7. Nutrição Perioperatória Flashcards
Quais as consequências da desnutrição em um ato cirúrgico?
- Alteração na resposta imune.
- Prejuízos na cicatrização.
- Catabolismo acelerado.
- Aumento na morbimortalidade.
Como é feita a avaliação nutricional de um paciente?
- Avaliação Subjetiva Global (AGA).
- Nutricional Risk Screening (NRS-2002).
- Perda de peso não intensional > 10% em 6 meses (ou 5% em 1 mes).
- Redução da massa e força muscular.
- IMC < 18,5.
Obs.: o peso do paciente, isoladamente, NÃO é um bom preditor do estado nutricional.
Como é feita a triagem pelo NRS-2002?
- IMC < 20,5.
- Perda de peso nos últimos 3 meses.
- Redução da ingestão alimentar na última semana.
- Presença de doença grave.
Obs.: se algum desses componentes estiver presente, o paciente deve ser pontuado com base em uma tabela que, se somado 3 ou mais pontos, deve receber suporte nutricional.
Quais os melhores exames nutricionais para avaliar o estado nutricional do paciente?
- Pré-albumina < 10-15.
- Transferrina < 200.
- Albumina < 3,0.
- Leucocitos < 1.500.
Obs.: o maior limitante da albumina é a sua meia vida longa (20 dias).
Obs.2: o marcador padrão-ouro é a proteína ligada ao retinol.
Quais as principais indicações de suporte nutricional?
- Perda de peso involuntaria > 10-15% em 6 meses OU 5% em 1 mês.
- Historia de desnutrição prévia ou crônica.
- Incapacidade de suprir as necessidades calóricas 7 a 10 dias antes da cirurgia.
- IMC < 18,5.
- ASG = C.
- Albumina sérica < 3,0.
- Transferrina < 200.
- Expectativa de perda de sangue > 500ml.
Qual o tempo de suporte nutricional (tanto para doenças benignas quanto malignas)?
7 a 14 dias (mínimo de 5 dias).
Obs.: consegue reduzir a morbimortalidade pós-operatória.
Quais as principais vias de nutrição?
- Enteral.
- Parenteral.
Quais as vantagens da nutrição enteral?
- Prevenção de atrofia intestinal e translocação bacteriana.
- Melhora da resposta imune.
- Redução da resposta endócrina e metabólica ao trauma.
Quais as principais vias de nutrição enteral?
- Via oral (escolha).
- Sonda por via gástrica (nasogástrica).
- Sonda por via pós-pilórica (nasoenteral).
- Ostomias (gastrostomia e jejunostomia).
Qual a melhor posição da sonda para a nutrição enteral?
Posição pós-pilórica (nasoenteral).
Qual a principal indicação de ostomia para nutrição enteral?
Previsão de nutrição > 4 semanas.
Obs.: preferir nutrição por gastrostomia (exceto se utilizar estômago para confecção de tubo alimentar pós-esofagectomia).
Quais as contraindicações absolutos da nutrição enteral?
- Instabilidade hemodinâmica.
- Obstrução intestinal mecânica.
- Isquemia intestinal.
Obs.: vômitos intensos, íleo adinâmico e fístulas de alto débito são contraindicações relativas.
Quais as principais indicações de nutrição parenteral?
- Contraindicações à nutrição enteral.
- Síndrome do intestino curto.
- Nutrição enteral insuficiente para suprir > 60% das necessidades calóricas diárias.
- Previsão de jejum > 5 dias.
Obs.: instabilidade hemodinamica também é contraindicação absoluta para nutrição enteral.
Qual a via preferencia de acesso na nutrição parenteral?
Acesso venoso central (solução hiperosmolar).
Obs.: pode-se utilizar acesso venoso periférico se uso < 7 a 10 dias e nutrição de baixa osmolaridade (< 850 mOsm/L).
Quais exames solicita na vigência do suporte nutricional?
- Hemograma.
- Eletrólitos (Na, K, Mg, Ca e P).
- Glicemia.
- Triglicerideos.
- Colesterol total e frações.
- Ureia e Creatinina.
Obs.: a NPT pode reduzir em até 50% as secreções do trato gastrointestinal.
Qual a quantidade de proteínas no suporte nutricional?
15% do aporte calórico total (1,5 a 2,0g/kg/dia).
Obs.: em hepatopatas, as proteínas devem ser ofertadas na forma de aminoacidos de cadeia ramificada (menor necessidade de metabolismo hepático).
Como é calculado o balanço nitrogenado no suporte nutricional?
BN = Nitrogênio ingerido (Proteínas ingeridas/6,25) - Nitrogênio urinário - 2.
Qual a quantidade de lipídios no suporte nutricional?
35% do aporte calórico total.
Qual a quantidade de carboidratos no suporte nutricional?
50% do aporte calórico total.
Obs.: na DPOC, a dieta deve ser low carb e hiperlipídica pois, em sua metabolização, os carboidratos produzem CO2.
Como calcular o gasto calórico basal de um paciente?
Fórmula de Harris-Benedict.
Quais as variáveis na fórmula de Harris-Benedict?
- Peso em kg.
- Altura em cm.
- Idade em anos.
- Sexo.
Obs.: em média 30 a 35 Kcal/kg/dia.
O que são imunonutrientes?
Nutrientes que modulam a resposta ao trauma do paciente, com melhoras na função imunológica.
Quais são os imunonutrientes?
- Arginina.
- Glutamina.
- Ácidos graxos poli-insaturados.
- Ômega-3.
- Nucleotideos (RNA).
Quais as principais indicações da terapia nutricional com imunonutrientes?
- Desnutrição grave.
- Cirurgias de grande porte.
- Politrauma grave.
Qual a duração da terapia nutricional com imunonutrientes?
7 dias antes a 7 dias depois da cirurgia.
Paciente em terapia nutricional por desnutrição evolui com fadiga e arritimia. Exames revelam hipocalemia e hipofosfatemia. Qual o diagnóstico?
Síndrome de realimentação.
Quais as características da síndrome de realimentação?
Hipocalemia e hipofosfatemia grave decorrentes do pico de insulina durante a re-introdução alimentar.
Quais os fatores de risco para síndrome de realimentação?
- Desnutrição grave.
- Pacientes oncológicos.
- Alcoolismo crônico.
- Jejum prolongado.
Qual o tratamento da síndrome de realimentação
- Reduzir aporte calórico.
- Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos.
Como previnir a síndrome de realimentação?
Começar a terapia nutricional com aporte calórico de 10-20 kcal/kg e aumentar 33% a cada 1-2 dias (até 30-35 kcal/dia).
Como deve ser a reposição eletrolítica em um paciente em nutrição parenteral?
- Potássio: 0,5 a 1mEq/Kg.
- Sódio: 30mEq/kg.
- Cloreto: 1 a 1,5mEq/kg.