10. Endocardite Infecciosa (EI) Flashcards

1
Q

Definição de endocardite infecciosa (EI).

A

Infecção da face endotelial de estruturas cardiovasculares (geralmente, valvas cardíacas), causada por bactérias e fungos que lesionam em padrão vegetativo.

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2
Q

Principais portas de entrada de bactérias e fungos.

A
  • Cavidade oral, infecções de pele, trato gastrointestinal e sistema genitourinário;
  • Inoculação direta por punção vascular ou drogas injetáveis;
  • Procedimentos invasivos diagnósticos e terapêuticos.
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3
Q

Principais fatores de risco para EI.

A
  • Cardiovasculares: edocardite prévia, prótese valvar cardíaca, doença cardíaca valvar, cardiopatia congênita, dispositivos eletrônicos implantáveis;
  • Não cardiovasculares: catéter venoso central, uso de droga endovenosa, imunossupressão, procedimento dental recente, hospitalização recente, hemodiálise.
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4
Q

Fisiopatologia da EI.

A

A partir de uma cardiopatia, valvopatia e/ou shunt, tem-se um turbilhonamento do sangue que causa uma lesão endotelial e proporciona a formação de uma massa plaquetária com fibrina, massa a qual se adere o agente infecioso. A partir da adesão da bactéria ou fungo à massa, a lesão cresce em padrão vegetativo (massa de plaquetas, fibrina, microrganismo e células inflamatórias).

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5
Q

EI em estrutura nativa.

A
  • Valvopatia reumática;
  • Valvopatia degenerativa;
  • Prolapso de valva mitral;
  • Cardiopatia congênita.

Acomete-se, principalmente, valvas mitral e aórtica.

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6
Q

EI em prótese valvar.

A
  • Tardia (mais de 1 ano de instalação da prótese valvar), com altas chances de perfil de infecção comunitária;
  • Recente (menos de 1 ano).
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7
Q

EI associada à assistência à saúde.

A
  • Pode acometer valvas previamente normais;
  • Acomete hospitalizados recentemente. em casos de acesso venoso central e catéter de hemodiálise.
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8
Q

EI em usuários de drogas endovenosas.

A
  • Valvas normais podem ser acometidas;
  • A mais acometida é a tricúspide.
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9
Q

EI em dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI).

A
  • Formação de biofilme;
  • Agente predominante de estafilococos;
  • Tratamento: retirada do dispositivo e antibioticoterapia.
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10
Q

Principais etiologias em EI.

A
  • Bactérias: Staphylococcus aureus e Estreptococcus viridans;
  • Fungos: Candida sp e Aspergillus sp.
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11
Q

Quadro clínico em EI.

A
  • Depende do agente etiológico, do estado cardíaco prévio e das condições associadas;
  • Endocardite infecciosa aguda: principalmente referente ao S. aureus;
  • Endocardite infecciosa subaguda: quadro arrastado/insidioso com apresentação clínica variável (febre, emagrecimento, etc).
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12
Q

Principais sinais e sintomas em EI.

A
  • Febre, sopro e insuficiência cardíaca são os mais prevalentes, independente da categoria de EI;
  • Manifestações periféricas comuns incluem petéquias, nódulo de Osler, lesão de Janeway e manchas de Roth.
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13
Q

Principais complicações em EI.

A
  • Eventos embólicos (em função das vegetações), principalmente em cérebro e baço (em função das cavidades esquerdas); necessitando avaliação e exame físico do paciente 2 vezes ao dia.
  • Complicações cardíacas (deformação);
  • Complicações à distância.
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14
Q

Quando suspeitar de endocardite infecciosa?

A
  • Sopro regurgitante novo;
  • Embolia de origem desconhecida (para órgãos diferentes);
  • Casos insidiosos com perda de peso e anemia em população de risco para EI;
  • Sepse de origem desconhecida;
  • Febre associada com valvopatia, história prévia de endocardite, abscesso de origem desconhecida, etc;
  • Sintomatologia com achados laboratoriais: anemia, leucopenia, VHS elevado, proteína C-reativa elevada, proteinúria e hematúria microscópica.
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15
Q

Sequência diagnóstica em EI.

A
  • Quadro clínico e exame físico;
  • Exame de imagem (ecocardiograma preferencialmente transesofágico, por ter maior sensibilidade para vegetações);
  • Investigação do agente etiológico.
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16
Q

Ecocardiograma em EI.

A
  • Encontrar elementos de valor diagnóstico (vegetações ou “sinais anatômicos anormais”, abcessos perivalvares e deiscência parcial de prótese);
  • Identificação de complicações;
  • Acompanhamento do tratamento (se houver suspeita de EI e na conclusão do tratamento).
17
Q

Identificação do agente etiológico de EI.

A
  • Grande importância para o diagnóstico e para o sucesso terapêutico;
  • Hemocultura (antes do início do antibiótico) em veia periférica e em 3 coletas separadas por 30min;
  • Outras formas de identificação (sorologia, reação de polimerase em cadeira, etc).
18
Q

Tratamento de EI.

A
  • Erradicação do agente com antibioticoterapia (guiada por hemocultura e antibiograma, acompanhado por infectologista) por tempo prolongado e de acordo com esquema empírico a depender de prótese valvar ou estrutura nativa e das características do paciente (usuário de drogas, se teve assistência à saúde, etc);
  • Tratar complicações cardíacas com intervenção cirúrgica.
19
Q

Antibioticoterapia em EI.

A
  • Em estrutura nativa ou prótese valvar com instalação tardia: ampicilina e ceftriaxone;
  • Em prótese valvar com instalação recente ou relacionado à assistência à saúde: vancomicina combinada com gentamicina.
20
Q

Urgência e emergência cirúrgicas em EI.

A

Deve ser abordado em emergência (dentro de 24h):

  • Choque cardiogênico ou edema agudo de pulmão (insuficiência cardíaca aguda).

Deve ser abordado em urgência (dentro de 3 a 5 dias):

  • Pouca intolerância hemodinâmica (controle de insuficiência cardíaca aguda);
  • Abscesso perivalvar, aumento de vegetação, agente infecciosos resistente e outros sinais de infecção não controlada;
  • Vegetação maior que 10mm (prevenção de embolia).
21
Q

Profilaxia para EI.

A
  • Indicado para: pacientes com próteses valvares, endocardite prévia, cardiopatia congênita, transplante cardíaco com valvopatia, febre reumática com disfunção valvar, prolapso de valva com regurgitação valvar;
  • Profilaxia não farmacológica: higiene bucal e geral adequada, consulta odontológica trimestral;
  • Profilaxia farmacológica/antibiótica (amoxicilina VO 2g, 1h antes do procedimento) antes de procedimentos oro dentais e de trato gastrointestinal/genitourinário.