B2 - Direito Penal Flashcards
C ou E - Direito Penal
Segundo a teoria da coculpabilidade, deve ser atribuída ao Estado uma corresponsabilidade pelos delitos praticados por indivíduos que, em decorrência de suas condições sociais e econômicas, possuem reduzida capacidade de autodeterminação, mediante o reconhecimento de uma atenuante inominada
CERTO.
Segundo entendimento doutrinário, “a TEORIA DA COCULPABILIDADE preconiza que ao Estado deve ser imputada a corresponsabilidade pelo cometimento e determinadas infrações penais praticadas pelo indivíduo que possui autodeterminação de menor alcance, diante das circunstâncias do caso concreto, principalmente no que se refere a condições sociais e econômicas, o que enseja menor reprovação social.
(BIFFE JUNIOR, João; LEITÃO JUNIOR, Joaquim)
C ou E - Direito Penal
A teoria da coculpabilidade às avessas, por sua vez, defende a maior reprovabilidade social e o agravamento da pena aplicada às infrações penais perpetradas por pessoas com alto poder econômico, educacional, social e cultural. Entretanto, a tese não é admitida pelos Tribunais Superiores.
CERTO.
Segundo entendimento doutrinário, “a TEORIA DA COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS surge como uma crítica acerca do abrandamento à sanção de infrações penais perpetradas por pessoas com alto poder econômico, educacional e cultural” que “deveria ter sua culpabilidade com maior reprovabilidade social, em vista de uma pessoa de baixo nível cultural e econômico”. Entretanto, o STJ não admite a teoria (BIFFE JUNIOR, João; LEITÃO JUNIOR, Joaquim).
C ou E - Direito Penal
Segundo entendimento doutrinário, o ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da “ratio cognoscendi”, pela que o fato típico é um indício da ilicitude delitiva.
CERTO.
A doutrina defende que foi adotada a TEORIA DA INDICIARIEDADE ou da “RATIO COGNOSCENDI”, em que a tipicidade delitiva gera uma presunção relativa da ilicitude. Neste caso, para afastar a presunção, a defesa deve produzir prova de que o agente atuou amparado por uma causa excludente de ilicitude.
C ou E - Direito Penal
O dolo geral está relacionado aos efeitos colaterais da conduta do agente. Em outras palavras, se dá quando o agente deseja praticar uma conduta e, em decorrência disto, assume o risco de produzir os efeitos colaterais a ela inerentes.
ERRADO.
O texto se refere ao dolo de segundo grau, em que o agente assume o risco de praticar os efeitos colaterais da conduta praticada com o dolo de primeiro grau. O DOLO GERAL está relacionado à FORMA DE EXECUÇÃO delitiva e se verifica na hipótese em que o agente acredita ter praticado o crime com determinado nexo causal, mas o delito consumou-se de forma diversa. Ex: agente joga a vítima da ponte para que morra afogada, mas esta falece por ter batido a cabeça em uma pedra.
C ou E - Direito Penal
Na chamada culpa inconsciente, o agente não prevê um resultado previsível ao passo que na culpa consciente, o agente prevê o resultado previsível, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
CERTO.
A distinção entre a culpa consciente e a culpa inconsciente se verifica justamente no fato do agente ter ou não previsto o resultado que era previsível ao homem médio, sendo que na hipótese de culpa consciente, o agente acredita que não provocará o resultado indesejado.
C ou E - Direito Penal
Sobre as excludentes de ilicitude:
É admissível o reconhecimento da legítima defesa real recíproca.
ERRADO.
O Direito Penal não admite essa situação, porque é requisito da legítima defesa a agressão injusta. Se a ação de alguém está sob a égide da excludente, não se pode dizer que é injusta, razão pela qual a defesa contra a legítima defesa (legítima defesa recíproca) não seria propriamente legítima defesa.
C ou E - Direito Penal
Sobre as excludentes de ilicitude:
O excesso praticado na legítima defesa dá ensejo à caracterização da chamada “legítima defesa sucessiva”.
CERTO.
O excesso se dá, na legítima defesa, quando o agente faz uso de meio desnecessário ou utiliza-se
imoderadamente dos meios, sejam eles necessários ou desnecessários. Assim, nestas circunstâncias, a agressão se torna injusta e admite o reconhecimento da legítima defesa sucessiva.
C ou E - Direito Penal
Sobre as excludentes de ilicitude:
O estado de necessidade agressivo constitui ato ilícito sujeito a reparação civil.
CERTO.
O estado de perigo AGRESSIVO é aquele em que é sacrificado o bem de um terceiro não causador do dano, ao passo que no estado de perigo DEFENSIVO, o bem sacrificado pertence ao causador do dano. A primeira hipótese dá ensejo à reparação civil dos danos, e a segunda não constitui ato ilícito indenizável.
C ou E - Direito Penal
Sobre as excludentes de ilicitude:
A reação contra ataque animal, em regra, caracteriza estado de necessidade. Excepcionalmente, pode configurar legítima defesa se verificado que o animal foi utilizado como um instrumento de agressão praticada pelo dono.
CERTO.
Segundo entendimento doutrinário, a legítima defesa pressupõe a reação contra uma conduta humana.
Por isso, em regra, a reação contra agressão espontânea do animal configura perigo atual e caracteriza estado de necessidade. Apenas quando a agressão animal é provocada pelo dono, se subverte em agressão injusta e dá ensejo à legítima defesa.
C ou E - Direito Penal
Sobre as excludentes de ilicitude:
O erro, quanto aos pressupostos fáticos, se vencível, permite o tratamento do crime como culposo.
CERTO.
O erro de tipo VENCÍVEL, também chamado de INESCUSÁVEL, é aquele que poderia ter sido evitado. Nestes casos, o artigo 20 do Código Penal preceitua que “O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei”.
C ou E - Direito Penal
Sobre a Lei de Organizações Criminosas:
A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
CERTO.
Lei 12.850/13, art. 2, § 3º: A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
C ou E - Direito Penal
Sobre a Lei de Organizações Criminosas:
A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena, de forma automática, o que difere da regra geral do Código Penal.
CERTO.
Lei 12.850/13, art. 2, § 6º: A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
CP, art. 92, parágrafo único: Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
C ou E - Direito Penal
Sobre a Lei de Organizações Criminosas:
Se o líder da organização criminosa for o primeiro a prestar efetiva colaboração, poderá fazer jus ao chamado “perdão ministerial”.
ERRADO.
Lei 12.850/13, art. 4, §4º: Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
C ou E - Direito Penal
Sobre a Lei de Organizações Criminosas:
Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
CERTO.
Lei 12.850/13, art 4, § 14: Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
C ou E - Direito Penal
Sobre a Lei de Organizações Criminosas:
Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. Com base neste artigo, a doutrina não admite a chamada “corroboração cruzada”, devendo as informações apresentadas pelo colaborador ser corroboradas por outros elementos de prova.
CERTO.
Lei 12.850/13, art 4, § 16: Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. A doutrina se posiciona de forma majoritária no sentido apontado na alternativa, que já foi inclusive adotado em decisão monocrática no STF.
(BIFFE JUNIOR, João; LEITÃO JUNIOR, Joaquim).
C ou E - Direito Penal
É aplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
ERRADO.
SÚMULA 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
C ou E - Direito Penal
A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
CERTO.
SÚMULA 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico IMPOSSIBILITA a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
C ou E - Direito Penal
É forma de violência contra a mulher a violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
ERRADO.
Lei 11.340/06, art. 7, inciso V: a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
C ou E - Direito Penal
Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida, nos casos abrangidos
pela Lei 11.340/06, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do oferecimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
ATENÇÃO: é antes do recebimento (e não do oferecimento).
ERRADO.
Lei 11.340/06, art. 16: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida, nos casos abrangidos pela Lei 11.340/06, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do RECEBIMENTO da denúncia e ouvido o Ministério Público.
C ou E - Direito Penal
É admitida, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa
ERRADO.
Lei 11.340/06, art. 17: É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
C ou E - Direito Penal
Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
CERTO.
SÚMULA 587 do STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é
desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
C ou E - Direito Penal
Segundo entendimento sumulado pelo STJ, o princípio da insignificância é aplicável aos crimes contra a Administração Pública.
ERRADO.
SÚMULA 599 do STJ: O princípio da insignificância é INAPLICÁVEL aos crimes contra a Administração Pública.
C ou E - Direito Penal
O agente que praticar os delitos de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito após a edição da Lei n. 13.497/2017 ficará sujeito ao regime mais gravoso previsto para os crimes hediondos, haja vista que tais condutas penais foram incluídas por esta Lei no rol taxativo da Lei 8.072/90, e se trata de hipótese de irretroatividade da lei prejudicial ao réu.
ATENÇÃO: é só o artigo 16 da Lei do Desarmamento! A posse e porte de arma de fogo dos artigos 12 e 14 da Lei 10.826/06 continuam não sendo hediondos.
CERTO.
Com a edição da Lei 13.497/2017 os crimes de POSSE e PORTE de arma de fogo de USO RESTRITO passaram a ser HEDIONDOS. Por se tratar de norma mais gravosa, não há que se falar em retroatividade.
C ou E - Direito Penal
Segundo entendimento pacificado nos Tribunais Superiores, o tráfico privilegiado não é considerado crime hediondo.
CERTO.
O STF decidiu neste sentido e o STJ acompanhou o entendimento e promoveu o cancelamento da Súmula
512, em novembro de 2016, que previa o contrário (dizia ter caráter hediondo o delito de tráfico privilegiado).