Aula 2 - Adaptação e Lesões Celulares Flashcards
As células podem ser subetidas a estresses, os quais podem levá-las a se adaptarem, um processo reversível. Caso a célula seja incapaz de se adaptar ao estressa, ocorre lesão celular, que, caso seja intensa ou progressiva, causa a morte da célula (por apoptose ou necrose). Obs: veja o esquema dessas etapas na sua galeria.
Defina o conceito de adaptação celular.
As adaptações são respostas estruturais e funcionais reversíveis às alterações fisiológicas (p. ex., gestação) ou a alguns estímulos patológicos. De forma geral, esses estímulosnsão são um estresse para a célula. Quando a célula se adapta, um novo estado de equilíbrio, alterado, é alcançado, permitindo a sobrevivência e a atividade funcional da célula.
Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar ao seu estado original sem ter sofrido qualquer consequência danosa.
Dependendo do tipo de estresse ao qual a célula está sendo submetida, ela pode responder com diferentes formas de adaptação.
Defina a adaptação do tipo hipertrofia.
A hipertrofia é o aumento do volume da célula pelo aumento do número de componentes estruturais intracelulares. Um órgão hipertrofiado não possui um número maior de células, apenas células maiores.
Hipertrofias fisiológicas
*Musculatura lisa uterina (gestação)
*Musculatura estriada esquelética (esforço físico)
*Células das mamas (lactação)
Hipertrofia patológica
*Coração: hipertrofia do miocárdio causada por hipertensão ou estenose valvar
*Cérebro: hipertrofia dos neurônios motores na hemiplegia
*Fígado: hipertrofia dos hepatócitos por alcoolismo
*Bexiga: hipertrofia da bexiga quando há hiperplasia prostática
Defina hiperplasia.
A hiperplasia é definida como um aumento no número de células em um órgão ou tecido em resposta a um estresse. Embora hiperplasia e hipertrofia sejam processos diferentes, frequentemente elas ocorrem juntas e podem ser induzidas pelos mesmos estímulos externos. A hiperplasia somente ocorre em tecidos que contêm células capazes de se dividir, aumentando, portanto, o número de suas células. As fibras musculares estriadas esqueléticas e cardíacas têm capacidade de divisão limitada.
Hiperplasias fisiológicas
Do tipo hormonal:
•Útero: hiperplasia do miométrio na gravidez
•Mamas: lactação
Do tipo compensarória:
•Fígado: regenaração do órgão após transplante hepático
•Rins: o rim que restou após uma nefrectomia sofre hipertrofia e hiperplasia para compensar a atividade renal perdida
Hiperplasias patológicas:
São majoritariamente causadas por fatores hormonais ou por fatores de crescimento sobre células-alvo:
•Síndrome de Cushing: excesso de produção de cortisol pelas glândulas adrenais.
•Hiperplasia nodular da próstata
•Hiperplasia endometrial
Obs: No câncer, os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou ineficientes devido às anormalidades genéticas existentes, resultando em proliferação incontrolável. Desse modo, embora a hiperplasia seja diferente do câncer, a hiperplasia patológica constitui um solo fértil no qual a proliferação cancerosa
pode, eventualmente, surgir. Por exemplo, pacientes com hiperplasia do endométrio apresentam risco aumentado de desenvolver câncer de endométrio.
Defina o conceito de atrofia celular.
Atrofia é definida como a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do número de células.
As alterações celulares fundamentais associadas à atrofia são idênticas em todas as diferentes situações que levam à atrofia: na busca pela adequação entre a demanda metabólica da célula e níveis menores de suprimento sanguíneo, nutrição ou estimulação trófica, um novo equilíbrio é alcançado. No início do processo, as células e tecidos atróficos têm sua função diminuída, mas a morte celular é mínima (excessão: diminuição do suprimento sanguíneo, que frequentemente leva à apoptose).
Atrofias fisiológicas
•Estruturas embrionárias durante o desenvolvimento fetal (ex: notocorda e ducto tireoglosso).
•Útero: reduz de tamanho após o parto.
•Timo: involução após a puberdade
•Mama: pós-lactação
Dentro das atrofias patológicas, defina atrofia por desuso.
Atrofia por desuso: quando um osso fraturado é imobilizado com um molde de gesso ou quando um paciente é restrito a repouso absoluto no leito, rapidamente sobrevém atrofia dos músculos esqueléticos. Inicialmente, a redução no tamanho celular é reversível quando a atividade motora é restaurada. Com o desuso mais prolongado, as fibras musculares esqueléticas diminuem em número (devido à apoptose), bem como em tamanho; essa atrofia pode ser acompanhada por aumento da reabsorção óssea, levando à osteoporose por desuso.
Dentro das atrofias patológicas, defina atrofia por desenervação.
Atrofia por desenervação: o metabolismo e função normais do músculo esquelético dependem de sua inervação. Uma lesão dos nervos leva à atrofia das fibras musculares por eles inervadas. (Ex: poliomielite e doenças neuromusculares).
Dentro das atrofias patológicas, defina atrofia por diminuição de suprimento sanguíneo.
A redução do suprimento sanguíneo (isquemia) para um tecido em consequência de doença oclusiva arterial que se desenvolve lentamente resulta em atrofia do tecido. Na senescência, o cérebro sofre atrofia progressiva, principalmente por causa da redução do suprimento sanguíneo causada pela aterosclerose. Isso é denominado atrofia senil, que afeta também o coração.
Dentro de atrofias patológicas, defina atrofia por nutrição inadequada.
Uma desnutrição proteico-calórica profunda (marasmo) está associada ao uso das proteínas do músculo esquelético como fonte de energia, após o esgotamento de outras reservas, como o tecido adiposo. Isso resulta em consumo muscular acentuado (caquexia), que leva à atrofia muscular.
Defina atrofia por desestimulação endócrina.
Muitos tecidos que respondem a hormônios, como a mama e os órgãos reprodutores, dependem da estimulação endócrina para sua função e metabolismo normais. A perda da estimulação estrogênica após a menopausa resulta em atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mamas.
Dentro de atrofias patológicas, defina atrofia por compressão.
Tumores, cistos e aneurismas
podem causar atrofia nos tecidos normais circundantes devido à compressão tecidual que causam. Aatrofia nesses casos é, provavelmente, o resultado de alterações isquêmicas causadas por comprometimento do suprimento sanguíneo devido à pressão exercida pela massa em expansão.
Defina metaplasia.
É a mudança de um determinado tecido adulto diferenciado em um outro também adulto diferenciado, e de mesma origem embriológica, mais capaz de suportar o ambiente adverso. Na maioria das circunstâncias, a metaplasia representa uma alteração não desejada. Além disso, as influências que predispõem à metaplasia, se persistentes, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico (câncer).
Etiologias:
Metaplasia epitelial colunar para escamosa: a mais comum.
Ex: tabagismo leva à metaplasia da trauqueia.
Metaplasia do tipo escamoso para colunar: substituição no esôfago pela influência do refluxo do ácido gástrico. Ex: Esôfago de Barrett.
Metaplasia do tecido conjuntivo: formação de cartilagem, osso ou
tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Ex: miosite ossificante (osso no músculo).
Obs: veja as imagens de cada exemplo no slide da aula no Notes.
Lesão celular ocorre quando as células são estressadas tão intensamente que não são mais capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes naturalmente nocivos.
A lesão pode progredir a partir de um estágio reversível e culminar na morte celular.
Determine os fatores que determinam se a lesão celular será reversível ou não.
• Tipo de agressão à célula
• Intensidade e duração da lesão
• Tipo de célula afetada
Cite as 7 causas de danos celulares (detalharemos cada um em outras cartas).
• Hipóxia
• Agentes físicos
• Agentes químicos e drogas
• Agente infecciosos
• Reações imunológicas
• Defeitos genéticos
• Desequilíbrios nutricionais
Explique como a hipóxia causa lesões celulares.
Trata-se de uma das causas mais comuns de morte celular pela redução da respiração oxidativa aeróbica = redução de ATP.
Quais fatores causam a hipóxia?
• Redução do fluxo sanguíneo (isquemia)
• Oxigenação insuficiente do sangue por insuficiência cardiorrespiratória
• Redução da capacidade de transporte de O2 no sangue (anemia ou envenenamento por CO)
• Hemorragia grave
Dependendo da gravidade do estado hipóxico, as células podem se adaptar, sofrer lesão ou morrer.
Ex: Se uma artéria tiver sua luz reduzida, o tecido suprido por esse vaso pode, inicialmente, diminuir de tamanho (atrofia), enquanto uma hipoxia súbita ou mais intensa produz lesão e morte celular.
Lesões reversíveis causadas pela hipóxia:
• Degeneração hidrópica: como há menos O2, há menos ATP, o que impede que haja funcionamento das bombas de Na+ e K+. Dessa forma, há acúmulo de eletrólitos e água no interior das células com hipóxia.
• Esteatose: acúmulo de acetil-CoA = ↑ da síntese de ácidos graxos = acúmulo de triglicerídeos nas células.
Lesões irreversíveis:
• Neurônios: não suportam mais de 3 minutos sem O2
• Cardiomiócitos: resistem por 30 mintos e então morrem
Que tipos de agentes físicos pode causar lesões celulares?
• Trauma mecânico
• Extremos de temperatura (queimaduras e
frio intenso)
• Alterações bruscas da pressão atmosférica
• Som
• Radiação
• Choque elétrico.