9. Valvopatias Flashcards
Principais etiologias de estenose valvar mitral.
- Causa reumática (sobretudo em mulheres);
- Causas degenerativas (calcificação de anel mitral, síndrome metabólica, etc).
Patologia das estenoses valvares.
- Fusão de comissuras;
- Espessamento de cúspides;
- Espessamento e fusão de cordoalhas;
- Calcificação.
Ecocardiograma em estenose valvar mitral.
Ainda que não detecte a alteração do volume do fluxo, o ecocardiograma acaba por detectar a alteração na velocidade de fluxo em valva mitral estenosada (sendo mais rápido em caso de estenose).
Achados:
- Espessamento de folhetos;
- Espessamento e fusão de cordoalhas;
- Restrição dos movimentos dos folhetos;
- Calcificação;
- Redução de área de abertura valvar;
- Aumento de AE;
- Gradiente diastólico transvalvar mitral;
- Hipertensão pulmonar;
- Pesquisa de trombo em AE.
Processo patológico em estenose valvar mitral.
É uma disfunção diastólica:
Estenose mitral → menor fluxo mitral → maior pressão em AE → maior dilatação em AE → congestão pulmonar → maior pressão em artéria pulmonar → sobrecarga em VD → congestão sistêmica.
A estenose é evidenciada na ausculta por um ruflar diastólico, enquanto a congestão pulmonar manifesta na forma de dispneia e a dilatação no AE pode ser visualizada em radiografia de tórax.
Valores de referência para estenose mitral.
- Área valvar normal = 4 a 5 cm²;
- Gradiente diastólico médio estenótico é maior que 10mmHg.
Quadro clínico em estenose mitral.
História clínica:
- Dispneia aos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna;
- Tosse (com possível hemoptise em função da congestão pulmonar);
- Fenômenos tromboembólicos (sangue turbilhonado na congestão do AE, principalmente no apêndice esquerdo).
Exame físico:
- Face mitral (facies mitralis);
- Pulso está normal ou reduzido;
- Palpação de ictus está normal;
- Ausculta de hipertensão pulmonar (sopro diastólico que, quanto mais tempo se prolongar, maior o grau de estenose).
Eletrocardiograma em estenose mitral.
- Há sinais de hipertensão pulmonar;
- Em V1 e V2, as sobrecargas atriais (sobretudo de AE) aparecem como onda P elevada e larga (quando há comprometimento/congestão dos dois átrios) ou pode aparecer em formato de “S” (“o AE está tão congestionado que inverte o eixo da polarização”; é a chamada onda P mitralis).
Radiografia para estenose mitral.
- Aumento de AE (abaulamento de AE);
- Sinais de hipertensão venosa pulmonar;
- Comprometimento de esôfago.
Critérios para estenose valvar mitral importante achado em ecocardiograma.
- Área valvar mitral < 1,5cm²;
- Gradiente diastólico médio AE/VE > ou igual a 10mmHg;
- Pressão sistólica de a. pulmonar maior que 50mmHg em repouso;
- Avaliar o escore de Wilkins-Block (mobilidade dos folhetos, espessura dos folhetos, acometimento subvalvar e calcificação valvar) para definir a próxima conduta;
- Se houver discordância entre os achados do ecocardiograma e achados clínicos, deve ser feito cateterismo e estudo hemodinâmico.
Tratamento em estenose valvar mitral.
- Se houver sintomas com área valvar menor que 1,5cm², tem-se tratamento intervencionista (valvuloplastia mitral percutânea com balão, troca valvar metálica ou biológica ou comissurotomia) conforme a estratificação de risco operatório (EuroSCORE II);
- Contraindicações: escore de Wilkins-Block maior que 8, regurgitação mitral maior que 2+, trombo em átrio esquerdo, impossibilidade de anticoagulação oral antes do procedimento, alto risco de tromboembolismo, etc;
- Diuréticos podem ser usados para reduzir a congestão pulmonar e β-bloqueadores para forçar bradicardia (e aumentar o tempo diastólico).
Processo patológico em insuficiência valvar mitral.
É uma disfunção sistólica:
Regurgitação para o AE → sobrecarga de AE e de VE → maior pressão em veias pulmonares e menor DC → dispneia e fadiga.
Etiologias de insuficiência mitral.
- Degenerativa;
- Reumática;
- Causas secundárias (endocardite infecciosa, dilatação de ventrículo esquerdo, etc).
Insuficiência mitral: crônica X aguda.
- Insuficiência mitral crônica: início tardio dos sintomas (fadiga, dispneia de esforço), com dilatação de AE e diminuição de DC;
- Insuficiência mitral aguda: rompimento de cordoalhas com quadro agudo (redução de AE, congestão pulmonar, edema pulmonar ou choque cardiogênico).
Diagnóstico de insuficiência mitral.
- Suspeita clínica (dispneia, fadiga);
- Exame físico: ictus cordis desviado para esquerda (em função da dilatação de VE) e sopro holossistólico mitral;
- Exames complementares.
Exames complementares em insuficiência mitral.
- ECG com onda P estendida (sobrecarga de AE) e onda R ampliada (sobrecarga de VE);
- Radiografia de tórax com sinais de hipertensão pulmonar venosa;
- Ecocardiograma: avalia morfologia valvar e repercussão hemodinâmica.