2. Outras Hérnias Flashcards

1
Q

Quais as características das hérnias incisionais?

A
  • Hérnia em uma incisão cirúrgica prévia.
  • 15 a 20% de todas as hérnias de paredes abdominais.
  • Mais comum em mulheres e em incisões na linha média.
  • Decorre de técnica incorreta ou cicatrização inadequada (ex.: infecção).
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2
Q

Quais os fatores de risco para hérnias incisionais?

A
  • Obesidade.
  • Tabagismo.
  • Diabetes.
  • DPOC.
  • Infecção pós-operatória.
  • Coleções na ferida operatória (ex.: seromas e hematomas)
  • Múltiplas laparotomias.
  • Incisões na LINHA MÉDIA.

Obs.: hipertensão arterial sistêmica NÃO é fator de risco.

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3
Q

Qual a classificação da sociedade européia de hérnias das hérnias incisionais?

A
  • Avalia a localização da hernia em relação a linha média e a espessura do defeito herniário.
  • O parâmetro mais importante é o diâmetro (width), que indica a dificuldade no fechamento da hérnia.
  • Hérnias W2 e W3 indicam fechamento complexo.
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4
Q

Qual o tratamento das hérnias incisionais?

A

Hernioplastia incisional com colocação de tela supra-aponeurótica.

Obs.: no fechamento da parede abdominal de pacientes com risco de hérnia (ex.: obesos, tabagistas, etc), PODE colocar tela profilática.

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5
Q

Quais os locais de colocação da tela nas hérnias incisionais?

A
  • Pré-aponeurótico (onlay): é a mais comum.
  • Intramuscular (inlay): quando não é possível aproximar a parede abdominal.
  • Pré-peritoneal (sublay): mais difícil, mas com menor recidiva.
  • Intraperitoneal (underlay): pouco utilizada, necessita de tela anti-aderente.
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6
Q

Quais as características das hérnias incisionais complexas?

A
  • Hérnias cronicamente domiciliadas, com perda de volume da cavidade abdominal.
  • Decorrende defeitos grandes (W3).
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7
Q

Como calcular o índice de Tanaka para hérnias incisionais complexas?

A

Volume Herniário (VH)/Volume da Cavidade Abdominal (VCA).

Obs.: índices de Tanaka > 15% indicam hérnias incisionais complexas.

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8
Q

Quais os preparos pré-operatórios nas hérnias incisionais complexas?

A
  • Tomografia de abdome para planejamento cirúrgico.
  • Perda de peso (considerar cirurgia bariátrica com Sleeve gástrico).
  • Screening para outras doenças intra-abdominais.
  • Cogitar toxina botulínica e pneumoperitôneo progressivo.
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9
Q

Quais as caracterísricas do pneumoperitôneo pré-operatório nas hérnias incisionais complexas?

A
  • Indicado nas hérnias com índice de Tanaka > 25%.
  • Colocação de cateter de Tenckoff no HD e insuflar diariamente 500ml de de ar.
  • Progredir diariamente até atingir o volume da hérnia.
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10
Q

Quais as estratégias intra-operatórias para fechamento da parede abdominal que NÃO aproxima nas hérnias incisionais complexas?

A
  • Dissecção da aponeurose.
  • Incisões relaxadoras (Gibsson).
  • Rebater a aponeurose (Chevrel).
  • Separação do componente anterior (Ramirez) ou posterior (menor morbidade) da aponeurose.
  • Tela inlay.
  • Utilizar o saco herniário no fechamento (Alcino-Lázaro).
  • Viscerorredução (ex.: colectomia).
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11
Q

Como deve ser o fechamento das hérnias incisionais complexas?

A
  • Tela onlay (melhor opção).
  • Fechamento small bites da aponeurose com fio absorvível (pontos contínuos 0,5 a 1,0cm de distância, com a mesma profundidade e distância da linha média, pegando pouco tecido).
  • Colocação de dreno.

Obs.: o fechamento small bites deve ser para TODAS as cirurgias com abertura da aponeurose.

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12
Q

Quais os cuidados pós-operatórios na correção das hérnias incisionais complexas?

A
  • Recuperação em UTI.
  • Manter o paciente intubado e curarizado por mais tempo.
  • Medição de horário da pressão intra-abdominal (PIA).
  • Drenagem ativa do subcutâneo.
  • Fisioterapia motora e respiratória.
  • Uso prolongado de cinta abdominal.
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13
Q

Quais as principais complicações pós-operatórias das hérnias incisionais complexas?

A
  • Seroma (principal).
  • Necrose de pele e subcutâneo.
  • Hematoma.
  • Eventração.
  • Infecção de ferida operatória (só tirar a tela se sintomas sistêmicos).
  • Síndrome compartimental abdominal.
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14
Q

Quais os valores normais da pressão intra-abdominal?

A

5 a 7mmHg.

Obs.: o valor normal da pressão de perfusão abdominal (PPA = PAM - PIA) é maior que 65mmHg e deve ser aferida no final da expiração!

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15
Q

Qual a classificação da hipertensão intra-abdominal?

A
  • Grau I: 12 a 15mmHg.
  • Grau II: 16 a 20mmHg.
  • Grau III: 20 a 25mmHg.
  • Grau IV: > 25mmHg.

Obs.: alguns pacientes apresentam HIA sem repercussão orgânica (ex.: obsesos e gestantes).

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16
Q

Qual a definição de síndrome compartimental abdominal?

A

Pressão intra-abdominal com valores sustendados maiores que 20 mmHg associados à sinais de DISFUNÇÃO ORGÂNICA.

17
Q

Quais os fatores de risco para síndrome compartimental abdominal?

A
  • Pacientes graves (ex.: choque, sepse, grandes queimados, politraumatizados, etc).
  • Hipervolemia.
  • Correção de hérnias volumosas.
  • Pancreatite grave.
  • Ascite volumosa.
  • Pós-operatório de dermolipectomia.
18
Q

Como aferir a pressão intra-abdominal?

A

Cateterismo vesical (método de Kron).

19
Q

Quais as principais disfunções orgânicas que ”DIMINUEM” na síndrome compartimental abdominal?

A
  • Diminuição da pré-carga.
  • Diminuição do débito cardíaco.
  • Diminuição da TFG e do débito urinário (oligúria).
  • Diminuição do volume-minuto respiratório.
  • Diminuição da perfusão abdominal.
20
Q

Quais as principais disfunções orgânicas que ”AUMENTAM” na síndrome compartimental abdominal?

A
  • Aumento das pressões na via aérea e PVC.
  • Aumendo da resistência vascular sistêmica.
  • Aumento da PIC.
  • Aumento do H+ (acidose).
21
Q

Qual o tratamento da síndrome compartimental abdominal?

A
  • Balanço hídrico negativo.
  • Sondagem nasogástrica, vesical e retal.
  • Sedação e bloqueio neuromuscular.
  • Drenagem de coleções intra-abdoninais (ex.: abcessos, ascite).
  • Posição em proclive (Trendelemburg reverso).
  • Não elevar a cabeceira da cama.
22
Q

Qual o tratamento da síndrome compartimental abdominal refratária?

A

Peritoneostomia.

Obs.: normalmente, ocorre com PIA > 25mmHg, PPA < 50mmHg, disfunção orgânica persistente e falha das medidas clínicas.

23
Q

Quais as características das hérnias epigástricas?

A
  • Defeito na linha média acima do umbigo (M2).
  • Causam dor desproporcional ao tamanho da hérnia.
  • Tratar com fechamento primário (<1cm) ou colocação de tela (> 1cm).
24
Q

Quais as características das hérnias lombares?

A
  • São defeitos profundos, com aponeurose superficial normalmente íntegra.
  • Possuem baixo risco de encarceramento.
  • Tratamento cirúgico com tela pré-peritoneal.
25
Q

Quais os limites das hérnias lombares de Grynfelt?

A

TRÍGONO LOMBAR SUPERIOR

  • 12ª costela.
  • Músculo quadrado lombar.
  • Músculo oblíquo interno.

Obs.: são as hérnias lombares mais comuns.

26
Q

Quais os limites das hérnias lombares de Petit?

A

TRÍGONO LOMBAR INFERIOR

  • Crísta ilíaca.
  • Músculo latíssimo do dorso.
  • Músculo oblíquo externo.
27
Q

Quais as características das hérnias de Spiegel?

A
  • Hernias na linha semilunar, geralmente juntas a linha arqueada de Douglas.
  • São defeitos profundos, com aponeurose superficial íntegras.
  • Mais comum em mulheres e do lado esquedo.
  • Tratamento cirúrgico com tela pré-peritoneal.
28
Q

Quais as características das hérnias obturarótias?

A
  • Hérnias através do forame obrurador da pelve.
  • Mais comum em mulheres idosas.
  • Sinal de Howship-Romberg: dor na região medial da coxa durante extensão e abdução do membro.
  • Tratamento cirúrgico mandarório.
29
Q

Quais as características das hérnias traumáticas?

A
  • Ocorrem por avulsão da muscularura abdominal por trauma fechado de alta energia.
  • NÃO operar de urgência (após 2 a 3 semanas).
  • Cirurgia com tela pré-peritoneal.
30
Q

Quais as características das hérnias paraestomais?

A
  • Complicação tardia mais comum de uma ostomia.
  • Mais comum em colostomias em alça (principalmente do transverso) do que em ileostomias, e quando a mesmo é confeccionada lateralmente ao músculo reto abdominal (e não através dele).
  • A maioria dos casos é assintomática, mas pode causar obstrução intestinal.
  • Tratar com hernioplastia com colocação de tela no momento da reconstrução do trânsito.
31
Q

Quais os principais epônimos nas hérnias de parede abdominal?

A
  • Amyand: apêndice cecal (inflamado ou não) em uma hérnia inguinal.
  • Garangeot: apêndice (inflamado ou não) em uma hérnia femoral.
  • Littré: divertículo de Meckel.
  • Richter: borda antimesentérica de segmento intestinal (isquemia sem obstrução).
  • Pantalona: hérnia inguinal direta e indireta (Nyhus IIIB).
  • Deslizamento: órgão abdominal compõem parte do saco herniário (ex.: bexiga e ceco).
32
Q

Qual o tratamento das hérnias umbilicais em adultos?

A
  • Defeito < 2cm: rafia simples.
  • Defeito > 2cm: colocação de tela.
33
Q

Como é o fechamento adequado da parede abdominal?

A
  • Sutura contínua con fio absorvível de longa duração (PDS ou Vycril).
  • Small bites (5 a 8mm).
  • Mesma distância da linha média.
  • Razão 4:1 entre o tamanho do fio de sutura e a ferida.
34
Q

Quais as características da diástase de reto abdominal?

A
  • Afastamentos dos músculos reto abdominais > 2cm, causando abaulamento abdominal SEM defeito na aponeurose.
  • Mais comum em mulheres pós-gestação e homens de meia idade.
  • Protrusão ao contrair a parede abdominal, sem a presença de saco herniário.
  • Tratamento conservador (atividade física) ou com plicatura (se falha).