Câncer colo uterino Flashcards
Epidemiologia
- maior incidência em países em desenvolvimento
Etiologia
- infecção pelo HPV alto risco (16 e 18)
condilomas: 6 e 11 - CEC mais comum, adenocarcinoma mais raro e mais grave
Fatores de risco
- tabagismo
- múltiplos parceiros, coitarca precoce, parceiro de risco
- história de DST
- nível socioeconômico baixo
- uso prolongado de anticoncepcional
- imunodepressão
Oncogênese
- infecção pelo HPV no epitélio da junção escamo colunar (JEC) = transição entre ectocérvice (epitélio estratificado) e endocérvice (epitélio colunar glandular) até a camada basal.
- persistência viral
- desregulação celular = desativação mecanismos defesa DNA
- surgimento das NIC
- evolução para carcinoma invasivo
Sintomas
Somente se avançado.
- sangramento anormal (principalmente sinusorragia)
- corrimento vaginal
Rastreamento
- rastreamento: colpocitologia oncótica (CCO) ou Papanicolaou dos 25-64 anos de idade anualmente.
Se 2 resultados normais: repetir a cada 3 anos.
Investigação
De acordo com CCO (Bethesda): dx citológico
- dentro dos limites da normalidade (bom ter os 3 tipos de célula = boa coleta)
- alterações celulares benignas: inflamação ou reparação
- atipia de significado indeterminado
ASCUS = escamosas -> repetir CCO em 6 meses e realizar teste DNA-HPV
Se < 30 anos, pode repetir em 1 ano.
ASCH = não pode afastar lesão de alto grau -> colposcopia (DD: atrofia por hipoestrogenismo)
- atipia de células grandulares = AGC -> colposcopia + escovado endocervical e aval endometrial se > 35a ou com sangramento uterino anormal
- lesão intraepitelial de baixo grau -> repetir em 6 meses
- lesão intraepitelial de alto grau -> colpo/biópsia
- carcinoma epidermóide invasor -> colpo/biópsia
Ao repetir, se vier qualquer alteração -> colpo/biópsia
Colposcopia e biópsia
Na colpo: dx histopatológico
- ácido acético: áreas esbranquiçadas = com lesão intraepitelial -> fazer bx
- teste Schiller (iodo cora glicogênio): áreas não coradas = acometidas.
Na biópsia:
- coilocitose = sinal de infecção aguda por HPV
- NIC 1 -> acompanhamento clínico e reavaliação em 6 meses. Regride em 90% das vezes.
- NIC 2 ou 3
Se for NIC 2 em paciente muito jovem (< 30a) -> acompanhamento.
Se NIC 2 em paciente mais velha, com prole constituída ou NIC 3 (carcinoma in situ) -> conização (lâmina fria ou CAF) .
Sempre fazer AP após conização porque pode mudar o NIC.
Se LIAG com colpo normal -> pedir revisão de lâmina ou avaliação endocervical
Estadiamento
Clínico (bx com material da conização), diferentemente dos outros ginecológicos.
0: NIC 3 = carcinoma in situ
I: restrito ao colo
- Ia1: microscópica < 3 mm profundidade e 7 mm extensão.
- Ia2: micro > 3 mm
- Ib1: macro < 4cm
- Ib2: macro > 4cm
II: vai além do colo
- IIa: invade 1/3 superior vagina
- IIb: invade paramétrio
- IIIa: invade 1/3 inferior da vagina
- IIIb: atinge parede da pelve ou causa hidronefrose/exclusão renal (invasão parametrial - ureter fica entre os paramétrios)
- IVa: invade bexiga ou reto
- IVb: meta à distância
Tratamento
NIC 3/Ia1 -> conização ou histerectomia simples
Ia2/Ib1 -> cirurgia de Whertheim-Meigs = histerctomia total + salpingooforectomia bilaretal + retirada dos paramétrios e 1/3 sup vagina + esvaz. linfonodal.
Pode ser necessária Rt adjuvante.
> ou igual Ib2 -> Rt + Qt
Vacinação HPV
No SUS: quadrivalente (6,11,16 e 18) em duas doses com intervalo de 6 meses ou 3 doses em imunodeprimidos.
Meninas e meninos: 9 - 14a
Controle após conização
- avaliação colpocitológica a cada 4 meses por 2 anos
- 1a recidiva: repetir conização
2a recidiva: histerectomia
Quando posso ver e tratar sem aguardar bx?
- CCO com LIEAG
- colposcopia com achados maiores (epitélio aceto branco denso, pontilhado grosseiro, mosaico grosseiro)
- JEC visível
- lesão restrita ao colo
- ausência de suspeita de invasão
- zona de transformação tipo 1 ou tipo 2 (visualização do fim da lesão)