Administrativo Flashcards
Quanto à organização administrativa estatal brasileira, o Ministério Público de um Estado configura exemplo de?
Órgão autônomo integrante da Administração Direta Estadual!
Se o investigado vier a falecer durante a ação de improbidade administrativa, então o dever de ressarcimento ao erário será extinto?
Não. O dever de ressarcimento ao erário, de acordo com o art. 122, § 3º da Lei n. 8.112/1990, se estende aos herdeiros no limite da herança.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. (Grifos nossos.)
Julgue a afirmação a seguir:
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar ofende a constituição, sendo, portanto, vedada a ausência do patrono.
ERRADO. Segundo a Súmula Vinculante 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”
Decorre do poder hierárquico a aplicação de pena administrativa pelo superior a servidor público subordinado?
SIM: Quando a administração aplica uma sanção disciplinar a um agente público, essa atuação decorre imediatamente do poder disciplinar e mediatamente do poder hierárquico. Vale dizer, o poder disciplinar, nesses casos, deriva do hierárquico.
OBS: Quando a administração pública aplica uma sanção administrativa a alguém que descumpriu um contrato administrativo, há exercício do poder disciplinar, mas não existe poder hierárquico.
Noutras palavras, o poder disciplinar decorre do hierárquico quando exercidos sobre agentes públicos, como servidores em geral. Mas somente o poder disciplinar é exercido quando se aplica pena em sede de contratos administrativos.
Decorre do poder hierárquico o controle da administração direta sobre as entidades da administração indireta?
NÃO! O controle exercido pela administração direta sobre as entidades da administração indireta não é expressão do poder hierárquico, por se tratar de controle finalístico, desprovido de hierarquia. Segundo Alexandrino e Paulo (Direito Administrativo Descomplicado, 2017, p. 276)
Decorre do exercício regular do poder hierárquico delegar competência para edição de atos normativos, quando justificável por razões de relevante interesse público?
NÃO!!! A competência para edição de atos normativos, salvo disposição em lei específica, é indelegável. Tomando como base a redação disposta no art. 13 da Lei n. 9.784/1999:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
É do exercício do poder de polícia que emana a pena de multa aplicada em contrato administrativo?
Poder disciplinar é a prerrogativa de apurar transgressões administrativas praticadas por agentes públicos ou por particulares com vínculo especial com a administração. De seu exercício decorrem atos administrativos punitivos, como a demissão de servidores públicos, ou ainda, a multa em contratos administrativos. As multas contratuais não decorrem, como afirmado, do exercício do poder de polícia.
Di Pietro (Direito Administrativo, 2015, p. 95) dá outro exemplo de particular com vínculo diferenciado com a administração que enseja o exercício do poder disciplinar quando for o caso: os estudantes de escolas ou mesmo de universidades públicas.
O juízo de valor no tipo penal se refere a qual elemento?
Normativo.
Os atos de ofício e de decisão praticados por funcionário cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem a aparência de legalidade serão considerados nulos, anuláveis ou válidos?
Válidos em razão da teoria do agente de fato.
O Funcionário de fato ou servidor putativo é aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem a aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos reputam-se válidos os atos por ele praticados, se por outra razão não foram viciados.”
Qual o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício?
15 DIAS.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
Descreva o Poder de Polícia.
Art. 78. CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Segundo a doutrina, trata-se de um poder administrativo “o qual é a faculdade que dispõe a administração pública de condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado”. Segundo seus conhecimentos, o poder administrativo ao qual o texto se refere é o:
PODER DE POLÍCIA!
O poder que confere à Administração Pública a prática de ato de sua competência sem liberdade de ação em sua decisão, sem juízo de valor, nem conveniência ou oportunidade, e que deve ser praticado estritamente de acordo com a lei, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização, é o poder:
PODER VINCULADO OU REGRADO.
O poder regulamentar decorre do poder hierárquico?
Não! Decorre do poder normativo.
No caso de ato normativo que exceda o poder regulamentar da administração pública, pode o Congresso Nacional sustar o ato, mediante decreto legislativo?
Correto.
CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Obs: não há prejuízo do controle judicial
O poder regulamentar é privativo aos chefes do Executivo?
SIM. Os decretos regulamentares sim, não podem ser delegados, agora os decretos autônomos podem ser objeto de delegação.
O que é deslegalização ou delegificação?
Na deslegalização, o Poder Legislativo autoriza que as entidades dotadas de capacidade institucional inovem no ordenamento jurídico em matéria de ordem técnica em seu âmbito de atuação delimitado na respectiva lei.
🔎 É como delegar a função legiferante!
Ex: agências reguladoras
É permitido o exercício de atividade remunerada durante período de licença médica?
Art. 81, I e § 3º, Lei nº 8.112/90: Conceder-se-á ao servidor licença: I - por motivo de doença em pessoa da família; (…) § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
Segundo entendimento do STF, é constitucional o afastamento automático de servidor público indiciado pelo crime de lavagem de dinheiro?
É inconstitucional a determinação de afastamento automático de servidor público indiciado em inquérito policial instaurado para apuração de crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. O afastamento do servidor somente se justifica quando ficar demonstrado nos autos que existe risco caso ele continue no desempenho de suas funções e que o afastamento é medida eficaz e proporcional para se tutelar a investigação e a própria Administração Pública. Tais circunstâncias precisam ser apreciadas pelo Poder Judiciário. STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).
O que é a administração pública do medo?
“Administração Pública do Medo” se caracteriza pela situação em que o administrador passa a ter receio de agir e manejar com segurança as oportunidades de atuação, mesmo adotando cautelas e providências que busquem assegurar a melhor conduta diante do contexto enfrentado, por conta do incremento de possibilidades de que venha a ser responsabilizado ou condenado por órgãos e sistemas de controle.
Quais são as formas de provimento em cargo público?
I - nomeação;
II - promoção;
V - readaptação;
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
IX - recondução.
Qual o entendimento do STF acerca da transferência do controle das subsidiárias?
A transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige anuência do Poder Legislativo e poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os potenciais interessados e observados os princípios da Administração Pública constantes do art. 37 da Constituição (cf. STF, Pleno, ADI-MC nº 5.624, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 6.6.2019).
Diferencie o empregado público do servidor público
Servidor Publico => concurso público, válido para entidades da administração direta e indireta (órgãos, ministérios, autarquias, fundações públicas), possuem regime jurídico único, rpps (regime próprio de previdência social)
Empregado público => também faz concurso público, porém é regido pela CLT , válido para as empresas públicas e sociedades de economia mista. Por serem celetistas não há direito a estabilidade como os servidores públicos e nem à rpps. O regime jurídico é misto.
Qual a entidade da administração indireta cuja área de atuação deve ser definida mediante lei complementar?
Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
O que são serviços sociais autônomos (sistema s)?
A eles se aplica a exigibilidade de concurso público para contratação de pessoal? e da licitação?
As entidades do Sistema ‘S’ são pessoas jurídicas de direito privado classificadas como paraestatais, que não integram a Administração Pública formal, portanto, não estão sujeitas à obrigatoriedade de concurso público para a seleção de pessoal, nem de licitação para a celebração de contratos suportados com recursos públicos (dispensa de licitação).
Quais são as organizações da sociedade civil previstas na lei 13.019 de 2014?
I - organização da sociedade civil: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 1999 ; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;
O termo de fomento é o instrumento adequado quando a proposta da parceria é realizada pela Administração Pública?
Não.
REGRA:
OS = contrato de gestão
OSCIP = termo de parceria
OSC proposto pela Administração = termo de colaboração
OSC proposto pela OSC = termo de fomento
OSC que não envolve transferência de recursos financeiros = acordo de cooperação
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão?
SIM.
Lei Federal n.º 9.637/1998, Art. 11, §1º
Art. 11. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. § 1º A desqualificação importa a reversão dos bens cuja aquisição houver sido efetuada com recursos públicos, transferidos à entidade no período de qualificação como organização social.
Segundo o disposto na Lei no 13.303/2016, como deve se dá a informação a respeito da execução dos contratos das empresas públicas e das sociedades de economia mista, bem como a informação a respeito de seu orçamento?
Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão divulgar, em local de fácil acesso no sítio eletrônico da empresa.
§ 3º As informações a que se refere o caput deste artigo deverão ser atualizadas mensalmente e mantidas à disposição do público por período de 5 (cinco) anos, admitido o retardo de até 2 (dois) meses para a divulgação dos dados financeiros e contábeis
se um servidor celetista ajuizar uma ação pleiteando algum benefício concedido a ele pela legislação local, mas não previsto na CLT, a competência para o julgamento da ação será da Justiça Comum ou do Trabalho?
Justiça Comum.
Tema 1.143 do STF: “A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por servidor celetista contra o Poder Público, em que se pleiteia parcela de natureza administrativa”. Portanto, se um servidor celetista ajuizar uma ação pleiteando algum benefício concedido a ele pela legislação local, mas não previsto na CLT, a competência para o julgamento da ação será da Justiça Comum (Federal ou Estadual, a depender do caso).
Quando ocorre a reversão do servidor público?
Reversão ocorre:
- pelo retorno do aposentado com menos de 70, solicitando dentro de 5 anos, ou;
- por avaliação negativa da invalidez
PS.: o revertido sempre retorna como excedente até a ocorrência de vaga.
Auxílio-moradia pago ao servidor público é considerado vantagem adicional?
Não. De acordo com o art.51 da Lei 8.112, o auxílio-moradia é considerado verba compensatória (indenização), assim como a ajuda de custo, a diária e o transporte.
O que diz a jurisprudência do STF acerca do direito à nomeação e posse após aprovação em concurso público?
Qual a diferença entre sociedade de economia mista e empresa pública?
Ambas são parte da Administração Pública Indireta, e possuem personalidade jurídica de direito privado, entretanto, enquanto a empresa pública possui capital integralmente público, a sociedade de economia mista possui a participação do poder público e de particulares em seu capital e administração.
A empresa pública pode lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em ações, bem como podem emitir partes beneficiárias?
NÃO!
Lei 13.303/16: Art. 11. A empresa pública não poderá:
I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em ações;
II - emitir partes beneficiárias.
A outorga de concessão, permissão e autorização de serviços públicos pelos consórcios públicos deve ser autorizada por que tipo de contrato?
Lei 11.107/2005
Artigo 2°§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
Os conselhos profissionais se submetem ao regime dos precatórios?
NÃO.
Em 2017, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu repercussão geral ao tema 877 em favor da não aplicação do regime de precatório aos Conselhos, por compreender serem dotados de autonomia financeira, além de seus recursos não estarem inseridos no orçamento da União, tampouco sujeitos ao capítulo constitucional que versa sobre finanças públicas (artigos 163 a 169).
É permitida a suspensão do exercício profissional em razão do inadimplemento de anuidades devidas a Conselho de Fiscalização Profissional
Não. o STF já decidiu que é inconstitucional a suspensão do exercício profissional por inadimplemento de anuidades aos conselhos (ADI 1717 e RE 647885).
Como se caracteriza a natureza especial das agências reguladoras?
De acordo com a Lei n.º 13.848/19, Art. 3º, a natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela:
1. ausência de tutela ou de subordinação hierárquica
2. pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira
3. pela investidura a termo (mandato) de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos
4. demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação.
Uma lei federal, de iniciativa parlamentar, pode criar Conselho de Fiscalização Profissional?
NÂO! A criação de conselhos de fiscalização profissional é uma competência privativa do Presidente da República, conforme o art. 61, §1º, II, ‘e’ da Constituição Federal.
Qual o caráter jurídico do ato que exonera o servidor no período de estágio probatório?
De acordo com o entendimento do STF, o ato de exoneração de servidor em razão do estágio probatório é meramente declaratório, podendo ocorrer após o transcurso de três anos, desde que as avaliações de desempenho sejam realizadas dentro do mencionado prazo.
O que ocorre quando o agente público causa danos a terceiro?
Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Qual o objetivo da criação das agências reguladoras?
Essas agências têm a função de regular e fiscalizar a prestação de serviços públicos, garantindo a qualidade e a eficiência desses serviços, bem como a justa remuneração dos prestadores.
As autarquias se submetem à supervisão ministerial para aprovação anual da proposta de orçamento-programa e da programação financeira da entidade?
Sim. Embora sejam autônomas, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, estão sujeitas à tutela do Estado.
Qual a diferença entre readaptação e reversão do servidor público?
reaDaptação (D de doente) - retorno ao cargo com as devidas adaptações conforme a limitação sofrida.
reVersão (V de velho) - retorno ao cargo após invalidação de aposentadoria.
De acordo com a Constituição, é possível acumular o cargo de vereador com a de servidor público sem prejuízo da remunerção proveniente do mandato eletivo?
SIM!
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
Quais são os casos em que o servidor público estável poderá perder o cargo?
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Servidor de determinada autarquia foi investido em mandato eletivo federal. Considerando a situação hipotética, este será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração?
NÃO!! **Quando se tratar de mandato eletivo federal, o servidor ficará afastado do cargo, não tendo direito de optar pela remuneração. **A opção somente é possível, quando se tratar de mandato eletivo de Prefeito, ou de Vereador, quando não houver compatibilidade de horário (art. 94, da Lei n. 8.112/1990):
*Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.*
Será concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, sem remuneração, mediante comprovação por perícia médica oficial?
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
Qual a diferença entre o excesso de poder e o desvio de poder?
O abuso de poder é gênero que comporta duas categorias:
(i) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua esfera de competência;
(ii) desvio de poder (desvio de finalidade): quando o agente atua dentro de sua esfera de competência, porém de forma contrária à finalidade explícita ou implícita na lei que determinou ou autorizou o ato. Nesse caso, será desvio de poder a tanto conduta contrária à finalidade geral (interesse público, finalidade mediata) quanto à finalidade específica (imediata).
Quais são os atributos dos atos administrativos?
Atributos dos atos administrativos: PATI - Presunção de legitimidade ou veracidade, Autoexecutoriedade, Tipicidade e imperatividade
Quais são os elementos dos atos administrativos?
Elementos dos Atos Administrativos: co- fi-for-mo-ob- Competencia, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto.
Partindo‑se da ideia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado, pode‑se dizer, em sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração?
Sim.
* Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato da administração “é todo ato praticado no exercício da função administrativa”.
* Atos da administração é uma expressão mais ampla que a expressão atos administrativos.
Para a aplicação de multa administrativa se faz necessário a comprovação de dolo ou culpa?
Não, devido à presunção de legitimidade do ato administrativo. Quem tem que se opor ou comprovar erro é o administrado.
Multas: sanção pecuniária aplicada ao administrado que descumpriu determinada norma. É dispensável que sua conduta tenha dado origem a um prejuízo. Ao contrário da multa penal, não é preciso a comprovação do dolo ou da culpa.
Uma vez anulados os atos administrativos, seus efeitos retroagem à data da declaração da nulidade, não garantindo legalidade e aplicabilidade aos atos administrativos anteriormente praticados?
ERRADO.
Lei n° 9.784/1999, Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
=> preservam os direitos adquiridos por terceiros de boa-fé, sob pena de violação do princípio da segurança jurídica.
É possível a inovação na ordem jurídica a partir do poder regulamentar?
Sim. O poder regulamentar pode se expressar de duas formas:
Na primeira, o administrator age de modo a dar fiel cumprimento à lei, a complementando. Nesses casos não inova no ordenamento jurídico, apenas o regulamenta por meio de normas secundárias (derivadas).
Contudo, há possibilidade de o poder regulamentar inovar no ordenamento jurídico, por meio de normas primárias. Exemplo disso é o decreto autônomo do Presidente da República, previsto no art. 84, inciso VI, CF/88.
Constitui exemplo do exercício do poder regulamentar da administração pública a edição, pelo presidente da República, de decretos de estado de defesa e de sítio?
Errado. Decretos de intervenção (federal ou estadual), de instauração do estado de defesa e do estado de sítio são atos políticos, pois se referem ao governo e não à Administração Pública.
Qual é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes?
Fundação Pública.
A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como de suas subsidiárias e controladas, exige autorização legislativa e licitação?
O item está incorreto, pois embora para que ocorra a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista seja necessária a autorização legislativa e licitação, o mesmo não ocorre em relação às suas subsidiárias.
Informativo nº 943 do STF:
“A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação.”
Quais são as formas de vacância do cargo público?
Mnemônico PADRE PF
* promoção
* aposentadoria
* demissão
* readaptação
* exoneração
* posse em outro cargo inacumulável
* falecimento
É constitucional a fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que pertencem ao serviço público de um determinado ente federativo?
Não!
Tese STF: “É inconstitucional a fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que pertencem ao serviço público de um determinado ente federativo”.
É válida a reestruturação de quadro funcional por meio de aglutinação, em uma única carreira, de cargos diversos, quando a nova carreira tiver atribuições e responsabilidades diferentes dos cargos originais?
Tese 667, STF:
É inconstitucional, por dispensar o concurso público, a reestruturação de quadro funcional por meio de aglutinação, em uma única carreira, de cargos diversos, quando a nova carreira tiver atribuições e responsabilidades diferentes dos cargos originais.
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, gera direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital do primeiro certame?
NÃO.
=> Súmula 15 do STF: “Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”.
=> O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
No caso de nomeação tardia de candidato aprovado em concurso público, por meio de ato judicial, à qual fora atribuída eficácia retroativa, há direito a promoções ou progressões funcionais que alcançariam o nomeado se a nomeação tivesse ocorrido a tempo e modo próprios.?
NÃO.
EMENTA: CONCURSO PÚBLICO – NOMEAÇÃO – ORDEM JUDICIAL – PROMOÇÕES. A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação.
(RE 629392, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 31-01-2018 PUBLIC 01-02-2018)**
Conforme a jurisprudência do STF, no âmbito dos concursos públicos, o Poder Judiciário pode reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados?
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas.
Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto no edital do certame.
STF. Plenário. RE 632853, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/04/2015 (repercussão geral) (Info 782)
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente?
CERTO. Excepcionalmente, as sociedades de economia mista federal serão processadas e julgadas na Justiça Federal na hipótese de a União intervir como assistente ou opoente, consoante a Súmula 517 do STF, que assim dispõe:
“As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.”