximal: femoral ou poplítea
Distal: infrapaterlares

DIAGNÓSTICO: ESCORE DE WELL PARA TVP
2 ou mais: provável -> fazer exames
0-1: TVP improvável -> não precisa investigar
Critérios:
- câncer ativo ou últimos 6 meses
- paresia, paralisia ou imobilização recente dos MMII
- acamado por mais de 3 dias ou cirurgia maior nos últimas 4 semanas
- palpação dolorosa ao longo do trajeto de veias do sistema venoso profundo
- edema de toda extremidade
- edema de panturrilha com circunf medindo menos de 3 cm mais que a contralateral, medindo 10cm abaixo da tuberosidade da tibia
- edema depressível apenas na perna afetada
- veias colaterais superficiais não varicosas
- TVP prévia documentada
PRESENÇA DE DIFERENCIAL MAIS PROVÁVEL: linfedema, articular, tromboflebite superficial, ruptura muscular, cisto de baker MENOS 2 PONTOS

INVESTIGAÇÃO:
D-dímero: ótimo para descartar, faz primeiro
- alta sensibilidade
- solicitar em pacientes com Wells de baixo risco

US: com doppler
- confirmatório
- para os de alto risco
- D-dímero positivo

DIAGNÓSTICO DE TEP:
Também ESCORE DE WELLS
ATÉ 4: IMPROVÁVEL
5 OU MAIS: PROVÁVEL
- Sinais clínicos de TVP 3
- FC > 100 1,5
- Imobilização ou cirurgia recente 1,5
- TEP ou TVP prévio 1,5
- Hemoptise 1
- CA 1
- Dx alternativo menos provavel que TEP 3

Se risco baixo: faz D-DÍMERO p/ excluir, se positivo vai pra angioTC
Se risco moderado/alto: vai direto pra angioTC
CONFIRMAÇÃO: angioTC com protocolo para TEP

TRATAMENTO:
A) ANTICOAGULAÇÃO PLENA: todos (TVP E TEP)
- Enoxaparina SC
- Henoxaparina EV (melhor para os DRC e os que tem mais risco de sangrar)

B) Trombólise no TEP (alterplase e estreptoquinase)
QUEM FAZ:
- TEP maciço
- Choque (PAS<90)
- Sem contraindicação: sangramento ativo ou intracraniano recente

obs:

1) TEP com instabilidade hemodinâmica
- faz ECOCARDIO BEIRA LEITO
- Se disfunção de VENTRICULO DIREITO já faz angioTC e fecha diagnóstico
(nesse caso pula Wells e D-DÍMERO)

2) Associação entre GRAU DE OBSTRUÇÃO e gravidade não é direta
- Pode-se ter maior grau de obstrução com menor gravidade e obstrução menor com TEP maciço

PROFILAXIA TEV:
1) Farmacológica
Preferência pela Heparina de baixo peso molecular - enoxaparina 40mg/dia
- faz Heparina não fracionada em pacientes com prejuízo da metabolização renal
CI: risco de sangramento ou sangramento ativo

2) Mecânica (sempre deve ser usada)
- Estímulo à deambulação
- Compressão pneumática intermitente (mais útil p/ TVP distal) - não pode ser usado p/ quem já tem TVP

19
Q

Pneumonia

A

Diagnóstico clínico:
PRINCIPAIS SINTOMAS
- Febre, tosse produtiva, dispneia, taquipneia, taquicardia
EXAME DE IMAGEM é suplementar se disponível

AGENTE ETIOLÓGICO:
- Mais comum: strepto pneumoniae
- quadro clínico não dá dica de agente etiológico

PARA QUEM PESQUISA AGENTE
PAC grave não respondendo a terapia empírica
Internados em UTI
- Exames iniciais: exame direto e cultura de escarro, hemocultura, testes para detecção de antígeno urinário p/ S. pneumoniae e Legionella, testes sorológicos

EXAMES DE IMAGEM
RAIO X: dispensável
- sendo indispensável quando há suspeita de complicações
USG DE TORAX
- mais sensível e mais acurácia que o raio x para alterações parenquimatosas
TC TÓRAX
- melhor p/ acometimento infeccioso do parênquima pulmonar

***ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
- Ajudar a decisão médica: local de tratamento, necessidade de pesquisa de antígeno, escolha do atb

1) PSI: mais efetivo, cálculo mais complexo

2) CURB-65: mais simples
- não inclui comorbidades, inferior ao PSI
- PROVAS preferem

CURB-65
- Confusão mental
- Uremia
- Frequência respiratória > 30 resp/min
- Blood Pressure: PAS < 90 OU PAD < 60
- 65 anos
PONTOS
3 OU MAIS: tratamento hospitalar, 4-5 avaliar UTI
2: considerar tratamento hospitalar
0-1: tratamento ambulatorial

TRATAMENTO: PAC
1) AMBULATORIAL S/ COMORBIDADES:
Monoterapia: BETA-LACTÂMICO ou MACROLÍDEO

2) AMBULATORIAL C/ COMORBIDADE:
BETA-LACTÂMICO + MACROLÍDEO
- segunda opção: quinolona respiratória

3) INTERNADO ENFERMARIA
A) CEFALO DE 3a OU AMPICILINA/SULBACTAM
(ceftriaxona ou cefotaxima)
+
MACROLÍDEO (azitro ou claritromicina)

B) CEFALO DE 3a ou AMOXI + ÁCIDO CLAVULÂNICO

C) LEVOFLOXACINO OU MOXIFLOXACINO OU GEMIFLOXACINO MONOTERAPIA (QUINOLONA RESPIRATÓRIA) - não é primeira opção

4) INTERNADO EM UTI
A) CEFALO 3a OU AMPICILINA/SULBACTAM
+
MACROLÍDEO

B) CEFALO DE 3a + QUINOLONA RESP

OBS:
1) abscesso pulmonar: tratamento por 4-6 semanas (mín. 3)

20
Q

RASTREIO NEOPLASIAS

A

NÍVEIS DE PREVENÇÃO
1) Primário: remover causas e fatores de risco
2) Secundário: detecção de um problema em estágio inicial
- DETECÇÃO PRECOCE: no início da apresentação clínica
- RASTREIO: em fase subclínica, realização de testes ou exames em populações assintomáticas
3) Terciário: Programas de reabilitação
4) Quaternário: evitar iatrogenia

CRITÉRIOS PARA UM PROGRAMA DE RASTREAMENTO
1. Doença representar problema importante e seja relevante p/ população
2. História natural deve ser bem conhecida
3. Deve existir estágio pré-clínico BEM DEFINIDO, durante o qual a doença possa ser diagnosticada
4. Benefício da detecção e tratamento precoce deve ser maior do que se a condição fosse tratada em momento habitual
5. Exames que detectam a condição no estágio assintomático deve estar disponível, aceitável e confiável
6. Custo deve ser razoável e compatível com o orçamento destinado a saúde
7. Rastreamento deve ser processo contínuo e sistemático

RASTREIO DE NEOPLASIAS - OMS
APENAS 3 NEOPLASIAS TEM INDICAÇÃO DE RASTREIO
MAMA, COLO UTERINO E CÓLON/RETO

A) COLO DE ÚTERO
- Segundo mais incidente em mulheres
- Principal método é papanicolau (sensível e disponível)
- É possível reduzir entre 60-90% a incidência da forma invasiva
Rastreio: 25-64 anos sexualmente ativas
NÃO RASTREIA
- Maiores de 65 anos, que tem papanicolau normal e que não fazem parte de grupo de alto risco para esse CA
- Histerectomia TOTAU

RASTREIO A CADA 3 ANOS
(exceto o primeiro exame que repete após 1 anos, se ambos normais segue de 3 em 3)
PAPANICOLAU:
I: ausência de células anormais
II: alterações celulares benignas, usualmente causadas por processo inflamatório
III: presença de celulas anormais
IV: citologia sugestiva de malignidade
V: citologia indicativa de CA de colo

I/II: segue a cada 3 anos
III: duas opções
- repetir em menos tempo
- se HIV/alto risco: colposcopia
IV/V: colposcopia

B) CA DE MAMA
- Quando identificado em estádios iniciais (lesão menor que 2cm de diâmetro) - prognóstico favorável e cura pode chegar a 100%
- Rastreamento efetivo reduz estimadamente em 30% a mortalidade

RASTREIO:
MINISTÉRIO DA SAÚDE:
50-69 ANOS: mamografia bianual, em mulheres sem alto risco para neoplasia de mama

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA:
- anual a partir de 40 anos para mulher sem alto risco

BI-RADS: 0-6
0: inconclusivo
1: normal
2: achado benigno
3: achado provavelmente benigno
- realizar controle precoce: 6, 12, 24 e 36 meses
4: achado suspeito
- realizar biópsia
5: achado altamente suspeito
- biópsia
6: achado investigado previamente e com resultado positivo (CA)

C) CA COLORRETAL
- Entre as 5 mais prevalentes no BR
- História natural propicia condições ideias à detecção precoce
- Redução estimada de 25% de mortalidade com rastreio efetivo

RASTREIO: 50 E 75 ANOS
- sangue oculto nas fezes ou colonoscopia
RECOMENDA-SE CONTRA: ACIMA DE 75 ANOS

RESUMO:

MAMA - BIANUAL ENTRE 50-69 ANOS
COLO DE UTERO - 3 ANOS EM 25-64 ANOS QUE JÁ TIVERAM RELAÇÃO
COLORRETAL - 50-75 ANOS - SANGUE OCULTO, COLONOSCOPIA OU SIGMOIDOSCOPIA

21
Q

Rastreio duvidoso

A

A) CA PRÓSTATA
- Nível de evidência insuficiente para recomendar contra ou a favor do rastreio em homens com menos de 75 anos assintomáticos
MAIS DE 75 ANOS: recomenda-se contra o rastreio
Ministério da Saúde: não recomenda portanto

Pela SBU, recomendado o rastreio a partir de 45 anos

B) CA PULMÃO
- AINDA não recomendado pelo MS
Rastreamento anual com TC
- 50 A 80 ANOS
- Carga tabágica de pelo menos 20 maços/ano
- Atualmente fumam ou pararam nos últimos 15 anos

22
Q

HDA

A

DEFINIÇÃO
- Qualquer sangramento acima do ângulo de treitz (separação entre duodeno e jejuno)

APRESENTAÇÃO
mais comuns:
- Hematêmese: vomito vermelho vivo ou em borra de café
- Melena: fezes escurecidas
mais rara pois deve ter muito volume:
- Hematoquezia/enterorragia: sangramento vermelho-vivo nas fezes
obs: se tem enterorragia em HDA, vem junto instabilidade hemodinâmica

ETIOLOGIA
- mais comuns: doenças pépticas (úlceras, esofagogastroduodenites) - 65%
varizes esofágicas: 15%
tumores: 5-10%

***A PRINCIPAL CAUSA DE HDA MESMO EM PACIENTES CIRRÓTICOS É DOENÇA PÉPTICA

MANEJO
- inicial não depende da causa do sangramento
- avaliar sinais de instabilidade hemodinâmica:
a) hipotensão persistente (PAS<90) + taquicardia associada
b) hipoperfusão periférica:
- queda estado de consciência, extremidades frias ou cianóticas ou diminuição de débito urinário (<0,5ml/kg/hora)

Pacientes instáveis
- avaliar necessidade de IOT
- cristaloide em acesso calibroso
- avaliar necessidade de droga vasoativa e hemotransfusão
E DEPOIS DISSO
- EDA após estabilização

Indicação de TRANSFUSÃO
- sangramento ativo de grande volume
- hemodinamicamente instável após reposição volêmica vigorosa
- HB < 7,0

O QUE NÃO FAZER NOS INSTÁVEIS
- liberar dieta
- passar sonda nasogástrica

Pacientes estáveis:
- História clínica e exame físico para avaliar probabilidade de HDA varicosa
- Com possibilidade de HDA varicosa, iniciar octreotide (NESSE CASO TRATA COMO VARICOSA E COMO PÉPTICA ATÉ SER CONFIRMADA ETIOLOGIA)
- NÃO DEVE ESPERAR confirmação endoscópica para iniciar

  • Recomendação de IBP em dose dobrada (12/12h) p/ todo paciente que chega com HDA, apesar de divergência em literatura mundial
  • Se confirmada etiologia péptica, manter IBP por 3 dias em dose dobrada
    ex: Omeprazol 40mg EV 12/12h por 3 dias
  • EDA deve ser utilizado nas primeiras 24h do internamento

OBS: paciente que faz profilaxia cardiovascular secundária com AAS
baixo risco: não suspende AAS
alto risco: suspende AAS