8. Febre Reumática (FR) Flashcards
1
Q
Definição de febre reumática (FR).
A
- Complicação tardia da infecção de orofaringe por estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield;
- Tem predisposição genética;
- Pode acometer coração, articulações, sistema nervoso central, pele e tecido subcutâneo;
- “Tem sumido no mundo em função de uso precoce de antibiótico em orofaringe”;
- Mais prevalente são as complicações tardias.
2
Q
Surto agudo de FR.
A
- Cardite;
- Artrite (mais comum; envolve restrição de movimento);
- Acometimento de pele (quadro mais tranquilo);
- Coreia de Sydenham.
3
Q
Surto de FR com cardite.
A
- Envolve endocardite, pericardite e miocardite em quadro mais extenso;
- Amigdalite estreptocócica recorrente aumenta chance de valvopatia reumática crônica;
- Deixa deformidades nas valvas cardíacas (mais comumente, mitral e aórtica).
4
Q
Fatores clínicos para diagnóstico de cardite.
A
- Cardiomegalia;
- Sopros não existente previamente;
- Atrito (e derrame) em cavidade pericárdica;
- Critérios ecocardiográficos.
5
Q
Acometimento endocárdico em FR.
A
- Sopro holossistólico apical (mitral) com insuficiência mitral (regurgitação pela valva mitral durante sístole);
- Sopro diastólico em base (aórtica) com insuficiência aórtica;
- Sopro proto-meso-diastólico apical (sopro de Carey-Coombs), por estenose mitral (valva espessa causa turbilhonamento durante começo da diástole).
6
Q
Sinais de miocardite em FR.
A
- Flacidez e palidez do miocárdio;
- Dilatação ventricular;
- Disfunção sistólica;
- Taquicardia persistente;
- Nódulos de Aschoff (aglomerado inflamatório).
7
Q
Sinais de pericardite em FR.
A
- Pericardite serofibrinosa;
- Sem prejuízo de função cardíaca;
- Dor torácica (deita piora, inclinação para frente alivia) e/ou atrito pericárdico.
8
Q
Sequência diagnóstica e exames em FR.
A
Suspeita a partir do quadro clínico -> Ecocardiograma -> “Houve cardite?”
- É levantado a suspeita de cardite se houver a presença de sopro novo (ausculta), se houver derrame pericárdico (ecocardiograma) e/ou se houver cardiomegalia (radiografia de tórax);
- Exames que evidenciam infecção recente, como ASLO, cultura de orofaringe e antígenos estreptocócico;
- Exames que caracterizam processo inflamatório ativo, como VHS, proteína C-reativa e mucoproteínas;
- Exames complementares, como eletrocardiograma (aumento de PR e QT, inversão de onda T, alteração de ST, e principalmente em arritmia) e ecocardiograma (avalia a gravidade do comprometimento e permite diagnóstico de formas subclínicas, então é obrigatório);
- Alterações morfológicas em valva mitral, como dilatação do anel valvar, alongamento e rotura da cordoalha, prolapso da extremidade, espessamento de folhetos, fusão de cordoalhas, restrição de movimento das valvas, calcificação.
9
Q
Critérios de diagnóstico para FR conforme parâmetros de Jones (AHA 2015).
A
- 1 dos Critérios maiores, como cardite, artrite, Coréia de Sydenham, eritema marginado, nódulos subcutâneos;
- 2 dos Critérios menores, como monoartralgia, febre acima de 38ºC, VHS acima de 30mm na primeira meia hora, intervalo PR prolongado.
10
Q
Tratamento da febre reumática.
A
- Erradicação estreptocócica, com penicilina G benzatina (benzetacil);
- Controle do processo inflamatório, com anti-inflamatório não hormonal (para artrite e cardite leve), corticoide como prednisona em dose alta (cardite moderada e grave) e benzodiazepínicos (coréia) ;
- Tratamento sintomático e medidas gerais, como repouso, tratamento da insuficiência cardíaca e das arritmias;
- Iniciar a profilaxia secundária, de acordo com o paciente (até 5 anos após último surto se não houver cardite ou até 10 anos após se houver cardite).