13. Dislipidemia e Aterosclerose Flashcards
Definição de aterosclerose.
Doença inflamatória crônica que acomete artérias em resposta à agressão endotelial.
Fatores de risco para aterosclerose.
Modificáveis:
- Colesterol LDL alto;
- Diabetes mellitus;
- Tabagismo;
- Hipertensão arterial;
- Sedentarismo e Obesidade.
Não modificáveis:
- Idade;
- Sexo masculino;
- História de doença coronária na família.
Evolução da disfunção endotelial.
“Não é a placa fibrosa que compõe o problema (até porque ela se desenvolve ao longo de anos e de forma lenta), mas é a formação do trombo quando ela se rompe que traz complicações (infarto agudo do miocárdio se for no coração, AVC se no cérebro, isquemia aguda se for em membros, etc).”
Resposta inflamatória na placa aterosclerótica.
Disfunção endotelial permitindo a entrada de lipoproteínas → oxidação de LDL em subendotélio → atração de macrófagos → ativação de macrófagos → resposta inflamatória e ativação de enzimas proteolíticas.
Percebe-se, então, que as placas ateroscleróticas são compostas então de células inflamatórias, porções de necrose, capa fibrosa e matriz extracelular, diferenciando-se em estável (quando predomina colágeno e capa fibrosa) e instável (quando há predomínio da atividade inflamatória e necrótica).
Lipoproteínas.
- Os lipídeos que se ligam às proteínas são: fosfolipídeos, triglicerídeos, colesterol e ácidos graxos;
- O foco terapêutico é a redução de LDL (em função do grau de evidência científica), ao invés da redução dos triglicerídeos e elevação do HDL;
- As lipoproteínas envolvidas na placa aterosclerótica são ricas em triglicerídeos ou ricas em colesterol (como lipoproteínas de baixa densidade/LDL e lipoproteínas de alta densidade/HDL).
Dislipidemia.
- Condição clínica definida por um dos três critérios: LDL-c elevado, triglicerídeos elevados ou HDL-c reduzido;
- Tal situação contribui para o desenvolvimento de aterosclerose;
- Não há um valor numérico absoluto e definitivo, sendo cada avaliação individualizada conforme o perfil do paciente;
- Causas envolvem dieta rica em gorduras saturadas, medicamentos (diuréticos, glicocorticoides, etc), condições patológicas (obstrução biliar, síndrome nefrótica, etc) e condições de metabolismo alterado (obesidade, diabetes, gravidez, etc).
Avaliação laboratorial do lipidograma.
- Jejum de 12h (exceto para crianças e idosos);
- Evitar álcool 72h antes do exame e atividade física 24h antes;
- Examina-se colesterol total, HDL-c e LDL-c, triglicérides e colesterol não HDL-c;
- O cálculo do LDL-c envolve a fórmula de Friedewald (em situações que o nível de triglicérides não esteja elevado, o que alteraria falsamente a contagem de LDL-c).
Etapas para a estratificação de risco cardiovascular (para IAM, AVE, IVP e IC).
- Caracterização de risco muito alto;
- Caracterização de risco alto;
- Aplicação do Escore de Risco Global (ERG), que avalia idade, níveis de HDL e colesterol total, pressão arterial sistêmica e tabagismo.
Caracterização de riscos muito alto e alto na estratificação de risco para prevenção e tratamento de aterosclerose.
- Risco muito alto: mesmo que não tenha clínica, presença de doença aterosclerótica (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) e obstrução maior que 50% de qualquer território arterial;
- Alto risco: presença de doença aterosclerótica identificada por exame complementar (USG de carótida, índice tornozelo-braquial, tomografia para avaliar calcificação em coronária, angio-CT identificando placas coronárias), aneurisma de aorta abdominal, doença renal crônica, hipercolesterolemia familiar e/ou diabetes.
Tratamento não farmacológico das dislipidemias.
- Reconhecer causas secundárias de dislipidemia e corrigi-las até atingir os valores de referência (redução de LDL-c em aproximadamente 50%);
- Terapia nutricional (maior magnitude: redução da ingestão de gordura trans);
- Mudanças no estilo de vida (de maiores magnitudes: redução de peso, atividade física e cessar tabagismo).
Tratamento farmacológico da dislipidemia.
- Envolve o uso de fármacos que façam as reduções de LDL-c (estatinas, ezetimiba, inibidor e redutor da PCSK9) e de triglicerídeos (fibratos);
- Se houver menor risco, pode-se utilizar estatinas de intensidade moderada; porém na presença de alto risco, LDL-c acima de 190mg/dl e/ou associação com comorbidades, utiliza-se estatinas de alta intensidade.
Estatinas.
- Reduz LDL-c e reduz eventos cardiovasculares;
- Opção de primeira escolha;
- Inibidores da HMG CoA redutase;
- Efeitos colaterais envolvem principalmente miopatias (mialgia, elevação de CPK e rabdomiólise);
- Rosuvastatina e atorvastatina na maior dose são as mais potentes (para maior redução de LDL-c).
Ezetimiba.
- Inibe absorção de colesterol no intestino delgado;
- Administrada em conjunto com a estatina, quando a meta do tratamento não é atingida;
- Poucos efeitos colaterais (relacionado ao trânsito intestinal).
Inibidor de PCSK9.
- PCSK9 inibe o receptor de LDL-c presente no hepatócito que retira o colesterol da circulação sanguínea;
- Evolucumabe e alirocumabe;
- Indicado para prevenção secundária em paciente de muito alto risco ou em caso de intolerância à estatina, e caso de hipercolesterolemia familiar.
Fibratos.
- Reduz triglicérides;
- Pouca evidência científica;
- Risco maior de miopatia quando associado com estatina;
- Indicado para reduzir risco de pancreatite.