AINES + CORTICOIDES - FARMACOLOGIA CLÍNICA Flashcards
O QUE É O ÁCIDO ARAQUIDONICO E COMO ELE É FORMADO?
Precursor comum dos eicosanóides.
Liberado dos fosfolipídeos celulares pela Fosfolipase A2
primeira etapa na cascata do ác. Araquidônico, determina a
velocidade global de geração dos eicosanóides.
Múltiplas isoformas de Fosfolipase A2
– regulação em
diferentes tecidos com respostas seletivas.
Estímulos para a Fosfolipase A2
– citocinas (TNFalfa, GM-
CSF e IFNgama) fatores de crescimento.
Ciclooxigenases - COX-1 - O QUE É E ONDE É ENCONTRADA
Enzima essencial constitutiva; Encontrada na maioria das células e tecidos
Ciclooxigenases - COX-1 - FUNÇÃO E ESTÍMULO PARA PRODUÇÃO
*Produção de PGs para manutenção de funções
fisiológicas (citoproteção gástrica, proliferação da
mucosa intestinal, agregação plaquetária,
antitrombogênese, função e fluxo sanguíneo renal)
*Estimulada por hormônios e fatores de crescimento
Ciclooxigenases - COX-2 - ESTÍMULO PARA PRODUÇÃO E ONDE É ENCONTRADA
- Formação induzida processo inflamatório e interleucinas - IL1
, IL2 e TNF - Constitutiva no cérebro (hipocampo, hipotálamo, amigdala), rim,
ossos e sistema reprodutor feminino
*Expressa nas células vasculares endoteliais que secretam
prostaciclina em resposta ao estresse de cisalhamento.
Ciclooxigenases - COX-2 - FUNÇÃO
Produz prostaglandinas que mediam inflamação, dor e febre, transdução
de estímulos dolorosos na medula, ovulação, placentação e
contrações uterinas no parto.
VISÃO GERAL DAS PROSTRAGLANDINAS
Grande família de compostos estruturalmente
semelhantes.
Isoladas inicialmente nos sistema genitourinário de
carneiros.
Todas as PGs compartilham uma estrutura química
= prostanóide.
Distribuição nos tecidos determinada pela
expressão das enzimas envolvidas na síntes (PG
sintases)
TIPOS DE PROSTRAGLANDINAS E ONDE SÃO ENCONTRADAS
PGI2 (prostaciclina): predominantemente no endotélio
vascular, vasodilatação e inibição da agregação plaquetária.
Liberação de renina e natriurese (efeitos na reabsorção
tubular de sódio)
Tromboxano (TXA2): predominantemente nas plaquetas,
agregação plaquetária e vasoconstrição.
PGF2alfa: presente no musc liso uterino ( e outros), corpo
lúteo, produzindo contração uterina e luteólise.
PGD2: deriva de mastócitos, causa vasodilatação e inibição
da agregação plaquetária.
FUNÇÃO GERAL E FUNÇÃO ESPECIFICA NOS RECEPTORES DAS PGE2
PGE2: destaca-se nas respostas inflamatórias e
mediador de dor e febre, além de:
Receptor EP1: Contração do músc liso brônquico e
trato GI.
Receptor EP2: Relaxamento do musc liso brônquico,
vasc e trato GI.
Receptores EP3: Inibição da secreção ácida gástrica,
sec. gástrica de muco aumentada, contração do
útero na gravidez, inibição da lipólise e da liberação
autônoma dos neurotransmissores.
FUNÇÕES FISIOLOGICAS DAS PROSTRAGLANDINAS
- Estimulação da agregação plaquetária (TXA2)
- Inibição (PGI)
- Proteção da mucosa gástrica (PGE1, PGI)
- Relaxamento vascular (PGE2, PGI)
- Contração (PGF, TXA)
- Contração brônquica (PGF2, LCT, LTD, TXA)
- Relaxamento (PGE)
- Manutenção do fluxo renal e regulação do metabolismo
de Na+ e K+ (PGE1, PGI2) - Indução contração uterina (PGE, PGF2)
- Produção de febre (PGE2)
- Hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor (PGE2)
- Sensibilização das terminações nociceptivas periféricas
ATUAÇÃO DAS PLAQUETAS EM RELAÇÃO AO COX1
Plaquetas (COX1): altos níveis de tromboxano sintase mas
não possuem prostaciclina sintase.
Produzem Tromboxano TxA2
meia vida de 10 a 20 minutos.
Vasoconstritor e promotor da aderência e agregaçõa plaquetária.
ATUAÇÃO DO ENDOTÉLIO EM RELAÇÃO
Endotélio: carece de tromboxano sintase e expressa
prostaciclina sintase
– PGI2 = vasodilatador e inibidor da agregação plaquetária.
Antagonista fisiológico do TxA2
Equilíbrio local entre os níveis de TxA2 e PGI2 é crítico na
regulação da pressão arterial e trombogênese.
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES EM RELAÇÃO A MEIA VIDA
Classificação quanto a meia vida:
CURTA DURAÇÃO (< 6h): ibuprofeno,
diclofenaco, cetoprofeno, indometacina
LONGA DURAÇÃO (> 10h): naproxeno,
celecoxib, meloxican, nabumetona e
piroxican, salicilatos.
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES EM RELAÇÃO A ORIGEM
Classificação quanto a origem:
* Derivados do ácido salicílico: AAS, diflunisal
* Derivados do para-aminofenol: paracetamol
* Ác. Indolacético: indometacina, etodolaco
* Ác. Heteroarilacético: tolmetina, diclofenaco,
cetorolaco
* Ác.Arilpropiônicos: Naproxeno, ibuprofeno,
fenoprofeno, cetoprofeno
* Ác. Enólico: piroxican, meloxicam
* Sulfonalinida: nimesulida
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES EM RELAÇÃO A ESPECIFICIDADE
Classificação quanto a especificidade:
Inibidores seletivos da COX2:
Celecoxibe, etoricoxibe, rofecoxibe*
Meloxican (7,5 mg/dia seletivo COX2, 15mg/dia
perda da seletividade e mais EA GI), etodolaco,
nimesulida
Inibidores não seletivos
MECANISMO DE AÇÃO DOS AINES
- Inibição competitiva e reversível (exceto
aspirina) periférica e central da atividade da
enzima cicloxigenase e subsequente
diminuição da biossíntese e liberação dos
mediadores da inflamação, dor e febre
(prostaglandinas). - Bloqueio do canal hidrofóbico da
cicloxigenase ao qual se liga o ácido
araquidônico, impedindo assim o acesso do ac.
Araq. ao sítio ativo da enzima.
MECANISMO DE AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DOS AINES
- Bloqueio da formação de PGs por inibição da
COX (Vane, 1971) - Inibição da liberação de histamina (Lewis e
Whittle, 1977) - Diminuição da migração PMN e monócitos (Di
Rosa et al., 1971; Higgs et al., 1980)
MECANISMO DE AÇÃO ANALGÉSICA DOS AINES
Na periferia reduzem produção de PG que
sensibilizam nociceptores para os mediadores da
inflamação como bradicinina.
*Redução do efeito vasodilatador das PG sobre a
vasculatura cerebral (tto de cefaléias).
*Ação central possivelmente medula – as PG facilitan a
transmissão das fibras de dor aferentes para os
interneurônios no corno posterior.
MECANISMO DE AÇÃO ANTITERMICA DOS AINES
- Bloqueio da formação de PGs por inibição da
COX central (hipotálamo), a temperatura
corporal do homem sadio não é afetada.
(Milton e Wendlant, 1971/ PGE como modulador na regulação da
temperatura e ação antipirética relacionada com interferência
na liberação de PGs; Vane, 1971) - Ações adicionais por mecanismos
desconhecidos.
FARMACOCINÉTICA DOS AINES
Maioria é absorvida completamente por VO, pouco alterada
pelos alimentos.
Efeito de primeira passagem
Alta ligação proteica
Pequeno volume de distribuição
Biotransformação hepática (CYP- 2C8, 2C9, 2C19) e
gluconidação
ELIMINAÇÃO DOS AINES
*Eliminação mais importante renal
*Variações de excreção biliar e reabsorção (circulação entero
hepática).
*Todos penetram no líquido sinovial.
USO TERAPEUTICO DOS AINES
Usos:
Artrite reumatóide, espondilite anquilosante, gota
Cefaléias
Dismenorréia e síndromes dolorosas
Lesões traumáticas (?)
Analgesia
Efeito na prevenção de câncer de cólon (reduz proliferação celular,
aumenta apoptose)
MECANISMO DE AÇÃO DO AAS
Protótipo do grupo, acetila e bloqueia
irreversivelmente a COX1 e 2.
Demais representantes não seletivos inibem
de forma competitiva e reversível.
FARMACOCINETICA DO AAS
absorção VO (estômago e intestino delgado)
níveis plasmáticos em 30 min; pico em 2 horas
fatores que influenciam a absorção:
composição, velocidade de desintegração e dissolução,
alimentos, pH, tempo de esvaziamento gástrico
distribuição: livres e ligados a proteína plasmática
(albumina)
BHE, B placentária, líquido sinovial, peritoneal, saliva,
fezes, leite, suor
EXCREÇÃO DO AAS
excreção renal
- influenciada pelos fatores relacionados ao pH urinário e competição
com outros ácidos orgânicos
metabolização e excreção
- esterases mucosa GI (hidrólise)
- conjugação com glicina e ácido glicurônico
DOSE E USO TERAPEUTICO DO AAS
Dose baixa: 75 a 81 mg/dia – efeito
antitrombótico, acetila irreversivelmente a serina
530 da ciclooxigenase (COX)-1.
Dose intermediária: 650 a 4 g/dia – efeito
analgésico e antipirético.
Dose alta: 4 – 8 g ao dia – efeito antinflamatório
com efeitos dependentes e independentes das PG.
Risco de toxicidade (zumbido, perda auditiva e
intolerância gástrica)