Abdome Agudo Flashcards

1
Q

Quais são as duas complicações mais comuns da diverticulose e sua localização mais comum?

A

1°: diverticulite (+ comum cólon E).
2°: sangramento (+ comum cólon D).

OBS: os divertículos são mais comuns no cólon E.

OBS 2: a diverticulite consiste em microperfurações dos divertículos e consequente inflamação pericolônica. Portanto, não são os divertículos que inflamam e sim o tecido peridiverticular!

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2
Q

Como é feito o diagnóstico da apendicite?

A

Clínico, quadro típico de dor abdominal pouco definida, que migra para a FID, gerando sinais de irritação peritoneal. A maioria das questões vai cobrar que você indique a cirurgia em casos clássicos, mesmo sem exames complementares. Porém, quando são necessários, os exames radiológicos usados são:

USG de abdome: usado em gestantes e crianças principalmente.

TC de abdome: outros casos.

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3
Q

O que é divertículo de Meckel? Qual sua principal complicação?

A

1) Principal anomalia congênita do trato gastrointestinal, atingindo 2% das pessoas. É um divertículo localizado na borda antimesentérica do íleo, a 50 cm do ceco.
2) Sangramento (especialmente em crianças). Em adultos, existe controvérsia, com algumas referências citando a obstrução intestinal como principal complicação.

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4
Q

Descreva os seguintes sinais relacionados à apendicite aguda:

1) Sinal de Rovsing.
2) Sinal de Blumberg.
3) Sinal do obturador.
4) Sinal do iliopsoas.
5) Sinal de Lenander.

A

1) Dor em fossa ilíaca direita (FID) precipitada pela compressão de fossa ilíaca esquerda (FIE).
2) Dor de intensidade aumentada com a descompressão súbita do abdome. Na apendicite ela ocorre tipicamente no ponto de McBurney, mas esse sinal pode ser usado para outros locais também.
3) Dor em hipogástrio causada pela flexão da coxa e rotação interna do quadril. É um sinal de apendicite com apêndice em localização pélvica!
4) Dor precipitada pela abdução e extensão da coxa direita, com o paciente em decúbito lateral esquerdo. É um sinal de apendicite com apêndice em localização retrocecal!
5) Temperatura retal mais elevada que a axilar em pelo menos 1ºC. Mais um sinal de apêndice de localização pélvica.

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5
Q

O que é a cirurgia de Hartmann?

A

Ressecção do segmento do sigmoide afetado, com confecção de colostomia provisória. Após resolução do quadro agudo (por volta de 2 meses), é feita a reconstrução do trânsito intestinal com uma anastomose secundária. Esse é o principal procedimento usado na diverticulite complicada.

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6
Q

Quais são as principais indicações da ultrassonografia (USG) e da tomografia computadorizada (TC) de abdome no contexto de um abdome agudo?

A

USG: exame inicial de escolha na suspeita de litíase biliar, em suspeitas de abdome agudo ginecológico e em gestantes.

TC: é o exame de escolha em praticamente todas as outras causas não esclarecidas com a radiografia simples.
Ex: diverticulite, pancreatite, apendicite, isquemia enteromesentérica, etc.

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7
Q

O que é o critério de BISAP?

A

Mais um critério prognóstico da Pancreatite aguda (ganhou espaço nas provas!) e deve ser avaliado nas primeiras 24 horas.
São 5 variáveis avaliadas e uma pontuação maior ou igual a 3 é considerada de mau prognóstico.

Critérios:

BUN (ureia dos EUA) > 25
Rebaixamento do nível de consciência
SIRS
Idade > 60 anos
Derrame pleural
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8
Q

Explique a conduta na pancreatite aguda em relação à: dieta (1), antibioticoterapia (2), analgesia (3) e cirurgia (4).

A

1) A tendência atual é de iniciar a dieta mais precocemente, sempre priorizando as vias oral e enteral. Infelizmente não há um consenso sobre o momento exato, por isso use o bom senso para responder.
2) O uso de antibióticos profiláticos (quando não há necrose infectada) está contraindicado nos casos leves e é muito controverso nos quadros graves. De qualquer forma, o Imipenem é o mais indicado.
3) O analgésico de escolha classicamente era a Meperidina, por conta do risco teórico de espasmo de esfíncter de Oddi provocado pela Morfina. Porém, isso nunca foi comprovado empiricamente e atualmente essa conduta também é controversa.
4) A cirurgia só está indicada na pancreatite aguda em caso de necrose infectada para drenagem do material. Muito cuidado que as bancas adoram tentar confundir com isso!

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9
Q

O que é a rotina radiológica do abdome agudo? Quais são as principais doenças diagnosticadas com ela?

A

1) Radiografia de tórax em PA + duas radiografias de abdome em AP (uma em ortostase e a outra em decúbito dorsal).
2) Pneumoperitônio, presente nas rupturas de vísceras ocas (atenção com a úlcera perfurada!); obstrução intestinal, podendo diferenciar as obstruções de delgado das obstruções de intestino grosso e os cálculos renais.

OBS: na maioria das outras causas de abdome agudo (inclusive os cálculos de vesícula), as radiografias sozinhas não conseguem diagnosticar as doenças e outros exames, como a USG e TC, são necessários.

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10
Q

O que é a cirurgia de Puestow modificada?

A

Procedimento realizado para tratar a dor refratária na pancreatite crônica com dilatação ductal. Consiste numa pancreatojejunostomia em Y-de-Roux, que permite a drenagem pancreática em casos de obstrução por cálculos e/ou estenoses.

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11
Q

Qual a função da dosagem de amilase/lipase (1) e da tomografia (2) em um contexto de pancreatite aguda?

A

1) Fazer o diagnóstico da doença. Lembrar que a lipase é mais específica que a amilase e o nível das suas NÃO se correlaciona com a gravidade da doença.
2) A TC pode ser usada no início do quadro para diagnóstico da doença em quadros duvidosos e para avaliação da gravidade. Neste último caso, o exame deve ser solicitado após 3-5 dias do início dos sintomas, quando ela possui maior precisão para determinar o prognóstico.

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12
Q

O que é o escore de Ranson e qual pontuação determina um quadro grave?
Decore pelo menos os parâmetros avaliados!

A

Escore de gravidade da pancreatite, que avalia o paciente na admissão hospitalar e após 48 horas. A pontuação igual ou maior a 3 já é considerada grave.

1) ADMISSÃO:
1. 1) Idade > 55
1. 2) GB > 16.000
1. 3) LDH > 350
1. 4) AST > 250
1. 5) Glicemia > 200

2) ÀS 48 HORAS:
2. 1) Queda hematócrito > 10%
2. 2) Aumento BUN > 5
2. 3) Cálcio < 8
2. 4) PO2 < 60
2. 5) Déficit de bases > 4
2. 6) Déficit de fluidos > 6L

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13
Q

Quais são as duas complicações mais comuns da apendicectomia?

A

1) Infecção de sítio cirúrgico.
2) Obstrução intestinal.

OBS: ainda existe certa controvérsia, mas atualmente a maioria das apendicectomias é feita por videolaparoscopia, o que melhora a dor pós-operatória e reduz o tempo de internação e de afastamento de atividades.

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14
Q

Qual o quadro clínico clássico da pancreatite crônica?

A

Dor epigástrica progressiva e crônica, após ingestão de álcool e alimentação. As questões normalmente descrevem um paciente etilista, com esteatorreia e “medo de se alimentar”.

OBS: os enunciados muitas vezes trazem um paciente com a história pregressa descrita acima e atualmente com pancreatite aguda (quadro conhecido como pancreatite crônica agudizada). Nesses casos, a amilase/lipase podem estar normais ou pouco alteradas, por conta da agressão crônica ao órgão, afetando a produção das enzimas.

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15
Q

Cite a classificação de Hinchey da diverticulite, com o tratamento normalmente indicado para cada um dos graus.

A

I: abscesso pericólico. Antibioticoterapia e acompanhamento.

II: abscesso pélvico. Drenagem percutânea + ATB.

III: peritonite purulenta generalizada. Laparotomia de urgência + ATB.

IV: peritonite fecal. Laparotomia de urgência + ATB.

OBS: os antibióticos utilizados normalmente são Ceftriaxone (ou Ciprofloxacino) + Metronidazol.

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16
Q

Qual fístula é mais comum na diverticulite? Cite mais 3 doenças que podem causá-la.

A

1) Fístula sigmoide-vesical. Os principais sinais são a pneumatúria e fecalúria em homens (o útero protege normalmente as mulheres).
2) Doença de Crohn, câncer de cólon e tuberculose intestinal ou vesical.

17
Q

Qual a função da dosagem de amilase/lipase (1) e da tomografia (2) em um contexto de pancreatite aguda?

A

1) Fazer o diagnóstico da doença. Lembrar que a lipase é mais específica que a amilase e o nível das suas NÃO se correlaciona com a gravidade da doença.
2) A TC pode ser usada no início do quadro para diagnóstico da doença em quadros duvidosos e para avaliação da gravidade. Neste último caso, o exame deve ser solicitado após 3-5 dias do início dos sintomas, quando ela possui maior precisão para determinar o prognóstico.

18
Q

Qual o quadro clínico típico da isquemia mesentérica aguda?

A

Paciente com fibrilação atrial crônica, dor abdominal de forte intensidade com exame físico desproporcional (ou seja, sem sinais de irritação peritoneal, muitas vezes descrito como “abdome inocente”).
A acidose metabólica também é uma alteração muito explorada pelas bancas.

19
Q

Descreva os seguintes sinais:

1) Sinal de Cullen.
2) Sinal de Gray-Turner.
3) Sinal de Fox.

A

1) Equimose periumbilical.
2) Equimose em flancos.
3) Equimose na base do pênis.

IMPORTANTE: todos esses são sinais de pancreatite necrosante (grave)!

20
Q

Mulher de 65 anos, tabagista de longa data, queixa-se de perda ponderal progressiva e dor abdominal difusa que surge após a alimentação e dura por volta de 1 hora. Refere que “emagreceu porque está com medo de comer”. Ao exame físico, presença de sopros carotídeos e na altura de artérias renais. Qual o diagnóstico provável?

A

Isquemia mesentérica crônica. Pode parecer um quadro de câncer de estômago, mas normalmente esses serão os dados dos enunciados quando a resposta for a isquemia mesentérica crônica. Fique muito atento(a) para não errar!

21
Q

Relacione os seguintes padrões clássicos de dor e clínica de abdome agudo com sua causa provável:

1) Dor súbita, dor à descompressão súbita difusa, defesa involuntário (abdome em tábua).
2) Dor epigástrica, irradia para o dorso, vômitos intensos.
3) Dor abdominal muito intensa mesogástrica, sem sinais de irritação peritoneal. Fibrilação atrial crônica.
4) Dor abdominal difusa, distensão, vômitos frequentes, hiperperistaltismo.
5) Dor abdominal mesogástrico, localizando-se posteriormente em fossa ilíaca direita.

A

1) Perfuração de víscera oca (atenção com as úlceras pépticas).
2) Pancreatite aguda.
3) Isquemia enteromesentérica.
4) Obstrução intestinal.
5) Apendicite. Caso a dor migrasse para a FIE, seria uma provável diverticulite.

OBS: sempre que a questão trouxer uma paciente mulher com idade reprodutiva, fique atento(a) à gestação ectópica e causas ginecológicas!

22
Q

Cite as duas principais causas de pancreatite aguda e mais 5 outras causas possíveis.

A

1) Biliar e alcóolica.
2) Medicamentosa (atenção com as medicações anti-HIV, sulfonamidas, valproato e azatioprina), pós-CPRE, hipertrigliceridemia (importante!), hipercalcemia e traumática.

23
Q

Dor abdominal difusa e recorrente + microcitose e hipocromia + encefalopatia crônica (desconcentração, cefaleia, letargia) + trabalhador de mineradora ou da indústria.

A

Saturnismo, que é a intoxicação por chumbo.

24
Q

Como é a base do tratamento da pancreatite aguda?

A

Logicamente vai depender da gravidade, mas a base é sempre hidratação venosa, analgesia e dieta zero (no início do quadro). Em quadros extremamente graves, a prioridade são as condutas de suporte à vida e medicina intensiva.

25
Q

O que é linfadenite mesentérica?

A

Inflamação de linfonodo mesentérico, relacionada à infecção pela bactéria Yersinia enterocolytica. Possui quadro muito semelhante ao da apendicite aguda.